The Mistake - HIATUS escrita por Ciin Smoak


Capítulo 26
Villain?


Notas iniciais do capítulo

Eu nem to com cara pra aparecer aqui, mas tudo bem né kkkkkkkkkkkkkkkk....

Pessoal, me desculpe pela demora, mas veio o natal e com isso a fanfic que eu precisava escrever pra essa data, vieram as festas, o trabalho estava muito puxado, tive alguns problemas em casa e enfim, muita coisa aconteceu que me impediu de escrever, mas aqui estou eu com mais um capítulo, o antepenúltimo por sinal....

ISSO MESMO.......

The Mistake está praticamente no fim, então respirem fundo e aguentem todas as emoções que ainda estão por vir antes do nosso casal conseguir o tão esperado final feliz!!!!



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—Gente, essa coisa é enorme, deve ser mais cara que a minha casa!

Revirei os olhos pelo que parecia ser a milésima vez enquanto Curtis continuava olhando para o meu anel. Eu não podia mentir, me sentia orgulhosa sempre que alguém falava algo sobre a minha aliança, não pelo valor dela em si, mas pelo o que ela significa.

Significava que o compromisso que já estava marcado no meu coração, assim como no de Oliver, agora também estava no meu dedo anelar, a vista de todo mundo.

Mas já fazia um mês e o Curtis ainda não havia superado!

—Você sabe que isso é um exagero e tanto, não é? Quer dizer, provavelmente foi caro, mas não tanto assim! –Meu amigo foi quem revirou os olhos dessa vez e Diggle riu baixinho.

—Mulher, você pelo visto não está muito por dentro do mercado de diamantes né? Mas eu te perdoo por isso porque sendo noiva do gostosão Queen, tenho certeza que vocês tem coisas mais interessantes pra fazer! –Ele ergueu a sobrancelha de forma bem sugestiva e me senti ficando vermelha imediatamente.

Talvez eu devesse mata-lo!

Ou isso seria coisas dos meus hormônios?

—Cuidado comigo, você sabe muito bem que no momento eu posso ser uma assassina em potencial!

—Nós sabemos disso, essa provavelmente é a sexta ou sétima vez que você fala isso, só nessa semana! –Diggle tinha um olhar divertido no rosto, mas ao menos tanto ele falava com tanta doçura que era meio que impossível ficar brava com ele, por isso acabei abrindo um sorriso e meu outro amigo balançou a cabeça em sinal de negação.

—John Diggle, eu gostaria de ter o açúcar que você tem! –Diggle e eu rimos baixinho, mas logo senti o meu celular vibrando e percebi que se tratava de Thea.

—Eu preciso ir, o furacão Queen está chegando e quer muito fazer compras enquanto eu ainda consigo bater perna pelo shopping. –Na verdade, ela estava mais irritada do que qualquer outra coisa, já que eu havia feito com que ela esperasse até o final do meu expediente.

Eu queria sempre ser reconhecida pelo meu trabalho e isso não incluía ter privilégios absolutos só porque eu era a noiva do chefe, eu não queria me tornar essa pessoa!

—Tchau meninos! –Abracei John e Curtis e então caminhei até a porta, mas me virei no último segundo. –Vou comprar chocolate naquela loja que você ama Curtis, amanhã trago pra você! –Meu amigo sorriu e lançou uma piscadela na minha direção, depois disso saí da sala, mas mesmo já estando no corredor ainda consegui ouvir a voz dele.

—Eu realmente mereço um presente porque aguentar esses hormônios voláteis dela está acabando com a minha beleza!

Ri baixinho e continuei caminhando, ignorando alguns olhares aqui e ali e seguindo em frente.

Sempre seguindo em frente.

A verdade é que as coisas estavam realmente melhores, quer dizer, os repórteres ainda incomodavam as vezes e eu ainda recebia alguns olhares atravessados, mas o pior da tempestade havia passado, pelo menos agora eu conseguia respirar melhor entre uma situação ruim e outra.

Porque elas sempre vinham, isso era um fato, apesar de eu não ser mais tão interessante, os repórteres (pelo menos alguns deles) ainda não haviam me esquecido totalmente e as vezes apareciam com alguma matéria tendenciosa e ridícula, mas que ainda tinham o poder de me abalar.

