A Primeira Vez escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 3
A Primeira Vez que Cozinhamos Juntos


Notas iniciais do capítulo

Simm!! Eu estou muito atrasada com o desafio, ele meio que já acabou, o prazo era postar um capítulo por semana, coisa que eu não fiz.
Mas eu sinceramente não ligo nem um pouquinho pra essa bosta. Vou continuar postando! Tem mais dois capítulos depois desse, não vão demorar!! (Espero)



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Foi algo muito específico. Depois que passamos a noite juntos em cima daquela árvore nos arredores da cidade, não conseguíamos ficar longe um do outro. Eu via ele de outro jeito.

Eu travava batalhas árduas com minha própria mente que dizia que aquilo era errado... Mas eu não conseguia. Simplesmente não conseguia fazer absolutamente nada que me afastasse dele. Não era mais capaz de ficar sem ele. Isso necessitaria de uma força que eu não tenho e nunca terei.
(...)

A primeira vez que cozinhamos juntos não terminou muito bem. Eu estava estirada na cama, totalmente imóvel. Havia levado quatro tiros na barriga ontem a noite, e Steve se recusou a sair do meu lado. Me lembro da dor, do desespero. Tudo que eu pensava era "eu preciso ver ele de novo." Foi a vez que mais fiquei com medo de morrer. Nas outras, não importava tanto. Mas agora, eu não queria magoar ele.

Suas mãos estavam unidas como se rezasse, apoiadas na testa. Eu tinha acabado de acordar, procurei reunir forças para falar algo. Mas enquanto não rolasse, eu podia muito bem ficar admirando ele.

Eu vi preocupação emanando de seus gestos. Os olhos selados como se não quisesse me ver nessa situação, a boca tremendo um pouco. Medo. E sentado naquela cadeira no meu quarto, perto da cama onde eu me encontrava, ele não deixava de ser bonito.

— Você não... pode ficar tão preocupado assim, vai acabar tendo um infarto, velhinho - seus olhos se abrem e pulam para mim assim que ouve minha voz rouca.

— Nat - ele soltou, num sorriso aliviado. Seus olhos estavam vermelhos. Ele estava chorando? Por mim? Não queria saber a resposta. - Como você está se sentindo?

— Bem - ele fez uma careta, descrente. - É sério. Me sinto muito melhor. Só... estou meio fraca.

— Perdeu muito sangue, mesmo - assenti, tocando os curativos em minha barriga.

— Me ajuda a sentar - pedi, e ele se levantou, colocando as mãos embaixo dos meus braços delicadamente como se eu fosse quebrar. Não senti dor, mas assim que meu olhar encontra o seu, ela vem. Seus olhos não brilham. Estavam tristes, assustados. Meu rosto se contorce numa cara triste.

— Você não pode me assustar desse jeito - ele murmurou, com a voz falhando um pouco.

Fechei os olhos, e ele segurou minha mão, se inclinando para mais perto.

— E-Eu não sou forte pra isso, Natasha - sua voz falhou assustadoramente, e eu o abraço. É tudo que consigo fazer.

— Desculpe - ele negou, me dando um beijo na testa.

— O importante é que você está viva. - Steve passa o dedo no olho esquerdo, tirando a lágrima que ameaçava formar. Eu não iria suportar ver ele chorando por mim. Continuei segurando sua mão, seu corpo inclinado sobre mim. Tinha algo a que me agarrar. - Eu estava no meu apartamento, e Nick me ligou. Disse que a missão na Bélgica tinha dado errado, te descobriram e... Você estava morrendo. Quebrei meu celular. - Ele colocou o IPhone 7 com a tela quebrada na cama, e eu não consegui conter um riso.

— Steve, você tá maluco? Isso custa seu rim.

— Foi sem querer. Caiu da minha mão. - Ele riu, negando com a cabeça. - Nada mais importava. Quando eu te vi descendo do avião com sangue escorrendo da maca...

Ele bufou, como se lembrasse de um pesadelo, se afastando de mim e encarando a janela.

— Se fizer isso de novo eu te mato. - O loiro falou, e eu gargalhei, e isso acaba fazendo os pontos doerem.

— Tudo bem, Ste. É sério.

— Adoro quando me chama de Ste. - Abri um sorrisinho, e ele continuou me encarando. - Bem... Você precisa comer e recuperar as energias.

— Vai fazer meu café da manhã? - Ele fez uma careta.

— São 12:45.

— O que? Meu Deus.

— Vou ter que fazer o almoço.

— Não, pelo amor de Jesus Cristo, não. - Ele riu, negando com a cabeça.

— Eu não sou tão ruim na cozinha assim.

— É sim, Rogers. Eu vou te ajudar. - Ele suspirou, analisando meus movimentos. Tirei a coberta de cima de mim, me movimentando devagar, e ele segurou minha mão me ajudando a levantar.

— Não vou cair, Steve - disse, vendo ele envolver a mão na minha cintura, acompanhando meus passos.

— E eu não vou correr o risco de isso acontecer. - Não adiantava discutir, eu sei que Steve Rogers é a terceira pessoa mais cabeçuda do mundo. (A primeira sou eu e a segunda o Tony).

Ele me sentou na cadeira da cozinha, ficando de frente para mim.

— O que quer comer, senhorita Romanoff?

— Gelatina de pepino com certeza não é. - Ele ergueu o pacotinho de plástico verde com o desenho de um pepino sorridente de bonezinho vermelho imitando o sorriso do loiro. - Puta merda.

