Quando o Fogo encontra o Gelo escrita por Holanda


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Como teve aquele problema de narração picotada no outro capítulo, resolvi neste capítulo consertar me focando mais em um narrador. No anterior, foi muito focado na Weiss, então, tentei focar mais na Yang nesse agora.

Ah, esse capítulo se passa entre o volume 2 e o 3! Ou seja, antes do torneio e da tragédia que foi no final da Beacon.

Para mais notas, veja o final!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/761709/chapter/3

 

Na chegada do outono, um desafortunado dragão, acaba sendo consolado pela fada do gelo, os opostos se entendendo, uma ironia do destino. Nada mais é do que um frescor de felicidade ilusória  para aliviar a dor que se passou e a dor que ainda virá.

 

A primeira vez que cozinhamos juntos

 

Yang deslizou os dedos pelos livros que estavam na imensa estante da biblioteca da Beacon, ela procurava algum título que pudesse ajudá-la a estudar para a aula do professor Port, já que ela mal prestava atenção. O homem passava tanto tempo falando de si mesmo, que Yang rapidamente se dispensava, então seu único recurso para estudar se limitava aos livros.

— Esse parece bom. — Yang puxou um livro de capa preta, ela o examinou em suas mãos e depois abriu para olhar o índice quando ele foi subitamente arrancado de suas mãos.

— Yang, eu preciso da sua ajuda, agora!

Ela deu um pulo para trás quando sua amiga Weiss apareceu bem na sua frente, Yang não teve tempo de pronunciar nenhuma palavra antes que a herdeira começasse a arrastá-la a puxando biblioteca afora pelo braço.

— Para onde estamos indo? — perguntou.

— Resolver uma calamidade. — respondeu Weiss.

— Calamidade? Calamidade é uma coisa ruim, né?

Ela quase pôde ver Weiss revirar os olhos.

— Sim, Yang, é sim!

Weiss parecia um tanto estressada, então Yang decidiu se calar para não irritá-la. Ela estranhou quando entraram em uma das cozinhas da Beacon, normalmente não se via alunos ali, mas também não era proibido que alunos a usassem caso desejassem cozinhar algo, uma simples conversa com os funcionários era o bastante para o acesso ser liberado.

— Agora estou realmente confusa, o que estamos fazendo aqui? — perguntou Yang assim que Weiss largou sua mão e caminhou para perto do forno.

— Amanhã é aniversário da Ruby. — Ela disse respirando fundo.

— Você me trouxe aqui para me dizer isso? A Ruby é minha irmã, claro que sei que amanhã é aniversário dela.

— Óbvio que eu sei que você sabe! — Weiss ralhou, mas imediatamente percebeu que havia sido grossa. — Desculpe, o que eu quis dizer é que…

— Você está sentindo esse cheiro? — interrompeu Yang chegando mais perto de onde Weiss estava.

— É justamente sobre isso que eu ia falar. — A herdeira parecia absolutamente mortificada quando abriu a porta do forno revelando a tal calamidade que ela havia mencionado.

— Santo dust! — A exclamação saiu em forma de choque da boca de Yang enquanto ela olhava para um bolo cuja a massa havia derramado toda para fora pelas bordas da forma e queimado tudo deixando o centro ainda mole e liquefeito.

— Eu não sei o que deu errado! Eu segui todas as instruções do livro de receita. — Ela tentou se justificar em uma voz aflita.

Yang realmente se compadeceu por ela, calçou a luva de cozinha e tirou “a calamidade” de dentro do forno.

— Bem, alguma coisa você fez errada. — falou colocando a forma com o bolo destruído sobre a mesa.

— Mas eu segui o passo a passo deste livro. — Weiss mostrou um livro cuja o título era “Bolos para todas as ocasiões”.

Yang quase riu, mas se controlou.

— Você estava tentando fazer um bolo para a Ruby, acertei?

As bochechas de Weiss se ruborizaram e ela respondeu em uma voz miúda:

— Sim.

