Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 29
Capítulo 29




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Espero que gostem!!

 

 

Constância quando já deixava o quarto de Cassandra, escutou a voz dos pais e parou no meio do corredor voltando alguns passos pra trás, e se encostando na parede para não ser vista por eles.

Victoriano andava atrás de Inês, mas a abraçando pelas costas. Eles riam e falavam besteiras, enquanto faziam o caminho para o quarto deles.

E assim, Victoriano disse, louco de tesão quando Inês no meio do caminho disse o que queria.

— Victoriano: Me deixa fora de mim quando me pede para fazer isso.

Ele riu e mordiscou a orelha dela e Inês parou, para dizer.

— Inês: Sei o quanto gosta e eu também quando faz .

Ela se virou para abraça-lo pelo pescoço e o beijou no meio do corredor, Constância botou a cabeça para olha-los e viu a mão de Victoriano descer e repousar sobre a bunda de Inês. Ela fez cara feia e voltou como estava fechando os olhos e ouviu, Victoriano dizer.

— Victoriano: Se prepara que essa noite será longa, Morenita.

Inês sorriu ansiosa e se virou dando as costas para voltar andar. E então Constância ouviu um som de tapa e em seguida Victoriano rindo, por ter dado uma palmada no bumbum de Inês, e ela então levou a mão boca para não rir de nervoso e depois ouviu a porta do quarto dos pais bater, dando sinal que eles já estavam dentro dele. E assim ao invés de ir para o quarto dela como ia, Constância refez o caminho e voltou para o quarto de Cassandra.

Diana já ia deixar o quarto quando deu de cara com Constância de rosto corado, e então ela só deu espaço para ela passar e disse.

— Diana : Por que seu rosto está vermelho como pimentão?

E Cassandra que já arrumava a cama para se deitar, olhou a irmã mais nova também a espera da resposta. E Constância entrou mais no quarto e disse de mãos no rosto.

— Constância: Ai acabei de escutar nossos pais, ele, ela ai estou horrorizada, papai bateu na bunda dela.

Constância disse rápido entregando as saliência dos pais que não deixavam tão evidente cenas como aquelas nem conversas para elas ouvirem ou verem. E Diana riu e Cassandra também. E então Cassandra disse primeiro.

— Cassandra: Ai Conny isso é normal. Casais que se amam fazem coisas.

E Diana completou rindo de lado.

— Diana: E os que não se amam também.

Dando de ombro já se recuperando das imagens que haviam passado na sua mente do que seus pais estavam preste a fazer, Constância disse, por saber que o termo coisas, era sexo.

— Constância: E vocês já fizeram essas coisas?

Diana e Cassandra se olharam. Ambas ainda eram virgens, mas sabiam o que qualquer mulher da idade delas já sabiam sobre  sexo e a primeira vez de uma mulher. E assim Diana disse, como irmã mais velha, alisando um abraço de Constância.

— Diana: Eu ainda não e que eu saiba Cassandra também não. Mas isso é totalmente normal e quando quiser estar com alguém desse jeito, fale com nossa mãe antes para ela te aconselhar e levá-la ao ginecologista antes. Ela disse isso a nós quando tínhamos a sua idade. Não faça nada escondido, hum.

Constância arregalou os olhos, não se via falando daquele assunto com Inês muito menos fazendo sexo. Só em pensar ela sentia vergonha, e então ela disse.

— Constância: Ai que nojo eu não quero fazer nada, podem ficar tranquilas.

Cassandra e Diana se olharam rindo das palavras de Constância, pois sabiam que em algum momento aquele pensamento dela iria mudar.

E momentos depois no quarto de Inês e Victoriano.

No banheiro, Inês estava nua e Victoriano só de roupão enquanto, a banheira deles enchia. Sentada na beirada do mármore da banheira, Inês apoiava as mãos para trás do corpo enquanto tinha as pernas dobradas e arreganhadas. Victoriano estava sentado na frente dela em um banquinho almofado e com estampas claras que acompanhava a decoração de dourado e branco do bonito banheiro. A banheira redonda e branca, era cercada de um mármore que se podia ver o reflexo nele. E como estava, Victoriano terminava de fazer a depilação íntima de Inês. Ele suspirou de puro tesão quando viu seu trabalho já feito. Inês estava lisa entre as pernas e como veio a mundo, e ele que tinha deixado ela assim. Gostava tanto de depila-la ainda que não fizesse aquilo sempre quanto desejava, já que Inês não suportava a dor de qualquer forma de depilação que não fosse aquela, que era com uma gilete comum, um creme depilatório e o cuidado para ela não sair machucada no final o que ele tinha quando ela permitia que ele fizesse aquilo nela quando não era ela mesma que fazia.

