A Primeira Vez escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 2
A Primeira Vez que Saímos Juntos


Notas iniciais do capítulo

Heyy! Gente eu adorei esse capítulo demais ♡ Espero do fundo do meu coração que gostem e comentem. Desculpa a demora! Semana que vem tem mais!

* e ouçam as músicas que coloquei o link no meio do capítulo, dão um toque muito legal na história!



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2014. Ano abençoado, derrubamos a SHIELD, e isso nos aproximou imensamente. Ficamos na torre dos Vingadores por um tempo, morando com Tony e Clint. Era uma completa bizarrice, ainda mais quando Thor e Sam vinham nos visitar.
E aquele foi um dia qualquer, eu estava irritada com Clint, batendo os pés pelos corredores. O tédio era muito, e eu queria extravasar meu ódio intenso pelo Barton, nem me lembro porque! Só lembro de Steve acertar a porta do armário da cozinha na minha testa.
— Ai! - Eu gritei com ele, que ficou desesperado.
— Ai meu Deus, desculpa, Nat. Você está bem? - Abri os olhos e ele me encarava, realmente preocupado. - Deixa eu ver.
Ele tirou minha mão do lugar delicadamente, e não a soltou. Aquilo me acalmou e eu nem lembrava porque estava brava com Barton.
— Só ficou marcado. - Eu não parava de encara-lo, adorando a situação. O jeito que ele cuidou de mim. - Está doendo? Natasha, fala alguma coisa!
Eu só sorri e comecei a rir, e foi o que ele fez também.
— Eu não te vi. - ele continua, e acho que nem notou que continuou segurando minha mão. - Como posso recompensar isso?
— Já sei. - abro um sorriso enorme, e ele fica confuso. Antes que pergunte o que é, eu o puxo pra fora da cozinha. - Coloca uma roupa arrumadinha e me encontra aqui em meia hora.
Pisco pra ele e subo elevador a cima. Vesti um vestido curto de mangas compridas vinho e coloquei uma bota até o joelho preta. Pus um brinco dourado combinando com uma correntinha com pingente de arma que Tony me deu Natal passado. Penteei o cabelo, passei um batom nude, e peguei as chaves do carro. Marcando 36 minutos, desci e Steve me esperava.

Roupa da Nat
— Galanteador. - Eu comento, e ele sorri. Usava uma calça jeans preta e uma blusa de botões azul escura, com um tênis da mesma cor. Nem preciso dizer que ele fica sexy demais com blusa de botões.
— Você está linda.
— Obrigada. - seguro seu braço, o puxando pro estacionamento.
— Mas a bonita podia me contar pra onde vamos. Vai ficar me puxando a noite toda? - Ele sorri, e eu paro.
— Sobre te puxar? Sim. Contar? Não. - Sorrio, abrindo a porta do meu carro. - Senta aí, princesa.
(...)
— Você está igual a uma criança!
— Só quero saber se estamos chegando. Por que infernos saímos da cidade? Se eu te conhecesse menos diria que vai me matar e me jogar no rio.
— Não tem rio aqui, relaxa. - Ele sorri, voltando sua atenção pra estrada escura. Fica em silêncio por alguns segundos e volta a falar.
— Tá, mas uma dica você pode me dar.
Não respondo, aumentando o volume do rádio e começando a cantar "Panic! At The Disco" ele revira os olhos, e fica me encarando cantar com um sorriso.
Estaciono em frente o lugar, e Steve gruda no vidro para observar a construção. Era grande, com paredes pretas e um letreiro neon que dizia "The Forties". Steve me olhou com uma cara assustada.
— É uma boate?
— Não. - Sorri, saindo do carro, e logo ele me acompanha. O estacionamento estava cheio, e fomos andando pelos carros em silêncio. Ele ainda acha que é uma boate. - Boa noite, Angus. - Eu digo ao recepcionista baixinho com uniforme americano da segunda guerra na porta, e ele sorri. Steve reconheceu o uniforme, claro.
— Boa noite Senhorita Romanoff. Senhor.
— Boa noite. - Steve diz, e eu puxo seu braço para dentro. Começo a ouvir a música "orange colored sky", e Steve sorri.