—Finalmente, você tem sorte por estar grávida ou eu não deixaria você se safar fácil por me deixar esperando tanto tempo! –Thea tentava parecer grávida, mas a todo momento olhava pra minha barriga e sorria e então eu sabia que ela seria a melhor tia do mundo. –Olha só, eu já consigo realmente ver a diferença, minha sobrinha tá crescendo, finalmente!

Revirei os olhos, apesar de ainda estar sorrindo!

Todo santo dia ela dizia que minha barriga havia crescido, mas a verdade é que simplesmente ainda não dava pra ver diferença nenhuma, Thea Queen era doida.

—Como você tem tanta certeza de que é uma menina? O ultrassom não conseguiu ver nada ainda e você sabe bem disso! –Ela deu de ombros e então enganchou o braço no meu antes de começarmos a andar em direção ao carro dela.

—Quando é que você vai aprender a não apostar contra mim? Eu tô sempre certa, você ainda não sabe disso? –Me limitei a ficar quieta, porque o mais inteligente era não discutir com ela e então passamos o caminho todo até o shopping discutindo a decoração do quarto do bebê, porque a verdade é que Thea estava me pedindo a semanas para deixa-la cuidar daquilo, mas eu realmente estava com medo de que ela exagerasse.

Depois de eu expressar esse medo pelo que devia ser a centésima vez, ela veio com a mesma resposta acompanhando de um dar de ombros.

—Ela é uma Queen, merece tudo de melhor, ainda mais sendo minha sobrinha!

Nesse ponto da conversa já estávamos entrando no shopping e eu ainda tentava debater com ela, inutilmente, é claro!

—Você não tem uma casa pra organizar também? Porque até onde eu sei você e Roy estão escolhendo uma casa pra morar, então como diabos você vai ter tempo de cuidar disso, do casamento e ainda montar o quarto de um bebê? –Ela me olhou com aqueles olhos que diziam simplesmente,   “é sério isso?” e por fim, eu me dei por vencida, porque apesar de toda a brincadeira, eu via o quanto isso era importante pra ela. A verdade é que Thea sempre havia morrido de medo de que Oliver nunca encontrasse alguém e ver o irmão mais velho formando uma família era meio que a realização de um dos grandes desejos dela. – Tudo bem, só não surta muito ok? É o nosso bebê e não o filho da rainha Elizabeth!

—Bom, ele tem Queen no sobrenome, não tem? –Continuei olhando firme pra ela e então a mesma finalmente pareceu ceder. –Tudo bem, prometo me comportar, ok? –Assenti, mas ela nem percebeu porque seu foco logo estava em outro lugar. –Eu amei aquelas botas, será que eles tem tamanho 36?

E essa era minha cunhada, senhoras e senhores!

...

—Como você já pode estar cansada? Quer dizer, sou eu quem está grávida e é você que fica assim?

—Hahaha, é fácil pra você dizer cunhadinha, você ficou sentada praticamente o tempo todo dentro das lojas, já eu não sentei nem por um só minuto desde a hora do almoço, a boate está uma loucura e não tive tempo pra nada!

Ela parecia realmente cansada, então a abracei de lado e acariciei os cabelos dela.

—Se você estava tão cansada assim, por que não deixou as compras pra amanhã? Você deveria ter ido pra casa descansar. –Ela bocejou naquele instante, mas em meio ao bocejo ela negou com um gesto rapidamente.

—Se eu fizesse isso, então o mundo teria me vencido e Thea Queen não se deixa vencer fácil! –Ri baixinho da lógica distorcida dela e nos encaminhei em direção à lanchonete.

—Vamos comer alguma coisa, você vai tomar um suco de maracujá, inclusive e aí vamos embora e você vai direto pra casa pra poder descansar. –Percebi que ela estava pronta pra refutar, provavelmente pra dizer que precisava ir pra boate hoje a noite. –A Verdant não vai desabar se ficar sem você só por essa noite, então não pense em me contrariar, entendeu?

Ela me olhou por alguns segundos e realmente cheguei a pensar que ela fosse negar, mas por fim, acho que o cansaço venceu e ela terminou assentindo lentamente em sinal de derrota.

