Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 10
Capítulo 10




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Tudo parecia sem cor aquele dia. Chovia, fazia frio e o céu estava feio pelo tempo. Quase no fim da tarde, Inês teve alta do hospital ainda que fraquinha se recuperando pelo incidente, ela foi liberada para enterrar a mãe ainda naquele dia. E devastada, era assim que Inês estava. Ela caminhava um caminho no cemitério aonde, Constância iria ser enterrada. Vestindo preto, ela segurava um buquê de rosas vermelhas e ao lado dela estava Victoriano, que tinha o braço envolta da cintura dela e do outro lado, estava Loreto que caminhava com a coroa de flores que iam colocar sobre o caixão e honrar a memória de Constância. Era um dia doloroso para Inês, e ali estavam os dois com ela .


Ao se lembrar de sua casa pegando fogo e Loreto salvando ela depois que viram Constância morta, quando Victoriano confirmou aquilo a abraçando forte, Inês desejou morrer. Desejou ter estado no lugar da mãe. A mulher que tanto amava, admirava e era tudo o que tinha na vida, havia sido arrancada dela cedo demais. E pelas palavras de Victoriano, como a avó que fez mal a si mesma sofrendo da mesma doença de sua mãe, ela tinha se machucado e tirado a própria vida . A única explicação do fogo ter tomado a casa dela foi a própria Constância ter iniciado ele. E com aquele buraco no peito, Inês só pensava que se tivesse tomado uma decisão antes de tudo aquilo acontecer, sua mãe estaria viva. Talvez, a decisão certa fosse ter deixado ela no hospital psiquiátrico, mas ela não teve coragem de fazer aquilo e agora ela colhia o resultado da sua escolha. E a dor da perca era sentida por Inês junto com o medo de seguir a vida sem a única pessoa que tinha.


E andando agarrando Inês, temendo vê-la desmoronar no chão, Victoriano olhou de lado e Loreto olhou para ele. Estava engolindo seu orgulho de ter ele ali, por simplesmente Loreto ter salvado a vida de Inês. E ela ter aceitado ele também ao seu lado em forma de agradecimento mesmo depois do que ele fez, a dor que Inês estava sentindo, era maior do que ele tinha feito e depois salvo a vida dela. Victoriano só queria naquele momento de dor que Inês passava, que ela sentisse que não estava sozinha . Enquanto Loreto do outro lado, sentia tanto por Inês como Victoriano, pois sabia como ela amava a mãe dela e assim como ele, ignorava a rivalidade que tinham por respeito pela dor dela.


E chegaram, aonde iam sepultar a mãe de Inês . E Inês viu que havia chegado o momento do adeus definitivo. Não teria mais o afago de Constância, não teria alguém mais que pudesse ouvia-la, chamá-la de menina e abraça-la no meio da noite quando dividiam a cama. E ela soluçou entre lágrimas, encostando a cabeça no peito de Victoriano e ele abraçou ela com força. O choro de Inês era abafado no peito dele e a dor sentida como se fosse a dele. Victoriano vendo homens colocar o caixão dentro da sepultura, lembrava da promessa que tinha feito a mulher que era enterrada. E ele abraçou mais firme Inês, abalado também com o momento triste que acontecia. Cumpriria aquela promessa que tinha feito para a mãe da mulher que o estava ensinando amar . Estaria com Inês daquele momento e até que a morte os separassem também.


A chuva começava se fazer forte. Entre lágrimas, Inês, se agachou na terra já coberta da sepultura da mãe dela. Tinha as rosas que levava em cima da terra e a coroa de flores também. Inês tocou a terra enfiando seus dedos nela. Sua alma sangrava ali sobre o túmulo de sua querida e guerreira mãe. E chorando, Inês disse baixo.

— Inês : Mãe, mãezinha. Não podia me deixar. Não podia.

As lágrimas de Inês tocaram a terra junto com os pingos da chuva.

E de guarda – chuva, os homens, Victoriano e Loreto viam aquele momento de dor de Inês, calados.
Até que ela, depois de passar a manga de seu vestido que usava daquela cor que simbolizava seu luto, no rosto para enxugar suas lágrimas. Ela olhou para eles e depois pediu.


— Inês : Me deixem só, com ela .


Victoriano olhou para Loreto e os dois se afastaram dali deixando Inês.