Orange Colored Sky
O interior do lugar era uma réplica exata de um restaurante dos anos 40. O balcão era de vidro, expondo bolos de vários tipos e cores. Atrás havia um enorme stand de bebidas até o teto, e uma vista para a cozinha. O ambiente era todo meia luz, dando um ar antigo aos móveis antiquados.
As garçonetes serviam todas as mesas com vestidos longos, cabelos enroladinhos e bem arrumados e o famoso batom vermelho. Um grande lustre no centro iluminava uma pista de dança xadrez de preta e branco na qual casais dançavam, e ao redor havia uma exposição de coisas antigas como telefones, máquinas de escrever e câmeras fotográficas.
Olho para Steve. Seus olhos brilham, e um sorrisinho desponta de seus lábios. Ele está feliz. Analisando cada detalhe daquele ambiente, quase balançando ao som da música.
Seu olhar   o meu, e ele abr um sorriso enorme, antes de arrastar uma cadeira para mim. Eu rio, me sentando, e ele faz o mesmo, de frente pra mim.
— O que achou?
— É demais. É sério, é... Como se eu estivesse em uma memória.
— Mas é melhor, porque eu estou aqui.
— É. - Ele ri, pegando o cardápio. - Até os pratos... São iguais. Santo Deus, eu não ouvia ninguém falar em gelatina de pepino desda guerra.
— Olá, bem vindos aos anos quarenta. - Uma garçonete loira de batom vermelho e meia calça roxa cumprimenta. - Já sabem o que vão pedir?
— Sim. - Steve me encara, e eu sorrio. - Gelatina de Pepino, para começar.
— Ahn... Tudo bem. E beber alguma coisa?
— Agora não, obrigada. - Steve fala, e ela anota.
— Já trago o pedido de vocês. - E sai.
— Eu já comi muito do que está aí. Mas... Gelatina de Pepino não. - digo, e ele cruza os braços.
— Sério? Era meu doce preferido. - Ergo as sobrancelhas pra ele, dando de ombros. - Como achou esse lugar?
— Bem... Uma missão. Comi aqui com Fury, seguindo dois pedófilos velhos.
— Que péssimo. Pegou eles?
— Estão no necrotério. Eles tentaram machucar uma mulher, eu tive que agir.
— Ótimo. - Ele sorri. - E por que voltou aqui tantas vezes?
Engoli em seco, apoiando a cabeça na mão. Droga, Rogers. Não respondi, apenas encarei o casal de idosos dançando uma música lenta. Ambos estavam com roupas dessa década, balançando apaixonadamente. Eu vinha para ver eles. Os idosos apaixonados.
Steve não riu, se virou e encarou os dois dançando por longos minutos, em silêncio. Notei lágrimas quase brotando de seus olhos. Sei que ele pensou em Peggy, a garota da foto na base em New Jersey.
Ele olhou para mim, sem disfarçar a emoção e deu um sorriso triste.
— Eu entendo. - Sorrio, encarando seus olhos azuis. Não precisei dizer nada, podíamos fingir que o lugar era só legal.
A loira nos interrompeu, trazendo dois pratos com gelatina verde ao redor de um círculo de pepinos. Vi Steve limpar o canto dos olhos.
— Obrigada. - Eu falo, e ele já tinha agarrado a colher, pronto para coloca-la na boca.
— Meu Deus, eu amo gelatina de Pepino. - Eu rio, vendo-o colocar várias colheres seguidas na boca, e fazendo uma careta de satisfação em seguida. Peguei o celular, e tirei uma foto.