E assim, ele se levantou desligou a torneira da banheira que já estava cheia, e em seguida pegou a gilete, o creme e um potinho com água e levou para o balcão da pia. E ele olhou Inês pelo reflexo do espelho. Ela arfava, tinha o rosto todo corado e os cabelos todo preso com uma presilha neles. Ele sabia que ela estava com tanto tesão quanto ele, e ela ter pedido para ele depilá-la antes de fazerem amor outra vez, só tinha despertado mais desejo em ambos.

E ele a viu fechar as pernas, apertando elas e soltar um gemido baixinho. Inês estava tão excitada com os toques dele na vagina dela, como ele esteve todo o tempo que a depilou com cuidado e ao mesmo tempo com toques para provocá-la. O que a fazia permitir que ele fizesse algo tão íntimo com ela, como era depilá-la apenas por ele fazer daquele momento algo também sexual.

Ela sabia que ele tinha tesão naquilo, tinha desejo e por isso quando tinha segundas intenções como aquela noite, ela mesmo pedia a ele. E assim Victoriano a ouviu dizer.

— Inês: Volta aqui, meu amor. Estou queimando de desejo.

Victoriano então se virou para ela. Ele tinha uma enorme ereção entre as pernas e quando ele virou, Inês viu apontando atrás do roupão de banho dele e lambeu levemente os lábios. Ela sentia escorrer entre as pernas dela todo desejo que estava sentindo. E ele a mirando com os olhos de um predador, abriu seu roupão e disse, rouco de desejo.

— Victoriano: Deixe que eu entre na banheira primeiro e depois você entra, hum.

Inês assentiu rápido com a cabeça. Deixava ele daquela forma, mandar nela, deixando ele fazer tudo que ela sabia que lhe daria prazer, sem ao menos questionar.

E então logo depois, Victoriano estava entrando nu na banheira. Inês ficou de pé fora dela só esperando o segundo passo do que iam fazer, e não precisou ele falar, só com ele mirando a vagina dela e se aproximando para beira da banheira ela entendeu. E então ela de olhos fechados começou sentir os beijos que Victoriano depois de puxá-la mais pra perto, dava na vagina dela. Ela agarrou os cabelos dele e levantou apenas uma perna para ficar em cima do mármore da banheira e dessa forma ela ficar aberta para ele.

Victoriano riu de cara contra a vagina dela, e antes dele lhe chupar o clítoris a olhou e abocanhou, sugando. Inês abriu a boca e puxou mais forte os cabelos dele. E com ele agora de olhos fechados não deixando de sugá-la um segundo, a penetrou com dois dedos enquanto a outra mão ele deixou ainda na cintura dela. Indo e vindo com os dedos em seu canal e boca e língua em seu clitóris, ele começou ouvir os gemidos de Inês aumentar, o corpo dela também descontrolar e depois ele sentiu seus dedos bem empapados, serem sugado com ela contraindo, gozando e tremendo todo o corpo.

E momentos depois Inês estava dentro da banheira, cavalgava em Victoriano tão forte e tão rápida que a água deixava a banheira. Ela gemia alto e ele a acompanhava com gemidos mais roucos e palavras que ela mal entendia, mas que a incentivava a não parar.

E alguns orgasmos depois, estavam só dentro banheira. E Inês sentada de costa para Victoriano soltou um suspirou. Parte da água com espuma cobria o corpo dela enquanto Victoriano por trás dela era coberto com o dela.

E depois de seu suspiro ela disse relaxada.

— Inês: É bem tarde, mas queria ainda ficar aqui.

Victoriano sorriu, beijou um ombro dela e brincou tão relaxado como ela.

— Víctoriano :Vamos ficar aqui até nossos dedos enrugarem.

Ele riu e Inês também. E então ela buscou a mão dele, olhou as pontas dos dedos dele e comparou com os dela. Ambos os dedos já estavam enrugados da água. E então ela disse, rindo. 

— Inês: Temo que já está na hora de sairmos, porque já temos eles dessa forma.

