Quando acontece escrita por Joker


Capítulo 7
7


Notas iniciais do capítulo

O engano de Brock Harrison.



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Uma pequena gota d'água fora o que fizera Blue Queen Grace acordar, uma que caíra no meio de sua testa  fazendo com que a mesma levanta-se em um salto. Não sabia quanto tempo havia estado no sofá azul desbotado já que a ultima coisa que lembrava era de ter se sentado com  o maior suspeito do caso que estivera trabalhando.

Havia sido imprudente ao abaixar a arma e obedecer o que havia sido ordenado a ela fazer, mas se isso a fizesse encontrar Moyra Smith tudo valeria a pena.

A corrente amarrada ao seu tornozelo estava presa em um ganho no rodapé da parede, olhando ao redor diria que estava em um porão e tirando o sofá que estivera deitada próximo a parede oposta estava uma mesa pequena com duas cadeiras. Na parede lateral uma espécie de pia com fogão e em sua parede oposta uma cama de solteiro.

A iluminação da sala cabia a um pequeno abajur no criado mudo ao lado da cama o que não a ajudava a ver os detalhes que deixara escapar,  Brock podia estar escondido a onde a fraca luz não chegava, assustando-a e rindo da tolice de Blue.

Olhando para si mesma o casaco que havia colocado antes de sair não estava em seu corpo, ele não havia deixado escapar nenhuma alternativa para ela até mesmo seus sapatos Brock havia tirado.

Voltando a se sentar no sofá decidiu repassar tudo o que sabia sobre o suspeito, cada milímetro de informação que conseguira achar.

Brock Harrison fora parar no sistema com dois anos de idade quando a mãe morrera de overdose em uma das esquinas de Denton e seu pai não constara na certidão de nascimento. Pulou de casa em casa antes de ser adotado por um casal da cidade vizinha com oito anos.

O resto de seu crescimento decorreu sem problemas, dito como um jovem calmo e educado sempre com as maiores notas da turma. Na faculdade não havia conseguido outra palavra para ele que não fosse educado, gentil, inteligente e solitário.

Talvez sua psicose homicida fosse por conta da solidão e o trauma de ter crescido no sistema vindo de uma mãe viciada. As hipóteses sempre tiveram rondando sua mente desde que todas as pistas dos casos apontaram para Brock.

Mais ainda tinha pontas soltas, por que aos trinta e um anos começara a matar? O que fora o estopim...O gatilho? Ele já havia feito outras vitimas? Os signos foram apenas uma brincadeira ou havia significado para ele?

Perdida em pensamentos Blue não viu alguém entrar no cômodo até a pessoa estar ajoelhada em sua frente, seu sequestrador empurrou para frente um copo com agua e um comprimido.

—Nem ferrando!- Ela se afastou o máximo que pode, ele não a pegaria de surpresa como havia feito anteriormente.

—Beba...Você deve estar com dores de cabeça.- Blue estava mas não correria mais riscos do que já havia corrido.

Olhando para Brock diria que ele não aparentava ser um serial killer, talvez um lenhador frustrado mais não um assassino. Não que muitas das vezes um assassino aparentava poder tirar a vida de alguém, sempre era o inesperado.

—Não vou machuca-la.- A voz dele estava mais suave do que quando havia falado com ela no galpão.

—Oh claro como se eu acreditasse em um assassino em serie! O que vai fazer comigo? Me convidar para jogar xadrez ao invés de fazer o que fez com as outras vitimas?- Brock se levantou soltando um longo suspiro, Blue sabia que levar um agressor ao extremo era perigoso.- A onde esta Moyra?

Brock não sabia se o seu cansaço era físico ou mental, mas estava chegando ao limite já que a ultima vez que dormira fora duas noites atrás ou quase isso. Não tinha a mínima intenção de  ferir a agente mas precisava dela para provar sua inocência.

Lembrava-se de quando havia visto a agente Blue Grace a primeira vez, ela parecia delicada e frágil e se lhe perguntassem nunca diria que ela era policial, mas por trás dos belos olhos cinza havia a sabedoria de uma estrategista. Talvez ela não fosse uma ameaça fisicamente mas derrubaria qualquer um na tática.

Não conseguia entender como de tantas pessoas havia sido acusado de tal atrocidade, nunca teria coragem de cometer tais crueldades como havia sido acusado de fazer.

Toda sua vida fora para o buraco quando as 'evidencias' apontaram para ele, Brock havia perdido tudo o que conquistara pela maldade de alguém e mesmo que conseguisse provar sua inocência nunca conseguiria eliminar a mancha em seu caráter a menos que ajudasse quem havia o acusado.

—Eu...Não peguei ela.- Pela voz da agente podia sentir que ela não confiava nem um pouco nele, mas quem poderia culpa-la?

Pelo som que ela fizera Brock diria que seria algo parecido com escarnio.

—Oh sim...Claro, claro.- Ele podia ouvi-la sair do sofá, nunca teria imaginado que Blue tentaria acerta-lo até ela fazer.

Quando o braço dela rodeou seu pescoço e inclinando-os para trás, Brock xingou-se mentalmente. Ela havia sido ensinada a não cair sem lutar e mesmo que fosse uma mulher Blue poderia lhe dar uma surra.

—Por favor...-Ele não queria feri-la acidentalmente não era o tipo de homem que ele havia sido criado para ser.- Blue Grace...Não quero feri-la.

—A onde esta Moyra  Smith?- Sua voz estava fria e para Brock no entre os papeis de policial bonzinho e policial malvado Blue era a ultima opção.- A menos que queira que eu quebre o seu pescoço me diga a onde a garota esta!

Brock firmou os pés antes de endireitar a coluna, ela o havia pegado desprevenido mas com toda a certeza era bem mais forte que o pequeno corpo da agente.

—Por favor agente Grace não foi eu quem machucou aquelas garotas e lhe dou minha palavra que não irei machuca-la, sequestra-la fora necessário.- A pele do braço dela era suave diferente de suas mãos duras pelo trabalho com a madeira.

Blue murmurou algo antes de solta-lo, ele afastou-se alguns passos antes de virar-se para olha-la.

—Suas evidencias podem apontar para mim agente, mas eu nunca poderia machucar alguém.- Brock passou a mão no rosto.- Eu tentei dizer isso quando ainda era apenas mais um suspeito, posso ter estado na mesma cidade que a primeira vitima mais nunca havia visto aquela menina antes de vocês me mostrarem sua foto.

—Por que deveria acreditar em você?- Blue cruzou os braços desafiando-o apenas no olhar seu cabelo estava selvagem em torno do cordão que prendia o resto.


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