A loira simplesmente não conseguia manter-se séria, Weiss era tão fofa quando fazia tanta força para fingir que não se importava quando no fundo se importava tanto com todos.

— As vezes tenho vontade de pegar você é guardar dentro de um potinho. — Ela sorriu e pegou Weiss em seus braços a esmagando em um abraço apertado.

— Argh! Xiao-Long, me solte imediatamente! — Se debateu nos braços da loira e Yang apenas riu a e largou logo em seguida. — Ugh! Você não tem um pingo de respeito pelo espaço pessoal dos outros. — Weiss se afastou virando o rosto para longe a fim que sua colega não visse sua face corada pelo repentino contato físico entre elas.

— Desculpe, Weissy! — Yang fez uma cara de falso remorso. — Deixa que eu te ajudo a fazer o bolo.

— Não!

— Não? — Yang ficou confusa quando Weiss se virou e disse aquilo determinada.

— Eu quero que você me ensine a fazer! Obviamente que esse livro foi inútil! — Ela jogou “Bolos para todas as ocasiões” para longe fazendo uma cara de desprezo.

Yang riu, se tinha uma coisa que ela admirava na herdeira Schnee era sua determinação sem limites.

— Certo, eu vou te ensinar todos os segredos sobre fazer bolo. — Ela disse quase presunçosa, Weiss levantou uma sobrancelha, mas ainda estava concentrada. — Primeiro, você sabe por que isso aqui aconteceu? — Yang apontou para a forma com o bolo queimado e esparramado em cima da mesa.

— Nem faço ideia.

— Quanto de massa você colocou na forma.

— Cheia. — respondeu Weiss sem entender onde Yang queria chegar.

— Foi por isso que deu errado. — A herdeira a olhou confusa, mas Yang foi paciente e compreensiva. — Explico, quando você coloca a massa no forno, ela vai crescer por causa do fermento, quando sua massa começou a crescer ela transbordou para fora porque a forma já estava cheia.

— Ah… eu não havia considerado isso… — Weiss colocou um dedo no queixo pensativa. — E qual seria a quantidade certa?

— Até a metade da forma, para que o bolo cresça a outra metade.

— Ah… ah! Um segundo! — Ela tirou um bloquinho de notas e uma caneta do bolso anotando as novas informações.

Yang se surpreendeu apenas por um segundo, afinal, ela estava lidando com Weiss Schnee, o que significava que ela daria tudo de si, 100% de dedicação incondicional, fosse para uma aula, para matar grimms, ajudar os amigos ou simplesmente aprender a fazer bolo.

Essa era a pessoa que Weiss era.

— Acabou sua anotação. — Yang perguntou chamando a atenção da amiga.

— Ah sim, desculpe, continue. — respondeu Weiss um tanto sem graça.

— Certo, vamos fazer um e depois você faz outro sozinha, tudo bem? — Weiss assentiu. — Estou vendo que você separou todos os ingredientes, isso é ótimo, vamos começar separando as claras das gemas dos ovos.

— Ah, deixe eu pegar aquela ferramenta que faz isso. — Antes da herdeira se virar para procurar nas gavetas dos armários o separador de gemas, Yang a impediu.

— Não precisa, vou te mostrar como os mestres fazem!

Weiss se aproximou se surpreendendo como Yang quebrou cada um dos ovos girando as cascas nas mãos de modo que toda a clara se derramava em uma recipiente deixando a gema intacta dentro da casca, logo em seguida, ela guardava a gema dentro de uma xícara e repetiu o processo com os 4 ovos.

— Certo, agora vamos misturar os ingredientes, aqui vamos colocar o açúcar, a margarina, e as gemas até virar uma massa homogênea, enquanto isso, pode ir batendo as claras?

Weiss ficou tão concentrada observando o que Yang fazia que demorou alguns segundos para ela registrar o que ela havia pedido:

— Claro, eu posso fazer isso.

Yang quase riu do jeito como Weiss pegou a batedeira a examinando e depois hesitante, começou a bater as claras.

— Yang, quando eu sei que estão boas?