Ela então virou o rosto para olhá-lo e deu um beijinho nele e voltou a falar.

— Inês: Não canso de dizer que quando faz amor comigo, me faz sentir tão viva, Victoriano. É como que quando estou nos seus braços deixo de ser eu.

Victoriano deu um sorriso, tocou em um lado do rosto dela e disse o que pensava.

— Victoriano: Essa mulher que faz amor comigo, é você Inês. Não tem como deixar de ser você mesma.

Inês ficou em silêncio por alguns segundos, até que se virou para ele, arrumou as pernas para montá-lo e ele lhe agarrou na cintura por debaixo da água. E então ela disse.

— Inês: Deixei de ser eu por bastante tempo e queria parar de fazer isso, Victoriano.

Ela deitou a cabeça em um lado do ombro dele, fazendo seus seios colarem contra o peito dele e Victoriano pensou nas palavras dela. O que despertou os transtornos emocionais de Inês, foi o sequestro de Fernando. Se o tivessem, se nada tivesse acontecido, talvez a teria sana mesmo sabendo que, aquela gene de transtornos mentais, pairava na geração dela. Ela não tinha culpa de estar como estava, o mal que fizeram a eles foi o que tinha causado tantas coisas nela. Os sequestradores tinham culpa, e que até então não tinham sido encontrados nem quem mandou sequestrar Fernando, tão pouco a criança que já era um homem.

E então ele a abraçou forte e disse.

— Victoriano: Vai conseguir, Inês. Você vai conseguir voltar a ser quem foi quando casamos, e quando menos esperar não precisará de remédios algum porque estará bem.

Inês sorriu, sentindo ele acariciar as costas dela e então ela beijou o peito dele e depois disse, o mirando nos olhos.

— Inês: Essa noite dormirei muito bem.

Logo ela bocejou e Victoriano riu a olhando e disse.

— Victoriano: Venha, vamos sair dessa água, hum.

Momentos depois estavam deitados e agarrados na cama. Victoriano abraçava Inês e ela de olhos fechados e corpo leve, mas exausto, tentava dormir sem seus remédios.

Mas em sua tentativa durante a noite, passou uma hora, duas e mais horas, até que o despertador soou ao lado de Victoriano e Inês que estava de olhos abertos os fechou. Ela havia passado a noite em claro e como Victoriano no meio da noite deixou o corpo dela, não o deixou perceber a inquietude que ela teve toda a noite na tentativa frustrada de dormir.

E assim, ele então beijou os cabelos morenos dela e sussurrou.

— Victoriano: Bom dia, morenita.

Ela abriu os olhos novamente, torcendo para que neles não tivessem olheiras para Victoriano não perceber que ela tinha passado a noite em claro e se virou para ele.

Ele tinha ido dormir sem camisa e apenas com um calção sem nada por baixo, e então primeiro ela mirou o peito nu dele e depois o rosto. E de seus lábios quase saiu um gemido, mas um que ela sabia que vinha antes de uma crise de choro. Inês queria tanto ser quem um dia foi, ou se foi uma mulher saudável, já que tinha aquela genes em sua família de transtorno psicológicos. Que em silêncio, Victoriano a olhando percebeu que não tinha ali em sua frente a Inês que foram dormir abraçados. A conhecia tão bem, que era quase impossível que ela conseguisse esconder algo dele. E então ele tocando em um lado dos cabelos dela, disse.

— Víctoriano: O que foi, hum?

Inês piscou os olhos e respondeu rápido.

— Inês: Nada, meu amor.

Victoriano ficou a olhando, sem ter certeza se confiava na resposta dela. Até que ela pediu.

— Inês: Me beije.

Inês não esperou que ele fizesse, que levando a mão por trás do pescoço dele, ela buscou os lábios dele e o beijou.

Ainda o beijando, ela desceu a mão que passou pelo peito dele e entrou dentro de seu calção de dormir, e ela encontrou entre seus dedos o membro dele rígido e quente. E então ela desceu e subiu a mão o beijando e ele arfou.

Estava querendo ele de novo. Não porque a noite não foi o suficiente e nem porquê, sua carne já queimava de desejo em sentir a ereção matinal dele, mesmo sabendo que em alguns segundos ela estaria queimando de desejo e de novo se sentiria viva nos braços dele. E porquê para ela, era melhor gemer de prazer no braços dele, do que desabar e chorar como teve vontade.

