Destinos Cruzados escrita por Kah Lockhart


Capítulo 3
(Re)Aprendendo a cozinhar


Notas iniciais do capítulo

Olá 0/
O capítulo da semana é: "a primeira vez que cozinhamos juntos". Eu tentei escrever algo agradável e divertido, e gostei muito do que escrevi. Por isso eu espero que vocês gostem também *-*
Quem leu o mangá sabe que a Moka é um desastre na cozinha (pelo menos quando não está selada) por isso eu tentei mostrar como ela (re)aprendeu a cozinhar.
Bem... chega de enrolação e até la embaixo 0/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/762012/chapter/3

Enquanto Tsukune estava se aproximando da escola, Moka caminhava em direção a sala do clube de jornalismo. Ela carregava um pequeno recipiente em sua mão direita, onde havia guardado alguns Daifuku de morango, junto com algumas porções de Manju, enquanto levava sua maleta em sua mão esquerda.

Ela havia ido a academia mais cedo para ter aulas extras de economia doméstica com Ruby, já que seu desempenho na última atividade da matéria estava bem abaixo do normal. Os doces que carregava foram feitos por ela mesma durante a aula, e como eles foram uma das raras receitas que deram certo, ela resolveu levar alguns para que Tsukune pudesse prová-los, já que ele estava ajudando-a a colocar suas habilidades na cozinha em prática.

Moka estava em meio a um processo de reaprendizado, pois, por passar muito tempo selada, e protegida por uma “outra personalidade”, ela havia perdido os conhecimentos adquiridos na cozinha. A primeira vez em que teve contato com as panelas, Moka quase colocou fogo na academia inteira, em uma tentativa desastrosa de fazer uma torta de abóbora. Após o ocorrido, ela jurou nunca mais tentar cozinhar outra vez, mas, devido a quebra do rosário e a perda de sua “outra personalidade”, ela foi obrigada a encarar a o seu pior pesadelo outra vez.

Seu desempenho na aula de economia doméstica caiu drasticamente após a perda do selo. Moka perdeu as contas de quantas vezes pensou em desistir das aulas, mas, com a ajuda de Ruby, e o incentivo de Tsukune, ela decidiu continuar frequentando as aulas.

Ao chegar na sala do clube, ela guarda sua maleta e arruma os materiais que seriam utilizados na reunião. Enquanto lia o artigo de culinária que Kurumu havia escrito para o jornal, Moka se lembra da primeira vez em que Tsukune lhe ajudou a cozinhar.

Ambos estavam no quarto de Moka, estudando para um teste de matemática, que seria aplicado pela professora Ririko no dia seguinte. Tsukune estava com dificuldades em entender a matéria, por isso pediu a ajuda de Moka nos estudos.

Após uma hora apenas vendo números e estudando fórmulas e equações, Moka ouve um barulho estranho e, ao olhar para Tsukune, percebe que ele está com as mãos na barriga.

— O que aconteceu? Está passando mal? – ela questiona, visando saber qual era a causa daquele gesto.

— Nada não, está tudo bem – Tsukune responde em tom neutro.

O barulho voltou a se repetir e, após perceber que aquele era o roncar do estômago de Tsukune, ela se levanta e vai em direção ao armário, buscando algo que ele pudesse comer. Ao abrir o armário, viu que tinha apenas uma embalagem de cup noodles, e como ela também estava com fome, só haviam duas opções: preparar algo para comer ou dividir o cup noodles. Como ela sabia que aquilo não seria o suficiente para que os dois acabassem com a própria fome, resolveu verificar sua carteira, a procura de dinheiro o suficiente para comprar algo para comer.

Para o seu azar, ela havia gasto todas suas economias na compra do mês, deixando-a com a pior alternativa possível: cozinhar por si só. Ao ver que havia algo errado, Tsukune se manifesta, visando oferecer ajuda:

— Está pensando em fazer algo para comer?  Se quiser, eu posso te ajudar – ele diz em tom sereno, levantando-se e indo em direção a Moka.

— Acho melhor ir para o seu quarto, Tsukune. Eu só tenho um, e, eu também estou com fome – ela responde, tentando demonstrar frieza, enquanto balança o pote de cup noodles com a mão direita.

— Eu disse que posso ajudar, Moka-san – ele diz mantendo o tom inicial, mas demonstrando certa dose de firmeza.

— Você sabe muito bem que eu não sei cozinhar, Tsukune – ela responde, virando-se para ele e olhando-o de maneira intimidadora.

Ela sabia que, mesmo após ele ter se tornado um vampiro, seu olhar ainda lhe causava calafrios, por isso utilizou desse artifício para tentar fazer Tsukune desistir da ideia de cozinhar.