E quando já estavam longe suficiente apenas para deixar Inês ter sua última despedida. Victoriano disse para Loreto.


— Victoriano: Se quiser, já pode ir embora Loreto. Daqui em diante eu cuidarei de Inês.

Loreto olhou para Inês, e depois voltou a olhar pra Victoriano e disse, novamente o que seria como seu mantra contra ele.

— Loreto: Não esqueça Santos, que salvei a vida dela. Me deverá isso pro resto da vida. Então fale comigo melhor.


Victoriano bufou e respondeu, Loreto.


— Victoriano: Levarei o que fez pela mulher que amo a vida toda, pode ter certeza. Mas ela já não precisa de você. Inês tem a mim!


Loreto então estufou o peito com raiva, e acusou Victoriano.


— Loreto : A mulher que diz amar, é a que me roubou! Eu a vi e a amei primeiro!


Victoriano cruzou os braços para depois, dizer a verdade que achava.


— Victoriano: Vamos lá, Loreto, só estamos eu e você agora e sem brigarmos. Não amava Inês, como diz. Se metia no meio das pernas de outras com ela. E ainda não devo esquecer que tentou estupra-la! Não a amava!


Loreto ficou todo vermelho diante das palavras de Victoriano. E depois, rebateu elas.


— Loreto: A amava e amo, que fui capaz de entrar no meio do fogo para salva-la! E ela como vê, parece ter me perdoado! Eu a salvei e isso que importa !


Victoriano bufou novamente com ódio . Seria difícil ter que ouvir de Loreto todo tempo que ele salvou Inês . Seria muito difícil para ele, engolir aquele fato que claramente Loreto se orgulhava de ter feito esfregando na cara dele como fazia.


E bravo ele disse.


— Victoriano: Quer dinheiro para sumir de nossas vidas? Da vida dela?


E Loreto bravo também disse .

— Loreto : Quer me comprar, Santos?

E Victoriano já fora da razão, esquecendo como Loreto fazia, que ali só importava Inês, em eles estar com ela aquele momento. Ele respondeu, Loreto.


— Victoriano: Seria capaz de tudo pra te deixar longe de Inês!

E desconfiado, Loreto disse depois de ouvia-lo.


— Loreto : Está me ameaçando?


Com eles se olhando, Inês apareceu. Estava pronta para ir, mas deixando um pedaço dela com a mãe que já descansava . Ciente da vida que agora iria viver, Inês buscava forças para ser forte. Sem teto e sozinha, agora moraria na fazenda Santos com Victoriano. E tinha medo daquela mudança repentina, já que esperava ela, só depois de casada mas agora se via se mudando para morar com Victoriano que contou a ela de seus planos. E como dizer não? Já que sem ele, ela não tinha ninguém e nem um lugar para dormir. Inês como nunca havia se sentido, sentia um estorvo naquele momento . Estaria agora mais rápido do que pensou no meio da família Santos. E seria bem vinda? Havia passado meses e Bernarda não tinha dito mais nenhuma palavra muito menos se desculpado pelo que tinha falado . Mas estava gentil todo aquele tempo e no momento de sua dor, naquele dia ao abrir os olhos e descobrir da sua perca, Inês não podia negar que ela tinha sido amável com ela.

E agora ela estava a um passo de sua nova vida ao lado de Victoriano. E assim, vendo os homens de frente para o outro, ela disse baixo.


— Inês : Já podemos ir.


Victoriano pegou o guarda chuva e cobriu a cabeça de Inês, mesmo que ela parecesse não ligar para a água que caia nela. E de olhos para Loreto. Ele disse o provocando.


— Victoriano : Vamos, meu amor. Vamos para seu novo lar, que é ao meu lado.

Ele passou a mão nas costas dela alisando . E Inês buscou os olhos de Loreto. E baixo ela disse, por ser grata a ele.

— Inês : Obrigada por ter se arriscado por mim, Loreto. Sou grata pelo que fez. E mais uma vez me perdoe.


Ela puxou o ar do peito. Pedia perdão, por sentir que devia, já que claramente ao sair dali sua escolha permanecia sendo Victoriano e não Loreto.


Loreto então ergueu a cabeça encarando Victoriano. E depois pegando a mão de Inês, que beijou logo em seguida ele disse, devolvendo a provocação dele.


