Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 76
Capítulo 76




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Olá apareci. Entre o próximo capítulo e o outro, entrego  a verdade que estão esperando ok. Houveram tantas coisas que me fizeram demorar nela. A falta de tempo foi a maior delas, mas também  meu jeito de escrever. Só nesse capítulo  meti seis mil palavras. Não sou capaz de escrever  pouco e esconder os mínimos detalhes que   formam cada cena, diálogo  e narrações.  Enfim, essa sou eu escrevendo fanfics  e já levam 9 anos, sabe? É  muito tempo kkk quem me  todo esse tempo deveria   estar acostumada. Andei até dizendo que minha ausência também  pode ser enjoo. Caramba 9 anos fanficandoSerá que tenho uma vida? Kkk enfim boa semana  pra vocês e boa leitura!





Inês  ainda olhava Victoriano. Tocou nos ombros dele encharcados pela água que caiam sob eles, e suspirou. Ele era tão grande e tão  dela... sempre estava ali pra ela e por ela, ela sabia disso. Lembrou da conversa  que tiveram quando tinham ido almoçar antes mesmo de estarem ali, antes mesmo dela convida-lo a estar em seu apartamento e em sua cama.

Ela tinham sim pedido  o divórcio  que ele nunca pediu quando ela sofria demasiadamente para conseguir  ser a esposa e mãe  que ele e suas filhas mereciam.  Mas agora? Agora era diferente. Ela estava diferente e se sentia diferente, e ele não percebia, ou não queria ver. Não queria ver que ela estava  totalmente sana e que Carlos Manuel  era sim filho deles. Ele era Fernando. 

Ela se virou rapidamente, dando  as costas para ele. Ouviu  o respirar dele profundo, enquanto ela passava  as mãos no rosto e em seguida arrastava para os cabelos molhados.

—Victoriano: Morenita.

Ouviu a voz dele baixa. Sabia que ele se manteria ali por trás dela, até que fosse necessário.  Mas já não  era. Não o queria mais daquela  forma, não se contentava, ainda mais naquele momento que ele se fazia  presente para garantir sua "segurança". Não estava doente, nem mentalmente muito  menos fisicamente. Havia vomitado sim, mas depois de ouvi-lo em sua absurda declaração que entre ela e Loreto  chegaria a passar algo, além de sentir que tinha vivido emoções demais em um só dia. Assim então ela disse sem olha-lo.

—Inês: Queria que me deixasse, Victoriano.  Já estou bem. 

Ela encostou as mãos na parede úmida e gelada depois  de falar. Sentiu Victoriano  se aproximando mais. Depois o ouviu falar.

—Victoriano: Me perdoe pelo que eu disse.  Foi meu ciúme falando por mim, morenita.

Ele falou, depois tocou na parede também com uma mão,  enquanto  a outra abria sua camisa.

Inês suspirou. Nada doía mais do que a certeza  que ele não acreditava nela, e que para ele ela sempre seria a insana que um dia ele havia deixado em um hospital  psiquiátrico. 

Assim então, ela o olhou de lado e disse firme. 

—Inês: Seus ciúmes não me incomoda mais do que você não acreditar em mim e na verdade que encontramos nosso filho,  Victoriano. 

Conseguiu  ouvir outro respirar  fundo dele, depois ouviu a camisa dele sendo jogada ao chão. Notou assim que ele estava  se despindo  também. 

—Victoriano: Vamos acabar com tudo isso com esse exame que faremos.  Já não quero mais brigar  por isso, Inês.  Por favor... Estou cansado.

Ela se virou para ele depois de ouvi-lo. Quis retrucar, sentiu um misto de sentimentos revoltos.  O claro sentimento recíproco de que ambos estavam cansados e mais que isso, ambos procuravam suas próprias  soluções para mudar tudo àquilo.  Eram casado por mais de duas décadas mas pareciam não se entender mais e não falar a mesma língua.

Ela tinha em mãos o fim de um sofrimento que afetou não só o casamento  deles mas também  toda à família que formaram juntos, mas ele, apenas ele não era capaz de dar um voto de confiança a ela, e só iria fazer aquele exame porque estava certo que daria negativo.

De fato teria muito que perdoa-lo. Muito porque teria que restaurar  o que com muito esforço ele vinha  quebrando.  Mas também tinha ciência que não tinha sido perfeita em tudo como mulher.

Ela então levantou a cabeça,  piscou mais de uma vez. Tinha um misto de sentimentos dentro de si, raiva,  tristeza e até felicidade, coisa que não era capaz  de colocar pra fora apenas com lágrimas. 

Chegaria o momento que diante da verdade o gritaria que sempre teve razão e ele tão teimoso  como era, fez de tudo para afastá-la e colocando em cheque sua verdade e intuição, que desde do início teve, que o rapaz que ele tanto desprezava era o primogênito deles.

—Inês: Eu sei que está confiante  que esse exame dará  negativo, mas não irá acontecer  isso Victoriano. E eu, eu também estou cansada. Cansada.

Ele a tocou no rosto,  ela virou  o rosto do outro no mesmo momento  que o teve mais próximo. As respirações se encontrando, o hálito  quente e com o respirar  cansado,  dizendo como  estavam iguais.

