A lenda de zelda: o sopro selvagem escrita por Bia3martins


Capítulo 5
Capítulo 4.




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 Saiu do shrine, abrindo o mapa em seu sheikah slate para poder ver a localização dos dois últimos shrines. Só faltavam os que ficavam mais no alto, como ele já imaginava. Escalou a parede da ruína em que estava, e, olhando para os lados, querendo ter certeza de que não haviam mais robôs com tentáculos por lá, desceu do muro, indo em direção ao shrine que estava mais em baixo da montanha.

 

Começou a andar nas bordas do great plateau, até achar um pequeno acampamento bokoblin. Apenas dois do espécime estavam lá. Eles pareciam estar assando alguma carne.

 

Se agachou num tronco que eles estavam usando de banco, e analisou melhor a cena. As armas estavam encostadas em outro tronco, perto de uma árvore. Conseguiu ver uma colméia na árvore. Os bokoblin nunca usavam armaduras. Talvez fosse uma escolha tática, afinal, eles seriam mais leves, e consequentemente mais rápidos. Ou talvez apenas fosse mais um caso da estupidez deles.

 

Preparou um arco, conferindo se estava tudo pronto para utilizar. Pegou uma das flechas, e mirou lentamente na colmeia. A mesma caiu no chão, com um baque surdo, e os bokoblin se viraram para o mel que se alastrava pela grama. Rapidamente foram em sua direção, com um brilho nos olhos. Mas isso foi antes das abelhas saírem, furiosas, em busca de seu agressor. Elas atacaram os monstros com seus ferrões, que gritaram desesperados, tentando assustar os insetos com seus braços e suas armas. Link soltou uma risada com a cena.

 

Por fim as abelhas foram embora, e os bokoblin estavam caídos no chão, como se estivessem mortos, mas pareciam terem dormido bem. O Hylian andou até eles, e os atacou, derrotando os dois. Pegou a clava de um deles para substituir sua espada, e um escudo que estava ali também. Como as abelhas foram embora para algum lugar, aproveitou para pegar o mel. O cheiro era doce, e o sabor parecia ser tão bom quanto. 

 

Andou em direção à floresta que ficava no caminho para o próximo shrine. As árvores brancas e com listrar pretas ficavam próximas umas das outras, enquanto os pinheiros eram altos demais, e separados.

 

Enquanto andava, acabou encontrando uma cabana. Em sua volta, achou alguns "cogumelos stamella", que, aparentemente, poderiam ser usados em comidas para recuperar seu vigor. Os guardou para mais tarde. 

 

Na frente da cabana, havia uma panela colocada em cima de uma fogueira. O senhor estava lá, novamente. Provavelmente aquela era a casa dele. 

 

O Sol já estava se pondo, então Link achou melhor cozinhar algo e ir dormir. Se sentou ao lado do velho, no tronco de madeira que ele usava como banco.

 

—Posso cozinhar? — perguntou, enquanto olhava para o que tinha em sua bolsa. Três maçãs, duas pimentas, um peixe, um favo de mel, dois cogumelos hylians e dois stamellas. Pelo menos conseguiria fazer algo para se manter aquecido. 

 

Antes que pudesse ouvir a resposta, escutou um barulho vindo das árvores. Se levantou rapidamente, levando a mão para sua clava, atentou-se para todos os lados. 

 

Então viu um javali correndo, furioso, acabando com toda as pequenas gramas que via pela frente. Ele andava em direção aos dois, e Link sabia que não poderia deixar ele chegar perto. Além das contas, carne seria bom.

 

Guardou a clava, e sacou seu arco, pegando uma flecha, e puxando a corda o mais correto que pudesse fazer em um curto período. Quando chegou o momento certo, soltou a corda, acertando dentre os olhos do mamífero. 

 

Foi até o corpo, e o levou para o banco. Sabia que iria ter que fazer todo o trabalho para conseguir a carne da caça... Mas valia a pena. Era um javali gordo. 

 

— Ha! Sim, pode compartilhar de minha fogueira, e da minha panela, se assim for necessário para você. — falou o velho, enquanto guardava um machado. Ele parecia obviamente impressionado com a capacidade do mais jovem para abater a caça. 

