Bella diferente escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 7
Acontecimento inesperado


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/-6AuAjbiowA-Renesmee adolescente.



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P.O.V. Aro.

Isabella retornou ao castelo com uma adolescente.

—Bella, posso saber onde está a sua filha?

—Bem aqui. Não zombe, foi a única roupa que conseguimos arrumar.

A menina estava de pijamas e uma blusa de moletom.

—Renesmee Cullen?

—Sou eu. Imagine a minha cara quando eu acordei na cama do hotel, pelada porque as minhas outras roupas rasgaram e eu estava desse tamanho e o meu cabelo estava castanho escuro ao invés de castanho avermelhado. A minha mãe teve que pedir roupas emprestado para a nossa vizinha de quarto porque as dela ficaram muito grandes em mim.

—Mas, o colar ainda serve.

—Sim. O colar ainda serve.

—Jane ficaria feliz em lhe ceder uma vestimenta.

—Não. Ela ia ficar puta da vida e não se ofenda não, mas eu prefiro andar pelada e ser presa do que usar uma dessas coisas que vocês chamam de roupa.

—Eu queria pedir se vocês não deixariam a gente sair pra comprar umas roupas pra ela e talvez indicar umas lojas legais por aqui.

—Claro. Não podemos deixar a nossa jovem bruxa andando por ai de pijama.

—É.

—Ness, aceita a roupa emprestada. Você não pode sair assim na rua.

—Acho que você ta certa, mas não acho que as roupas da Jane vão caber em mim. Ela é mais baixinha que eu. Vai ficar pula brejo.

—Pula brejo?

—Se sabe o que é um brejo?

—Sei.

—E o que é?

—Eu...

—Terreno alagadiço, lodoso, pântano.

—E como você sabe disso?

—Eu procurei no Google. Porque vocês trancam as suas esposas naquela torre? Se vocês as amam, porque trancá-las?

—Renesmee!

—Que é? É uma pergunta válida.

—É para a segurança delas.

—Não. É porque vocês tem medo. Medo que elas vão abandonar vocês por homens mais jovens. Mas, se realmente as amam deveriam libertá-las. O verdadeiro amor liberta, o amor doentio prende.

Eu não tinha uma resposta. Eu não tinha uma resposta para aquilo.

—Jane, arrume roupas para a nossa delicada convidada.

—Me acompanhe.

P.O.V. Jane.

Estávamos no corredor e eu tive que perguntar:

—Como fez aquilo?

—Aquilo o que?

Ela realmente parecia não ter noção do que havia feito. Parecia não ter noção do próprio poder.

—Você calou o Mestre Aro.

—Ah, desculpe? Eu sei lá, eu só... perguntei por curiosidade e falei o que eu sentia. Eu não queria calar ele, só meio que aconteceu. Ele tem muitas palavras, mas ele não tem a menor noção do poder delas. Só o que ele diz são mentiras encima de mentiras, ele nunca fala o que está em seu coração. Tudo o que ele diz é superficial, insignificante. E o mesmo vale pra você.

Uma das mulheres da guarda emprestou um de seus uniformes pra ela vestir.

Ela se olhou no espelho e falou:

—Nossa! Eu me sinto uma Comensal da Morte.

—O que é uma Comensal da Morte?

—Não! Sério? Nunca viu os filmes do Harry Potter? Nunca leu os livros?

—Não. Eu não tenho tempo para ler ou ver filmes.

Ela falou, mas foi como se ela falasse para ela mesma:

—Passou tanto tempo de joelhos, que esqueceu como é ficar em pé.

—Você... quer ir fazer compras comigo?

—Sério?

—É. Eu sou imune ao seu poder mesmo.

—Eu tenho que...

—Pedir permissão pro seu dono.

Ela falou sem querer.

—Ops. Quer dizer o seu Mestre.

—Vamos.

Eu fiquei pensando naquilo. E aquela frase ficou tocando na minha cabeça como um disco riscado.

—Jane! Oh, como você ficou bonita Renesmee.

—Temos que concordar em discordar. Eu convidei a Jane pra ir fazer compras comigo. Deixa ela ir?

—Claro, vai precisar de uma guia.

—Não, eu tava pensando mais em um dia de garotas, tipo uma folga.

O Mestre Aro foi pego de surpresa.

—Qual é, você não vai morrer por causa disso.

—Aro acho que devíamos deliberar sobre isso.

—Acho que isso é um não. 

Ela olhou pra mim e disse tristemente:

—Uma gaiola dourada, ainda é uma gaiola. 

Ela pegou o cartão da bolsa da mãe dela.

—Eu vou...