—Victoriano: Vou pagar pra ver . Estou disposto a pagar pra ver porque não acredito  nesse conto de fadas que meu filho, meu filho que também me tiraram apareceu  na minha porta, Inês. Desculpe mas não acredito nisso.

Depois  de ouvi-lo, ela o olhou, e o que viu no olhar dele, a fez sofrer um pouco mais. Victoriano  não acreditava nela por querer,  não acreditava por medo. Ele era orgulhoso demais para deixar que seus sentimentos de pai falassem  mais alto.  Se fazia de forte demais para não sentir  o que ela desde do início sentia.

Ela então o tocou no rosto mais uma vez. Quebrantada  por dentro. Se ele abaixasse sua armadura e deixasse ao menos por um minuto sentir o que ela sentia, buscaria  a verdade  àquele  momento  mesmo. Impediria o filho deles de ir a qualquer  canto e o traria para casa. A casa dele, ali onde sempre fora seu lar por direito. Era esse homem que ela queria, esse homem que ela sabia que ele podia ser capaz.  Tão  genioso, forte e orgulhoso ao ponto de conseguir  o que queria. 

Sabia que se tivesse esse marido ao seu lado, Carlos Manuel  não estaria solto. Sim solto, porque no momento  o jovem rapaz  poderia estar confuso e até se sentindo  culpado  como ela pensava que ele estava por querer  ir embora. E temia tanto que isso acontecesse, e o pior era se acontecesse com o pai dele  podendo impedir e não fazer nada.

E de repente,  a mão dela lhe deu um tapa no peito. Teve raiva de ter um marido  tão  orgulhoso e teimoso.

—Inês : Você está com medo! Medo de sentir  a verdade e ouvir seu coração, Victoriano!

Ela agora o acertou  com outra mão.  Victoriano  a olhou e a segurou pelos pulsos. Assim, firme a respondeu.

—Victoriano: O único  medo que tenho é de te perder novamente! Não entende isso, Inês?

Ele a olhou sério depois de falar.

Inês  torceu os lábios  de lado, e o gritou como ele havia feito com ela.

—Inês: Já está me perdendo  e perderá para sempre se nosso filho  voltar a nos deixar, Victoriano!  Eu já não estou como antes, deveria saber mais do que ninguém!

Ela mexeu os braços querendo ser solta, andou para trás e sentiu a parede. Victoriano  desligou rápido  o chuveiro com uma mão, segurando  apenas a outra  dela. Depois a olhou e nervoso disse.

—Victoriano: Quer me deixar essa é a  verdade! Me deixou quando  foi embora e pediu esse divórcio! Esse rapaz sendo nosso filho ou não, seguirá com isso de vivermos separados! Eu sei Inês, eu sei!

Ele a soltou de repente . Se virou  e puxou uma toalha pendurada. Saiu do box do chuveiro  enquanto  ela o olhava com raiva. 

Ele se enrolou já nu na toalha.  Inês então o gritou dando um passo em direção dele.

—Inês: Então é isso? Prefere  ser um covarde colocando tudo a perder independentemente do resultado que nos trará esse exame? É  o nosso amor Victoriano!

Ela saiu do box. Ele riu quando ouviu o final das palavras dela. Sentiu que não podia guardar  para si independentemente se suas palavras  poderiam feri-la pois se sentia ferido, e um ferido ferirá sempre outro.

Assim então ele se virou para ela e disse.

—Victoriano: Agora eu sou o covarde? Te vi escolher viver de lembranças  que te afastava de todos, até de mim, te vi se entregar  várias vezes quando se trancava  naquele  maldito  sótão, eu li uma carta de despedida  que você optava me deixar, eu te vi preferir várias vezes o passado e agora vejo novamente  isso acontecer! Eu só não quero  que o final disso seja eu outra vez te internar,  Inês!

Inês andou tomada de uma fúria inquietante, mas também  uma dor imensa de uma culpa que não aguentava sentir. Lembrava também de tudo que ele havia dito e como tratou sua dor e aprisionou todos nela, mas aquele momento  qual viviam poderia ser um renascimento  para todos, um novo tempo e tudo novo.  Bastava apenas seguirem unidos.

Ela se viu chorando quando chegou nele. Chorava de tristeza, vergonha,  dor e até raiva porque o amava e também não suportava viver como estavam.  O agarrou  então  pelo pescoço erguendo os pés, e tentou mirá-lo nos olhos com ele tão mais alto que ela.

—Inês: Para de falar!  Para de seguir preso também em um passado que já não estou nele. Me veja como estou agora, Victoriano! Olhe para mim e verá que já não sou essa mulher! Me olhe!

Ele nada disse, quando  a boca dela tomou  a dele. Ele não rejeitou  o beijo. A pegou rapidamente  pelos braços e saiu do banheiro com ela.

Ofegante, seguia  beijando-a e sendo beijado.  As palavras naquele  momento só estavam servindo  para abrir feridas e prever um futuro incerto.  Apesar de amar por anos uma única mulher, não sabia ainda como poderia ser o outro amanhecer  ao lado dela.

