Konoha's Babies escrita por machadorisos


Capítulo 5
Quinto dia: A volta do tio Hashirama


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, adivinha quem voltou com a maior cara de pau do mundo? eu mesma, Juliene Melo.
Me desculpem por esse hiatus, só que eu não conseguia finalizar esse capítulo de jeito nenhum! Para vocês terem uma ideia, o capítulo estava previsto para ser postado uma semana antes do natal, e o negócio sai agora quase na páscoa uheuehue
Perdoem pelos erros, boa leitura!



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A semana passou voando. O homem que antes reclamava de não servir para isso ou aquilo, hoje, sentia-se animado para ir ao seu trabalho. Madara Uchiha, sorria, e isso o assustava. Mas mesmo se sentindo assustado, se permitiu a alegria em estar na pequena salinha, com dez crianças brincando ao seu redor.

Decidiu levar uma atividade especial para a turminha Akatsuki, onde, deveriam fazer diversas colagens com algodão, na barba do Papai Noel. Giz de ceras eram espalhados pelas mesinhas, tintas vermelhas, azuis e verdes manchavam pequenas mãos e bochechas redondas.

Risadas infantis preenchiam o ambiente, o nosso querido diretor fiscalizava o trabalho das crianças, como se fosse a coisa mais importante do mundo. Mas naquele momento, talvez fosse.

— Por que o Papai Noel é gordo? – Questionou Nagato.

— Deve ser porque ele come muitos biscoitos – Tentou Itachi.

— Hidan também come muitos biscoitos – Observou Konan – Mas ele não é gordo.

— Eu como muitos biscoitos, porque Jashin diz que temos que comer bastante. – Defendeu-se Hidan.

— As baleias também comem muito – Kisame comentou.

O papo entre as crianças continuou animado, Madara vez ou outra ajudava uma delas com algo. Logo o desafio começou, colar algodão na barba do Papai Noel, e para deixar tudo mais organizado, o homem mais velho distribuiu a cola entre os pequenos e sentou entre eles.

— Tio Madara? – Obito o chamou.

— Sim? – Murmurou uma resposta enquanto estava concentrado em sua tarefa.

— O senhor também escreveu cartinha para o Papai Noel? – Obito perguntou de forma inocente.

— Claro que não, bobão! – Deidara disse – O tio Madara já é muito velho, o Papai Noel não dá presente “pra” gente velha – Deidara concluiu seu pensamento que em sua cabecinha fazia muito sentido.

— Ei! Eu não sou velho! – Defendeu-se o pobre Madara – E para você saber, não existem idades para essas coisas!

— O que o senhor pediu, tio Madara? – Yahiko questionou bastante interessado.

— Eu não escrevi nenhuma carta... – Madara respondeu de forma vazia, já era um adulto, e sabia que essas coisas não existiam... Porém não seria ele a dizer aquilo para as crianças.

— Isso é horrível! – Obito exclamou com toda sua perplexidade. – Como o papai noel vai saber o que te dar de presente?

— O papai noel sempre sabe das coisas. – Kakuzu finalizou o assunto.

Madara nesse momento se encontra pensando no assunto, se fosse escrever uma carta para o bondoso velhinho, o que pediria? Já tinha tudo o que precisava, graças a seu próprio esforço. Para que pedir a um idoso que mora no gelo, um presente? Não fazia sentido em sua cabeça. Talvez Hashirama estivesse certo, o mundo das crianças era bem melhor de se viver.

***

Conforme o dia corria, o coração de nosso querido diretor, começava a pesar. Sua semana virou sua vida de cabeça para baixo, o que antes era algo que o assombrava – cuidar da turminha Akatsuki –, hoje havia se tornado algo interessante.

Hashirama voltaria de viagem no dia seguinte, na segunda-feira, ele voltaria para suas funções e Madara não teria mais contato com a turminha de crianças. Isso o assustava, quando foi que se afeiçoou tanto a elas? Quando foi que passou a liga-las a simples pirralhos barulhentos, para pequenos pedacinhos de gente amorosos?

Não sabia ao certo como se sentir mediante a isso, mas sabia que não se arrependia de nada. Principalmente agora, onde pendurava os trabalhinhos no varal da turma, enquanto os pequenos continuavam compenetrados no que faziam, Madara notou que não havia perguntado o que era.

— O que vocês estão aprontando aí? – Perguntou o adulto já olhando por cima das cabeças das crianças.

— Não olha! – Konan tampou sua folha.

— Ei, deixe-me ver isso aí! – Madara estranhou.

— Estamos escrevendo nossas cartinhas para o papai noel – Itachi lhe tirou as dúvidas.