E assim os lábios dela deixou os de Victoriano, e a mão dela também saiu do membro dele, que rápido, ela levou para baixo de sua camisola e desceu a calcinha tão rápido como Victoriano por ver que ela queria fazer amor, fazia com seu calção para ficar nu.

Fazer amor com ela pela manhã, pra ele, sempre seria uma ótima maneira de começar o dia.

E então já nu, Victoriano subiu a camisola de Inês. Ele tirou com pressa e sua boca desceu em um seio dela, enquanto sua mão direita encontrou a intimidade dela.

Com os dedos, ele começou estimulá-la enquanto ele chupava o seio dela. E Inês de olhos fechados, gemeu.

— Inês: Oh, meu amor.

Ela apertou os braços dele com as mãos e Victoriano, guiou a ereção dele para dentro dela. Ele a penetrou devagar e quando esteve todo dentro dela, depois de abrir os olhos que foram fechados para desfrutar do intenso prazer, ele por fim disse algo.

— Victoriano: Faz de minhas manhãs melhores quando fazemos amor, Inês.

Ela nada o respondeu. Por baixo dele, ela apenas se moveu com ele e as pélvis começaram se encontrar em uma lentidão e depois rápido e com a mesma intensidade até se saciarem.

Terminando a manhã. Inês estava na fazenda sem as filhas e sem Victoriano, mas havia recebido um telefonema dele que estava na empresa, para avisá-la que no dia seguinte, Bernarda estaria de visita a fazenda.

E assim, na cozinha, Adelaide amassando massas de pães, com Inês com ela. Por estarem conversando sobre a visita de Bernarda, ela disse, olhando Inês.

— Adelaide: Aquela mulher nunca superou seu casamento com Victoriano, menina. E por isso, entra ano e sai ano sempre quando ela vier, ela vai te provocar.

Inês tinha sentado na mesa. O que ela acabava de ouvir, era um fato que ela já sabia lidar. Não era mais a mocinha ingênua que havia se casado com Victoriano, nem mesmo a que chorava pelos cantos por pensar que não poderia dar um filho homem a ele e que Bernarda usava isso contra ela. Usou mais do que o fato que ela tinha perdido a razão com o sequestro de Fernando. Que ainda que ela e Bernarda, não era intimas, Inês sabia reconhecer que ela seguia em silêncio com tudo que houve, mesmo que temia as vezes por ver que suas filhas a amava como se fosse realmente avós delas. O que Inês temia que em algum momento, Bernarda soltasse pra suas três filhas que ela esteve internada em um manicômio e mais que isso, que contasse sobre Fernando, que dentro das três ela sabia que a verdade atingiria em cheio apenas duas de suas filhas.

E então, ela respondeu Adelaide.

— Inês: Sabe que não sou a mesma Inês de antes e que Bernarda não pode fazer nada contra mim, já que o que ela tem que poderia me atingir, feriria minhas filhas. E eu sei que se ela diz a verdade, Victoriano, não a perdoaria.

Adelaide parou com as mãos na massa, suspirou e depois disse, preocupada.

— Adelaide: Sim eu sei, mas sei também que essa mulher te deixa facilmente nervosa, Inês. Anda tão bem esses dias, não queria que tivesse uma recaída, menina.

Inês deu um riso fraco. Não andava tão bem assim, já que quando pensou que poderia dormir sem alguns de seus remédios, não havia pregado os olhos. Mas não querendo a pena de Adelaide, ela só voltou mirar ela amassar as massas dos pães, que logo iriam ao forno a lenha. Os mover das mãos da senhora na massa, fazia Inês recordar da mãe dela quando fazia também pães caseiros como aqueles, e a havia ensinado a fazer como ela.

E então deixando o tema que falavam, ela expôs o que passou desejar fazer ainda aquele dia.

— Inês: Vou levar flores no túmulo de minha mãe essa tarde. Faz tempo que não levo.

Adelaide então parou com a massa e a olhou. Mesmo que Inês não havia chamado ela para ir, ela sabia que era bom alguém estar com ela sempre quando ela resolvia ir ao cemitério visitar a sepultura de sua falecida mãe. E então ela disse, se oferecendo.

— Adelaide: Se quiser que te acompanho, eu irei Inês.

Inês não respondeu Adelaide, apenas sorriu entre as boas lembranças que tinha e disse, querendo que a senhora a ouvisse.