De verdade  temia o resultado daquele DNA. Ele deitou Inês na cama, assumindo para si o risco  de Carlos Manuel  ser o filho que tiveram arrancado deles. E ela. Apenas ela tinha sido capaz de descobrir antes de um maldito  exame que ele não tinha pensado  antes.

Ele a virou de costas.  O corpo de Inês ainda molhado  marcou a cama deles. Ela não ligou, pensou apenas que naquele  momento seria ele e ela desnudos de tudo,  íntimos e necessitados de deixar àquela  tensão em algum  canto. 

Ela levou a mão abaixo de seu corpo. Tocou-se freneticamente à  espera  dele. Victoriano  debruçou  sob ela e segundos  depois a penetrou.  Ele gemeu entrando  nela, e ela gemeu também em um grito  tomada pelo desejo  e a necessidade de ter-se aliviada. 

Ele se moveu olhando-a. Seu corpo embaixo dele, os cabelos negros caindo pelos lados da cabeça, costas nuas e bumbum empinado, o fascinava. Ele foi rápido, apertando-a em sua cintura com uma mão enquanto a outra, segurou firme no lençol da cama. A cama que estava dormindo sozinho por culpa dela. Sentiu  então  que a raiva dos recentes acontecimentos entre eles, só se misturavam ao desejo naquele momento.

Com dentes apertando seus próprios lábios inferiores, tomada pelos mesmos sentimentos que Victoriano, as mãos de Inês também agarravam os lençóis da cama, enquanto alternava seus gritos abafados pelo colchão ou contidos quando cerrava seus dentes nos lábios. 

Seu corpo movia em um vaivém nas mãos dele, conforme seus movimentos. Ela gostava, se sentia mais excitada que nunca. Queria mais daquilo, mais do que parecia tão incerto. Estavam à beira de uma verdade que mexeria com a família toda e então seria mais mãe que mulher. Estava certa disso.

Sentiu a mão de Victoriano deslizando abaixo de seu corpo, e ele segurar um de seu seio com a mão. Sentiu ele apertar, enquanto seguia penetrando-a com rapidez. A boca dele alcançou um de seus ombros, ele lambeu e gemeu em seguida sugando onde sua língua havia percorrido. Depois sentiu o corpo dela indo novamente nos braços dele, enquanto não o sentia mais dentro de si. Ele se deitou de lado, deixando-a em sua frente.

Ela o buscou com o rosto e então as bocas se encontraram outra vez. Victoriano voltou a penetrá-la e então voltou a fazer amor com ela daquela maneira.

Inês deixou de beijá-lo. Começava a sentir sua intimidade mais quente e molhada. Ia gozar. Fechou os olhos abrindo a boca enquanto gemia, alertando Victoriano que seu gozo estava perto. Desgraçadamente, o dele também. Ela ia levá-lo junto num domínio que tinha dele, de seu corpo, mente e coração. 

Ele apertou o corpo dela mais forte, sentiu a pele dela, e consequentemente, seu ventre tremer nos espasmos que denunciou que ela gozava. Ela gritou tremendo, e pulsando em volta de seu membro enterrado nela, fazendo-o gozar também. Assim, seus próprios espasmos de prazer juntaram com os dela.

Ele foi parando devagar, respirando profundamente para conseguir falar, e quando conseguiu falar, ele disse.

—Victoriano: Se Carlos Manuel for nosso filho, farei de tudo para que ambos me perdoem.  Você e ele. Mas senão for...

Ele ficou calado,  Inês  também apenas para esperar  que ele seguisse.  Como não o ouviu, ela disse.

—Inês: Não sabe o que dizer caso ele não seja nosso filho,  porque no fundo sabe que ele é. 

Ela se arrastou pronta para sair dos braços dele.  Mas Victoriano trouxe ela mais firme e disse.

—Victoriano: Eu não o quero como filho.  Não consigo vê-lo assim. Ele não pode ser nosso Fernando. Não pode!

Ela olhou rapidamente  pra ele, e disse.

—Inês: Mas ele é. Ele é  Victoriano. 

Amanheceu.  Inês acordou na cama de seu quarto com Victoriano.  Ele não estava nela. Ela apalpou rápido  o lado dele e sentiu  um papel  na mão. O pegou abrindo  os olhos ainda pesados de sono, até ver letras escritas à mão e de caneta azul.

"Fui resolver antes que acordasse, o que nos separa, morenita.  Não queria vê-la deixar nossa cama e nossa casa mais uma vez.  Isso dói mais do que possa imaginar."

Inês se sentou, de coração acelerado e pensativa no que tinha lido. 

Na frente do apartamento  de Carlos Manuel, Victoriano  o esperava.  Estava nervoso.  À noite  passada havia vivido fortes emoções, não só pela noite o dia havia sido repleto de altos e baixos . Mas não ia faltar com um compromisso que havia selado  com Inês e àquele  jovem que poderia ser filho deles.

Ele alisou o rosto.  Agora caindo em si e temendo que a verdade  pudesse ser a que ele tanto se negava crer.