— Loreto : Não me agradeça, Inesita. Faria de novo. E quero que saiba, que se um dia se arrepender, não importa quando. Eu estarei aqui.


Loreto sorriu de lado e Victoriano fechou a cara se controlando para não cair na provocação de Loreto. E só então quando ele saiu, Victoriano voltou olhar, Inês. E ela buscou o olhar dele com o semblante triste, e depois perguntou.


— Inês : Tem certeza que me quer na fazenda com você?

Victoriano deu um sorrisinho triste por vê-la abatida . Daria tudo para tirar a tristeza nos olhos de Inês . E ele tocou o rosto dela com uma mão, enquanto a outra segurava o guarda - chuva que protegia eles da chuva. E assim, ele disse.

— Victoriano: Tenho mais do que certeza, Inês. Te quero pra toda vida. Achei que tinha entendido isso.

Inês baixou a cabeça, e respondeu o que se passava na sua mente a Victoriano.

— Inês : É que... É que sou uma pobre coitada e agora que não tenho aonde morar. Não queria que nos casássemos dessa forma.


Victoriano então, ergueu a cabeça de Inês com seus dedos no queixo dela, e sério ele disse, por não ter gostado nada, nada das palavras dela.

— Victoriano: Não se refira a você mesma assim, Inês ! Não quero mais ouvir dizer essas palavras. Não esperávamos o que houve tão precocemente com sua mãe. Mas aconteceu e só quero que saiba que terá a mim que assim como um dia prometi a ela irei cumprir. A partir de hoje me terá Inês, até que a morte nos separe!

Inês piscou os olhos sentindo segurança com as palavras de Victoriano, sentindo o amor dele. E então, ela disse declarando que sentia a ele aquele momento.

— Inês : Eu te amo . Agora é tudo que tenho nessa vida.

E ela o abraçou e Victoriano disse com amor.


— Victoriano: E eu também te amo, morenita. Mas, agora vamos embora daqui. Está toda molhada.


Eles então deixaram o cemitério e entraram no carro de Victoriano . Loreto que se escondeu por trás de uma árvore os observou com rancor. Um dia se vingaria de Victoriano, um dia teria os mesmos recursos que ele, e teriam uma briga justa. E até lá, Inês não podia ser feliz com Victoriano. Ele não aceitaria aquilo.


Meses depois...

Inês estava em um quarto.

Vestida de noiva, se olhava em um espelho em pé na frente dela. Ela estava linda com aquele vestido branco e longo, com os cabelos presos em um coque e uma tiara de brilhantes segurando seu véu. E ela estufou o peito nervosa. Iria finalmente se casar com Victoriano. Já fazia 1 ano que eles tinham se visto naquele parque a primeira vez. 1 ano que os olhares deles se cruzaram e uma magia aconteceu. E finalmente depois de tantas coisas como o luto que naqueles últimos dias, Inês tinha passado com o apoio de sua nova família e seu futuro marido, ela estava pronta para virar aquela página dolorosa e começar outra ao lado de Victoriano e como a esposa dele.

E dentro daqueles dias, dividindo o teto com a família Santos, Inês tinha descoberto a tradição deles. E entendido do porque seu sogro falava tanto em netos . O senhor ansiava de cara um e homem como todos primogênitos da geração dele foram. E pensar em ser mãe, fazia Inês sorrir de amor. Mas ao se perguntar se seria mãe primeiro de menino, a deixava nervosa com a hipótese de decepcionar o sogro e o marido que mostrou também ansioso para seu primogênito quando se casassem. E ela não queria ser a que quebraria a geração de primogênitos homens daquela família.


E tirando de seus devaneios. Ela ouviu a voz de Adelaide, que estava em um bonito vestido longo da cor vinho e cabelos amarrados em um coque elegante. A mulher, naqueles meses tinha se afeiçoado em Inês, que chegou abatida naquela fazenda para morar. Sem filhos, Adelaide se apegou bela de uma forma especial e materna e Inês carente daquela atenção, gostou de ter aquele carinho dela.

— Adelaide : Como está linda, menina, Inês.


Inês sorriu e se virou para a senhora. E depois disse.

— Inês : Será que Victoriano vai gostar?


Adelaide sorriu também, pegando nas mãos de Inês, que eram delicadas e em uma delas ainda estava sua aliança de noivado. E sabendo como o filho do seu patrão era, ela disse.

