Vermelho Escuro escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 1
1. Que a verdade seja dita.


Notas iniciais do capítulo

Como todas as coisas que já postei no NYAH, essa não podia ser dferente! Tem aquele velho DRAMA de sempre, mas prometo tentar fazer ser leve kkkkkkkkk estou construindo um Edward que nunca tinha feito antes e tem sido muito difícil. Apesar de já ter um perfil de Edward - meio - machista (porém tentando ser bom pai/marido) esse é TOTALMENTE o oposto! Espero que o odeiem, mas aprendam algo com ele. Em compensação, aqui está uma Bella que vocês nunca viram de mim também. Ela ainda vai surpreender muito!
E COMO SEMPRE kkkkk eu iniciando fic de madrugada... Não seria eu se não fosse de madrugada, não é mesmo? Espero que alguém leia e se você ler e gostar ou odiar, comente mesmo assim, ok? Espero vocês!



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Capítulo 1

— Alice ainda não chegou?

Ele já havia perguntado duas vezes antes a mesma coisa. A segunda secretária em comando depois de Alice lhe olhara com medo. Todos sentiam medo de falar com ele e mesmo sabendo disso, ele não ligava.

— Ela ainda não chegou, senhor Cullen. — A menina praticamente sussurrou.

Ele praguejou sua primeira secretária de todos os nomes existentes que ele conhecia. Não podia mais esperar por ela, tinha uma reunião de extrema urgência e não podia adiá-la por uma funcionária ineficiente. Ela havia cavado sua cova e ele prometera a ela no dia anterior que se houvesse mais um atraso ela seria demitida.

O homem bateu com força a tampa de seu notebook e o pegou, saindo de sua sala. Foi nesse momento que seus olhos se depararam com a cena a seguir. Controlou seus passos e observou silenciosamente enquanto sua secretária dava instruções a um pequeno ser com menos de um metro que a encarava com profunda atenção.

— Não faça nenhum barulho, por favor. Promete? — A menininha assentiu. — A sua mãe virá buscar você a qualquer momento. Por favor, fique em silêncio, Mar-...

Ela não conseguiu terminar o nome da criança que ela segurava pela mão com afinco. Seu rosto enrijeceu porque Edward Cullen a encarava, totalmente cético. Agora além de se atrasar ela havia trago uma criança com ela? Ele estava mais que abismado com aquele comportamento.

— Senhor Cullen, eu...

— Você está demitida. — Ele disse rudemente, recuperando sua noção.

Em passos duros ele passou por Alice, enquanto ela gaguejava lhe seguindo.

— Senhor, eu sinto muito. Eu tive que ficar com Marie, minha irmã...-

— Eu não me importo. — Ele a cortou, apertando o botão para chamar o elevador.

— Por favor, senhor, eu não podia deixa-la sozinha. Minha irmã se atrasou em seu turno e Marie-

— Eu realmente não ligo para a sua vida, senhorita Brandon. Você pode passar no RH assim que... Se livrar da... Criança.

Alice arregalou os olhos quando ele disse isso, exatamente dessa forma a encarando. Um pouco relutante ele ainda encarou a menininha que segurava a mão de Alice completamente alheia do que estava acontecendo. Ele fechou os olhos com força entrando no elevador e apertando o portão com força excessiva para que as portas se fechassem e quando fechou, ele respirou aliviado.

Seria uma pena, suspirou ele. Alice era uma funcionária competente, mas na última semana havia o atraso em diversos compromissos inadiáveis e estava insustentável mantê-la em seu quadro de funcionários. Ele até pensou em remanejá-la, mas quem poderia colocar em seu lugar? E por que ele entregaria para outro associado de sua empresa uma funcionária tão relapsa e problemática? E para completar ela ainda trazia uma criança para seu escritório! Não mesmo, Edward Cullen não era o homem que se sensibilizava ao ver uma criança. Seus olhos não brilhavam; seu coração não palpitava e de forma alguma ele achava que os pequeninos fossem criaturas encantadoras e era exatamente por isso que ele não mantinha um relacionamento fixo com ninguém. As escassas namoradas assumidas que já teve foram descartadas após mencionarem a chegada de alguma criança catarrenta que atrapalhasse sua vida e todos os seus planos de tornar seu escritório conhecido no exterior.

O elevador abriu no último andar e ele teria a última reunião com seu cliente antes do julgamento. Era um caso muito difícil e ele sabia que estava dispensando a pessoa que fazia boa parte do trabalho em recolher provas para salvar seus clientes. Mas Edward trabalhava com a certeza de que ninguém era insubstituível e que em breve encontraria uma Alice 2.0, que estivesse 100% disponível em servi-lo e a mais ninguém. E ele sabia que essa não era a segunda secretária em comando. Ela logo seria descartada também, pensou.