—Tudo bem mamazilla, eu vou dormir e só vou acordar amanhã bem tarde, tudo bem? Se alguma coisa desabar na minha ausência a culpa vai ser totalmente sua!

—Ok, eu assumo a responsabilidade, agora por que não vamos comer logo?

Nos sentamos em uma mesa e percebi que a praça de alimentação estava relativamente vazia até, pra uma quinta feira a noite, eu esperava um público bem maior.

—O que a minha sobrinha quer comer? –Thea estava aparentando estar cansada, mas como sempre, não mostrava isso facilidade.

Pensei por alguns minutos e então abri um sorriso assim que vi o restaurante que estava atrás de mim.

—Ela quer comer comida japonesa, um monte, por favor? –Eu devo ter feito uma cara engraçada porque ela riu baixinho, mas logo se levantou e foi na direção do restaurante.

Fiquei olhando ela se afastar, mas logo fui distraída pelo bip do meu celular.

“Espero que você não esteja fazendo nenhum tipo de esforço desnecessário, não faz bem pra vocês, ok? Te amo”

Sorri ao ver a mensagem e então digitei rapidamente.

“Estamos bem, eu já te disse que eu não estou doente! Também te amo...”

Oliver estava agindo dessa maneira e apesar de ter melhorado com o passar das semanas, ainda estava bancando o super protetor, eu confesso que não facilitava pra ele, querendo fazer tudo sozinha.

Na semana passada ele quase tinha tido um ataque de pânico quando entrou no meu apartamento e me viu em cima de uma cadeira trocando a lâmpada da sala.

Mas qual é? Eu não estava inválida!

A verdade é que eu queria aproveitar o pouco de liberdade que me restava porque sabe-se lá como, a minha mãe havia convencido o chefe dela e lhe dar dois meses de licença e então ela viria pra cá no meu último mês de gravidez.

Minha mãe aliada ao Oliver? Eu não ia conseguir nem ir ao banheiro sozinha.

Percebi uma pequena luz vindo na minha direção e então comecei a olhar em volta, não vi nada demais, apenas uma mesa cheia de mulheres que fingiam não estar me encarando.

Eu já estava acostumada com aquilo, mas não deixava de ser incomodo mesmo assim.

—Prontinho, teremos uma barca de comida japonesa daqui a pouquinho! –Nem percebi quando Thea chegou e voltou a se sentar na minha frente. –Tá tudo bem, Felicity?

Dei de ombros e apenas sorri, porque eu sabia que essa era a melhor forma de acalmar todo mundo.

—É claro! Por que não estaria? –Ela me olhou por alguns segundos, tentando enxergar algo que eu tentava esconder, mas acho que não obteve muito sucesso, pois o cansaço devia estar nublando os sentidos dela e essa foi a minha sorte.

—Tudo bem, acho que eu só tô muito cansada mesmo! Mas agora me fala do casamento, vocês já sabem quando vai ser? –Assenti, me sentindo um pouco mais entusiasmada agora.

—Vamos nos casar depois do bebê nascer, porque eu não quero estar com um barrigão enorme dentro do vestido, além do mais, você vai se casar agora e quero me concentrar exclusivamente pra ajudar você com o seu casamento, depois resolvemos o meu.

—Eu amo você cunhadinha! –Ela tinha um sorriso emocionado no rosto e eu não estava muito diferente.

A verdade é que eu havia me acostumado a ser filha única, mas a vida havia me trazido muitas irmãs, Thea, Sara, Laurel, Caitlin, todas mulheres incríveis que eu amava demais. Eu era muito grata por ter conhecido Oliver, porque eu não só consegui encontrar o amor da minha vida, como achei uma família gigante também.

Eu percebi que meus pensamentos haviam começado a ficar emocionais demais, mas graças a Deus logo fui distraída pela comida sendo colocada na minha frente.

Hormônios, quem é que conseguia entender?

...

—Eu acho que realmente não devia ter comido tanto assim! –Thea segurava a barriga de uma maneira que mais fazia parecer que ela estava grávida ao invés de mim.

—Não exagera, eu comi muito mais que você e estou me sentindo ótima! –Ela me olhou com um olhar exasperado e então continuou a andar em direção ao carro.

