A Primeira Vez é Superestimada! escrita por Dri Silva


Capítulo 3
Capítulo 3 - A primeira vez que cozinhamos juntos


Notas iniciais do capítulo

Buenas meu povo? Então, aqui estou eu postando em cima da hora para o desafio e para ser sincera eu travei nesse cap, mas espero muito que você gostem.



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— Você tem razão pai, se tio Lee ou o lorde Hokage ouvirem você falando essas coisas, jamais deixarão a aldeia esquecer que Neji Hyuga, o gênio, tem um coração. 

— Você podia demonstrar um pouco mais de respeito pela história dos seus pais, Hikaru.- o velho e conhecido tom de aborrecimento aparecendo na voz de Neji - Vamos andando, sua mãe já deve estar nos esperando para o jantar. 

O gênio Hyuga já se direcionava para casa principal do Distrito com Hikaru em seu encalço. 

— Espera. Como foi a primeira vez que você soube que amava a mãe? 

— Vou escutar mais algum deboche se eu continuar? - perguntou Neji olhando de esguelha para o menino que se assemelhava assustadoramente com ele quando mais jovem. 

— Não, senhor. Eu só queria saber qual foi a sensação quando pela primeira vez você soube que amava ela. 

O Hyuga coçou a nuca enquanto pensava na melhor maneira de continuar. 

— Bem, você tem que entender que eu não amei sua mãe logo de cara. Sem que eu tivesse qualquer controle, meu respeito passou a admiração, que passou a um gostar desses que aquecem a gente por dentro, e foi tudo tão lento que eu não vi isso acontecendo, da mesma maneira que eu tinha me cegado ao fato que ela estava virando uma mulher linda eu me cegava ao fato de que algo mais acontecia, mas quando eu finalmente abri meus olhos foi horrível.- Hikaru olhou assustado para o pai que tinha um sorriso, de quem sabe das coisas. 

POV NEJI. 

Eu estava saindo da casa da Tenten, nós estávamos meio que nos relacionando, e eu gostava dela, eu acreditava nisso, entenda que até que eu soubesse o contrário para mim aqueles sentimentos eram verdadeiros. Eu tinha ido passar uma tarde com ela, mas tinha acabado em briga, pois ela queria que eu demonstrasse mais ou algo do tipo, e tudo que eu tinha a dizer era que aquele era meu jeito. 

— Isso não é verdade! Você demonstra para Hinata e todo mundo nota- gritou ela. 

Dei um suspiro cansado e levantei do sofá que eu tinha estado até então. 

— Isso é ridículo. Eu estou indo embora 

E arrogante assim eu sai de sua casa e comecei meu caminho de volta ao Distrito Hyuga. Não era novidade para ninguém que eu tinha mudado meu tratamento para com Hinata, e eu não tinha problema nenhum em dizer que tinha passado a gostar da jovem mulher de 18 anos que ela era, mas na minha cabeça não era esse tipo de gostar, não até esse dia. Ao longo dos 2 anos desde que "recomeçamos", tínhamos nos aproximado mais e eu tinha feito da minha missão ajudar ela a cumprir a sua missão ninja. 

Treinávamos juntos, e eventualmente a conversa vinha, mas o silencio também era bom, descobri que a natureza de Hinata, embora calma, poderia se tornar bastante rebelde, principalmente quando duvidava dela. Era focada, e dedicada nos treinos, tínhamos mais coisas em comum do que achávamos possível, ainda que vez ou outra ela me acusasse de ser muito frio ou não ter um senso de humor gostava de sua companhia, e na minha cabeça era só isso e Tenten estava sendo ridícula. 

Quando cheguei ao Distrito, Hanabi veio em minha direção entusiasmada. 

— Neji, irmão! Prepare-se, pois, hoje irmã-Hinata está fazendo um jantar especial. 

— Verdade? - havia descaso no meu tom de voz. 

— Sim, Hinata disse que hoje nos fará ramen.- disse entusiasmada praticamente saltitando na minha frente. 

— Eu não sabia que sua irmã tinha aprendido a fazer ramen.-  

— Ora, irmão, eu não disse que ela sabia fazer. - Um sorriso sapeca brincava em seus lábios. -  E sim que ela faria. E de qualquer maneira vou indo convidar Konohamaru para vir jantar conosco essa noite. 

E dito isso passou correndo pelos portões do Distrito, sem que eu pudesse falar mais nada. Soltei um suspiro aborrecido e olhei na direção da casa principal, hesitando antes de decidir entrar, uma vez lá fui direto para a cozinha. E não estava preparado para o caos que encontrei, Hinata se encontrava em estado de agitação de um lado para outro da cozinha sem realmente fazer nada. 