E simplesmente porque não queria lidar com as consequências de seus atos até ali e não só com Inês. Nunca havia sido bom com Carlos Manuel  e acreditava que não podia sentir nada pelo mesmo. Não. Nem queria mais filhos. Havia superado a ausência de seu menino.

Tocou  os dedos no volante  até ver o carro do rapaz deixar a garagem do prédio . Carlos Manuel acenou para ele com a cabeça,  e ele seguiu em frente dirigindo seu próprio carro até onde realizariam o exame.

De início,  Victoriano  para garantir que àquele  exame fosse feito, quis que o rapaz fosse com ele, mas o mesmo  se negou e no final acabou sendo um alívio não precisar ficarem tão juntos .

Escolheu  o hospital  que fariam o exame tudo naquela manhã.  Duas semanas com uma análise  completa  das células sanguíneas, traria o resultado e tudo acabaria. Enquanto  seguia com o carro atrás de Carlos Manuel,  Victoriano pensava nos cuidados que estava tomando, primeiro de tudo para não serem vítimas de uma trama, depois para garantir  que dois exames fossem feitos em sigilo no mesmo  hospital . Já que Diana não sabia daquele primeiro exame, enquanto o dela com Carlos Manuel havia ficado para o dia seguinte. 

Quando enfim chegaram no hospital.  Victoriano havia descido primeiro. Respirou  então  se vendo nervoso até que Carlos Manuel  apareceu  diante dele. O jovem rapaz  também não parecia muito calmo.  Tinha as pupilas  dos olhos um pouco dilatadas e o verde  cristalinos brilhantes demais. Victoriano reparou no seu olhar a semelhança instigante com o dele, e desviou seus próprios olhos dizendo. 

—Victoriano: Vamos  acabar  logo com tudo isso, hum. 

Carlos Manuel nada disse,  não queria dirigir a palavra  a ele. Victoriano  era um homem amargo. Estava se convencendo disso. Queria mesmo não o ver mais depois daquilo, apenas se lamentando que com isso não veria Inês.  Mas também  sua presença na vida dela causava instabilidade  no seu quadro emocional,  assim, seria preferível  não vê-la  mais também  depois daquele  exame. O tão almejado negativo resolveria todos os problemas e de todos envolvidos. 

Caminharam juntos até a recepção  e foram logo atendidos. Uma hora depois às  amostras de sangue haviam sido colhidas e devidamente registradas.

Na fazenda.  Inês  não havia  deixado ainda a casa. Se vestiu  com as roupas que tinha  no closet e desceu  para tomar o café com suas filhas.

As encontrou na mesa junto de Bernarda.  Não se surpreendeu por ter sido deixada no quarto repousando até àquele momento, recordou que elas também tinham a mesma opinião que Victoriano tinha. Assim para elas, estava enlouquecendo também.

Pensar que tinha  feito amor  com o pai delas apesar de tudo. Quis apagar da mente as sensações  e a entrega. Mas sabia que não poderia, e sabia mais ainda que estava ainda sujeita a repeti-la. Seguiam bons na cama, o problema  estava fora dela.

—Inês: Bom dia.

Em uníssono ela teve respostas de todas à mesa. Puxou a cadeira, enquanto tinha olhares de suas filhas sob si. Olhares  que não suportava  mais  vê-lo quando sua condição  não era  a que pensavam. 

Assim então  ela disse, arrumando o guardanapo  no colo.

—Inês: Parem de me olhar como se eu fosse morrer, ou simplesmente  enlouquecer como pensam. Estou ótima!

Começou  então se servir  de chá. Ouviu então por um longo minuto, apenas o silêncio das filhas e barulhos de talheres.  Até que Cassandra  disse.

—Cassandra: Quando o papai te trouxe da clínica, não podia nem abrir os olhos direito, mamãe. Nos preocupamos.

Inês ouviu as outras duas de suas filhas concordarem com Cassandra.  Ela então suspirou, agora buscando  um pão  já cortado  e disse.

—Inês: Sim, isso acontece  quando se está com tranquilizantes no corpo, filha. Mas depois fiquei bem, tão bem que seu pai e eu terminamos fazendo amor como que se não tivéssemos tantos problemas para resolver. O que é  vergonhoso e irônico... Então estou ótima.

—Constância: Credo, mamãe.

Diana sorriu com a confissão da mãe. Ela e Cassandra ficando iguais, enquanto Bernarda teve um rosto pálido e Constância com o dela de um tom rosado. Assim então Diana disse, por seus cálculos pensar que já tinha os pais juntos por duas noites seguidas. Para um casal apaixonado aquilo só significava uma coisa.

—Diana: Isso significa que irá voltar para casa, não é mamãe? Vocês dois não conseguem viver longe um do outro.

Bernarda se atentou na conversa, Inês a olhou de canto antes de responder Diana.

—Inês: Para a alegria de apenas uma pessoa à mesa. Não. Não voltarei  filha.

Constância que estava próxima à Bernarda, buscou a mão da senhora e disse, sabendo que aquele comentário era direcionado a ela.

—Constância: Nossa vó Bernarda está nos ajudando com sua ausência, mamãe. Ela também ficou preocupada. 