— Adelaide : Victoriano esperou tanto por este momento, que irá gostar de vê-la vestida até em trapos menina, quem dirá nesse vestido tão lindo.

Inês sorriu com as palavras de Adelaide. De fato ela havia feito Victoriano esperar demais aquele momento, que mesmo com ela morando com ele todo aquele tempo não haviam mantido relações sexuais . Victoriano tinha provado de várias formas que amava Inês, e a espera paciente dele foi a maior de todas.


E assim, momentos depois, Inês saia de uma carruagem quando parou, em frente a capela que tinha dentro da fazenda Santos, que decorada para o casamento, ela havia ficado mais linda. Fernando, pegava na mão gelada de sua nora . E sorriu. Ela não era só a mulher dos sonhos de Victoriano era também a nora dos sonhos dele. Inês com seu jeitinho, o lembrava muito sua falecida esposa naquela flor de sua idade. E ele, aprovaria aquele casamento 1000 vezes se fosse necessário.

— Fernando : Está linda, Inês. Faça meu filho feliz como eu fui com a mãe dele.

Inês sorriu mas pensou nas palavras de Fernando. Ele não havia acrescentado a sua segunda esposa naquela felicidade. Mas ainda ssim, ela apenas disse.

— Inês : Eu farei, seu Fernando. Eu prometo.

E de braços dados, ele caminhou com ela até dentro da capela.


Quando a porta se abriu, Inês viu a igreja cheia. Tinha pessoas que ela nunca tinha visto na vida, mas que faziam parte da vida de Victoriano e do pai dele e por isso estavam ali.

No altar, todo de preto e uma flor no seu peito . Victoriano sorriu emocionado. Via Inês, e tinha medo que fosse uma miragem a visão que tinha. Finalmente, ele tinha ela ali de noiva pronta para casar com ele. E ela estava linda, realmente estava toda uma princesa. E conforme no tapete vermelho, Inês andava de braços dados com seu sogro e segurando seu buquê de rosas vermelhas. Ela sustentando um sorriso no rosto. Sentia que as lágrimas vinha nos olhos dela, olhando todos ali contemplando sua felicidade, mas faltando uma pessoa presente. E ela fechou os olhos rapidamente em um rápido suspiro, sentindo que descia uma lágrima deles, enquanto pensava em sua mãe, acreditando que no lugar que ela estava, estaria feliz por ela naquele momento.

E Bernarda, na fileira da frente em pé, olhava a mulher que seria dona a partir daquele momento das terras que ela tanto amava e que ao fim daquele casamento, ela partiria para Barcelona com o marido. Inês tinha vencido e ela não podia fazer mais nada .


Quando esteve diante de Victoriano, Inês sorriu com amor . Via nos olhos dele lágrimas as mesmas que ela tinha. Inês, não imaginava que poderia amar tanto alguém como amava Victoriano, não imaginava também que seria amada igualmente ou até mais por alguém como ele a amava. Era um amor desenfreado, arrebatador e sem medidas que havia tomado conta dos dois.

Victoriano beijou cada mão dela, e se viraram logo depois para o padre na frente deles. O amor deles ia ser selado naquele momento.

E mais tarde na festa. No pátio da fazenda toda enfeitada, com mesas cadeiras, muita comida e bebidas e um cantor que cantava ao vivo para os convidados.

Inês e Victoriano estava juntos, dançavam como só existisse eles dois e os convidados já não existissem mais ao redor deles.

A música tinha ficado em segundo plano, a conversação também e só os olhares deles valiam junto a suas declarações.

E com uma mão na cintura de Inês e outra segurando a mão dela, Victoriano dizia.


— Victoriano : Já é minha esposa e logo mais será minha mulher.

Ele tomou a boca dela em um castro beijo e Inês deitou a cabeça no peito dele movendo lento seu corpo naquela dança. E depois, ela disse.

— Inês : Sim... Serei sua mulher e você o meu homem.

Victoriano sorriu ansioso e cheio de expectativas para a noite de núpcias deles. E buscando os olhos dela, ele perguntou.


— Victoriano: Nervosa para esse momento?

Inês ergueu a cabeça para olha-lo, sentiu seu rosto se ruborizando, e depois baixou ele de novo e disse.

—Inês: Um pouco. Confesso que estou ansiosa para o momento que me torne sua.

