As coisas com a gente sempre foram muito rápidas, meu amor, eu já estava interessada em você e não notava que apaixonada também, você era fascinante aos meus olhos e eles chegavam a brilhar ao falar o seu nome, logo eu tão durona me deixei dobrar pelo sorriso que eu via no seu vídeo com Steve na época em que eram tão jovens e que conheciam o meu avô. Sabe Bucky, demorei para perceber que amava você porque achava que tudo se tratava de admiração, do soldado que tinha superado tantas coisas.

Eu jurei a você que iria te ajudar a fugir e quando descobri a verdade sobre os meus avós foi um choque, fui contra o meu pai mesmo que os meus princípios dissessem que aquilo era errado, que eu deveria ficar a favor do registro pois era uma forma do controle e de proteger vidas inocentes, eu ajudei Steve que tinha opiniões divergentes das minhas, os ajudei a fugir e até hoje o governo norte-americano não sabe o quanto eu interferi em prol de vocês, mas quando soube da verdade ... Aquilo foi um inferno particular pra mim.

Mas você tinha matado meus avós, como eu poderia perdoar alguém que tirou a vida de pessoas que eu sempre quis conhecer, eu queria justiça por eles e quando você estava à frente dos meus olhos naquela ocasião, você e Steve, meus olhos não conseguiam acreditar no que viam e quando eu cheguei meu pai já estava caído no chão e vocês dois prontos pra fugir, vocês olharam pra trás uma última vez enquanto eu me abaixava, acho que esperavam que eu dissesse algo, nem que fosse para xingá-los, já que vocês dois sabiam que eu não iria ataca-los.

— Eu confiei em você, Steve! Deixei você entrar na minha vida, você e seu amigo de infância. — A voz embargada de quem tinha sido enganada por quem tanto confiava. — Mas vocês mataram meus avós, os dois! Bucky com suas mãos e você com seu silêncio, Rogers!

— Desculpe Lila. — Steve tinha dificuldade de falar com aquilo tudo acontecendo, eu sabia. — Pensei que se te poupasse da verdade tudo ficaria bem, espero que possamos conversar de verdade um dia.

Naquele momento tudo que eu queria era que você e Steve sumissem, que morressem da forma mais dolorosa possível, vocês tinham machucado o meu pai e a mim de uma certa forma, mas mal eu sabia que logo nós estaríamos juntos de novo de uma certa forma. Demorou um tempo para que eu entendesse que na verdade Bucky não tivera culpa, que fora um tipo de controle mental bizarro que o tinha feito fazer aquilo, com isso eu acabei entendendo o seu silêncio Steve, Bucyky não tinha culpa, o passado não poderia voltar e você só queria que vivêssemos em paz, todos nós.

Minha saúde no tardar de alguns meses só piorou, não sei se de alguma forma meus poderes tinhamm uma relação com aquilo, mas eles vinham falhando e eu tive que entrar em contato com meu médico, bom ... Ele não era mais só meu médico, mas também um mestre das Artes Místicas que estava por dentro de tudo, minhas consultas com Strange eram mais sobre conversas sobre a vida do que um devido tratamento, acho que até ele percebeu que meu tumor no cérebro não era algo facilmente tratável e tentava fazer com que eu me sentisse melhor de outras formas, mas para algumas coisas ele ainda se recusava, algumas vezes eu estava acomedida pela raiva e não era totalmente racional.

— Talvez você possa me ajudar, Stephen. — Já éramos íntimos o suficiente para tratá-lo pelo seu primeiro nome, mesmo que o egocentrismo do meu médico em muitas vezes não permitisse isso.

— Liz, eu sou um médico, não um assassino. — Ele não precisava de muito par saber o que eu queria. — Como seu amigo eu digo, não vá atrás do Barnes.

— Eu não vim atrás do amigo, vim a procura do mago. — Supliquei mas Strange não quis me ajudar.

Nem tudo era raiva ou ódio, eu ainda queria encontrar vocês, você no caso, muito pelo fato de que eu ainda sentia algo por você lá dentro, algo realmente bom e a forma como você me olhava eu sabia que era dolorosa por ter a ciência de que me machucaria com a verdade, mas agora não há mais o que esconder e você poderia viver aquilo, talvez nunca ficássemos juntos se eu não estivesse realmente doente e não tivesse ido parar nas mãos de uma jovem talentosíssima chamada Shuri em Wakanda, que era onde você também estava.

Fiquei alguns bons meses lá, Shuri queria me dar um tratamento especial e eu fiz questão de colaborar, mesmo que em todas as noites em falasse com Tony e ele se mantivesse distante a pedido meu. Shuri tinha um carinho especial e parecia falar comigo e de mim como se me conhecesse a muito tempo, levei uma parcela de tempo para perceber que ela sabia de mim por causa do que via nas suas lembranças, dessa forma ela me convidou para ajudá-la a curar você, saber que eu pude ajduar na sua melhor ... Meu amor, aquilo foi realmente divino.

— Ele tem lembranças suas tão especiais. — Shuri sorria ao conversar em uma de nossas sessões. — Tem um carinho especial pelo momento em que se conheceram, mesmo que o dia em si pareça ter sido conturbado.

— E foi ... — Suspurei olhando para ela. — E eu, como estou?