Inês olhou  o gesto e deixou  a faca que passava  manteiga  no pão, bem ao lado de sua caneca de chá, e disse em tom de ironia. 

—Inês: Que comovente. 

Ela bebeu do seu chá. Enquanto  ouviu  Cassandra  chama-la baixo em um tom repreensão.  Cassandra  sempre ali buscando apaziguar  tudo.

Bernarda que por fim se manifestou, disse.

—Bernarda: Deixe ela meninas. Não é  novidade que a mãe de vocês não lida bem com minha presença na casa.

Inês  a ignorou  como gostava de fazer, dizendo.

—Inês: Adelaide dormiu na casa? Lembro  de ter visto ela . Preciso  conversar  com ela.

Diana assentiu dizendo.

—Diana: Dormiu sim, mas foi à feira.

Inês  respirou  descontente.

—Inês: Ela não deveria mais fazer isso. Ir à feira ou a qualquer  lugar que precisamos, temos outras meninas para isso.

Cassandra concordando  com a mãe, disse.

—Cassandra: Ela que é  teimosa, mamãe.  Sabe como ela é.

Inês  assentiu com a cabeça.

—Inês: Sim, eu sei.

E Constância  que não se aguentou  mais, quis iniciar a conversa  que ela desejava desde da noite passada.

—Constância: Bom, por que não falamos do que de fato interessa? Que é o fato de que teve uma crise por conta de um desconhecido, mamãe?

Houve um silêncio  na mesa novamente. Inês suspirou, sabia que teria que conversar  com todas suas filhas e também  ter uma conversa  com Carlos Manuel  já que sempre que estava  diante da verdade de suas origens, se desequilibrava  o suficiente  para não conseguir  verbalizar  nada. E teriam tanto o que falar. Agora, poderia começar por partes.  Primeiro  com suas filhas ali, e principalmente  com a  que a questionava.  Assim então ela disse.

—Inês: Gostaria de falar sobre isso sim. Mas com você especialmente, filha, sinto que deve ser em particular.

Constância bufou com o tom de seriedade  da mãe.  Pensava que a ter sana na mesa deixasse  de lado a ideia que Carlos Manuel  era o infeliz  irmão que ela desejava  longe. Mas não,  ela seguia com a mesma  ideia apesar  de tudo. Assim então Constância  tacou o guardanapo na mesa, dizendo.

—Constância: Que droga, mamãe, meu médico não é seu Fernando! Para isso não precisamos de uma conversa particular!

Inês  respirou  fundo para não se alterar também  e a respondeu. 

—Inês: Precisamos sim dela, filha. Precisamos  conversar.

Bernarda  que viu Constância  toda vermelha  querendo  chorar, olhou  Inês  e disse.

—Bernarda: É melhor não forçar Constância a ter essa conversa, Inês.  É incrível  como segue só pensando em suas necessidades. 

Bernarda gesticulou com as mãos como que se demonstrasse o absurdo do pedido que Inês fazia. Inês não se aguentou, se levantou, segurando com força o guardanapo em mãos, ficou vermelha sabendo que não precisava de muito para se sentir furiosa com a querida madrasta de seu marido, e consequentemente com ele que a mantinha ali mesmo sabendo de seu desagrado. Mas sabia também que ela tinha o poder de mudar aquilo se quisesse. Assim então rebateu as palavras da senhora.

—Inês: Você não se meta nisso, Bernarda! São minhas filhas, minha família e minha casa! Se está aqui é porque ainda não exigi ao Victoriano sua saída! Sei que se coloco minha condição de volta em cima da sua saída, não ficaria um segundo mais aqui!

Ela deu um sorrisinho de vitória no final. Bernarda ficou vermelha, e se levantou também cheia de raiva. Queria tanto estar só com Inês e berrar todos seus ressentimentos contra ela. Mas não podia, assim apenas deixou a mesa. Inês voltou a sentar diante do olhar da filhas e voltou a comer.

Depois do café levemente conturbado, Inês não quis deixar a fazenda enquanto Victoriano não chegasse e ela pessoalmente certificasse com ele que tudo havia dado certo. Viu então Diana ir para empresa, Constância sair para qualquer lugar que ela sabia que não era a escola, e Cassandra ficando para fazer companhia a ela.

Na sala ela se serviu de um pouco de bebida. Era manhã ainda mas estava nervosa demais para não relaxar. Victoriano tinha ido com o filho deles fazer o exame tão esperado. O resultado dele mudaria tudo ali e entre eles. Não tinha como ficar calma. Botou meio copo da bebida mais forte de Victoriano e bebericava ela, na companhia de sua filha.

A olhou sentada no sofá, enquanto ela andava de um lado ao outro. Assim então, ela parando disse, com um sorriso.

—Inês: Daria tudo para que Constância tivesse nascido tão calma e compreensiva como você é minha filha. Sempre foi a que menos nos deu trabalho.

Ela se sentou ao lado de Cassandra e tocou seus cabelos cumpridos. Cassandra que deitou a cabeça no peito da mãe, sentindo abraçá-la com um braço, disse.

—Cassandra: Acho que tenho mais da senhora, enquanto Constância e Diana puxaram ao papai.