— Você sabe sim, e muito bem, por sinal – ele diz em tom sério – Você só precisa tentar. Se acha que não sabe, se disponha a aprender, assim você irá lembrar do que sabe – acrescenta em seguida, indo em direção ao armário e abrindo as portas, dando início a uma busca por ingredientes.

— O que pensa que está fazendo? Você sabe muito bem o que pode acontecer se eu me atrever a cozinhar, não sabe? Da última vez eu quase coloquei fogo na escola toda, quer que eu coloque fogo no dormitório feminino também? – ela questiona em tom baixo, mas raivoso, enquanto Tsukune continuava a separar os ingredientes para a receita que ele havia escolhido.

— Não, eu não quero que você coloque fogo no próprio quarto – ele responde com firmeza, abrindo a geladeira e pegando um pedaço de filé de salmão no freezer – eu quero que você volte a confiar em si mesma, e quero que volte a fazer uma das suas coisas preferidas: cozinhar – diz deixando o salmão na pia e voltando sua atenção para ela – Moka-san, eu sei que você consegue, basta você querer. Eu vou estar aqui para te ajudar, caso esqueça algo – acrescenta, colocando suas mãos nos ombros dela e olhando-a nos olhos.

Naquele instante, Moka sentiu seu corpo arrepiar dos pés à cabeça. Seu coração dispara de imediato, e seu rosto é tomado pelo rubor.

—Ta, então o que iremos fazer para comer, ô espertinho? – ela questiona, virando-se de costas e cruzando os braços em seguida.

— Temaki. Os ingredientes já estão na bancada, prontos para serem reunidos e formarem um maravilhoso Temaki. – Ele responde com entusiasmo, apontando para a bancada e pegando dois pares de luvas em seguida – e nós o faremos, juntos – acrescenta oferecendo um dos pares para Moka.

Ela sentiu receio em pegar o par de luvas, mas acabou por fazê-lo. Após vesti-las, Moka se posicionou em frente a bancada, ao lado de Tsukune, que a observava atentamente.

— Certo, primeiro, você tem que cortar o filé de salmão em cubos, depois misturar com um pouco de maionese e cream cheese – Tsukune diz apontando para os ingredientes enquanto pronunciava seus nomes.

— Entendi. Então começa com o salmão, não é? Beleza – Moka diz enquanto pega o filé de salmão com a mão esquerda e a faca com a direita.

Ela ficou parada por um tempo, tentando lembrar do jeito certo de segurar o salmão para poder cortá-lo, até sentir as mãos de Tsukune tocando as dela, e sentir o corpo dele próximo ao seu.

— É assim que se corta o salmão, Moka-san – ele diz em tom sereno, enquanto a auxiliava no preparo do salmão.

Ao sentir a respiração de Tsukune próxima ao seu pescoço, Moka estremeceu e, buscando manter a pose, respirou fundo, enquanto tentava se concentrar no que estava acontecendo. Após ajudá-la a cortar alguns cubos de salmão, ele se afasta, respirando de maneira desregulada. Percebendo que ele não estava bem, Moka volta sua atenção para ele, e questiona:

— Você está bem?

— Estou, só me senti tonto um pouco, mas já passou – ele responde, voltando a ficar ao lado dela na bancada, tentando disfarçar seu mal-estar – está perfeito, agora, coloque o que você cortou neste pote, e misture a maionese com o cream cheese – diz em seguida, deixando um pequeno pote ao lado da mão esquerda de Moka.

Seguindo a orientação de Tsukune, ela coloca os ingredientes no recipiente e os mistura, utilizando um hashi. Tsukune a observava com tímido sorriso no rosto, já que Moka estava mostrando que não havia perdido suas habilidades na cozinha por completo.

— Agora, temos que preparar o arroz. Primeiro, temos que lavá-lo, depois cozinha-lo e, por último, aplicar o tempero. – Tsukune diz colocando uma certa quantidade de arroz em uma panela e dando início ao procedimento – enquanto isso, você pode cortar a folha de alga, Moka-san – acrescenta em seguida.

— Certo – ela responde em tom sereno, enquanto pega uma folha e a coloca sobre a bancada, cortando-a em duas partes em seguida.

Após organizar as folhas de alga, Moka passa a observar Tsukune, enquanto ele realiza o preparo do arroz.  A imagem dele manuseando as panelas e, em seguida, colocando o arroz para cozinhar era simples, mas agradavam os olhos de Moka, que sem perceber, acabou soltando um longo suspiro.

Depois de alguns minutos, o arroz estava pronto, e, após esperar a temperatura do arroz abaixar, para que pudessem manuseá-lo, Tsukune pega um dos pedaços de folha de alga e coloca na sua parte da bancada.

— Bem, agora a gente coloca o arroz em metade da folha e... – diz em tom animado, até olhar para Moka e perceber que ela o olhava fixamente, com um sorriso bobo no rosto – Moka-san? – acrescenta, movimentando a mão direita em frente ao rosto dela, fazendo com que Moka despertasse de seu “transe instantâneo”.