— Pela consistência, as claras em neve têm de estarem firmes o bastante para você poder virar a tigela sem que elas caiam.

— Certo! — Ela assentiu determinada.

A loira pegou outra batedeira e começou a bater a sua massa.

— Aos poucos vamos colocando a farinha e leite, sempre assim um pouco de farinha e um pouco de leite e batendo.

— Ah, aquele livro era inútil mesmo, ele não dizia nada disso que você está fazendo.

Yang riu.

— Eu acho que as claras estão boas, por que não vira a tigela para vermos?

— Mas e se derramar? — Weiss perguntou, mas logo virou o rosto para disfarçar seu desconforto quando Yang sorriu e lhe deu uma piscadela.

— Confio no seu trabalho, princesa. — Weiss virou a tigela e surpreendentemente, as claras em neve estavam muito firmes e não caíram. — Viu? Ótimo trabalho.

— E agora?

— Vamos colocar as claras aqui. — Yang acrescenta as claras na massa às batendo juntas. — Se me deixa perguntar, por que decidiu fazer isso?

— É para o aniversário da Ruby. — respondeu como se fosse óbvio.

— E por que você não comprou um? — A loira se afastou e pegou um pote dentro de um dos armários.

— Bem, eu passei muito tempo pensando em um presente para ela, pensei de tudo, ai decidi que daria algo que ela mais ama…

— Doce! — concluiu Yang.

— Exatamente, contei isso para a Blake.

Yang levantou uma sobrancelha na menção de sua parceira, ela começou a jogar o pó escuro dentro da massa.

— Ela me disse que se eu desse um presente com mais valor sentimental que monetário, Ruby ficaria mais contente. O que é isso que você está colocando? — Weiss perguntou curiosa.

— É chocolate em pó, já que é um bolo para a Ruby, nada mais justo que fazer o preferido dela…. bolo de cookies! — Yang puxou um saco de gotas de chocolate e começou a acrescentar na massa misturando com uma colher.

— Ah, isso é perfeito!

— Então, você achou que fazer com suas próprias mãos seria esse algo de valor sentimental? — Yang começou a colocar o bolo no forno. — Ainda bem que o forno já estava quente.

— Bem, foi Blake que deu a sugestão, me pareceu simples, nunca pensei que cozinhar fosse tão complicado. — Weiss admitiu meio envergonhada.

— Você só precisava de uma professora incrível como eu. — Yang disse passando a mão no seu cabelo.

— Quanta pretensão, não sabia que estava lidando com uma chefe de cozinha renomada na minha própria equipe.

— Eu tenho muitas habilidades que você desconhece.

Yang sorriu quando viu o rosto de Weiss se ruborizar um pouco.

— Eu gostaria de tentar fazer um agora. — A herdeira disse com uma voz pequena quase soando tímida.

— Me impressione, princesa. — Yang sorriu para ela e Weiss imediatamente começou a trabalhar na massa, misturando os ingredientes e tentando fazer exatamente igual como a loira havia feito a pouco.

— Depois fazemos uma ganache de chocolate e colocamos no meio dos dois bolos e vai ficar bem impressionante como bolo de cookies de dois andares. — Yang disse.

Yang viu orgulhosa Weiss trabalhando, ela aprendia muito rápido e não aceitava nada menos do que um trabalho bem feito, mas havia algo… algo no jeito com suas sobrancelhas estavam franzidas, como ela mordia o lábio de leve, lhe era evidente que tinha algo a incomodando, Yang poderia apostar que a herdeira estava querendo dizer algo, mas não sabia como.

— Obrigada.

Weiss se virou sem compreender direito o que ouviu:

— Obrigada pelo que?

— Por cuidar tão bem da Ruby.

A herdeira desviou o olhar se voltando para a massa que ela estava batendo.

— Não é nada demais, realmente, quer dizer, eu não cuido mais dela do que cuido de todas vocês. — disse já colocando a clara em neve na massa. — Talvez ela requeira um pouco mais de atenção, talvez pela idade… ou porque ela é um pouco ingênua. — acrescentou depois de um pequeno silêncio.