— Só fazem gelatina de pepino de pacotinho na Bielorrússia, encomendei um carregamento de 200 saquinhos desse.

— Não acredito, Rogers! - Não consegui evitar de rir, e Steve o coloca na mesa.

— Bem, isso é pra sobremesa. O que acha de... Macarrão com almondegas?

— Ótimo - disse, encadando-o. Ele assentiu, pensando no que tem que fazer. - Pega o macarrão.

— Sim, claro. - Ele sorriu bobamente, se inclinando para abrir o armário e pegar o saco de macarrão. Sim, ele sabe onde fica tudo aqui.

Demorou bastante tempo. Ele se atrapalhava todo, o chão se encontrava cheio de macarrões que cairam por acidente. Eu acabei me levantando e fui ajudar ele depois de muita insistência da minha parte.

— Isso não parece certo.

— É só a água fervendo, Rogers. - Zombei, me apoiando na bancada. Os pontos doiam um pouco, mas ignorei isso totalmente e continuei salvando-o. - Certo, fica de olho no macarrão.

Ele assentiu, começando a lavar as exageradas vasilhas que usou para aquele desastre, enquanto eu, sentada na bancada secava. Ele me lançava olhares preocupados a todo segundo, eu vi.

— Eu estou bem.

— Eu sei. - Ele murmurou, suspirando. Suspirei também.

 — Steve, eu... - ele me olhou, e no mesmo momento eu murchei, sem coragem de falar qualquer coisa. Steve largou as panelas e veio até mim. Colocou uma mão no meu joelho. Perto demais, quero gritar. Mas não consigo. Seus olhos fitavam o meu, apenas. E minha mente gritava "fraca".

Até um estalo vindo da panela nos fez pular de susto e olhar para a mesma.

— O que isso significa? - Ele murmurou, já me segurando por debaixo dos braços e me fazendo descer. Fui até lá, e cheguei a inevitável conclusão.

— Eu não acredito que você colocou a droga do macarrão para fritar. - Ele abriu a boca, me encarando sem entender, e eu comecei a rir, batendo na mesa três vezes.

Eu não consegui parar nem por um segundo, e ele me fitava assustado, mesmo acostumado com minha risada descontrolada, mas sempre que eu tentava me recompor as lágrimas de riso voltavam e eu acabava me contorcendo de novo.

Minha barriga doía absurdamente, e ele acabou se contagiando também, mesmo sem entender do que eu estava rindo.

— ROGERS, NÃO SE FRITA MACARRÃO.

— Hm.. Ops - ele deu um sorrisinho, vermelho, e eu respiro fundo, quase conseguindo parar. - Vou ligar pro japonês.

Assenti, rindo, e desliguei o fogão. Me apoiei na mesa com os cotovelos, observando ele pegar o telefone de tela quebrada e ligar para o restaurante. Sem querer querendo acabei observando tudo, como sua blusa colada marca seus músculos, como seus olhos azuis ficam lindos nessa iluminação.

E foi quando seu sorriso desabou, sendo substituído por uma cara assustada. Ele me fitava. O celular despenca de sua mão, se rachando ainda mais ao cair num estrondo no chão. Quase não entendi o por quê de ele ter ficado tão mal de repente. Quase.

Olho para baixo. Sangue pingava. Cada vez mais rápido. Minha blusa verde floresta estava ficando preta.

Por um segundo nenhum de nós ousou respirar, e foi quando senti meu corpo caindo. Steve berrou meu nome, mas eu mal ouvia, caindo em seus braços.

Ele me levantou no colo, me mantendo bem perto dele, e num movimento rápido colocou na minha mão um pano e me forçou a apertar. Obedeci, mesmo transtornada e mal sentindo meus pés. E aquilo passava em câmera lenta. Eu vi ele correr absurdamente rápido pela escada e em tempo recod já estava na minha BMW. Ele chegou o banco muito para trás, e se sentou comigo em seu colo, com a cabeça apoiada nele.

— Natasha, fique acordada, por favor.

— Eu.. Estou bem. - Ouvi o carro ligar, e suas mãos tremendo agarraram o volante.

— Mentirosa. - Sua voz falha, e percebo que ele usava todas as suas forças para não desabar.

— Rogers... Você já devia saber que eu vou sempre voltar para você. - Disse, contragosto. É verdade. A mais absoluta verdade, e não importava que eu não queria aceita-la. É verdade.

Steve me olhou, com dor nos olhos, continuando a dirigir em alta velocidade. Ele foi obrigado a parar por um sinal, e beijou minha cabeça.

— Então por favor não me deixe. - Assenti, e apartir daquele momento usei todas as minhas forças para não apagar. Ele murmurou palavras como "Aguenta, Nat" e "Natasha, não dorme" o tempo todo, mas eu não ouvia.

Apaguei em algum momento. Aquele dia eu realmente assustei Steve, e fiquei bem depois disso. Mas eu tinha descoberto uma coisa e não sabia o que fazer com ela: Steve sente a mesma necessidade de mim que eu sinto dele. É grande, nos arrasta para baixo e corrói quando tentamos negar e esconder. Logo saberia o que fazer com isso.


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Notas finais do capítulo

Heyyy galera, foi isso! Um dos motivos de eu ter demorado tanto foi que depois de terminar esse capítulo eu não gostei de como ele ficou, e acabei modificando-o mil vezes para ficar assim... Então me digam o que acharam!
Comentem!
Agora só um paradoxo: já se perguntaram *por que* a Nat está contando seu passado com o Steve?



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