Inês suspirou concordando ainda que Diana não tivesse o sangue do mesmo pai das duas que Cassandra achava ter. 

—Inês: É verdade, querida. Acredito também que seu irmão pode ser igual.

Cassandra se afastou devagar, viu Inês beber um pouco mais, então ela disse de um jeito manso.

—Cassandra: Acha mesmo que esse exame que Diana fará com Carlos Manuel revelará que ele é nosso irmão?

Inês bebeu mais, não podia dizer que o exame já estava sendo feito e não seria com Diana. Por isso precisaria mentir até que sua mentira e de Victoriano sobressaísse com a verdade.

—Inês: Acho sim. Ele é seu irmão mais velho. Eu não tenho dúvidas disso.

Cassandra sorriu e depois a abraçou firme, surpreendendo-a.

—Cassandra: Eu espero que seja mesmo. Fernando voltando para casa encerrará todo e qualquer sofrimento que já tivemos.

Inês deixou o copo na mesa, e a abraçou de volta com os dois braços. E então disse.

—Inês: Me perdoe por isso. Por tudo que viu.

Cassandra suspirou.

—Cassandra: Não foi sua culpa, nem do papai. Perderam um filho.

Inês a beijou na cabeça e sentiu uma lágrima correr.

Cassandra  precisou  ir trabalhar.  Inês ficou só, ou se iludiu  que estava.  Bernarda estava  em algum canto da casa como um encosto. Ela tinha certeza  disso.

Então depois de tanto pensar só, e não ver Victoriano  aparecer teve a ideia de revisitar o sótão que guardava tudo que um dia pertenceu a Fernando ainda bebê. Lembrou que naquele  lugar havia álbuns  de fotos com ele bebê. E precisaria  de algumas fotos .

Subiu  então a escadas,  depois entrou no quarto que dormia com Victoriano e seguida se esforçou para lembrar onde estava  a chave do lugar  que queria ir. Vasculhou  gavetas e sua penteadeira,  até que achou.

Quando  abriu  o sótão  foi golpeada  por lembranças  mais tristes  do que felizes.  Reparou  que estava  tudo igual  desde da última vez que entrou ali e bagunçou  tudo. Talvez  fosse melhor esvaziar  aquele  lugar.  Ele já não servia para nada  e estava  feliz por sentir o desapego com tudo que acumulou  ali.

Entrou  então  com cuidado para não se machucar  com madeiras do móvel  que estava  fora do lugar, depois começou vasculhar  uma cômoda.  Achou então dois álbuns  de seu interesse. O abraçou  contra o peito e saiu dali.

Mostraria  algumas daquelas  fotos ao Carlos Manuel. Seria impossível  o mesmo não se reconhecer  mesmo ainda bebê naquelas fotos. Agora ela sabia que poderia reconhecer, faltava ele e também  Victoriano  mas com ele uma simples foto não resolveria . Já estava convencida.

Entrou  no quarto dela com Victoriano  outra  vez. Deixou o álbum no sofá e sentou . Abriu um deles  começando  a folhear , até que Victoriano  apareceu  a surpreendendo ainda na casa e com àquelas  fotos nas mãos.

—Victoriano: Não sabia que ainda estava  aqui. Se eu soubesse  teria vindo mais rápido.

Ela ergueu a cabeça e o mirou.  Analisou a expressão dele notando  algo errado  nos detalhes.  Ele tinha os olhos vermelhos, os cabelos um tanto revoltos como se tivesse  passado a mão, a camisa aberta  em três botões. Notou então  duas coisas,  uma que ele havia chorado e outra era que havia bebido antes de voltar para casa.

Como previa  ele não tinha deixado  a bebida como gostaria que ele tivesse  feito  desde que ela havia deixado  Constância  bêbada em casa.

Assim então  ela disse.

—Inês: Não deveria ter bebido e dirigido Victoriano.

Ela deixou o álbum  ao lado dela pronta  para levantar e acolhe-lo. Em troca Victoriano  foi de encontro  dela, e fez do joelho e pernas dela, seu colo, deitando a cabeça  ali enquanto  ele sentava  no chão. 

—Victoriano: Eu estou com medo Inês. Medo desse resultado.  Eu não saberei lidar, não saberei lidar se esse rapaz for realmente  nosso filho. 

Inês alisou  a cabeça  dele . Ficando em silêncio. Se tinha aprendido  em tantos anos de terapias e acompanhamentos, era que precisava  ouvir primeiro quem necessitava  falar. E naquele  momento  viu Victoriano  se rasgando  mais uma vez.

—Victoriano: Eu não saberei ser pai dele. O desconheço Inês.  Desconheço  esse Carlos Manuel.  Eu conheço  Fernando. O conheci. Ele não pode ser meu filho. 

Ele chorou  e Inês  não sentiu  a necessidade  de corrigi-lo nem de impor sua verdade.  Victoriano  precisaria passar por aquele processo  de aceitação e seria preferível  que ela fosse mesmo antes de uma certeza eminente. 