De repente, os pensamentos de Yang vagaram para uma certa garota fauno de olhos âmbar.

— E Blake? Você também cuida? — Ela perguntou tentando não soar ciumenta ou magoada, mas pelo jeito que Weiss a olhou lhe examinando, duvidava que ela não houvesse notado algo de estranho em sua voz.

— A Blake é capaz de se cuidar sozinha, mas sinto que essa sua pergunta tem outro sentido, está acontecendo algo de errado entre você e a Blake? — Weiss perguntou cautelosa com as palavras.

Yang olhou para baixo coçando a parte de atrás de seu pescoço, desde que ela e Weiss havia trabalhando juntas no baile, Yang considerava a herdeira uma boa amiga, por incrível que parecesse, era mais fácil conversar com ela do que com sua própria parceira, era justo que ela usasse os ouvidos de Weiss para desabafar?

Justo ou não, Yang o fez.

— Sim, tem algo de errado entre mim e a Blake. — admitiu e Weiss soltou um pequeno “uou” com a boca.

— Você pode conversar comigo, se quiser e… se sentir-se confortável para tal. — respondeu a herdeira sem olhar para Yang.

A loira se aproximou vendo de mais perto o trabalho de Weiss.

— Sim, eu me sinto bem confortável perto de você. — Yang sorriu e viu a sua colega desviar o rosto de modo que ela não pudesse vê-lo.

Ela pegou o pote com o chocolate em pó e despejou um pouco na massa enquanto Weiss mexia com uma colher.

— Acho que você lembra o que aconteceu no baile, não é? — perguntou Yang parecendo um tanto triste.

— Você ia convidar a Blake. — relembrou Weiss.

— Sim, não sei se fiz algo errado, não tive coragem de pedir diretamente, mas.. ela acabou indo com o Sun.

— Eu lembro, você me disse que estava tudo bem, quando eu te perguntei na época.

— Bem, sim, eu acho. — Yang colocou agora as gotas de chocolate e mais uma vez Weiss mexeu a massa. — Mas depois daquilo, eu resolvi falar com ela sobre como eu me sentia.

— Ah, que corajoso. — A voz de Weiss tremeu só um pouco enquanto ela colocava a massa da forma.

— Deixa que eu levo isso para o forno. — Yang disse pegando a forma e se abaixando e colocando o bolo para assar.

— E o que ela disse?

— Ela disse… — A loira parecia procurar as palavras certas. — Disse que estava confusa, que não sabia o que sentia por mim.

— Foi só isso?

— Vamos fazer a ganache agora. — Yang pegou os materiais na geladeira, chocolate e creme de leite.

— Yang? — Weiss chegou perto quando a loira já colocava os cubos de chocolate para derreter em uma panela.

— Bem, depois de um tempo, nós conversamos… acabamos ficando.

— Ah… — Weiss pressionou as próprias mãos nervosamente, ela lutou para encontrar algo para dizer, mas estava difícil pensar corretamente.

— Por um tempo foi legal, estava tudo bem, não era nada com compromisso, mas…

— Você queria que fosse? — Weiss assumiu.

— Sim.

— E a Blake não queria?

— Percebi que ela gosta do Sun, quando perguntei a respeito, ela falou que não sabe o que sente por ele, mas que gosta de mim, mas também gosta dele. Eu…eu… já nem sei mais o que pensar.

— Você acha que ela está ficando com vocês dois ao mesmo tempo? — Weiss parecia horrorizada quando perguntou aquilo.

— Talvez, mas ela está no direito dela, não temos nenhum compromisso. — Yang acrescentou o creme de leite na panela.

— Mesmo assim eu… ah esquece, acho que sou conservadora demais para achar isso normal. — Weiss falou parecendo chateada.

Yang de repente se virou para Weiss fazendo uma leve careta:

— Ela não te contou isso?

— Não.

— Vocês sempre saem juntas. — apontou Yang.