Victoriano suspirou, levou a boca em lado do pescoço de Inês, beijou e cheirou ali. Para depois dizer no ouvido dela as verdades que sentia que tinha feito para tê-la com ele.

— Victoriano: Já te fiz minha desde do momento que te vi. Eu te cobicei, quis você pra mim e não tenho vergonha de assumir isso. Porque você é a melhor coisa que me aconteceu, morenita.

Inês se arrepiou toda e buscou os olhos de Victoriano para responde-lo.

— Inês : E você a minha .

E Victoriano deu um selinho nos lábios dela e depois declarou.

— Victoriano: Eu te amo, Inês Santos.

E ela sorriu cheia de orgulho de agora, também ser uma Santos e disse .

— Inês : Eu também te amo, meu amor .


E dançaram um pouco mais, até que foram partir o bolo gigante para os convidados. Ao redor deles, estavam Diana Maria e Vicente, que seguia sendo o melhor amigo de Victoriano e que com a saída de Fernando Santos, da empresa sanclat, já estavam visando uma sociedade e Diana Maria estava muito íntima de Inês.

Riam, ao partir o bolo . Até que ouviram palmas que alguém batia . A roda que fizeram, se abriu e Loreto apareceu. Ele tinha bebido a manhã toda, desde que tinha regressado para cidade do México. Porque dentro daqueles meses, a bolsa que tinha trancado na faculdade que terminava com Victoriano, ele havia conseguido transferi-la para NY . E por isso estava lá, buscando todo o poder para se vingar do homem que tinha lhe traído e tirado seu amor .

E então ele disse.


— Loreto : Que lindo. Aí está, o homem que roubou a mulher da minha vida!

Victoriano agarrou a cintura de Inês, assim que ouviu e viu Loreto, enquanto a sentia tensa. E já nervoso, Victoriano buscou no meio dos convidados seus homens . Os capataz de sua fazenda, eram quem tiraria o intruso daquela festa.

E em um canto, Bernarda só observava aquela situação com atenção. E Victoriano disse bravo.

— Victoriano: O que faz aqui, em meu casamento, Guzman! Não é bem vindo!

Loreto olhou Inês, que calada mostrava estar nervosa com aquela situação que estavam diante dos convidados de seu casamento. E ele, só conseguia ver como ela estava linda de noiva. Parecia que tinha ficado mais linda ainda. E ele só pensava que era uma lástima, que ele não era o noivo ao seu lado. E por não ser ele o noivo, desejando toda infelicidade do mundo aos dois, Loreto sorriu dizendo.


— Loreto :Não vão ser felizes! Vim para dizer isso, não vão ser!

E logo depois, dois homens capataz da fazenda, pegaram nos braços de Loreto. Inês viu ele se debater no meio dos capataz que ela sabia que estavam armados. E então, ela se afastou de Victoriano e disse.

— Inês : Soltem ele. Não precisa disso. Não vêem que ele está alterado pelo álcool?

Os capataz olharam para os olhos de Victoriano, quando ouviram Inês. E ele assentiu pra obedecerem ela. E disse sério e sedento para resolver e por um ponto final naquela questão com Loreto, longe dali.

— Victoriano : Me acompanhe, Loreto. Para que conversemos você e eu!

Victoriano beijou a boca de Inês, e antes dele sair da presença dela visivelmente bravo, ela pegou na mão dele e só com um olhar, implorou para que ele não fizesse nada contra Loreto. E de cara fechada, Victoriano entendeu. Depois de Loreto ter salvado a vida de Inês, ele havia percebido que mais do que culpa, ela tinha gratidão por ele. E ele não gostava . Não gostava por sentir ciúme e ter que engolir aquele sentimento, por não poder esquecer que se não fosse Loreto, não a teria naquele momento.

E longe dos convidados, e com capatazes da fazenda de olho no filho do patrão deles. A frente do portão, pronto para expulsar Loreto dali. Victoriano, disse.

— Victoriano : Não volte aparecer mais aqui, Loreto. Agora Inês e eu somos marido e mulher . E se aparecer outra vez, será recebido de outra forma e nada amistosa!

Loreto riu amargo com a vida e cheio de rancor. E cuspiu sua dor contra Victoriano, depois de ouvia-lo.

— Loreto : Maldito, traidor! Está casando com uma mulher que era minha!