Esse era Edward Cullen. O advogado seis vezes premiado pela Ordem, conhecido pelo número de causas ganhas e por defender os maiores corruptos dos Estados Unidos. Ninguém discordava da fama de homem de aço que ele tinha nos tribunais, porém, todos discordavam quando alguma de suas pretendentes iludidas dizia que ele tinha mudado e que agora seria a única em sua vida. Elas nunca eram. Mais conhecido como o playboy milionário, ele já havia sido muito festeiro e indiscreto na sua juventude, no começo de sua carreira. Com o passar dos anos, Edward percebeu que quanto mais discreto fosse, melhor seria para desfrutar dos melhores partidos de Seattle e redondezas, sem que sua credibilidade fosse colocada à prova. E era assim que ele esmagava o coração das mulheres que lhe davam uma oportunidade.

— Bom dia, senhores. — Ele disse quando adentrou a sala de reunião.

Automaticamente a terceira secretária em comando serviu cafés para os homens à mesa após distribuir uma pasta branca para todos. Dentro dela estava o processo que eles atualmente estavam trabalhando. Seus associados e clientes pareceram respirar aliviados quando o viu.

— Alice não está com você? — Foi Jasper, o segundo advogado em comando que perguntou a Edward.

— Ela não virá, nós faremos isso sozinho a partir de hoje. — Respondeu Edward. — Você está dispensada. — Ele disse para a secretária.

“David Russel” o nome estava impresso na folha de capa da pasta que todos tinham. Era esse homem que Edward defenderia em dois dias. O ex governador do estado acusado e assédio sexual contra sua assistente em época de campanha eleitoral.

— Como o senhor vai? — Perguntou diretamente para David.

— Ansioso para que isso acabe logo. Qual é o seu plano?

Edward sorriu calmamente foleando o processo a sua frente. Ali estava seu discurso de abertura e algumas provas para desacreditar as principais testemunhas.

— O meu plano? Fazer justiça para o senhor, esse é meu plano sempre.

O homem riu parecendo relaxar profundamente pelas palavras de Edward e ele o encarou de forma fria, sabendo que aquele gesto dizia claramente que seu cliente era culpado. Ele nunca perguntava aos seus clientes de fato. Ele cometeu esse erro apenas uma vez, o que custou sua primeira derrota no tribunal. Ele nunca mais quisera saber sobre como seus clientes cometeram seus crimes, ele apenas pensava em uma forma de inocentá-los. Raramente ele precisava reviver a história do acusado, na maioria das vezes ele inventava uma história e destruiria o júri e a acusação. Dessa vez não seria diferente.

A reunião teve inicio e foi passada uma pequena noção do que aconteceria ao tribunal. Tudo precisava ser bem ensaiado para o confronto do ex-governador com a promotoria que estava sedenta por uma vitória neste caso.

Ao concluírem a reunião, Edward desceu acompanhado de Jasper e eles ainda repassavam o caso.

— Alice faria contato com a nossa testemunha chave, ela estava hesitante até ontem e Alice tinha tudo sob controle. O que acontecerá agora?

— Você não precisa se preocupar com isso, Jasper. — Edward murmurou.

Ambos saíram do elevador e Edward olhou o corredor que duas horas antes era ocupado por Alice e a criança.

— Certo, o que ela fez de tão terrível?

Eles seguiram pelo corredor passando pelo hall de entrada do escritório de Edward. Ali estava a mesa da sua segunda assistente. Ele nem conseguia acreditar que elas eram realmente formadas em direito. Pareciam como pequenos coelhinhos perdidos.

— Senhor Cullen, eu tenho os seus recados. — Ela disse assim que o viu.

Agora Edward não era seguido só por Jasper, mas também pela segunda assistente que ele não conseguia de forma alguma lembrar o nome.

Passaram pela antessala, que costumava ser a sala de Alice. Ali ele viu que sua primeira assistente havia retirado seus pertences. Os inúmeros porta-retratos não estavam mais sob a mesa.

— Alice foi até o RH e depois foi embora. Ela levou as coisas dela e eu a supervisionei, senhor.

Edward assentiu, vendo que a menina estava desesperada para ocupar o primeiro lugar em seu escritório como assistente. Aquela era a chance que ele dava para as melhores estagiarias. Elas presenciaram casos importantes e até poderiam ter a chance de participar se pudessem colaborar. Alice havia sido a mais produtiva por seis meses e ele até estava feliz pelo fato de finalmente ter conseguido achar alguém competente, até ela começar a se atrasar.