— Inês: De repente te olhando fazer pães lembrei dela. Ela fazia tão bem e eu amava ajudá-la. Mas desde que me casei com tantas coisas que aconteceram, perdi o gosto que eu tinha de cozinhar qualquer coisa que um dia ela me ensinou.

Inês ficou em silêncio sentindo uma tristeza em pensar que em alguns momentos não havia só perdido o gosto de fazer o que ela gostava, mas também de viver. Adelaide notou a expressão dela triste e definitivamente, não iria deixar ela sair sozinha ainda que sabia que algum capataz da fazenda a levaria.

E então ela disse insistente.

— Adelaide: Podemos ir visitá-la, enquanto o pão já estiver no forno. Jacinta na nossa ausência olha.

Adelaide deu um leve sorriso, e Inês fez o mesmo de repente aceitando que ela fosse junto a ela.

— Inês: Certo. Vou me arrumar.

E mais tarde, Inês com um vaso de flores coloridas e vestindo preto, se aproximava do local aonde Constância Huerta havia sido sepultada. Antes de pegar o caminho que ela jazia, haviam passado pelo túmulo de Fernando Santos, que depois de já casado com Inês, Victoriano havia proposto tirar o resto mortais de Constância da onde estava para colocar na gaveta da família Santos, mas Inês não quis. Constância era uma Huerta, e Inês não quis tirar sua mãe do lugar que o corpo dela descansava para pôr entre os restos mortais de toda geração já de falecidos de Victoriano. Além do mais, Inês sabia que próximo aonde sua mãe foi enterrada, estava a avó dela, e também algumas fileiras pra esquerda, estava o pai que ela nunca chegou conhecer. Todos estavam enterrados no mesmo cemitério e não muito distante um do outro. E então ela só aceitou, mudar a lápide da sepultura dela e cobrir a terra exposta com tijolos e azulejos caros, pondo em cima uma lápide nova de bronze com o nome dela.

E já diante do túmulo de Constância, Inês limpou com um lenço que trouxe exatamente para aquilo, a lápide que ela tinha mandado colocar e depois ela passou a mão nas folhas caída ali, tirou um vaso de flores já secas pôs para o lado e deixou as novas no meio.

E depois de respirar fundo, ela disse baixo.

— Inês: Ainda sinto sua falta, mãe.

Adelaide um pouco afastada de Inês, tinha uma rosa branca na mão e então ela se aproximou, se abaixou e deixou a rosa que uma igual aquela tinha deixado sobre a lápide de Fernando, ao lado das flores de Inês. E então ela tocou as costas dela em uma caricia silenciosa.

Inês não chorava. Mas ainda assim, aquela visita a trazia tristeza nela e não só saudade. Quando pensava a forma que a mãe dela tinha morrido, Inês só lembrava da culpa que sentiu, quando antes dela ter incendiado a própria casa delas ela ter podido evitar aquilo se tivesse internado ela.

E assim elas passaram algum tempo no silêncio que aquele lugar trazia, e depois entraram na caminhonete que um capataz da fazenda dirigindo as trouxeram ali.

Quase no final tarde, Victoriano deixava a Sanclat. Ele tinha deveres na fazenda, que por isso saiu mais cedo para que antes do pôr do sol tudo estivesse em ordem.

E assim que chegou, Inês ainda não estava e ele trocou a roupa que usou no escritório da empresa que esteve parte do seu dia e colocou uma de montaria de calça e blusa pretas, trocando assim o carro que havia chegado por um cavalo.

E assim que ele já sobre seu cavalo passava o portão para cavalgar por suas terras e gado, ele viu que a caminhonete que trazia Inês e Adelaide entrava sabendo da onde elas vinha, por Jacinta. Não houve tempo para cumprimentá-las e ele partiu com seu cavalo subindo poeira.

Victoriano mandava e desmandava em cada canto de sua fazenda e terras, mas não a fazia próspera sozinho, assim como na empresa ele tinha sócios e funcionários, na fazenda ele tinha capatazes/peões competentes, veterinários para os animais e até agricultores que o auxiliava.

E assim, depois de cavalgar, ele chegou em frente de uma casa grande também dentro de suas terras. Nela, seus capatazes que trabalhavam para ele, residiam nela, os que eram fora da região que trabalhavam e que por isso não tinham familiares por perto, fazendo assim da fazenda também seus lares. Todos eram homens fortes, armados e que tinham mãos calejadas pelo trabalho árduo, mas muito bem pagos que ainda os que faziam da fazenda seu lar, viviam em circunstâncias humanizada como trabalhadores com todos seus direitos garantidos.

