Jamais Te Esquecerei escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 5
A primeira vez que dissemos te amo


Notas iniciais do capítulo

Estou quase terminando essa fanfic, só terá mais um capítulo depois desse. Estou muito feliz que estou acabando e triste também, mas principalmente feliz, por quem está lendo, mesmo que não esteja comentado. Boa leitura.



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Movimenta-se para a frente e para trás, lentamente e em silêncio, alheio ao coração palpitante e o tremor de seu espírito. Pôs-se a prezar a sensação dos lábios da líder de ginásio, aflorando os seus, um gosto doce, quase embriagante, o medo de ser rejeitado diminuindo; sentiu-se alegre, como se de repente tivesse liberto de um peso terrível e, amorosamente coloca as mãos na cintura dela, buscando mais contato, um riso auditivo por parte da mesma o faz rir também, um riso de satisfação, ele a empurra levemente contra a parede de concreto, sem jamais deixar de beija-la, um beijo ainda assim lento, derramando todos os desejos encobertos por aquele manta de orgulho.

A atmosfera do lugar, de tão sufocante que não se podia estar ali, e o ar estava a tal ponto nulo, que ambos detiveram-se. As respirações ofegantes, compartilhando o mesmo oxigênio, e mesmo as bocas separadas, os olhos continuavam fechados, a mão de Misty na nuca de Ash, esse com uma das pernas entrelaçada na dela, arrepiando-se com a aproximade de seus corpos, quanto tempo talvez ficariam assim? Somente uma ou outra vez murmuravam qualquer coisa por entre os dentes, antes de entreolhavam-se.

Fixou nela um olhar especial, porque nos seus olhos tornou a aparecer a expressão de ternura, o mesmo o olhar qual lhe motivava nas batalhas, desconcertante, olhos azuis, como o mar, assim como sua natureza; beija-lhe rapidamente, uma, duas e três vezes, escuta-lhe rir, talvez por remeter ao seu espírito brincalhão.

A adolescente de cabelos ruivos, acaricia a face do rapaz com as pontas dos dedos, um curto sorriso transforma a fisionomia dele, o vê fechar os olhos a fim de rogar a seus encantos, tendo-o novamente a vista, o observa fixamente, em seguida o abraça, qual repete seu ato.

Permaneceram desse modo. Ela aninhou a cabeça no ombro dele, enquanto o mesmo toca os fios alaranjados dela, massageado com delicadeza, revelando por si só o desejo de estar ali, o aroma de seu perfume e pele.

— Por que você ainda está me seguindo? — Ash se inclina para perto de sua orelha, próximo o suficiente para ela ouvir o chiado de sua respiração e continua: — Todos esses anos, porque permanece em minha mente?

— Pergunto-lhe o mesmo. — Misty responde, baixando a voz para um sussurro embora não haja mais ninguém ali além dele.

— Soa engraçado… — comentou, sorrindo. — Antigamente estaríamos brigando.

— Até agora pouco estávamos. — interrompeu , com sarcasmo.

— Estou tentando dizer no sentido de odiar-se — apressou-se em acrescentar tranquilamente. — , mas agora nesse exato momento estou com você… Com a líder de ginásio mais temperamental que conheço. — Soltou-se do aperto da garota, colocando as mãos nos seus os ombros, lhe dando um rosto sério, como se quisesse dizer algo, buscando assim as melhores palavras. — Quero que escute — Ela acena a cabeça. — Talvez eu tenha demorando tempo de mais para ligar, fiquei ocupado com o sonho de me tornar um mestre pokémon, mas sempre pensei em você, também em Brock, principalmente em você. — pausou a voz, respirando profundamente. — Tive medo dos meus sentimentos, de ser rejeitado, da loucura que isso seria.

— Ash? — o questionou, estranhando seu tom de voz.