— Está atendendo bem aos procedimentos, está sendo mais lento que o normal, mas é para garantir que você esteja bem quando sair, mesmo até não adquira outros problemas, sua mente e seus poderes me bloqueiam um pouco. — Ela suspirou, sabia que não era proposital. — Mas não precisei vasculhar sua mente, mesmo que eu tenha feito um backup emergencial, para saber o que você sente pelo Sargento Barnes.

— Princesa ... — Eu sorri levando as mãos ao rosto. — Viu que eu era uma louca obcecada por ele?

— Que você o amou desde antes de conhecê-lo ou saber se ele estava vivo. — Ela piscou vendo uma pessoa entrar no seu laboratório. — Sua sorte é não ter um irmão mais velho super protetor.

— Ela tem o Capitão Rogers que faz esse trabalho. — T'Challa entrou no nosso campo de visão com um sorriso. — Ele me liga sempre para saber de você, como está?

— Estou ficando bem. — Olhei minhas próprias mãos. — Diga ao Steve que estou bem.

— Está tão bem que vai ver o Sargento Barnes em breve e eles farão uma video conferência com o Capitão Rogers. — Shuri me encarou e eu estava com um rosto vermelho. — Não é Lila?

— Espero que seja com notícias boas, tipo um "sim, eu aceitei." — T'Challa murmurou e eu o encarei. — Eu não deveria saber disso, não é? Shuri que me contou.

— Vocês dois ... — Sorri com as mãos no rosto. — É, você nã deveria majestade.

— Saia do meu lab, linguarudo! — Shuri se levantou e saiu empurrando T'Challa pra fora enquanto eu fiquei sorrindo boba com as suposições dele.

Demorou mais do que eu achei que demoraria para te encontrar, eu só te via desacordado no laboratório de Shuri, fazia carinho no seu rosto e você parecia saber que era eu, pois os seus batimentos aumentavam e eu jurava que havia um sorriso no seu rosto, em algumas vezes Shuri filmou a cena e disse que iria introduzir em seus lembranças, mesmo que eu achasse bobagem da princesa.

Nosso encontro, no entanto, não foi exatamente como eu esperava, nos encontramos em um plano astral, Shuri disse que você ainda não estava totalmente preparado para me encontrar fisicamente, mas que assim que ela fosse tte tirar do transe eu seria a primeira que seus olhos veriam. Com os meus poderes eu pude acessar a sua mente, ainda um pouco machucada, entendi o que ela estava dizendo, o processo era lento e perfeccionista por parte dela. Deixei que você me guiasse por onde quisesse me encontrar e quando o clarão dissipou-se eu pude ver que estávamos em uma cafeteria no Brooklyn, mas pelos carros e pessoas na rua não parecia ser o que eu conhecia, mas sim o seu Brooklyn, você também estava de farda, demorei para perceber que a minha roupa também era diferente.

— Você está mais linda do que eu me lembrava. — Você sorriu e meu deus, que sorriso. — Achei que nunca mais te veria.

— Eu achei a mesma coisa. — Sorri limpando as lágrimas do meu rosto. — Da roupa e sobre ver você.

— Vamos, sente-se, vamos tomar um café, pelo que a princesa falou não podemos demorar. — Você já levava a xícara aos lábios. — Sim, eu escuto as conversar de vocês no laboratório, eu gosto de ouvir sua voz e sentir seu toque enquanto cuidam de mim.

— Quero tanto poder te ter comigo. — Batia os dedos levemente na xícara, não queria perder o seu sorriso de vista. — Te levar para ganharmos o mundo juntos, tem tanta coisa que queria ver com você.

— Ei! — Você falou esticando a mão e tocando a minha, aquilo parecia tão real que eu encarei nossas mãos por um instante. — Você vai me mostrar o mundo, meu amor.

Aquelas duas palavrinhas no final, meu Deus, como aquilo fazia uma diferença gigantesca dentro de mim, eu realmente sentia algo se mexer dentro de mim ao ouvir aquilo, era a primeira vez que você me tratava de uma maneira amorosa, você sempre foi tão distante quanto a mim, na verdade parecia travado por causa do ocorrido com os meus avós, era tão bom ouvir sua voz me chamando de meu amor.

— Vamos aproveitar esse momento juntos, ainda teremos muitos desses. — Você apertou minha mão tentando me fazer ficar calma. — Temos um tempo aqui.

— Na verdade não tem. — A voz de Shuri parecia vir do além para nos entristecer. — Desculpe Lila, seus poderes estão interferindo na máquina que mantém o Sargento ligado ao tratamento, se elas desligarem ou você pode ficar presa nesse plano astral ou ele pode morrer, não sei dizer.

— Você precisa ir. — Você falou se levantando e me levando a ficar em pé na sua frente. — Só tenho uma coisa a dizer. — Você aceita namorar comigo?

— Bucky ... — Meus olhos encheram-se de água. — Eu ...

Fui puxada de volta por Shuri antes que pudesse responder, você sabia o quanto eu te amava, mas não tínhamos aquele tempo. Eu fiquei em Wakanda pouco tempo depois daquilo, já estava melhor e meu pai precisava de mim em Nova York, ele e Peter, o garoto também me mandava mensagens querendo saber como eu estava, minha maior surpresa foi saber que logo você acordou e meu amor ... Aquele foi um dos melhores dias da minha vida, nos falamos em breve.

Da sempre sua,
        Lila Stark