—Por que será né? Talvez seja pelo fato de que você está comendo por duas pessoas enquanto eu continuou sendo minúscula? –Eu estava pronta pra responde-la quando senti uma sensação gelada no pescoço, como uma espécie de calafrio.

Era a sensação de estar sendo observada, eu sentia muito isso nos últimos tempos.

—Felicity? –Thea deve ter percebido que eu havia parado e deve ter ficado assustada quando percebeu que eu estava olhando pra todos os lados como uma doida.

—Tem alguma coisa errada!

—O que? O que tá errado? Você a...-Ela parou de falar no mesmo momento em que escutamos o barulho de um click, como aquele que as máquinas fotográficas faziam.

Agora ela também olhava em volta e depois do barulho, ficou mais fácil identificar o lugar de onde ele estava vindo. Nas colunas do estacionamento, perto do carro dela, havia um homem parado apontando uma câmera diretamente pra nós.

—QUE PORRA É ESSA? QUER QUE EU CHAME A POLÍCIA? SEU LUNÁTICO! –Thea parecia prestes a explodir da raiva, mas isso não pareceu deter o homem, que logo saiu do seu “esconderijo e começou a caminhar em nossa direção”.

—Desculpe se assustei vocês, eu sou da Starling Magazine e estava apenas fazendo umas fotos, você vai ser a capa da nossa próxima edição senhorita Smoak, ou deveria dizer futura senhora Queen? –Ele olhou diretamente pra minha aliança com um sorriso de escárnio no rosto e me perguntei como diabos ele sabia que eu estava aqui e sabia sobre o casamento.

Aquilo tomou a minha mente por alguns segundos, até que eu finalmente me lembrei daquelas mulheres sentadas perto de mim na praça de alimentação, eu jurava ter visto uma luz e agora percebia que aquilo só poderia ter sido um flash de celular. Elas haviam me fotografado e mandado pra esse cara ou pra alguém que o conhecia.

—O meu status de relacionamento não diz respeito a você e nem a ninguém, então obrigada, mas não gostaria de estar na capa da sua porcaria de revista! –Eu tentava me manter firme, nunca havia sido uma chorona, mas a gravidez estava me deixando mais sensível e situações como essa abalavam o meu psicológico de uma maneira que eu não sabia explicar.

—Por que não? As mulheres de Starling estão ansiosas pra saber qual é o seu segredo, elas querem ter a chance de fisgar um milionário também! É claro, caso tenha algum truque fora a gravidez! –Ele sorriu pra mim de uma maneira nojenta e eu senti vontade de vomitar, percebi que Thea estava prestes a dar um soco na cara dele, quando uma mão segurou o seu ombro.

—Por que não vamos pra casa meninas? O dia de hoje foi exaustivo e eu quero muito um banho de banheira!

Moira Queen estava ao nosso lado e sabe-la lá Deus de onde ela havia surgido, logo atrás dela estava Diggle e um homem corpulento que eu não conhecia, os dois olhavam pro repórter de forma ameaçadora, mas ele não parecia se importar muito ou pelo menos tentava mostrar que não se importava.

—Sabe que ninguém acredita realmente nesse teatro não é senhora Queen? Qualquer idiota percebe que a senhora não suporta a senhorita Smoak, tentar bancar a família feliz agora não vai convencer ninguém!

O cara tinha coragem, isso eu tinha que admitir!

—Eu não faço ideia do que você está falando e a não ser que tenha alguma prova dessa barbaridade, suas opiniões infundadas serão apenas isso. Agora, por que não sai da minha frente antes que eu tenha que pedir aos meus seguranças para dar um jeito em você?

Ele finalmente pareceu perceber com quem estava lidando, pois pude ver o suor percorrendo o seu pescoço.

—Ameaçar a imprensa é um crime contra a liberdade de expressão! –Ele ainda tentava manter o tom debochado na voz, mas estava mais do que claro quem ali realmente tinha poder.

—Realmente, isso é verdade! –Ela se aproximou um pouco dele e abriu um sorriso indulgente. –Mas você não é imprensa, é uma escória que não vai conseguir um bom emprego em lugar nenhum de Starling e nem nas proximidades porque eu vou pessoalmente me certificar disso!