— Quero dizer agora, em meio a essa confusão, em um dos piores lugares para uma declaração… Eu te…

Antes que pudesse completar a fala, uma voz o interrompeu, rapidamente afastar-se, percebe que é Ishino chamando por Misty, essa o responde, dizendo que estava tudo bem, escuta-lhe agradecer por isso; não conseguiu evitar antipatia com o dono do centro de treinamento, é seu próprio ciúme, admite para si mesmo.

Após alguns minutos, as enormes paredes de concretos foram retiradas uma a uma por onix, o pokémon de pedra, e a luz restabelecida. Em seguida Ishino foi até Misty para ver como ela estava, enquanto Ash tentava manter-se pleno, viu a equipe Rocket sendo algemada por duas policiais Jenny, aproximou-se e perguntou o que aconteceu; uma das mulheres de cabelo azul o respondeu, enquanto empurrava Jesse.

— Parece que esses malandros são responsáveis pelo roubo de várias jóias no museu ao lado do centro pokémon. Encontramos túneis subterrâneos, certamente a máquina de escavar deles causou isso. — ela diz rispidamente.

— Mas o que causou os tremores? — perguntou Ash.

— Não fomos nós! — intrometeu-se James.

— Claro que foram! — disse a outra policial. — As provas estão aí. Serão detidos pelo roubo e o desastre do centro treinamento.

— Isso é injusto. — começou Jesse.

— Só queríamos roubar os pokémons. — completou James

— Cala boca James! — disseram em uníssono, os dois amigos.

— Mais uma prova na lista. — acrescentou.

Na ocasião que Pikachu abraçou seu treinador, assim como Misty a Azurill, ambos seguiram para a enfermaria, ali foram atendidos e medicados, liberados sem graves ferimentos, apenas algumas escoriações.

O mestre pokémon olhou para o céu, nenhuma nuvem, unicamente o azul intenso, como os olhos da melhor amiga, qual seguia caminhando até o táxi que a levaria de volta para a cidade de Cerulean, já que o mesmo havia destruindo novamente sua bicicleta. Limitou-se a vê-la, um sentimento de perda consumido sei interior a cada segundo, dantes perto de declarar-se a ela, todavia o obstáculo de ter caminhos diferentes o impedia. Se o beijo foi suficiente para acender uma chama quase apagada, o desejo de pronunciar as palavras engasgadas em sua garganta, seria a escapatória para seu conflito interno.

Apressou-se a sua frente, a entranheza na face da garota, convidando-o a ficar tenso, respirou vagorasomente, procurando talvez a coragem, Pikachu e Azurill atentos o que estava acontecendo. Deu um passo hesitante à frente, espera por instantes, não ousa olhar na direção dela, por medo das palavras quais irá pronunciar se misture dentro de si chegue à superfície, se repreende silenciosamento por agir como um covarde, presencia-a passar diante de si, após o silêncio incomodativo, fecha os olhos com força, sem virar-se diz de uma só vez.

— Eu te amo!

Para de andar de repente, surpresa. Volta-se lentamente para ele, olhando-o diretamente sem dizer-lhe nada, com uma ligeira agitação em seu coração.

— O quê? — perguntou, para ter certeza do que ouviu.

— Eu te amo! — repetiu, com o tom de voz mais alto. — Sei que parece loucura, está prestes a ir embora, mas eu precisava lhe contar. — continuou mais confiante: — Todos esses anos Misty jamais deixei de esquecê-la, no começo achei que era saudade, um tipo de saudade de irmãos, contundo quando a vi falar tão bem de Tracey, percebi que estava com ciúmes, e daí que notei, eu sempre te amei.— Rapidamente pegou do bolso a mini-Misty e a ergueu na altura dos olhos. A fisionomia da adolescente de espanto ao ver a isca de pesca. — Lembra-se? Ela é a Misty que me acompanhou em todas as minhas jornadas, relembrando da verdadeira, a que amo…

— Ash… — sussurra maravilhada, um sorriso surgindo em seus lábios.

— Eu preciso de você Misty... Eu escolho você para sempre, porque eu te amo.