— Verdade, mas não costumamos falar sobre assuntos pessoais, creio que seja desconfortável demais para nós duas e Blake é muito fechada.

— Entendo… passo pelo mesmo.

— Ela é sua parceira! — falou Weiss meio indignada.

— É, eu sei! Mas ela não me conta as coisas! Para o Sun, ela conta! — Weiss sentiu as chamas da raiva na voz de Yang.

— Sabe, eu me abri para ela, Weiss? — Yang se virou parecendo ferida com as lembranças. — A minha mãe me largou, minha madrasta morreu, meu pai estava com depressão, eu tive de cuidar da Ruby, eu… sabe o que ela disse? — Lágrimas picaram nos olhos da loira. — Ela disse que eu não entendia, ela acha que eu não sou capaz de entender ela, disse que é diferente… eu me aproximo, tento ajudar, tento de tudo, Weiss, mas ela está sempre se afastando… parece que as pessoas estão sempre se afastando de mim.

Yang desligou o fogo e enxugou uma lágrima dos olhos.

— Diga a verdade, tem algo de errado comigo? — Yang perguntou com sua voz tremendo um pouco.

— Não! Claro que não! Você é uma pessoa incrível, Yang, não entendo porque alguém iria querer se afastar de você.

Yang sentiu as palavras da herdeira aquecendo seu coração:

— Me pergunto se tem algo que eu possa fazer por ela, para fazê-la ficar menos indecisa, como amiga, o que acha que eu devo fazer?

Weiss engoliu a seco, ela sentiu seu coração apertar, mas colocou uma expressão impassível no rosto quando voltou a falar.

— Você gosta dela, Yang? Gosta de verdade? — A loira assentiu. — Então lute por ela, só cuidado para não se machucar, ok? — Weiss colocou uma mão no ombro de Yang e ambas as meninas sorriram uma para a outra.

— Obrigada, Weiss, posso te confessar uma coisa?

A herdeira deu um passo hesitante para trás:

— Sim.

— Quando te conheci, achei que era uma garota egoísta, mas eu acho que você deve ser a mais generosa de nós todas.

— Eu não concordo! — Weiss negou com veemência. — Sem dúvidas que você é a mais altruísta.

Yang riu.

— Ok, parece que nós duas somos, a ganache já está pronta, vamos tirar os bolos do forno e deixar eles esfriarem, vou deixar o chocolate em banho maria para não voltar a se solidificar e daqui aos 20 minutos podemos montar nosso incrível bolo de cookies de dois andares.

— Fantástico! Enquanto esperamos, vou preparar um chá para nós, ou será que você prefere café? — Weiss disse contente pela conversa ter voltando para um rumo mais confortável.

— Chá está ótimo. — Yang tirou ambos os bolos para fora e os cobriu com pano para esfriarem.

— Você acha… que Ruby gostará do presente? Será que devo comprar outra coisa para dar junto do bolo?

— Weiss! Relaxa, ela vai amar. — Yang se sentou à mesa observando enquanto Weiss preparava o chá, a herdeira apenas lhe sorriu e voltou para seu trabalho com a chaleira.

— Obrigada por me ajudar a fazer isso. — Weiss se sentou na sua frente colocando uma caneca fumegante nas suas mãos. — Vou contar para ela que você ajudou.

— Não precisa, é o seu presente. — disse Yang tomando um pouco do chá.

— Eu não vou levar todos os créditos. — Weiss respondeu levantando uma sobrancelha. — Estou te devendo uma.

— Sim, senhora. — Yang riu e Weiss a acompanhou o riso. — Mas você não me deve nada, você é uma ótima amiga, fico feliz de ouvir minhas idiotices amorosas, considere como um agradecimento.

— Yang, seus sentimentos não são idiotices. — Weiss disse séria, e Yang ficou a encarando, as vezes ela se surpreendia ainda em com a herdeira era gentil por baixo daquela camada de gelo que ela normalmente mantinha.