— Ei! Isso não é justo, eu estava distraído. - Dou de ombros, com um sorriso, e ele aponta para o prato. - Prova.
Reviro os olhos, pegando uma colher e enfiando-a na boca. Meu rosto se contorce numa careta de nojo, e em seguida eu engasgo, arrancando uma risada de Steve. Engoli, com as mãos na mesa, negando com a cabeça.
— Meu Deus. Isso é horrível, Rogers, estou com vontade de arrancar minha língua. - Digo, bebendo um gole enorme de água, e ouço o clique do seu celular. - Ei!
— Legenda: provando gelatina de pepino pela primeira vez.
— Isso não é justo! - Ele cruza os braços, com um sorriso divertido nos lábios. Já tinha devorado tudo.
— Você não vai comer?
— Nem em um milhão de anos, ninguém no mundo me fará comer isso de novo.
— Veremos. - Dito isso ele puxa meu prato, já começando a devora-lo, e eu chamo a garçonete novamente.
— Mais alguma coisa? - Ela pergunta, e eu encaro o cardápio.
— Eu quero... Um prato de salmão ao molho de maracujá, com salada e arroz de acompanhamento. - Falo, vendo-a anotar.
— E eu... Uma gelatina de pepino grande.
— Rogers! Isso nem é comida!
— É sim. - Ele sorriu, e eu revirei os olhos.
— Você não pode comer só doce. Ele quer uma salada de atum, também.
— Com pepino! - Ele murmura, e eu bato na testa.
— Tudo bem, e um suco de laranja. - completo.
— Dois. - Rogers fala, e eu dou um sorriso malicioso.
— Achei que ia pedir suco de pepino. - ironizo, e a garçonete sorri.
— Vocês formam um casal muito fofo. - Steve arregala os olhos, desistindo de colocar mais gelatina na boca, e eu sorrio.
— Obrigada. Embora eu ache que ele ama mais pepino do que eu. - Ela ri, terminando de anotar o pedido.
— Tenho certeza que não. - e sai, Steve ainda me encarava com as sobrancelhas erguidas e pepino na boca. Elas se suavizaram com uma velocidade impressionante, e os olhos desceram para o prato.
— Eu gosto mais de você que de pepino. - e percebe o que disse, corando no mesmo instante, analisando meus olhos para ver minha reação. Abri um sorriso enorme.
— Eu gosto mais de você mais do que gosto de matar pessoas. - ele ri, e juro que quase saiu gelatina verde para todos os lados.
Nossos pedidos não demoraram para chegar, e continuamos comendo e rindo absurdamente. Ele me contava sobre como tentava gritar com a televisão pedindo para ela se ligar, até que Clint o explicou que tinha que apertar. E ficamos assim a noite toda, o restaurante ia esvaziando e nós ficamos lá, conversando assuntos inacabaveis.
Até que Steve se calou, e me encarou. Não fiz nada, apenas o encarei, sem ter ideia do que passava em sua cabeça.
— Me concede a honra dessa dança? - ele se levanta, e me lembro que uma felicidade abriu em meu coração naquele momento. Eu adoro dançar e ele sabe. Levanto também, segurando sua mão.
— Com certeza. - Vamos de mãos dadas até o centro da pista, e chegando lá coloco uma mão em seu ombro, e a outra unida a dele, perto de seu outro ombro. Sua mão firme em minhas costas.