— E vocês por acaso sabem escrever? – Madara questionou duvidoso.

— É claro que sim! – Hidan expôs sua indignação – Olhe só minha carta! – O loirinho entregou a carta a Madara, que quando olhou, quase riu, havia diversos rabiscos, formas e riscos, e o pequeno menino, achava que de fato estava escrevendo.

— O que está escrito aqui? – Madara apontou para a folha.

— O senhor não sabe ler? – Hidan o acusou com um sorriso sapeca.

— É claro que sei! Só que sua letra é feia e eu não estou entendendo! – Madara se defendeu.

— Minha letra não é feia! Olha aqui! - Hidan pegou a folha e apontou para o desenho – Eu escrevi "querido papai noel, eu quero muito ganhar um "helicoptio" de controle remoto! Te amo" - Finalizou com um sorriso presunçoso.

— Não é "helicoptio" é helicóptero. – Corrigiu.

"Tá" bom, tio! - aproximou a carta do peito - você acha que ele vai me dar?

Madara refletiu na pergunta, deveria responder de forma sensata sem magoar o garotinho.

— Você foi um bom menino? – Se abaixou para ficar a sua altura, vendo Hidan gesticular positivamente com a cabeça ele continuou – Então você vai ganhar, não se preocupe.

Hidan lhe deu um sorriso que Madara guardaria pelo resto da vida, em sua memória. Era um sorriso tão puro e feliz que para um velho tão turrão quanto ele, o fez se desmanchar como geleia.

***

O dia se arrastou com risadas e brincadeiras, o fim do ano deixava as crianças animadas. Quando chegou na metade da tarde resolveu colocar as crianças para tirarem uma soneca, assim teria sossego para limpar a sala e clariar suas ideias, qual foi sua surpresa quando os pequenos insistiram em que ele dormisse consigo? Nenhuma.

— Por favor tio Madara! – Implorou Konan – Fica aqui com a gente!

— Tio Madara vai tirar sonequinha perto de mim! - Obito agarrou seu braço.

— Ele vai ficar perto da gente! - Yahiko puxou o outro braço.

— Eu quero dormir no cabelo do tio Madara, parece aquele matinho que tinha na caminha do menino Jesus! - Deidara alfinetou.

— Já chega! - Uchiha se irritou - Eu não vou dormir, preciso fazer outras coisas, e meu cabelo não parece uma palha! - crispou os lábios de forma cômica.

— Manje... O quê? – Sasori perguntou.

— Manjedoura é um "prato gigante" onde os animais comem. De qualquer forma, eu não vou dormir, peguem seus cobertores e se preparem para deitar! – seu tom não permitia debate então as crianças apenas obedeceram.

Madara afofou os travesseiros e os ajeitou para dormir, os cobriu de forma devida e se divertiu em alguns momentos enquanto fazia a tarefa. Quando se levantou para puxar uma das cortinas, sentiu um leve aperto em seu calcanhar, olhou para baixo e viu Nagato o encarando de forma fofa, seus olhos brilhavam e Madara soube que não conseguiria negar nada que ele lhe pedisse.

— Deita aqui com a gente, tio Madara – O pequeno lhe pediu com a voz baixa – Por favor!

— Argh! Tudo bem! - O adulto se deu por vencido. Deitou e se acomodou, as crianças logo deitaram ao seu redor. Quem olhasse a cena pensaria que era um gato com seus filhotes. Eles até mesmo dividiram seus pequenos cobertores com o diretor, que achou a atitude tão fofa que não teve coragem de recusar.

A soneca durou por uma hora, Madara levantou-se sem acordar os pequenos, olhou para eles e seu coração aqueceu-se, eles conseguiram fazer com que ele se afeiçoasse e embora não fosse admitir, gostaria de que esse sentimento fosse recíproco.

***

Por volta de 17 horas Hashirama entrou na sala, se deparou com um Madara sentado no meio de 10 crianças lendo a história de Pequeno Príncipe. Ele sorriu com a cena, e se surpreendeu em quão concentrado ele estava que nem sequer o notou ali.

 Um gritinho agudo fez Madara tirar os olhos do livro, quando ergueu a cabeça viu Hashirama na porta o encarando rindo, sua cabeça latejou pressentindo as piadas que iria ouvir, mas decidiu ignorar isso por enquanto.

As crianças correram ao seu encontro, o abraçaram e o puxavam em várias direções. Falavam várias coisas ao mesmo tempo, o que tornava difícil entender de que assunto elas comentavam. Madara sentiu um aperto no peito, seu tempo com elas acabara. E agora se pegava triste por não ter aproveitado mais, e se recriminava por estar com ciúme de toda atenção que Hashirama recebia, sendo que 10 minutos antes era ele que estava cercado de bochechas redondas e sorrisos.