Yang se lembrou como um dia, ela ficou intrigada para saber mais sobre Weiss, o que ela escondia, parecia que ela ainda era um mistério, como um lago congelado que Yang havia passado apenas o gelo da superfície e só agora começava a descobrir a verdadeira Weiss, mas, de repente, ela percebe que o lago era muito mais profundo do que aparentava.

— Acho que a Blake não é a única cheia de segredos por aqui. — murmurou.

— O que? O que disse?

— Nada, agora eu vou te ensinar a montar um bolo de duas camadas, um por cima do outro! — Yang deu uma piscadela e gargalhou quando viu o rosto da herdeira queimando de vermelho.

Weiss fez seu melhor para disfarçar o constrangimento se concentrando no trabalho de Yang, ela cortou o topo dos bolos de modo que ambos ficassem achatados, ela passou a ganache com uma espátula e colocou um acima do outro.

— Agora vamos para a parte mais legal, passar a cobertura. — Yang disse se um jeito provocador. — Pega, Weiss, tenta fazer você.

A loira lhe passou a espátula e Weiss a pegou sem saber bem como fazer, ela pegou um pouco do chocolate derretido e começou a passar por cima do bolo.

— Assim. — Yang pegou sua mão e a guiou para cobrir toda a superfície com a ganache. — Assim dos lados também. — A loira chegou mais perto e Weiss podia sentir sua respiração.

— Yang? — Weiss quase enganou quando disse o nome de sua colega.

— Sim. — A loira olhou para baixo e encontrou os olhos da herdeira.

Era azul tão claro e ao mesmo tempo tão profundo, como Yang nunca tinha notado antes que ela tinha olhos tão bonitos?

— Yang, eu… — Ela colocou a mão no braço da loira e apertou de leve, como se as palavras estivessem presas em sua garganta.

— Ei, você está aí! — Ambas se separava rapidamente e se viram para ver Blake na porta da cozinha. — Estou…. atrapalhando algo? — Ela disse cautelosa.

— Estava ajudando Weiss a fazer o bolo de presente para a Ruby. — Yang se apressou a dizer, tanto Weiss como Blake notaram certo nervosismo na voz da loira.

— Entendo, queria falar com você sobre algo, pode ser?

— Claro, nós já acabamos aqui. — Yang falou já se aproximando de Blake, mas ansiosa para está com sua parceira do que teria coragem de admitir e Weiss de aceitar.

A herdeira mais uma vez disse a si mesma que era tolice alimentar tais sentimentos, evitar pensar nisso era seu mantra, ela tinha de se manter ocupada.

— Weiss, se precisar de mais alguma coisa, me chama. — Yang falou já na porta ao lado de Blake. — E coloca o bolo na geladeira.

A herdeira apenas levantou os olhos para ver as duas se afastando…

Que lindo casal… espero que Blake saiba o quanto ela é sortuda.

Weiss jogou para longe seus pensamentos e sorriu para o bolo, pena que ela não conseguia jogar para longe seus sentimentos assim tão fácil.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, tenho que confessar algo para vocês, quando eu estava aprendendo a fazer bolos pela primeira vez a um bom punhado de anos atrás, me aconteceu exatamente o que aconteceu com Weiss, eu coloquei massa demais na forma e no forno meu bolo transbordou e sujou o forno inteiro. hehehehehehehehehehe

Sinto que esse capítulo não avançou muito com relação ao outro, as coisas mais importantes, que foi a relação de Yang com Blake, acabaram ficando em off, mas dá para ter uma noção do que rolou, porém, só sabem pelo ponto de vista da Yang, que não é exatamente uma narradora confiável, visto que não se ver o ponto de vista da Blake para toda essa história.
Ela também está sofrendo com tudo isso. Outra coisa que acho importante dizer, é que não quero que pensem que estou fazendo a Blake “vilã” dessa história, ela tem os motivos e dramas próprios. Essa sou apenas eu jogando drama no ventilador.
Por que eu sou tão má e faço a Weiss sofrer tanto? ;-;



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quando o Fogo encontra o Gelo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.