Put Your Head On My Shoulder
E rapidamente começamos a balançar de um lado ao outro, nossos corpos dançando sincronia com a música. Nada mais importava, eu só me sentia como aquele casal de idosos. Na época eu achava essa sensação errada. Achava que eu não conseguiria ser como os casais dançando nunca. Que não merecia. Mas naquele momento não importou, apenas... fiquei com Steve. E dancei.
Minha cabeça se deitou no peito de Steve, eu sentia seu coração batendo. Seu queixo apoiado na minha cabeça, seus dedos traçando carinhos confortáveis em minhas costas. Nossas mãos unidas e o salão todo sumiu. Ignorei toda a culpa, vozes sussurrando em minha cabeça e abri um sorriso. Dançamos umas oito músicas, até restar só a gente dançando e alguns poucos casais comendo.
— Temos mais um lugar para ir. - Sussurrei, e ele saiu de transe, abrindo um sorriso.
— Vai me surpreender mais?
— Vou. - Digo, desunindo nossas mãos.
Steve não me deixou pagar de jeito nenhum, disse que aquela noite tinha sido a melhor graças a mim, e que tinha comprado quase tudo que consumimos, claro, gelatina de pepino. E pediu mais para viagem.
Eu dirigi de volta para a cidade, e aproveitamos o silêncio e as memórias de hoje. Eu entrei naquele carro de um jeito e saí de outro. Eu queria abraçar Steve e não soltar nunca mais, impedir que tudo e todos chegassem perto dele. Acho que naquele momento eu soube. Soube que eu só dançava com Steve Rogers.
— Vamos voltar aqui, não vamos? - Ele fala, e abro um sorriso.
— Todo dia.
Não demora muito, estaciono na beirada de um morro, e dessa vez Steve nem pergunta, apenas desce e me acompanha pelo mato.
— É um dos meus lugares preferidos, você já vai ver porque.
— Vamos subir na árvore? - Ele ergue as sobrancelhas, cruzando os braços.
— Sim! Vem, Rogers. - Ele vai na frente, testando onde pisar, mas eu já sabia de cor. Subimos extremamente rápido, para nós é fácil, mas a árvore devia ter uns quatro metros de altura. O tronco se retorcia, formando um buraco grande meio as folhas que juntavam numa grande tenda. Me deito primeiro, e logo Steve vem ao meu lado.
Podíamos ver as estrelas, e isso bastava. Ficamos assim por muito tempo. Mais de horas. Não me importei, mas sabia que já era madrugada. E ficamos conversando a noite toda. Eu disse coisas que nunca achei que contaria, e ele me falou mágoas que eu não tinha ideia que ele tem. Ele carrega a América nas costas. Pobre soldado congelado.
— Lembra aquele dia no aeroporta aviões? Antes da invasão Chitauri.
— Claro que sim.
— Não foi a primeira vez que te vi. - ele franze as sobrancelhas, de se virando para me encarar. - Quando te acharam no gelo... Foi uma loucura. Acordei no meio da noite... E Fury me colocou para tomar conta de você numa fala vazia. - Ele absorvia cada palavra que eu dizia. - Eu não conseguia te ver naquela situação. Congelado. E eu sei o que é ser arrancado do seu tempo, perder todos que se ama de uma vez. - faço uma pausa, e sinto seu aperto confortável no joelho. Ele sempre fazia isso, sinalizando que estava ali. - E... Você acordou. - Abri um sorriso, fitando-o. - Bem, acordou entre aspas, você parecia dopado. Mas... Perguntou se eu era um anjo. Eu disse que sim. E... Disse que você precisava ter coragem. As coisas iam ficar cada vez mais difíceis... Mas você precisava ter coragem acima de tudo.
Ele deu um sorriso pequeno, me encarando falar. Meus olhos marejavam.
— E você nunca parou.
— Acho que eu não teria conseguido sem você. Eu ouvi. Eu lembro. Só não sabia que tinha sido você. - Rio pelo nariz, olhando para as estrelas.
— Não teria mesmo.
E ficamos um do lado do outro a noite inteira. Deitei em seu ombro, seus braços me envolveram naquela noite quente, e dormi. Acordamos com um nascer do sol maravilhoso, com tons de amarelo e laranja, e fomos em bora. Tivemos que aguentar a zoação de Clint por termos passado a noite fora por um ano. E assim foi a primeira vez que saímos juntos.


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Notas finais do capítulo

O próximo é "A Primeira Vez que Cozinhamos Juntos"
Comentem!