— Certo. — Ele respondeu para a mulher que lhe estendeu uma folha de papel oficio com seus recados.

Edward rolou os olhos rapidamente pela folha, sentindo um profundo tédio. A maioria dos recados resumia-se a cobranças desnecessárias de algumas amantes carentes e lembretes sobre jantares beneficentes que sua mãe estava organizando para arrecadar fundos para algum orfanato.

— Eu posso pedir seu almoço agora ou senhor sairá?

— Nós vamos almoçar fora. Você pode sair para o seu almoço.

Ela assentiu, pedindo licença e saindo. Edward bufou encarando Jasper.

— Eileen. — O amigo murmurou.

— O que? — Perguntou Edward.

— O nome dela é Eileen Sanders. Estava na cara que você não sabia. — Edward soltou uma risada para Jasper. — E sobre Alice?

Levou só dois segundos para Edward entender todo o interesse de seu amigo na sua secretária: ou ele tinha ou queria ter algo com Alice.

— Eu sinto muito cara, mas você conhece minhas politicas. Alice abusou da minha paciência e principalmente do meu tempo. Me atrasei por quase vinte minutos para a reunião de hoje pela incompetência dela. Você acredita que ela ainda apareceu aqui com uma criança?

— Uma criança? — Jasper perguntou um pouco confuso.

Edward bufou outra vez levantando-se de sua mesa após tirar seu celular do carregador. Ele apontou para Jasper para que pudessem fazer o caminho da saída do escritório.

— Sim, algo sobre ser sua sobrinha ou sei lá, filha. Eu não dei muita atenção. Ela tava fodendo com meu tempo e eu não podia ouvir seus lamentos.

— Você podia ter mandado ela para mim. — Grunhiu Jasper.

— Aí você seria aquele que ela iria foder. — Murmurou Edward e soltou uma longa risada em seguida. — Mas você não se preocupa com isso, não é mesmo cara?

Os dois riram por alguns segundos e Edward maneou sua cabeça em forma negativa. Ele podia até não valer um real. Mas ele tinha regras, até ele tinha regras. Como todo bom advogado ele sabia que daria uma merda colossal se envolver com alguma funcionária e as coisas não acabassem bem depois. Para o estilo de vida que ele tinha, ele preferia sair com mulheres solteiras, que enquadrassem em seu padrão e que vivessem bem distante da sua vida profissional.

— Você vai morrer solteiro se continuar assim, meu amigo. — Disse Jasper após os dois desembarcarem no primeiro andar.

A grande recepção do prédio que eles dividiam era ampla, bem iluminada e bem assistida por muitas câmeras, sofás largos, catracas de segurança e seguranças por todos os lados. Na recepção havia um grande balcão de mármore e funcionária que atendia diversos possíveis clientes ou funcionários. Mas ali, no meio de toda essa infraestrutura, Edward estava captando uma pequena falha quando via uma mulher gritar abruptamente com a recepcionista e estar sendo amparada de forma rude pelo segurança.

Ele ignorou totalmente o comentário de Jasper quando se aproximou. Ele não conseguia reparar muito bem o rosto da mulher, mas seu perfil era muito aborrecido. As maçãs do rosto que estava a mostra estavam em uma colocação intensa de vermelho. Os cabelos castanhos avermelhados esvoaçavam pelo braço do segurança enquanto ela se remexia gritando algo que o deixou meio nauseado.

— Eu quero falar com Edward Cullen agora! — Ela repetiu debilmente para a recepcionista.

Ele não a conhecia, constatou. Ele lembraria se tivesse dormido com aquela mulher. Ela parecia uma mulher que ele realmente lembraria se tivesse dormindo, se pegou imaginando se ela era uma leoa na cama como estava sendo para se defender do seu segurança.

— Solte-a. — Ele ordenou num tom de voz um pouco mais alto que o habitual.

Fora automático, o segurança soltou a mulher enquanto Edward atravessava a catraca com Jasper em seu encalço. A morena finalmente o olhou e ele teve uma visão total dela. Edward sempre fora muito observador e ele podia fazer leituras rápidas em qualquer pessoa antes mesmo delas pronunciarem qualquer coisa. Ali estava uma mulher de jeans escuros, tênis – algo que el não estava acostumado ver em uma mulher, a não ser que fosse em uma academia ou parques – ela usava uma blusa de mangas cumpridas verdes e um colete preto por cima. O rosto profundamente vermelho e ele teve um acesso melhor ao rosto dela quando ela jogou seus cabelos para trás, afastando-o do rosto enquanto bufava.