E Victoriano então desceu do seu cavalo com um riso no rosto, alguns capatazes que estavam presentes, e não dentro da fazenda nem pelas terras, o receberam sorrindo também. Artemio, era o capataz mais velho de todos que por isso era o que mandava nos demais, mas como mais velho que servia antes a Fernando Santos, o trabalho estava se fazendo pesado, e então Victoriano estava ciente que precisava de um novo capataz, mas que não fosse tão novo. Um que conhecesse bem as terras e tivesse autoridade tanto como ele que era dono. E visando isso, Victoriano deixou ao encargo de Artemio quem seria o homem para ajudá-lo.

E por isso ele estava ali para ver se Artemio já tinha escolhido alguém para auxiliá-lo, no meio de seus capatazes. E assim Artemio chegou ao lado de outro homem. De cara, Victoriano não o reconheceu, ainda que o homem conhecia muito bem aquelas terras.

E então Victoriano depois de deixar seu cavalo preso, ele disse.

— Victoriano: Artemio, quem é esse?

Artemio então tocou nas costas do homem que tinha ao seu lado. Pensava que tinha encontrado o capataz certo para auxiliá-lo dar ordens, já que não conseguiu ver um qualificado para fazer aquilo que já estava na fazenda.

— Artemio: Patrão, esse é Zacarias. Não deve estar o reconhecendo porque o tempo passou. Mas ele trabalhou para seu pai, o senhor Fernando Santos, que Deus o tenha.

Zacarias tirou o chapéu que usava na cabeça. Ele estava bem mais velho que antes. Tinha uma barba com cavanhaque grisalha, os cabelos curtos também e a pele no canto dos olhos já tinha o efeito dos anos. Havia sumido por mais de 20 anos, foi pai, se juntou com mais de uma mulher em todos aqueles anos e nisso, gastou todo seu dinheiro que Bernarda um dia o tinha dado para que ele sumisse e agora estava de volta.

E assim Victoriano fixando o olhar em Zacarias, o ouviu dizer.

— Zacarias: Como Artemio disse, trabalhei para seu pai e se permitir, o servirei como meu patrão também, Victoriano Santos.

Ele botou o chapéu na cabeça que a havia tirado, e virou o rosto e cuspiu no chão de um jeito grosso de um homem como ele fazer. Victoriano então se virou para Artemio. Zacarias havia passado anos fora e ele precisava saber agora quem era aquele homem, que na época por ter lembrado dele, tinha quase sua idade de quando ele era jovem. E então voltando olhar para Zacarias ele disse, sério.

— Victoriano: Vou precisar de seus antecedentes criminais antes que volte as minhas terras, Zacarias. Mesmo que já trabalhou como meu pai, não sou ele e agora tenho três filhas e minha mulher. Preciso saber quem está cuidando de minha família e minhas terras.

Zacarias suspirou. Em todos aqueles anos havia parado em delegacias por brigas em porta de bares, incluindo tentativa de homicídios entre elas e até, já foi indiciado por agressões nas mães de seus filhos que teve por aí. Mas ainda assim ele disse.

— Zacarias: Te entendo patrão, entregarei a Artemio.

Zacarias deu a mão pra Victoriano, mexeu nas calças e se afastou para deixar as terras, já que ainda não era um capataz outra vez da fazenda.

E então Victoriano disse, vendo o homem tomar distância.

— Victoriano :Quem pensa em por para auxiliá-lo, Artemio? Não deve ser Zacarias, não é? Esse tipo por alguma razão não me inspirou confiança.

E Artemio então disse.

— Artêmio: Estava pensando nele mesmo patrão. Zacarias é o mais velho e conhece as terras. Mas se não te inspira confiança peço que ele não volte mais.

Victoriano pensou por um momento. Tinha que lidar com funcionários todos os dias na sanclat e seus capatazes eram também como eles, e ele sabia mesmo na empresa ter um departamento para empregar todos, como era cansativo e burocrático fazer aquilo. E então ele disse.

— Victoriano: Acredito que se olhar bem, encontrará outro capataz entre nós. Enquanto Zacarias, deixe que ele volte, faça o teste assim que ele me trouxer o que pedi e veremos se ele fica com o posto ao seu lado ou será só mais um simples capataz. Hum.