— Hinata! 

Meu tom exasperado chamou sua atenção fazendo com que ela parasse no meio da cozinha com uma colher na mão apontada para o alto. 

— Hinata, o que houve? - perguntei ainda do batente da porta olhando para aquela bagunça. 

Seus ombros caíram quase em derrota e seus olhos tinham um olhar culpado. 

— Eu não sei fazer ramen.  

— Então não faça. - Falei como se fosse obvio.  

— Eu quero saber fazer ramen...-disse ela voltando para o antigo habito de olhar para o chão. 

— Ok, por que? - questionei fazendo meu caminho pela cozinha com pratos espelhados por todos os lugares e indo em direção a Hinata. 

Eu sabia que não ia gostar da resposta assim que a vi ficando extremamente corada. 

— Naruto, gosta de rámen.- ela praticamente cuspiu as palavras de uma vez só e então tomou folego e falou de maneira mais calma.- Ele volta de uma missão amanhã e eu pensei que ia ser bacana fazer um pouco para ele.- Não era segredo entre nós que ela tinha uma grande queda por Naruto. 

No entanto a sensação de um peso no meu estômago apareceu instantaneamente e a vontade de responder que ela estava sendo tola apareceu, e eu me perguntei por quê, a palavras de Tenten reverberando na minha mente, mas eu desconsiderei novamente. 

— Provavelmente, ele vai comprar no Ichiraku, que é o favorito dele, Hinata.-Respondi da forma mais calma possível tirando a colher de sua mão e colocando na pia ao nosso lado. 

— Você tem razão, Neji. Eu estou sendo estúpida. -Seus ombros caíram ainda mais em derrota 

Segurei seus dois braços para que ela prestasse atenção em mim. 

— Jamais repita isso, Hinata. Você é muitas coisas, mas não é estupida por querer agradar. 

Hinata me olhou paralisada pelo que pareceu o minuto mais longo da história, na verdade eu acho que ela estava abismada ao me encarar. 

— Você realmente mudou, Neji.  

Pego de surpresa pelas palavras dela, larguei seus braços de repente e passei a encarar a parede vazia que estava atrás de Hinata. 

— Você é tola por outras coisas, mas por isso não. - Larguei a colher que ela segurava na pia e me virei para encarar as panelas no fogão para não ter que encara-la enquanto falava. - E se você mudar muito tentando agradar, então aquele idiota não estará se apaixonando por você, seria falso. 

O silêncio reinava na pequena cozinha a não ser pela água borbulhando em uma das panelas, eu me senti estranho e deslocado, não era do meu feitio fazer longos discursos ou dar conselhos, afinal eu mal sabia sobre a minha própria vida. 

— É que, eu gosto muito do Naruto. - Hinata e eu tínhamos criado uma amizade que nos permitia esse tipo de conversa. - Achei que eu podia fazer ele me notar. 

Ela estava visivelmente envergonhada, e de certa maneira eu também, falar sobre sentimentos, enfim, não é algo fácil para Hyugas. 

— Ele precisa notar pelo que você é, Hinata. Qualquer coisa que seja menos que você mesma não será real. Olha tudo que você já conquistou? Você foi de herdeira desacreditada a shinobi em ascensão, restaurou seu lugar de herdeira e melhora a cada dia nos treinos, e isso tudo pode ter sido pela fagulha que ele acendeu, mas aconteceu por você, porque você quis. - Ela me olhava desacreditava, quase como se visse uma assombração. - E de qualquer maneira, eu acho que faz a melhor Yakisoba da vila, porque você não tenta isso com ele? 

Minha voz saiu mais baixo na última parte, pois era mais fácil Hinata não corar do que um elogio sair da minha boca, mas tinha acontecido e até eu nesse momento achei que tinha algo errado comigo. De qualquer maneira, não dispensei um segundo pensamento no porque daquela conversa ter acontecido, apenas dei o assunto por encerrado e me virei para sair. 

— Já que é a melhor da Vila, segundo o gênio dessa família, eu acho que poderia fazer então para nosso jantar.- A auto confiança de Hinata voltando a dar o ar da graça com uma pitada de ironia. 

— Boa sorte com isso, Konohamaru e Hanabi estarão aqui, e vão te enlouquecer antes que você consiga terminar.  

— Você poderia me ajudar, então. - Respondeu ela. 

— Eu não sei cozinhar, Hinata. - O que era totalmente verdade, eu sobrevivia nas missões por puro instinto, cozinhar parecia algo trivial para se aprender. 