— Você quer falar comigo? — Ele perguntou gentilmente.

Em sua cabeça passou pequenas cenas em que ele imaginava com aquela mulher. Envolvia nudez e sexo quente. O rosto dela vermelho afundado em um travesseiro enquanto ela investia nela de quatro.

— Claro que eu quero falar com você. — Ela grunhiu rigidamente. — Que merda você estava fazendo quando dispensou Alice?

Ele não estava esperando por isso. As imagens dos dois na cama desapareceu no mesmos segundo que o nome de sua ex-funcionária fora mencionado. Edward tentou abrir a boca para argumentar, mas ela fora mais rápido que ele.

— Você é realmente um idiota egocêntrico que todos falam! Ela perdeu noites e mais noites de sono para fazer o seu trabalho nos últimos meses e porque ela chegou dez minutos atrasado você a dispensa como se ela fosse descartável?

A mulher estava furiosa. Edward a encarou novamente, pronto para montar sua defesa, mas ela levantou sua mão o calando outra vez. Ele viu a mulher respirar fundo, totalmente irritada com ele.

— Quem malditamente você pensa que é? — Foi ela que perguntou, mas essa era a frase que ele queria dizer a ela. — Ela estava cuidando da minha filha. Eu simplesmente me atrasei porque tenho um lixo de chefe igual você é! E isso é malditamente injusto! A culpa não foi dela!

— Ei, se acalme...

Foi Jasper que dissera algo. Edward o viu passar a sua frente e ir até a mulher histérica que gritava sem cessar com ele, sem deixa-lo dizer apenas um A.

— Esse cara é um babaca de merda! — Ele ouviu a mulher se referir a ele novamente.

— E você é muito mal educada. — Edward finalmente dissera algo e simplesmente se odiou por dizer.

Ele tinha acendido o ódio naquela mulher novamente e se não fosse por Jasper, ela teria avançado em cima dele.

— Ei, eu vou conseguir algo para a Alice, acalme-se... — Jasper disse, segurando-a.

— Eu e meus clientes não podemos ser prejudicados pela falta de responsabilidade de Alice ou sua, tanto faz. O que está feito, está feito e seus berros histéricos não mudarão isso.

Ele sentiu a raiva acender em seu peito quando ela fez uma feição cínica. Ela finalmente parou de se debater e juntou seus cabelos em um coque frouxe que a fizera com as mãos. Ela empurrou Jasper gentilmente, aproximando-se de Edward. Ninguém se moveu. O sorriso desafiador daquela mulher acordou algo dentro do homem na frente dela, que se segurava em suas próprias pernas. Ela estava próxima o suficiente para que ele pudesse sentir o cheiro de seu perfume ou shampoo... Eram morangos. Ela exalava como um morango maduro e muito suculento.

— Olhe para você mesmo. — Disse a mulher. — Você é um pobre coitado. É bem provável que a única pessoa que te ame no mundo seja a sua mãe.

— É aí que você se engana. — Rebateu ele, sustentando aquele olhar desafiador que ela tinha.

— Ah, não... Eu não me engano. Eu sei qual vai ser seu triste fim. Sozinho ou com uma mulher que ame a sua carteira e despreze você.

— Sua...

— Fala. — Ela o incentivou a continuar, mas Edward suprimiu o palavrão. — Não se preocupe, Alice me contou que você foi uma bosta com a minha filhinha doente hoje. E eu não vou ter pena de você quando me disser que você foi abandonado num asilo qualquer porque virou um velho insuportável que ninguém consegue aturar ou amar. Sei que você não vai ter filhos e tão pouco merece ter um pequeno serzinho lhe chamando de papai.

Edward levantou sua mão para cometer uma loucura, mas abaixou logo em seguida. Aquela mulher... Ninguém nunca fora audacioso o suficiente para dizer tais coisas a ele, mas aqui estava uma mulher que ele nunca tinha visto na vida. Ela disse coisas que ele nunca quis ouvir de ninguém.

— Saia da minha empresa. — Ele ralhou duramente.

— Com muito prazer. — Ela riu enquanto se afastava. — E só para constar, você é muito mais desprezível do que dizem.

Ele viu a mulher indo embora e Jasper correndo atrás dela.

Algo havia balançado as estruturas do seu prédio interior e ele não sabia explicar exatamente o que era.


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Notas finais do capítulo

Dependendo do feedback, a gente continua, ne? :P