— O-o que foi? Aconteceu alguma coisa? – ela manifesta, tentando manter a pose de durona.

— Não. Mas você ficou parada de repente, achei que tivesse acontecido algo – Tsukune responde em tom animado – bem, já estamos quase acabando o preparo do Temaki, só falta colocar o arroz, o salmão e enrolar – acrescenta em seguida, apontando para a folha de alga em cima da bancada.

— Ah é, o Temaki – ela responde voltando sua atenção para a bancada, buscando esconder o rosto tomado pelo rubor – o que falta mesmo? – acrescenta em seguida.

— Falta colocar o arroz e o salmão, Moka-san – Tsukune responde em tom sereno – eu peguei um pedaço de folha de alga para montar o meu. Primeiro, a gente coloca o arroz na metade da folha, e depois coloca o salmão – diz enquanto executa o processo – e então, a gente enrola a folha, como se fosse um cone, e está pronto pra comer – acrescenta em seguida, finalizando o preparo do Temaki, e mostrando a ela o resultado final.

Moka fez o mesmo processo, e o resultado foi um belo Temaki, que parecia saboroso. Ela ajeitou a bandeja para colocar os dois Temakis, o molho shoyu, os hashis e o suco de tomate. Em seguida, levou a bandeja para o quarto e colocou-a no chão, para que servisse de mesa.

Ambos se sentaram no chão, de frente um para o outro. Após agradecerem pela comida, ambos dão início a refeição e, com a boca repleta de salmão, Tsukune diz em tom animado:

— Está uma delícia! Eu disse que você conseguiria, não disse?

— Bem, eu não teria conseguido sem a sua ajuda, Tsukune – ela responde em tom sereno, com um sorriso tímido no rosto.

— Isso prova que somos uma bela dupla, não? – ele diz com entusiasmo, esticando a mão esquerda para frente.

— É, somos uma bela dupla – ela responde, esticando a mão direita para frente e encostando-a na dele.

Após ambos se alimentarem, Tsukune se levanta, e pronuncia em tom calmo:

— Bem, está na hora de ir. Obrigado por me deixar cozinhar com você, Moka-san. Foi uma experiência incrível.

— Eu é quem tenho que lhe agradecer, Tsukune. Se não fosse o seu incentivo, eu iria demorar para colocar meus dotes culinários em prática outra vez – ela responde, também se levantando – eu prometo me esforçar e continuar melhorando – acrescenta em seguida, com um sorriso tímido nos lábios.

Ambos ficaram parados por alguns minutos, até que Tsukune caminha em direção a porta. Ao vê-lo tocar a maçaneta, Moka o chama, fazendo com que ele olhasse para ela.

— O que foi? Quer me dizer algo, Moka-san? – ele questiona.

— Aquela hora em que você me abraçou, você sentiu sede de sangue, não foi? – ela pergunta em tom sério, se aproximando dele em seguida.

— Na... Não, eu não senti sede de sangue não, eu só... – ele responde em meio a alguns gaguejos, até sentir as mãos dela tocarem seu rosto.

— Eu... Eu já perdi as contas de quantas vezes eu já suguei o seu sangue. Sinto que está na hora de retribuir – ela diz enquanto acaricia o rosto de Tsukune e o traz para perto dela, abraçando-o e deixando a cabeça dele na direção de seu pescoço.

— Tem certeza, Moka-san? – ele questiona outra vez, retribuindo o abraço.

— Tenho, Tsukune – ela responde com firmeza.

Seu corpo tremeu ao sentir a respiração de Tsukune em seu pescoço. Suas pernas bambearam e todo o seu corpo arrepiou quando sentiu os lábios dele acariciarem a sua pele.

Após receber permissão, Tsukune cravou os dentes no pescoço de Moka, fazendo com que ela soltasse um gemido baixo. Ele acaricia os longos cabelos dela, ao mesmo tempo em que ela faz cafuné em sua cabeça.

Moka foi trazida de volta a realidade pelo barulho da porta do clube de jornalismo se fechando. Ao olhar para porta, viu Tsukune parado, respirando intensamente, demonstrando cansaço.

— Moka-san... eu preciso falar com você... e é urgente – ele diz em tom sério.

Ao perceber que Tsukune estava sério, e que o assunto era urgente, ela se levanta da mesa e diz em tom gentil:

— Tudo bem. Podemos andar um pouco, se quiser.

— Certo – ele responde com firmeza.

E então, Moka pega o recipiente com os doces e acompanha Tsukune para fora da sala do clube de jornalismo, para saber o que ele queria lhe dizer, e o porquê aquilo era tão importante.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ler e até o próximo capítulo *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destinos Cruzados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.