Quase duas semanas havia se passado. Os dias se alastrando  como em passos de tartarugas. Inês  seguia no apartamento,  manteve  uma distância  de Carlos Manuel, apesar de estar desesperada  para vê-lo e passar algumas horas com ele, havia sido aconselhada por sua nova terapeuta  que independentemente  do resultado  que esperavam  não deveriam sufocar o jovem rapaz que tinha a ideia de ir embora por exatamente  se sentir assim. Sufocado.  Carlos Manuel  teve outra vida, outra família.  Inês  estava caindo em si que ter o afeto de seu filho como gostaria, custaria  tempo e paciência.

Constância  também  erra outro problema  a ser pensado e saber lidar  . Como sempre a relação  das duas era como pisar em ovos, ainda mais naquele  momento  que viviam  quando  ela via a chegada de Carlos Manuel  à  família  como ameaça.  Diana e Cassandra  seguiam pendente  à família  e a espera do resultado  do DNA mas seguiam também  suas vidas. Diana voltando a se relacionar  com  Alejandro  e Cassandra  mantendo  seu relacionamento calmo e amoroso  com seu colega de trabalho.

Inês já não procurava Loreto como antes mas naquela tarde  havia aceitado  seu convite  para almoçar.  Aceitou  porque queria ter uma conversa  franca com o mesmo. Depois que já não estava desesperada  como antes esteve, sem apoio de Victoriano, podia ver os sinais de alertas da boa vontade de Loreto  que tanto seu amor alertava.  Que falando  em amor. Inês seguia gostando daquela condição qual viviam.  Separados  naquele tempo mas não tão separados assim. Faziam amor  todas vezes que se viam, brigavam menos e conseguiam conversar de temas importantes  como o fato de que a possibilidade  de Fernando  voltar para eles ser real.

Era manhã quando Inês acordou  sendo beijada e despida  ao mesmo tempo. Victoriano  havia dormido  com ela mais  uma vez. Mas já tinha que ir. Ele para empresa  e ela para ONG que agora havia se tornado  uma voluntária aceitando os termos da diretora.  Gostava  de ir e esquecer  entre os que mais precisavam de proteção  e ajuda, seus problemas  conjugais e familiares.  Fazia um bem que a deixavq bem. Esse era seu maior pago. 

Ela gemeu sentindo a língua  de Victoriano  deslizando em sua intimidade.  Estava nua e aberta para ele, segurou assim em seus cabelos  grisalhos, e rebolou incitando-o a continuar. Victoriano começou mover sua língua  em círculos freneticamente enquanto a ouvia  gemer mais. E seguiu  até que ela tremeu e gritou  gozando.  Ele vestia apenas uma cueca boxer, quando  apareceu cobrindo o corpo dela com o dele. A beijou em um beijo lento. E ofegante, depois do beijo a olhou  e pediu.

—Victoriano: Volta para nossa casa, morenita.  Te quero  em nossa cama, em nosso lar.

Ele beijou  um lado do pescoço  dela, desceu o beijo para o ombro, foi dando beijos e Inês fechou os olhos. Ele sempre fazia aquele  pedido  quando a fazia gozar, e ela sempre  tinha a mesma  resposta.

—Inês: Não, querido.  Não é  a hora.

Victoriano  parou e a olhou nos olhos.  Respirou  fundo porque sempre se sentia nervoso  com o não dela apesar de estarem se dando melhor. Apesar de estarem fazendo amor como que se não existisse ainda aquela  separação  imposta por ela.  Assim então,  ele levou a mão  abaixo na cueca, sem deixar de olhá-la e disse.

—Victoriano: Ás vezes não entendo o porque segue com esse  calvário.  Estamos bem. Estamos melhores. 

Ele não esperou resposta  dela, foi deslizando  com sua ereção  para dentro dela. Inês abriu a boca em um gemido baixo.  Agarrou  o travesseiro  atrás de sua cabeça e empinou  os peitos  arqueando-se de prazer. 

Ele começou a se mover e para perdição  de Inês, sua resposta foi apenas um pedido  que visava seu prazer. 

—Inês: Oh, não pare.

Victoriano  a olhou fechar os olhos e sabia que não teria dela mais nada que fosse pedidos como aqueles  e gemidos  que o tirariam a sensatez . Então  seguiu como ela pediu. A olhando  entrava  e saia de seu corpo  excitante, até vê-la  revirar os olhos em um gozo e tremer todo  seu corpo abaixo  do seu. Quando  viu  ele retirou  sua ereção. Ela notou  mas não se doeu mais.  Não  ligava mais  e não sofria  mais. Depois  de conversarem sobre o exame  realizado, havia ficado claro  que Victoriano  seguia não querendo mais   filhos. E ela? Havia se convencido  que um bebê naquele  momento não seria  bom.

Assim o viu se masturbar para gozar fora dela.  Ela então  ergueu  o corpo  se apoiando  pelo  cotovelo  para olhá-lo.  E depois que viu  que ele gozaria, não resistiu e foi beijá-lo  bem na fonte de seu prazer.

Momentos  depois estavam  deitados no silêncio do quarto. Inês sabia que tinha que levantar , Victoriano  o mesmo  mas era aquela despedida  que incomodavam, principalmente  a ele.

