Todas as vezes em que ouvi a voz dele escrita por Maga Clari
Notas iniciais do capítulo
Oi, oi!
Pra refrescar a memória de vocês, há uma pergunta não respondida no primeiro capítulo dessa história. Alicia pergunta ao disco: "Quem é você, Alex, quem é você pra deixar tanta gente tão encantada?". Agora, na penúltima linha do último capítulo, Alex terá respondido.
Bjocas
A minha primeira vez foi com Alex Turner.
Tudo bem. Não com o Alex do topetinho. Muito embora, seus discursos em forma de música estivessem lá. Todo o tempo. No disco, que rodava de novo e de novo; no que eu e Alex Denver falávamos, um para o outro; e por toda a situação que envolvia o relacionamento entre nós três.
Alex Denver estava esparramado em minha cama, enquanto curtia Love Machine, que nos contagiava através de tantos acordes de rock and roll. Quando comecei a me soltar na frente dele, a dançar como se estivesse sozinha, Alex virou-se de bruços, às gargalhadas. Havíamos terminado uma garrafa de espumante, e tudo parecia muito, mas muito, divertido.
— Alicia — ele me chamou, em seu costumeiro tom tímido — Leia minha mente.
— Ler sua mente..? — ponderei, falando cada sílaba de modo melódico — Vamos ver…
Estreitei meus olhos, abaixando-me para olhá-lo na ponta da cama. O rosto de Alex parecia-me pleno e suave. Muitos sorrisos escondidos em sua boca.
— Acho que está pensando em… esquimós!
— Esquimós..?
— Está frio, Alex. Seu nariz — apertei-o, com doçura — Está vermelhinho.
Alex soltou uma risada tão engraçada, que tive que me juntar à ele. Ficamos um bom tempo rindo, sem saber exatamente de quê.
— Você me acha com cara de esquimó, Alicia?
— Um pouquinho — então, ao vê-lo entortar o nariz e virar-se outra vez, de barriga para cima, completei: — Alex, vem aqui… Segura minha mão.
— O Alex do topetinho também parece um esquimó pra você?
— Alex, entenda de uma vez por todas… — pedi, do fundo do coração, apertando os dedos dele junto aos meus — Você é o meu namorado. É você, o Alex das risadinhas charmosas. Põe isso na sua cabeça. Okay?
— Está tarde, Alicia…
— Não, não está — fui categórica. Nesse momento, deslizei minha mão livre em suas bochechas — Preciso de você esta noite.
De repente, o rosto dele iluminou-se. Alex conseguiu reunir força para me puxar para cima dele.
— Me dê um beijo, Alicia. Ou melhor, um não. Três!
— Três? — ri, achando o pedido meio esdrúxulo — Por que três?
— Um pra mim. Um pra você. E um pro…
— … pro Alex do topetinho.
Voltamos a gargalhar.
— Eu te daria cem mil beijos se pedisse, Alex.
— Três já bastam pra mim.
E aí, não sei exatamente como, quem beijou quem, mas encontrei-me perdida por toda a extensão de Alex Denver.
Ao fundo, o disco rodava. Resolvi, então, inverter a situação. Utilizei os próprios versos de Turner, para questioná-lo: Oh, é tudo novo. Diga-me o que fazer. Quem é você, afinal, Turner? Qual o seu jogo?
O disco demorou um pouco para me responder. Desisti de esperá-lo, para me concentrar no Alex real que me beijava por debaixo da camisa. Quando ele se deu conta do que estava prestes a acontecer, apressou-se em sussurrar eu meu ouvido:
— E o que dirão os vizinhos, Alicia?
— Ah, meu querido — sorri, nem um pouco preocupada — Dirão que Alex Turner tem uma voz muito bonita.
Mas nós sequer notamos quando o Senhor Alex Turner respondeu à primeira pergunta que o havia feito, um ano atrás. Nem mesmo com o disco arranhado tocando de novo e de novo.
Muito provavelmente, Alex só queria se gabar de seu Santo Milagroso. Se é que o santo não era ele mesmo.
Oh, I’m just a love machine, Alicia.
Eu sei, Alex, eu sei.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Este capítulo foi quase inteiramente baseado em Love Machine, dos Arctic Monkeys.
Obrigada por ficar até o final dessa história maluca vinda das profundezas da minha cabeça hahahaha
Até mais, marionetes ♥