— Hashirama, você voltou mais cedo. Achei que só fosse chegar aqui na segunda. – Madara puxou conversa ao fechar o livro.

— Sim, o plano era esse, mas a irmã de Mito, Hime, passou mal e ficou internada, então viemos às pressas. – Hashirama explicou a situação enquanto pegava Itachi no colo – Como foi a semana?

— Tranquilo, tudo sobre controle – Madara lhe disse sem o olhar nos olhos. Madara sabia que se Hashirama o olhasse saberia dos sentimentos que ele em vão tentava esconder.

— Tio Hashirama! – Deidara puxou sua mão com força – O tio Madara não parece uma bruxa?

A gargalhada de Hashirama poderia ser ouvida por toda a creche, e Madara ficou vermelho como os tomates que o irmão de Itachi tanto amava.

— Ora seu moleque! – Zangou-se Madara e isso resultou em mais risadas por parte de Hashirama e mais piadinhas por parte das crianças.

— Tio Madara não penteia o cabelo – Hidan atiçou.

— Isso não é verdade! – Madara ergue-se com Obito em suas costas.

— Tio Madara tem o cabelo cheiroso! – Obito tentou defender – Cheira como maçã!

E como tudo na turma gerava discussão com esse assunto não foi diferente. Madara desistiu de argumentar e só aceitou a derrota, em seu íntimo sabia que seu cabelo era estiloso, que as crianças eram novas demais para entender tamanho conceito.

Hashirama o chamou no canto e conversaram sobre sua viagem entre outras coisas, uma delas foi sobre a semana que se passou.

— Você realmente se afeiçoou às crianças – Hashirama afirmou.

— Eu... Sim – Madara sabia que não adiantaria negar – Elas são muito inteligentes, isso me surpreendeu.

— De fato. Sempre que quiser pode vir aqui ficar com elas, não me importo.

— Eu tenho outras coisas pra fazer - Madara falou em tom de desdém.

— Claro, claro – Hashirama imitou o tom de Kakashi quando não queria discutir.

Antes que Madara pudesse argumentar chegou a hora das crianças irem embora. Como estava chovendo, alguns pais demoraram para chegar, e Hashirama foi cumprimentar os que estavam por ali.

— Tio Madara – Nagato aproximou-se e lhe entregou uma folha dobrada – Por que a raposa fica triste quando o príncipe vai embora?

— Porque ele a cativou – Respondeu e se sentou em posição de lótus para conversar com o pequeno.

— O que é cativar?

— Tem muitas formas de cativar, na história cativar é porque o príncipe fez a raposa gostar muito dele, por isso ela disse que ele a cativou. Entendeu?

— Mais ou menos – O menino disse com tom confuso – Quando se cativa a gente quer ficar pertinho e ser amigo?

— Pode se dizer que sim – Respondeu colocando a mão no queixo refletindo.

— Então o senhor me cativou, tio madara! - Nagato lhe disse tão diretamente que Madara quase engasgou com o ar de tamanha fofura que era aquela criança.

— Oh! – Exclamou – Você também me cativou. – E sorriu enquanto alisava a cabeça de Nagato. O garotinho lhe abraçou o pescoço.

Nagato foi embora com Yahiko e Konan. Hashirama foi cumprimentar os demais professores. O resto dos alunos também já tinham ido ficando apenas Madara na sala.

Olhou para os trabalhinhos pendurados nas paredes. As massinhas no pote em cima da estante, os cobertores dobrados ao lado da caixa de brinquedos. Tudo ali lhe cheirava a barulho e bagunça, tudo lhe remetia a sorrisos e um calor gostoso no coração. Antes de sair, apagou as luzes e olhou uma última vez para a sala. Com o desenho de Nagato na mão ele o abriu com cuidado, era bastante colorido, e todas as crianças estavam ali retratadas, inclusive Hashirama e Madara. O diretor guardaria aquilo com muito carinho, assim pensava.

— Vocês todos me cativaram – Madara disse para o vazio e os papais noéis que sorriam coloridos nas paredes. Soltou um riso baixo, fechou a porta e abriu o coração para receber o carinho de crianças de sua creche.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Foi complicado dizer adeus, eu amei de todo meu pobre coração escrever essa estória e espero que vocês tenham gostado de acompanhar. Talvez eu faça um capítulo extra, mas ainda não é nada certo. De qualquer forma, obrigada!