Victoriano passou a mão na cabeça. De uma coisa que ele não se arrependeria era ter tirado mesmo Inês de Loreto. Mas já estava cansado de vê-lo dizer aquilo. E então, ele disse.

— Victoriano: Não vamos voltar para o mesmo assunto, Guzman! Supere que Inês é minha agora!

Loreto apontou o dedo contra Victoriano e disse cheio de raiva e de convicção que suas palavras podiam ser reais.

— Loreto : Sua por enquanto! Porque Inês é grata pelo que fiz a ela. E cedo ou tarde se não a fizer feliz, ela pode voltar pra mim!

Victoriano riu desacreditado com aquilo. Sabia que podia fazer Inês feliz e que nunca faria nada para que um dia regressasse para os braços de seu rival. E assim ele respondeu Loreto, todo cheio de si.

— Victoriano: Sonha muito alto, Loreto! Sou melhor que você em tudo! E Inês viu isso e me escolheu!

Loreto cuspiu no chão daquelas terras de Victoriano. Voltaria pisar nelas quando tivesse pronto para lutar com Victoriano, ainda que fosse apenas para mostrar que tinha tudo que queria e o mesmo poder que ele. E então, ele disse pronto para dar as costas novamente para seu passado.

— Loreto: Logo está guerra será justa, Santos. E eu que vou tirar Inês da infelicidade que vai ser o casamento de vocês.

Victoriano todo vermelho com as ameaças de Loreto, rebateu as palavras dele sem medo .

— Victoriano: Te dói saber que ela estará nos meus braços sendo feliz, sendo única na minha vida . Está despeitado! Então é melhor que vá de uma vez e que não volte pisar nas minhas terras!


Loreto então, antes de ir, voltou a dizer seus bons desejos a Victoriano, ignorando as palavras dele.

— Loreto: Infelizes. Vão ser infelizes juntos!

Victoriano então viu Loreto entrar no carro dele, e dirigir levantando poeira. Tinha as últimas palavras dele na mente e por isso, todo vermelho entrou de volta para fazenda.


E aflita, enquanto Diana Maria conversava com ela para acalma-la. Inês, viu Victoriano, e se apressou segurando a barra do seu vestido indo até ele.

— Inês : Demorou, meu amor. O que fizeram lá fora? Não deixou que machucassem Loreto, não é ?

Victoriano quando a ouviu, enciumado, a puxou pela cintura e disse bravo.

— Victoriano: Não tem que se preocupar com aquele homem. Não tem!

E ele beijou a boca de Inês rápido e desceu para o pescoço dela os beijos. Ele estava ofegante com raiva enquanto tocava o corpo dela.
E Inês de olhos fechados, disse nervosa, pelo modo que ele tinha falado com ela, ainda que deixasse ele ataca -lá daquela forma.

— Inês : Ele salvou minha vida. E eu antes disso o troquei por você!

Victoriano então, afastou Inês apenas para olha-la nos olhos para responde-la sério .

— Victoriano: E antes que ele virasse seu salvador, tentou estupra-la e eu a salvei primeiro!

Ainda nervoso, Victoriano depois de suas palavras buscou o rosto de Inês e beijou outra vez com vontade. Enquanto ela só pensava que ele tinha razão, mas que ainda assim não podia também deixar as dela de lado. Pois se estava viva, tendo aquele dia mais que feliz de toda sua vida, era graças a Loreto, sim. E esquecer daquilo seria impossível. Mas, não querendo seguir com o assunto . Apenas, querendo agora seu marido calmo, Inês o pediu depois que ele encerrou o beijo.


—Inês : Está nervoso, se acalme.

Victoriano então puxou o ar do seu peito. E a olhando, declarou o que se sentia.


— Victoriano : Tenho ciúmes . Tenho ciúmes dele!


Inês então, paciente tocou com as mãos o rosto de Victoriano. Achava um cúmulo estar ouvindo ele assumir seu ciúme de Loreto. Afinal, acabavam de se casar. Ela havia dito sim a ele. E então, ela disse.


— Inês: Acabamos de nos casar . Não tem pra que esse ciúme.

E Victoriano tocando nas mãos dela que estavam no seu rosto, ele disse, por ter ainda claras as palavras de Loreto.


— Victoriano: Ele ameaçou te tirar de mim. Mas isso não vai acontecer. Não vai!


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