—Não. Eu preciso de um tempo sozinha. Relaxa mãe, eu sei cuidar de mim mesma.

—Tudo bem, qualquer coisa você me liga.

—Prometo. Eu acho que eu vou pra Roma.

—O que?

—Eu vi o ônibus no caminho pra cá. Prometo que volto a salvo.

Ela saiu correndo com um sorriso autêntico no rosto.

—Quer saber... que se dane, eu vou.

—Vai aonde?

—Fazer compras.

Eu sai correndo atrás dela.

—Espera!

—O que? O Aro quer alguma coisa?

—Não. Eu vou com você.

—Mas, eu achei que ele tinha dito...

—Eu sei o que ele disse, mas você tá certa. Uma gaiola dourada, ainda é uma gaiola.

—Então bora.

—Espera, eu tenho que pegar o meu cartão e colocar lentes.

—Não precisa. Eu posso resolver o problema dos olhos.

—Como?

—Um feitiço que eu criei. Minha mãe foi minha cobaia ontem.

—E funcionou?

—Durou quarenta e oito horas.

—Olhos seus, olhos meus, janela da alma, espelho do meu ser volte agora a ser o que um dia já foi meu, mostre agora aquele que já foi meu eu.

—Funcionou? Não sinto nada diferente.

—Vai se olhar no espelho.

Quando eu me olhei no espelho, eu tinha olhos azuis. E eu me senti tão... humana.

—Caramba!

Eu peguei minha bolsa com a carteira e o celular e nós saímos. Entramos em várias lojas, compramos roupas, sapatos, acessórios.

Ela tirava fotos de todos os... looks que fazia.

Ela comprou botas de cano alto, de cano curto, tênis all star, cardigans, calças jeans, blusas básicas, brincos, duas bolsas e todos os itens de uma lista que ela imprimiu em uma papelaria.

—Um pretinho básico. Confere.

—Treanch Coat, confere. Calça de alfaiataria, confere. Saia, blazer, vestido para o dia, suéter de cashmere... é tá tudo aqui.

Então ela comprou pijamas, meias, pantufas, chinelos, sapatos de salto.

—Você não quer visitar os pontos turísticos da cidade?

—A Torre de Pisa pode ser, mas não acho uma boa ir ao Coliseu. Muita gente morreu lá, eu nem consigo imaginar, todas aquelas vidas, todas aquelas almas... Credo.

—Você realmente consegue ver gente morta?

—Sim. Eu posso ver, ouvir e a pior coisa eu posso sentir.

—Sentir o que?

—Tudo. Tudo o que eles sentem ou sentiram. Ás vezes eu posso ver suas memórias e geralmente eles se lembram da própria morte e ficam... remoendo aquilo. Não é legal. Vamos comer? To com fome.

—Eu...

—Ah. É você não come, foi mal eu esqueci. Porque não deixa as pessoas verem você? Porque deixa elas pensarem que é uma vadia maníaca psicótica?

—Porque alguém tem que ser essa... vadia maníaca psicótica.

—Eu não acho. Eu acho que... essa mentalidade retrógrada tá atrasando a gente. A gente enquanto espécie.

Nós paramos num restaurante, ela pegou o cardápio e olhou.

—Alguma recomendação?

—Infelizmente nunca tinha estado aqui antes.

Uma garçonete veio nos atender, ela devia ter uns quarenta e poucos. Renesmee pediu a comida e quando a garçonete voltou com nossos pedidos ela acidentalmente encostou na mão da garçonete.

—Desculpe.

—É você.

—Perdão?

—Foi você que eu senti ontem.

—O que?

Renesmee sussurrou:

—Você é uma bruxa. Sabe que eu sou duplicata não sabe?

—Sim. Eu sei.

Elas voltaram a falar num tom normal.

—Não vai contar pra ninguém vai? Por favor, eu nunca fiz nada com ninguém.

—Eu posso até ficar de bico fechado, mas uma hora alguém vai contar e vão vir atrás de você.

—Eu sei. Obrigado por não contar, Vanessa.

Quanto voltamos para o Castelo eu não cabia em mim tamanha era minha felicidade, eu me sentia a Cinderela. Mas, infelizmente os sonhos não duram para sempre. Minhas quarenta e oito horas acabaram e eu voltei a ser a fera de olhos vermelhos.

Eu olhava o meu reflexo no espelho.

—Irmã.

—Oi Alec.

—Porque está se olhando no espelho assim?

—Devia ter visto meus olhos quando saímos, estavam azuis. Mas, o efeito do feitiço é temporário e acabou e eu... voltei a ser a vadia maníaca psicótica. Eu me senti tão... humana e tão feliz como não me sentia á séculos. Literalmente séculos.


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