Depois disso ela sorriu, como se tivesse falado algo muito bom e então segurou  o meu braço de leve e começou a me tirar de lá, com Thea nos seguindo de perto.

Percebi que eu estava prestes a chorar, eu sempre havia odiado chamar atenção e aquele escândalo todo está acabando comigo.

—Não ouse chorar, seja forte! –Me assustei ao perceber a voz dela no meu ouvido enquanto ela continuava com um sorriso no rosto, então me esforcei para sorrir também e juntas, nós três caminhamos até o carro, em silêncio.

Assim que entramos no veículo, Diggle olhou pra mim com os olhos apiedados e eu pude sorrir de verdade, meu amigo estava ali comigo então eu me sentia melhor.

—John, nos leve até o Queen’s Gambit, por favor! –Percebi que ele franziu o cenho em confusão, assim como Thea, mas seguiu as ordens dela sem questionar.

A viagem foi feita em um silêncio descomunal e percebi que na verdade, ninguém sabia o que dizer. Ficamos assim até chegarmos ao porto e eu ainda não sabia o que estávamos fazendo lá.

—John, vá com a minha filha, por favor, naquela gelateria que eu gosto buscar uns sorvetes pra levar pra mansão, eu e a senhorita Smoak vamos esperar aqui!

Após dizer isso, ela simplesmente saiu do carro, sem olhar pra trás pra ver se eu a estava seguindo. Thea parecia preocupada, assim como John e embora eu também estivesse, ainda tinha vontade de ir. –Felicity, você não precisa ir, é sério! –Segurei a mão dela e então sorri.

—Não, eu quero ir! Acho que vai ser bom. –Ela me olhou de maneira reticente e eu apenas dei de ombros. – O que? É um pressentimento!

Depois disso eu saí do carro e segui pelo mesmo caminho que Moira havia seguido, caminho esse que eu já conhecia devido ao fato de Oliver já ter me trazido aqui quando nos conhecemos. Ela já estava dentro do barco, sentada confortavelmente e eu respirei fundo antes de ir me juntar a ela.

—E então, o que a senhora gostaria de falar comigo? –Ela apenas me olhou por um longo tempo e então abriu um discreto sorriso, bem discreto mesmo, mas foi uma surpresa e tanto porque ela nunca tinha sorrido pra mim.

—Sou obrigada a admitir que essa é uma qualidade que eu aprecio em você senhorita Smoak, sempre direto ao ponto, não gosta de meios termos. –Continuei em silêncio esperando que ela continuasse a falar, mas assim como antes, ela apenas voltou a me olhar pelo que pareceu um longo, longo tempo. –Você precisa ser forte, não pode se dar ao luxo de chorar!

Tudo bem, aquilo meio que havia me pegado totalmente desprevenida.

—Como?

—Você vai ser mãe agora, chorar é um luxo que você não pode ter! –Franzi o cenho com aquilo e me lembrei de todas as mães que eu conhecia.

—Mães podem chorar também, ainda somos seres humanos! –Ela riu baixinho e pela primeira vez percebi um brilho diferente no seu olhar, parecia...piedade?

—Mães comuns talvez possam, mas não somos mães comuns. Você agora está em um mundo em que vão observar você e seu filho vinte e quatro horas por dia, qualquer deslize, por menor que seja, vai ser comentado e isso vai afeta-lo, então você precisa ser forte o tempo todo, precisa aprender a fazer escolhas difíceis, porque são essas escolhas que vão ditar quem ele vai ser, e confie em mim, nesse mundo de dinheiro e luxo, não é fácil se deixar ser corrompido, caso não tenha alguém pra fazer as escolhas difíceis que você ainda não está pronto pra fazer. Você precisa enfrentar as coisas, precisa estar preparada pra fazer tudo por ele, mesmo que ele venha a odiar você por isso, porque no final, não importa se ele vai te amar ou não, só importa que ele esteja feliz.

Ela falava com tanta convicção e me deixei refletir sobre aquelas palavras por vários momentos enquanto analisava frase por frase.

Mas eu não teria o Oliver pra me apoiar?

—É diferente pra ele! –Olhei pra ela assustada, meu Deus, a mulher estava lendo a minha mente? –Não, eu não leio mentes, você é que não controla a sua já que fica dizendo tudo em voz alta.