Artemio então assentiu dizendo.

— Artemio:Claro, patrão. Vai ser assim.

Victoriano entrou na casa para olhar a área e a condição que estavam.

E assim as horas foram passando.

O sol já tinha caído e trocado por estrelas do céu, mas Victoriano ainda não estava de volta em casa.

E assim, Emiliano passava pela porta para visitar os padrinhos.

E Inês que descia a escada quando o viu, ela deu um leve sorriso, pensando que ter ele presente iria melhorar um pouco seu ânimo que tinha baixado assim que o dia tinha se iniciado, ainda que tivesse feito amor com Victoriano pela manhã, depois da ida ao cemitério tudo tinha ficado estranho e ela tinha terminado o dia dormindo quando regressou dele.

— Inês: Emiliano, querido.

Já no meio da sala, ela deu um beijinho no rosto dele, o tocou e depois o abraçou. Emiliano abraçou sua madrinha de volta e depois que se separaram, ela voltou a dizer.

— Inês: Veio pra ficar para o jantar? Devia dormir com a gente, quando era criança sempre fazia isso e agora não consigo lembrar qual foi a última vez que dormiu na casa de seus padrinhos, meu filho.

E Emiliano coçou a cabeça sem jeito. Já era um rapaz e o que mais estava querendo era privacidade até na própria casa com os pais e por isso, nem queria estar 24 horas sobre os olhos deles, quem dirá dos padrinhos. Mas mesmo assim ele disse, por saber como Inês o amava e  o queria bem.

— Emiliano: Só vim falar com a Conny, madrinha. Mas posso ficar para o jantar e outro dia durmo aqui. Que tal?

Inês sorriu cheia de graça com Emiliano e disse.

— Inês: Estava brincando querido, durma quando quiser aqui e se quiser fique para o jantar, meu amor. E Constância deve estar no quarto dela, vá chamá-la.

E logo depois, com pressa, Emiliano passou para o lado da escada para ir buscar Constância no quarto, o que era normal ter ele na casa e na fazenda circulando com toda liberdade.

E então quando ele sumiu para o andar de cima, Inês sentou no sofá. Ela já havia entendido qual amor que Constância sentia por Emiliano, mas claramente ele a via como irmã, tanto que ela tinha certeza que eles em um quarto, nada passaria a não ser tontas brincadeiras que sigam fazendo desde meninos. E Inês suspirou pensativa. Não sabia se falava daquele assunto com Constância, já que pensava que ela sofria com esse amor não correspondido, mas se falasse, como falaria? Já que ela teria que dizer que leu a folha que tinha no caderno dela com o nome de Emiliano e o dela em meio a um coração.

E no quarto de Constância, Emiliano ao chegar e ter batido na porta várias vezes depois de entrar o encontrou vazio. O que fez ele regressar para trás depois de chamá-la mais vezes dentro do quarto.

E assim logo depois, ele apareceu na sala dizendo.

— Emiliano: Madrinha, Conny não está no quarto.

Inês ficou de pé, e não entendeu o porque Emiliano não encontrou Constância no quarto, já que daquela vez, ela tinha certeza que ela estava nele.

E então ela disse.

— Inês: Como ela não está no quarto?

Enquanto em outra área da casa, Constância tentava abrir uma porta. Na parte que ficava o sótão que ela sabia que tinha dias que Inês se trancava nele além de impedir que ela e as irmã se aproximasse dele, ela com uma ferramenta, uma chave de fenda, tentava abrir a porta.

Estava decidida descobrir o que tinha por trás dela. Roberto, a tinha convencido a isso. Destemido, o garoto só fazia o que queria e em uma conversa com ela pelo o celular quando ela desabafava com ele, havia a incentivado por ela dizer que desde de sempre era proibida em estar no sótão mas que recentemente aquele lugar começava a intrigar cada vez mais.

Que então já na terceira tentativa por ter feito aquilo quando não teve Inês em casa, era que ela tentava abrir a porta. E no esforço que ela fazia, ela ouviu a voz de Inês por trás dela.

— Inês. O que pensa que está fazendo, Constância?

Constância em um salto se virou e levou as mãos nas costas para esconder a ferramenta. E então ela disse, nervosa por achar que tinha Inês ainda dormindo como ela fez quando chegou do cemitério.

 

— Constância: Mãe!

 


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