Flor Púrpura escrita por TheWolve


Capítulo 2
Quando a semente é plantada


Notas iniciais do capítulo

Demorou um pouco por motivos de preguiça mas aqui está o segundo capítulo do desafio, espero que esteja a altura. Boa leitura! (rimou kkk)



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"Nós somos eternos. E exigimos sacrifícios."

Malzahar

 Morgana acordou completamente atordoada. Sentou-se à beira da cama onde esteve deitada anteriormente e passou a mão na cabeça que latejava. A última coisa de que se lembrava era de um homem derrotando Darius e em seguida sua visão escurecendo.

 A feiticeira levantou-se, com certa dificuldade, e caminhou na direção da porta. Assim que passou pelo corredor, sua visão ficou turva e ela cedeu ao chão, porém alguém surgiu e a segurou antes que caísse.

— Não deveria se esforçar tanto assim — disse Malzahar.

— Você... Argh... — Morgana levou as mãos à cabeça outra vez, fazendo uma careta.

— Venha cá.

 O homem passou um dos braços da moça por cima dos ombros e segurou sua cintura, guiando-a na direção da cozinha da casa. O piso de madeira estalava conforme os dois andavam, produzindo um barulho não muito agradável. Com a maior delicadeza do mundo, ajustou a feiticeira em uma cadeira que havia ali e foi pegar algo ali perto.

 — Que lugar é esse? — perguntou Morgana.

— Essa é minha casa — disse Malzahar enchendo um copo com água — Nós estamos no mundo do Vazio.

— Por que está me ajudando? — ela perguntou no momento em que Malzahar entregou o copo a ela.

— Você provavelmente não sabe, mas eu tenho alguns presságios de vez em quando. Desta vez tive uma visão e você estava nela — explicou ele — Se algo vem até mim, significa que tem alguma importância, não importa o que seja.

 Enquanto falava, Malzahar tirava a máscara e o capuz que cobria seu rosto. Era um homem bonito, de fato. Morgana encantou-se de tal maneira que ficou fácil para ele perceber.

— Está tudo bem Moragana? — ele perguntou, acordando-a de seu transe.

— Ah claro... É só a dor de cabeça voltando — ela disse virando o rosto para o outro lado.

— Certo — ele abriu um pequeno sorriso, que logo se desfez.

 Malzahar andou até a janela e observou aquele mundo sem vida. Não havia verde como em Runeterra, os pássaros não cantavam, não havia felicidade nem amor. Apenas um céu cinzento e sem vida. No horizonte, ele podia ver um portal gigantesco aberto e vários pontos vermelhos emergindo dele. A guerra havia chegado até o vazio.

— Eles chegaram — anunciou o profeta.

— Eles quem? — Morgana se levantou e andou até a janela, ficando ao lado de Malzahar.

 Seus olhos se arregalaram ao ver a paisagem descaracterizada. Ela estava espantada, porém ficou mais ainda ao ver aquela multidão de pontos vermelhos diante do portal negro.

— Os exércitos de Runeterra chegaram ao Vazio e irão destruir tudo — ele se afastou da janela e foi até outro cômodo.

— O que você fará? — perguntou a mulher.

— Irei embora o quanto antes — respondeu o homem, saindo com uma mochila nas costas.

— E para onde planeja ir?

— Sinceramente, eu não sei. Mas não posso permanecer aqui, essa guerra não é minha — Malzahar olhava para fora enquanto falava — Se os exércitos estão aqui, significa que a guerra em Runeterra acabou, então é para lá que eu irei.

— Você é igual a mim... — cochichou Morgana — Muito bem, eu não faria isso em outra situação, mas você salvou minha vida, então irei retribuir.

— Como? — indagou Malzahar.

— Nós vamos para minha casa, em Noxus — disse Morgana, aproximando-se de Malzahar.

— Você tem certeza? — o homem disse colocando sua máscara novamente.

— É o mínimo que posso fazer.

— Tudo bem, vamos!

 Malzahar abriu um portal e os dois entraram nele.

....

 Summoner's Rift estava completamente destruída. A paisagem que viram quando estiveram ali já não existia mais. Árvores estavam tombadas, montanhas gigantes foram rachadas ao meio e crateras imensas foram deixadas em vários pontos do vale. Malzahar tomou a frente, sem receio ou qualquer hesitação, não havia absolutamente ninguém ali, somente corpos e mais corpos.