—Victoriano: Hoje tenho médico.  Depois dele podemos ir almoçar  juntos, morenita.

Ela deitada com a cabeça no peito dele, negou mentalmente  pois sabia quando dissesse o motivo acabaria aquela paz. Assim então  ela  perguntou. 

—Inês: Vai ao médico? O que tem?

Ela buscou olhá-lo com um olhar preocupado.  Até que ele sorriu  e disse.

—Victoriano: Ainda não realizei  o exame  que demonstra que não posso mais gerar filhos. Preciso  fazer para que paremos com isso. 

—Inês: Ah.

Ela respondeu  apenas assim. Evitando  relembrar  a vasectomia  dele a escondida e seus motivos  que tanto a machucou.  Verbalizar  seus pensamentos  poderiam reacender ressentimentos  que ela não queria despertar, e nem  gastar mais suas energias quando existia  coisas mais importantes  que deveriam  se preocupar  como os filhos que tinham.

Ele ainda assim suspirou  sabendo que esse Ah poderia ser muita coisa contida. Mas assim desejava  também  não aprofundar  o tema já que o lado dele era o mais sujo  dos dois. Assim, ele disse.

—Victoriano: E o almoço.  Posso te pegar?

Inês sentiu que era hora de sair da  cama quando  disse.

—Inês:  Não posso tenho um outro almoço  para ir, Victoriano. 

Ela se sentou ainda nua, procurou  sua camisola pelo chão e quando a encontrou  se sentiu  tonta. Levou s mão  na testa e fechou  os olhos. 

Percebia que estava sentindo-se zonza  todas as amanhãs naquela  semana e na anterior, mas temia dar  atenção  àquilo por não desejar descobrir  uma doença  grave no meio  de todo furacão que estava vivendo e tentando administrar  tudo.

—Victoriano: Que tipo de almoço  é  esse morenita  que não pode adiar?

A voz de Victoriano  trouxe  a ela forças pra fingir  que o quarto não estava  rodando.

O olhou  e o viu de pé também  e se vestindo.

Ela voltou a sentar na cama para que ele não  percebesse seu estado  e disse.

—Inês: Marquei um almoço  com Loreto.  E antes  que proteste, eu preciso encerrar esse ciclo  com ele, Victoriano.

Victoriano  riu sem vontade, vendo  ela ainda sentada passando  a camisola pela cabeça. 

—Victoriano: Eu não gosto disso Inês. Disse que já não via ele como antes. Agora vai almoçar  com ele? Loreto  é  um infeliz que ter quer e já cansei de te avisar.

Inês  suspirou.  O que tinha era um tanto de peso na consciência  quando julgava que tinha usado Loreto quando não teve Victoriano  ao seu lado.  E agora que tinha Victoriano  ao seu lado e a verdade  já em suas mãos, não precisava  dele.  Iria como que descartá-lo e queria fazer aquilo  realmente uma maneira  gentil e sem deixar espaços  para chances como àquela  que Victoriano  dizia. 

—Inês: Loreto me ouviu e se propôs a me ajudar todas as vezes  que necessitei. Ele merece  meu respeito, Victoriano. 

Victoriano  vestiu a calça com raiva. Não via daquela  forma Loreto  nem que ele merecia qualquer  tipo de respeito mesmo  ao ter passado  mais de 20 anos quando o surpreendeu  preste  a estuprar  a mulher que agora era mãe de seus filhos.  E Inês tinha sempre a capacidade  de esquecer  tal ato. Não era só apenas ciúmes  era ele mas muito  mais que isso .

—Victoriano: Faça  o favor que esse almoço seja realmente  em um restaurante,  que possam ser vistos. E não vou  mais falar disso, senão  brigaremos pois sabe o que penso, Inês. 

Ele deu a volta. Já vestido.  Vestia a roupa da noite e pensava em ir pra casa ainda pegar ao menos uma de suas filhas em casa, abraçá-la, tomar banho e depois ir aos seus compromissos  do dia.

Inês o olhou  e quis despi-lo novamente.  Vinha percebendo  também  que sua libido  estava aumentando cada vez mais. Acreditava  que àquilo  era o efeito de não viver mais à  base de remédios.  Agora acreditava  que já havia sido fria muitas vezes por efeito  deles.

Ela segurou  ao lado, os lençóis da cama  e apertou as pernas.  A pouco, sabia que se batesse um vento  nela seria capaz de cair ao chão, e agora estava ali desejando algo rápido  e intenso na despedida  deles.

Victoriano  percebeu  que o olhar dela tinha um brilho  de desejo enquanto  percorria  lentamente o corpo  dele . Assim então  ele alertou  falando.

—Victoriano: Inês, senão parar de me olhar assim, eu não sairei hoje  daqui.

Ela levou as mãos nas coxas. Pegou no pano  delicado e fino e começou  a subir  ele.

—Inês: Meu amor,  eu...

O meu amor poderia sair em tom romântico  se ela não tivesse  se arrastado ao meio  da cama, enquanto  subia a camisola.

Victoriano  não pensou duas  vezes, quando  começou abrir seu cinto da calça para  em seguida ir ao encontro  dela.


 


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