Chapeuzinho vermelho escrita por louie espe
Notas iniciais do capítulo
Se houverem erros peço perdão. Um dia revisarei um capitulo inteiro antes de postar
Depois de alguns minutos Abraham chegou ofegante e seu rosto estava suado. Ele sentou perto de uma das árvores ainda ofegante.
- Quem é você?
Chapéu que estava virada para rajado deu uma risada baixa. Depois de um tempo ele levantou e foi em direção a tulipa e fez carinho na crina dela.
- Obrigado por cuidar da minha égua. – ele disse olhando em direção ao portão que agora estava fechado – poucos homens atirariam tão bem aquela distancia. Você é bom.
- Tem razão, poucos atirariam tão bem – Chapéu se virou pra ele que pareceu assustado – mas eu não sou homem.
Ela o encarou e sorriu gentilmente sem surpresa alguma. Ele tinha cabelos castanhos e olhos azuis escuros e tempestuosos e sua pele era branca como a de todos os outros que Chapéu já conheceu. Mas para ele a surpresa foi enorme, pessoas da mesma cor de Chapéu eram raras e com olhos tão claros quanto os delas era quase impossíveis de se achar.
- Você atirou as flechas? – disse ele incrédulo.
Chapéu riu.
- Parece que sim. E também encontrei sua égua.
- Eu agradeço – disse ele seco. E começou a arrumar a cela de tulipa – mas agora devo ir.
- Eu pensei que fosse gostar de comer um pouco. Afinal está escurecendo e que eu saiba não alimentam muito bem as pessoas na prisão.
- Quem é você? – disse ele nervoso.
Chapéu arqueou a sobrancelha.
- Que tal a pessoa que te ajudou a fugir. Tulip estava perdida e eu a encontrei pra você.
- Como sabe o nome da minha égua? – perguntou Abraham assustado.
- Ela me disse. Inclusive ela foi muito mais educada comigo que você.
- Você ta me dizendo que conversou com a minha égua.
- Sim. – ela tirou uma maçã de uma das bolsas de rajado e jogou nas mãos de Abraham que a deixou cair – na próxima você pega. – ela pegou mais uma maçã e sentou-se encostada em outra árvore. – a maioria me conhece como Chapéu vermelho, apesar de que quase ninguém sabe quem eu sou. Mas você é sortudo.
- Pensei que fosse um homem – disse ele limpando a maçã na camisa.
- Pra onde está indo?
- Eu não sei ainda. Estou apenas fugindo. E você?
- Estou indo para oeste. Preciso encontrar algo lá.
- Perto do reino. Eu passo.
Chapéu riu.
- Levando em conta que ela nem sabe quem sou eu. Eu estou bem tranquila.
Ele se desencostou da árvore e a encarou.
- É verdade que você tem a capacidade de atirar mais de três flechas ao mesmo tempo?
- Nunca tentei.
- E também é verdade que você já matou mais lobos do que qualquer outro caçador?
- Bom. A verdade é que eles nunca sentiam eu me aproximar. Assim ficava muito mais fácil acertar os alvos.
- Quantos? Eu sei que a rainha possui um exército de pelo menos cinco mil lobos no reino e mais de mil espalhados nas outras cidades e vilas. Também sei que há rastro seu na maioria das cidades que eu visitei.
- Eu faço bem o meu trabalho.
- Aquela coisa que você disse... que fala com animais... é verdade?
- Sim, é.
- Isso é algum tipo de bruxaria?
- Duvido que seja. Afinal, a única que usa magia é a rainha.
Chapéu terminou a maçã e se levantou. Procurou Odin entre as árvores e o chamou.
- Você quer se esconder mais uma vez na minha capa?
“Seria bom” ele disse pretensioso. Chapéu sorriu e montou em rajado.
- Adeus, Tulipa. – ela acenou com a cabeça sorrindo e se virou para Abraham – sugiro que não vá para o leste. Ele está infestado de lobos e soldados da rainha.
- Agradeço. A você e ao seu pássaro negro.
- Não me agradeça. Eu não estava interessada em tirar você de lá. E ele não é “Pássaro negro”, é um corvo e seu nome é Odin.
- Como o deus viking?
Chapéu se surpreendeu com o comentário. Quase ninguém sabia o que Odin significava.
- Sim. Eu sugiro que você cavalgue depressa para poder acampar bem longe daqui. Venha, Odin – Odin se enfiou dentro da capa no ombro dela com cuidado e bateu o bico duas vezes em seu ombro nu e depois voou para uma árvore novamente.
Rajado já ia começar a cavalgar quando escutou algo distante e logo depois uma flecha passou zunindo no seu ouvido.