Mordi os lábios para manter a boca fechada depois disso e apenas esperei que ela continuasse, porque ela tinha quer terminar de falar, não podia simplesmente falar aquilo tudo pra mim e ficar calada.

—Você por acaso sabia que quando conheci o pai do Oliver, eu não passava de uma estudante de administração que dependia de uma bolsa de estudos e de um financiamento enorme pra sobreviver? –Franzi a testa ao escutar aquela informação, tentando entender o porquê de ela estar me contando aquilo.

—Por que a senhora disse que a situação é diferente pro Oliver?

Ela apenas me olhou por longos segundos e então...

Eu entendi!

Eu finalmente entendi!

“Você por acaso sabia que quando conheci o pai do Oliver, eu não passava de uma estudante de administração que dependia de uma bolsa de estudos e de um financiamento enorme pra sobreviver?”

Ela era pobre, assim como eu. Ela não era ninguém na fila do mundo e se apaixonou por um cara extremamente rico, ele se apaixonou por ela também e ambos decidiram ficar juntos, mas tudo recaiu apenas sobre o colo dela, porque ela não era ninguém pra eles, pra sociedade, pros repórteres.

Assim como eu!

Eles iriam me julgar assim como haviam julgado ela, então qualquer erro, qualquer fraqueza, qualquer problema, sempre recairia sobre mim ao invés do Oliver!

—Percebo que agora você está começando a entender!

Pensei sobre aquilo mais atentamente e percebi o quanto ela deve ter sofrido durante todo esse tempo, quer dizer, eu amava Oliver e estava disposta a ficar com ele de qualquer jeito, mas agora eu sabia que não seria fácil e por vezes, seria doloroso.

—Como a senhora conseguiu? –Ela deu de ombros e então se levantou.

—Eu amava o meu marido e eu amava os meus filhos, por isso eu acordava e matava um dragão todo dia porque sabia que eles precisavam de mim, bom, as crianças pelo menos, no final Robert não valia mais tanto a pena assim, mas você tem sorte pelo fato do meu filho ser diferente do pai! Duvido que ele vá fazer o que o meu marido fez.

Por que ela estava me falando tudo aquilo? Quer dizer, havia algum motivo por detrás daquilo tudo?

—Por que a senhora está me falando tudo isso? Achei que não visse a hora de me ver longe do seu filho! –Escutei o barulho do carro ao longe e ela também pareceu escutar, pois se empertigou rapidamente e começou a se adiantar para descer do barco.

—Digamos apenas que talvez você não seja a pessoa que eu pensei que fosse, por isso, estou te dando o benefício da dúvida!

Meu coração deu uma cambalhota dentro do peito e eu me permiti finalmente sorrir, aquele sorriso gigantesco que eu só guardava pras ocasiões mais especiais.

Talvez não fosse impossível, talvez eu realmente pudesse fazer Oliver e a mãe se reaproximarem, talvez ela não fosse essa megera terrível, só um ser humano como todos os outros, com erros e acertos, mas ainda sim, uma mãe!

Segui-a em silêncio e entramos no carro, depois disso percebi Thea me lançando vários olhares durante todo o trajeto e vi que o único motivo de ela não estar me bombardeando de perguntas era devido a presença da mãe e por isso, dei graças a Deus quando vi que eles iam me deixar primeiro em casa, assim eu poderia fugir do ataque inicial.

—Tchau pessoal e obrigada por me trazer em casa, senhora Queen! –Ela apenas assentiu, mas aquele foi o gesto mais gentil que ela já havia praticado perto de mim e vi quando Thea e Diggle arregalaram os olhos.

Saí da lá antes que minha cunhada decidisse me seguir e praticamente corri pra dentro do condomínio.

Eu ainda estava morando no meu apartamento, pois Oliver e eu ainda estávamos escolhendo os móveis e a decoração da nossa nova casa e agora, com a Thea a frente do quarto do bebê eu podia pressentir que demoraria ainda mais para nos mudarmos.

Cumprimentei o porteiro e corri para pegar o elevador, em seguida respirei fundo, pois sabia que se chegasse em casa ofegando, Oliver me prenderia pelas próximas semanas alegando que eu estava morrendo.