 Conforme caminhavam para o que parecia o centro da batalha que ocorrerá ali anteriormente, Morgana observou vários rostos conhecidos nos corpos sem vida. Em uma árvore ali perto, Leona estava empalada por uma espada. O corpo sem vida de Lux boiava às margens do rio que cortava Summoner's Rift. A beira de uma cratera, o orgulhoso Garen pereceu, pendendo para o interior do buraco. Ao olhar lá em baixo, Morgana viu o comandante Swain, derrotado.

 Ao sair do vale, seguiram direto para a Capital Noxiana. A cidade estava intacta e parecia mais sombria e silenciosa do que nunca. Morgana e Malzahar seguiram para uma rua afastada, no subúrbio da cidade. Não havia ninguém nas ruas, com exceção de algumas almas corajosas que se aventuravam por aí.

 Morgana parou de frente a uma construção de pedra com pilares e porta de madeira e teto de carvalho, proferiu algumas palavras e a porta se abriu sozinha.

— Porta automática — brincou Malzahar. Morgana sorriu e entrou.

 A casa era maior por dentro do que parecia. Haviam várias bancadas com utensílios de cozinha, os móveis estavam cobertos por tecidos brancos e um corredor longo e largo levava aos demais cômodos da casa.

— Sinta-se em casa —  disse a moça, enquanto se dirigia a outro cômodo.

— Obrigado, sua casa é bem bonita até — disse Malzahar, passando os olhos pelo teto — O que são todas essas coisas para cozinhar?

— Pensei que fosse mais inteligente, Malzahar — disse Morgana, saindo de um quarto. Ela olhou para ele por um momento e riu — Antes de todas essas coisas acontecerem eu era uma cozinheira, era um hobbie, na verdade — explicou ela.

— Entendi. Vi que trocou de roupa, pensa em ir a algum lugar?

— Preciso de informações sobre o andamento da guerra. Não que eu me importe, mas preciso estar ciente se vamos precisar fugir novamente — ela fez uma pausa e se virou para ele — Quer vir comigo?

 Malzahar levantou os ombros como quem diz “tanto faz” e saiu da residência junto com Morgana.

 Os dois saíram juntos pelas ruas da Capital Noxiana. A noite já havia chegado, projetando sombras nas casas que mais pareciam rostos raivosos olhando para eles. Morgana guiava Malzahar pelos becos estreitos do subúrbio, andavam com cautela mesmo sabendo que não havia ninguém nas ruas.

 A moça parou de frente a uma casa de madeira velha e bateu na porta três vezes. Malzahar não ouviu, mas uma voz rouca e cansada lá dentro emitiu um “entre”.

— Você vem? — perguntou Morgana

— Prefiro ficar aqui fora — respondeu Malzahar

 A mulher acenou com a cabeça e entrou.

...

— E então? — o rapaz disse ao ver que Morgana já havia saído.

— Parece que a guerra está concentrada no mundo vazio, ou seja, não vai nos causar problemas por enquanto — disse ela suspirando aliviada — Agora iremos ao bar!

...

 Malzahar nunca foi homem de frequentar bares, ainda mais acompanhado de uma mulher. O local era aconchegante, apesar dos gritos e barulhos que ecoavam por todo o espaço. Os copos de cerveja estavam apoiados em mesas firmes de carvalho, mesma matéria prima dos assentos. Uma lareira acesa estava posicionada ao fundo do salão e era alimentada com madeira por um dos funcionários do local de vez em quando.

— Não acha melhor ir devagar? — disse Malzahar ao ver Morgana virando a oitava caneca.

— Estou ótima... Você que deveria aproveitar mais! — estavam sentados um ao lado do outro, mas mesmo assim Morgana fazia questão de gritar.

— Certo, mas esteja bem o suficiente para ir para casa sozinha, não quero ter que... — antes de terminar sua fala, Malzahar viu Morgana enfiar a cara na mesa, debilitada pelo álcool.

— Eu mereço... — ele revirava os olhos, pegou Morgana nos braços e levou-a para fora dali.

— Já ganhamos a guerra? — ela cochichou, parecia que estava sonhando.

— Ainda não, mas eu te salvei pelo menos — ele respondeu em tom sarcástico.

— Obrigado, meu herói... — ela disse em tom doce e seu corpo amoleceu nos braços do homem logo em seguida.

 Malzahar sorriu e continuou o caminho para a casa de Morgana.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler até aqui. Deixe sua opinião, é muito importante para melhorar a história :)



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