- Fique quieta e ninguém se machuca, garota.
- O que são? – perguntou Abraham que ainda estava sentado.
- Saqueadores. E pela mira são profissionais...
Cinco homens apareceram. Três possuíam espadas e dois possuíam arcos já preparados para atirar.
- Entreguem-me todas as bolsas com comida e também todo o ouro. Você desça do cavalo.
Chapéu desceu obediente a ordem do que parecia o líder deles.
- Jogue a aljava no chão.
Chapéu hesitou, mas desprendeu a aljava e deixou-a cair no chão. O líder estava à frente dos outros e possuía uma espada. Ele fez um sinal com o rosto e o outro ladrão que não estava com arco pegou Chapéu e a colocou contra o corpo e com uma faca perto de seu pescoço.
- Vocês possuem dois cavalos reais como noto. Acho que vou levar eles também.
- Não, por favor. – disse Abraham.
- E levem a garota também. Ela pode nos servir quando a cama estiver fria.
Os homens riram e o ladrão que a segurava afrouxou um pouco a faca em seu pescoço o que a deu tempo de lhe dar uma cabeçada bem no nariz e fazer ele se desequilibrar e Chapéu pegou a espada que estava na cintura dele e a cravou no meio de seu peito. Antes que o arqueiro pudesse reagir ela já levou a espada em seu pescoço e arrancou sua cabeça. O líder se virou para longe e o outro ladrão que também usava espada tentou acertá-la em vão. Ele deu uma estocada, mas Chapéu previu seu movimento e rasgou o lado direito de seu pescoço e ele caiu. Ela avistou o outro arqueiro, mas esse já estava com problemas já que Odin estava em sua cabeça e o olho do homem sangrava muito. Chapéu foi para frente e enfiou a espada em seu peito e ele caiu.
- Quem é você? – disse o líder com a espada na mão – Uma mulher não consegue fazer isso.
- Lute comigo e mude a sua opinião.
Ele foi para frente com a espada pronta, mas Chapéu apenas girou o corpo e o fez cair com o próprio peso. Ela colocou o pé em suas costas e preparou a espada.
- Como eu disse, Abraham – disse Chapéu sem desviar os olhos das costas do ladrão – eles são profissionais, mas eu sou mais.
Ela cravou a espada nas costas dele e sentiu ele se debater e depois de algum tempo ele parou e Chapéu tirou o pé das costas dele. Ela foi à direção dos arqueiros mortos e pegou as flechas em suas aljavas e colocou-as em uma das bolsas que estava em rajado. Ela subiu novamente em rajado e Odin empoleirou na cabeça do cavalo.
- Obrigado por me avisar. Vai ganhar uma refeição extra.
“É uma ótima recompensa.”
- Você encontrou?
“Sim. E está vazio. Não fica muito longe daqui. Para o sul”
- Você vai deixar ele com uma espada enfiada no corpo como carne no espeto? - perguntou Abraham um pouco histérico.
- Não preciso da espada dele. Eu já possuo uma – ela afastou a capa um pouco e deixou a espada à mostra por um tempo e depois deixou a capa e esconder novamente.
- Então pra que usou a espada deles?
- Morrer pela lâmina da própria espada é desonroso. Eles não tinham honra. Eu não sujaria a minha com eles.
- Mas...
- Você vem comigo ou não?
- Eu tenho escolha?
Ela acenou de leve com a cabeça e foi na direção sul.
- Pensei que você iria para oeste.
- Sim. Mas antes vamos acampar em um lugar seguro.
Eles cavalgaram com pressa por que a floresta já estava bastante escurecida e quando chegaram ao acampamento dos ladrões, a lua já estava alta.
- Vamos dormir no acampamento dos homens que você acabou de matar?
- Sim.
Chapéu ficou diante dos galhos da fogueira que eles ainda não haviam acendido e a acendeu com rapidez. Ela pegou os peixes em uma das bolsas e colocou todos para assar em um espeto de metal que ela encontrou. Depois que estavam assados ela e Abraham comeram em silêncio.
- Como você matou todos eles?
- Treinei a vida toda. Mesmo que eles fossem bons, eu sabia que não possuíam tanta habilidade quanto eu.
- Sim, mas. O que você sentiu?
- Há muito tempo um amigo me disse “não é por que você fala com eles que vai deixar de se alimentar”. Não é por que eu falo com os humanos que vou me deixar sucumbir as suas vontades.
- Você também diz isso quando encara um prato com carne?
- Sempre – ela sorriu e avistou uma tenda próxima que possuía peles como cama e cobertor e foi na direção se deitar – boa noite, Abraham.
- Boa noite.
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