***

— Estávamos na calçada, Ash me empurrou para longe, não sei quem dirigia. — disse Misty, assinalando o que falava com pesar, como se recebece uma facada no peito. Enquanto a oficial Jenny anotava novamente seu depoimento. — Talvez uma mulher… Foi muito rápido.

— Obrigada, se tivermos mais informações avisamos. — A mulher inclinou-se respeitosamente, girou nos calcanhares, deixando a líder de ginásio sozinha.

Olhou de relance para porta do quarto do hospital, em seguida retomou atenção em Ash. Desde do acidente em que o mesmo a salvou de ser atropelada, ele permanecia em coma profundo, uma semana talvez, havia perdido a contagem dos dias. Culpava-se a cada instante, perguntando-se internamente o por quê do ocorrido, estava feliz por escutar as palavras "te amo", agora tal felicidade dera lugar a estrema melancólia. Dias sem dormir, somente sentada em um cadeira, ao lado da cama do amigo, esperando qualquer sinal de vida; assim como Pikachu esperava.

— Desculpe — começou ela, abaixando a cabeça. As mãos apertando o tecido do short com raiva. — Eu deveria ter ligado antes, confessando o que sentia, em vez de esperar que você fizesse isso. Desculpe por ser tão idiota. — acrescentou, uma única lágrima solitária fez seu caminho da bochecha ao chão, o pokémon amarelo alcança sua face com um das patinhas, e limpa o rastro deixando. Erguendo a vista, sorriu levemente para ele. — Pikachu… você acredita que Ash vai ficar bem? — O pokémon afirma com a cabeça, sentindo a mesma dor que ela sentia.

Ambos ficaram em silêncio. Tendo como compania o medo. Misty não queria admitir, os médicos afirmaram que ele ficaria em coma por tempo indeterminado, poderia acordar em uma semana, um mês ou até um ano, se ainda conseguisse sobreviver tanto tempo nesse estado, haveria sequelas. Tentava de todas as maneiras livrar-se de pensamentos negativos, era Ash, certamente acordaria.

— Misty?

A voz masculina de um antigo amigo lhe trouxe a realidadee, levantou-se do assento, e tratou de abraço-lo.

— Oi Gary. — falou, olhando-o diretamente.

Apesar de querer ligar para mãe de Ash, não pode, jamais conseguiria dá-lhe a notícias, em vez disso, ligou para Gary, sabendo que o mesmo estava na cidade vizinha, estudando hábitos de pokémons. Ele era o único refúgio que poderia contar, sentiu-se covarde e culpada.

— Teremos que dizer a Délia. — afirmou, mirando-o.

— Ainda não, preciso ter certeza.

— Misty, é a mãe... Ela deve saber.

— Eu sei! — gritou, mal reconheceu como seu. — Mas como vou falar a ela que seu único filho está em coma? E a causa sou eu. — acrescentou, o tom de voz em declínio, amargurando-se ao lembrar do acidente.

— O único culpado é quem dirigia o carro, Ash só quis protegê-la, ele faria por você e por qualquer estranho. — Colocou a mão direita no ombro da líder de ginásio.

— Eu queria saber quem estava dirigindo... — sussurrou, apertando os olhos com força.

— A oficial Jenny disse que encontraram o desenho de um Tentacruel na cena, isso me faz lembrar como Ash acha feio a aparência desse pokémon. — comentou, tentando anima-la. — Exceto você.

— Ele não é feio, Ash só dizia isso porque não via a beleza que eu via, por isso eu desenho esse pokémon quando vou dar autógrafos... — pausou a voz, algo em seu interior vibrou, como se tivesse um flashback em sua mente. — Não pode ser…

— O quê? — questionou.

— Eu sei quem estava dirigindo.


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Notas finais do capítulo

Ash em coma? Sim. É triste, mas tive que colocar isso, pois dessa maneira vou revelar quem é o verdadeiro culpado dos eventos ocorridos até aqui.
Beijos, até o próximo.



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