Bom, pelo menos tudo o que eu precisava fazer era sorrir e demonstrar normalidade, já que...

—Oliver?

—Tá tudo bem? A Thea me disse que você ficou um tempão sozinha com a minha mãe, eu quase apareci lá, fiquei tão preocupado. Ela te fez alguma coisa? Vocês estão bem? –Enquanto ele falava, segurava o meu rosto e a minha barriga incessantemente e eu senti vontade de matar a minha cunhada.

—Oliver, nós estamos bem, calma! Agora você pode me deixar respirar um pouco? Eu ainda tô dentro do elevador.

Só nesse momento é que ele pareceu perceber que estava surtando e se afastou com o rosto corado, segurando a minha mão e nos levando pra dentro do apartamento.

—Tá tudo bem mesmo?

—OLIVER! –Ele ergueu as mãos em sinal de rendição e então eu me joguei no sofá.

—Tá bem, é só que você não pode me pedir pra não ficar preocupado, vocês duas ficaram sozinhas e...você sabe o que ela fez! –Aquela última parte saiu como um sussurro e eu acariciei a mão dele.

—Eu não acho que a sua mãe iria fazer algo do tipo comigo e quer saber de mais uma coisa? –Ele me olhou com expectativa e eu sorri. –Não acho que ela seja esse monstro, não mesmo!

—Mas você...

—Eu sei o que aconteceu Oliver, mas nem tudo é tão preto no branco, não estou dizendo que o que ela fez foi o certo, mas ela ainda é sua mãe e mais cedo ou mais tarde vocês vão ter que largar as pedras e conversar de uma vez por todas!

Ele pareceu atônito por um momento e então me encarou, parecendo assustado.

—Não vai me dizer que agora você gosta dela! –Dei de ombros e então ri baixinho.

—Eu não desgosto dela e por enquanto isso é o suficiente.

—O que diabos vocês conversaram, afinal de contas? –Me levantei e estalei as costas antes de ir em direção ao quarto.

—Coisas de mulher!

Enquanto entrava no quarto, o ouvi resmungado na sala.

—As mulheres são todas loucas, todas elas!

Ri baixinho e somente então, fechei a porta.

Fui até o banheiro e comecei a tirar as minhas roupas, em seguida tomei um banho relaxante que deve ter demorado vários e vários minutos, pois afinal eu ainda estava fragilizada por tudo que havia acontecido. Quando saí de lá, Oliver já  estava sentado na cama me esperando.

—Bonito pijama! –Olhei pra baixo e tentei me ver pelos olhos dele, meu short doll era uma mistura de unicórnios e fadas. Ri baixinho e então mostrei o dedo do meio antes de ir me sentar no colo dele.

“Você precisa enfrentar as coisas, precisa estar preparada pra fazer tudo por ele, mesmo que ele venha a odiar você por isso, porque no final, não importa se ele vai te amar ou não, só importa que ele esteja feliz.”

—Amor, tá pensando em que? –Olhei pra Oliver e ele começou a massagear a minha testa, percebi que eu a devia ter franzido, pois sempre fazia isso quando pensava em algo complexo.

—Estou pensando que quero muito uma massagem nas costas!

—Tudo bem então, uma massagem especial saindo!

Sorri pra ele, mas assim que percebi que Oliver não estava vendo, voltei ao turbilhão que era minha mente.

Na hora eu não havia dado muito importância a essa fala especifica da Moira, mas agora isso era algo que começava a me incomodar.

O que ela havia precisado enfrentar pelo Oliver?

Será que tinha a ver com o bebê?

Será que no final das contas, ela não era a vilã que pensávamos?


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Notas finais do capítulo

Eita que agora a coisa começou a pegar, o que será que está acontecendo? Huuuuuum, posso apenas dizer que grandes emoções e aventuras nos aguardam nesses últimos caps....

Sei que é muita cara de pau pedir isso depois de quase três meses sem postar, mas eu conto com vocês tá? A fic está com mais de 700 reviews e eu queria muito que nos aproximássemos o máximo possível dos 1000, então me ajudem nessa vai kkkkkkkkkkkkkk...

Até o próximo, que não vai demorar tanto, prometo!
Beijoooos!!!!!!



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