— Você sabe usar uma faca, então pode ajudar. 

E com isso eu me vi com uma faca na mão e uma variedade de legumes para que eu cortasse enquanto ela preparava os outros ingredientes.  "Em que momento eu deixei acontecer?" Pensei comigo mesmo. 

— Em que momento você perdeu a timidez comigo e passou a me dar ordens? - Questionei Hinata e para o mais desavisados meu tom poderia soar frio. 

E como que para não perder o costume ela voltou a corar. 

— Eu me sinto confortável com você, primo. 

Revirei meus olhos e voltamos a nossas "funções", logo estávamos de volta a um silêncio agradável, mas as palavras de Tenten reviravam no fundo dos meus pensamentos. Hinata agora na frente do fogão, se encontrava desajeitada em frente as panelas, eu sabia que apesar de tudo ela se sentia mais como ela mesma quando estava em posição de luta do que em frente a panelas borbulhando.  

Olhando-a de perfil, percebia-se o quanto tinha crescido e não era apenas algo físico, sua postura tinha mudado, o rosto não se encontrava mais timidamente escondido atrás de franja, os cabelos estavam cumpridos e caiam na lateral, ainda de forma delicada, mas dava a ela um ar mais decidido. Quando havia decidido reassumir seu lugar de herdeira da família, ela tivera que aturar muita cara feia, para dizer o mínimo, mas ela não recuou. Todo aparecia para os treinos com os anciãos mais determinada e com mais hematomas que no dia anterior, mas jamais reclamava e ainda treinava comigo, nesse momento eu a admirei profundamente. 

E ali estava eu, cortando cebola para que Hinata fizesse a minha Yakisoba favorita, e foi como se eu tivesse levado um soco no estômago, porque não era só a comida que tinha se tornado minha favorita, sua companhia era a que eu procurava sempre que possível, sua presença em minha vida me inspirava. E então eu simplesmente sabia, que aquele sentimento simplesmente já tinha criado raízes em mim, era uma bosta porque naquele momento lá estava eu ajudando a garota que tinha descoberto amar a cozinhar para o cara que ela gostava. 

É o destino deveria, estar dando umas boas risadas de mim, porque a mesma garota que eu havia tentado matar, que tinha me salvado da minha própria escuridão e que não tinha olhos para ninguém além de Naruto era a pessoa que eu queria do meu lado.  

... 

O já envelhecido Neji que estava a poucos metros de sua casa, soltou um risinho de lado ao se virar para encarar o filho. 

— Foi aí que eu entendi que a vida gosta de ironias. - A voz de Neji continha um pouco de diversão em seu tom. 

— E o que minha mãe disse quando você contou a ela?- Hikaru parecia genuinamente interessado na história dessa vez, enquanto retirava os sapatos para entrar na casa. 

— Eu não disse. Aquele dia, eu terminei de ajudar Hinata a cozinhar e sai antes mesmo da janta ser servida. Não conte para sua mãe que vou usar essa palavra, mas era uma verdadeira bosta estar apaixonado, terminei com Tenten e prometi para mim mesmo que eu seria exatamente aquilo que ela precisasse, um amigo, um protetor, o padrinho do casamento dela se precisasse. - Ao final uma gargalhada saiu da boca de Neji e o filho acompanhou. 

— E pensar que eu poderia ser filho do Lorde Hokage agora. - Um falso tom de pesar presente na voz do filho. - Acho que você vai ter que servir mesmo. 

— Servir o que? E para que, Hikaru Hyuga?- A voz de Hinata sendo seguida pela aparição dela na porta da cozinha. - Porque espero que seja importante para ambos estarem atrasados para o jantar que eu me dei ao trabalho de preparar. 

— Ele espera que meus conselhos sirvam para ajudá-lo com a herdeira dos Uchiha, parece que nosso filho está apaixonado Hinata. 

— Pai! 

A indignação do filho era cômica para Neji e a gargalhada que veio da cozinha, indicava que Hikari tinha escutado e não o deixaria esquecer disso tão cedo. 

— Espero que você não demore tanto quanto seu pai para tomar uma atitude então. 

E com isso foi a vez de Neji Hyuga ficar sério ao se ver alvo das risadas dos filhos. 


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Notas finais do capítulo

e aí esta, foi um cap mais longo,mas teve mais sobre os filhos e a vida atual espero que tenham gostado. O que acharam? Comenta ai, eu vou amar se vocês fizerem isso. Favoritem, critiquem sla,mas me deixem saber o que estão pensando.