 

Depois de algum tempo, finalmente conseguiu aproveitar três bifes bons do javali. Pegou um peixe e uma pimenta, e colocou-os junto de um bife na panela. Com cuidado, preparou uma refeição completo. 

 

—Oh! Seria esse um prato de carne e frutos do mar picantes que eu vejo? — exclamou o senhor, surpreso, ao ver o prato de Link. — Como você fez isso? O que levou?

 

—Bem... Uma pimenta, um bagre de Hyrule, e um bife de carne. — respondeu.

 

—Ah! Claro! Como pude me esquecer do bagre? De qualquer forma, posso ficar com isto? Se sim, você pode ficar com uma roupa para frio, que provavelmente deve dar em você.

 

—Hum... Fique a vontade. — entregou o prato. O único objetivo que ele tinha visado era conseguir passar pelo frio, e sabia que a comida não iria lhe aquecer para sempre.

 

—Ótimo! Espere aqui. — ele entrou dentro da cabana, e voltou com uma blusa que poderia dar muito bem em Link. Talvez ficasse larga, embora duvidasse que aquilo importasse. 

 

—Muito obrigado. Tenho certeza que isso irá me ajudar muito. — agradeceu, enquanto guardava a roupa dentro da bolsa. 

 

Depois disso, fez uma pequena refeição de maçãs e cogumelos. Se sentou ao lado da fogueira, e dormiu até o dia.

 

Não deviam ser mais do que cinco da manhã quando acordou. O Sol ainda estava nascendo no leste quando levantou, se esticando. 

 

Olhou para frente, na direção da montanha que deveria subir. Conseguiu ver seu objetivo mais em cima do que estava atualmente. 

 

Porém, para poder escalar a montanha, ele teria que enfrentar um pequebo obstáculo primeiro: um vão vazio, com a certeza da morte se caísse. Olhou em volta, tentando pensar no que poderia utilizar para chegar ao outro lado. Talvez pudesse improvisar uma ponte...

 

Então, pegou seu machado de duas mãos, e cortou uma árvore na direção que deveria ir. Ela caiu, fazendo uma ponte improvisada, que, com qualquer descuidado, alguém poderia cair.

 

Subiu em cima da madeira, e se agachou. Com passos lentos, conseguiu passar para o outro lado, suspirando de alívio. À esquerda, viu três bokoblin que ainda estavam dormindo. 

 

Vendo isso como uma oportunidade, sacou sua clava, e atacou um a um, matando-os. Após pegar seus dentes e chifres, conseguiu pegar também mais uma clava. 

 

Por fim, percebeu que iria ter que escalar bastante para podrr subir. Com cuidado, e levando muito tempo, escalou a grande parede de pedra. Chegou no topo ofegante, ao lado do shrine. 

 

Ao entrar lá, fazendo o mesmo procedimento dos shrines anteriores, viu uma plataforma que girava constantemente. Outro pedestral estava à sua frente.

 

Colocou o Sheikah slate lá, e mais uma vez uma runa foi reconhecida.

 

"Stasis" era o nome da runa. Aparentemente, ela podia parar objetos no tempo. Apontou para a engrenagem que fazia a plataforma se mexer, e, quando ela ficou lisa para poder atravessar, parou-a. 

 

Andou por cima da plataforma, e ouviu um som de clique. Ao olhar pra trás, a plataforma voltara a girar. 

 

Andou para direita, encontrando um grande "escorregador", por onde pedras em formato de bolas passavam. Quando uma dessas bolas passou, parou-a. Assim, nenhuma outra caiu, enquanto ele corria por cima do escorregador.

 

Conseguiu ver o final do shrine. A única coisa na sua frente era uma outra bola. Após pensar um pouco, resolveu usar a runa,e bater na pedra repetidas vezes.

 

Quando o som de clique que significava o fim do efeito da runa foi ouvido, a pedra pulou para a frente, voando com força. 

 

Link seguiu normalmente para o fim, e pegou mais um Spirit orb.

 

Ao sair do shrine, a primeira coisa que fez foi trocar de roupa. À sua direita, viu um caminho para poder ir pro próximo shrine. 

 

Seguindo-o, descobriu que aquele lugar realmente era frio, porém, não sentia tanto tal fato, graças à roupa. 

 

A neve fazia seus pés aprofundarem, diminuindo sua velocidade comum. Subiu pela ladeira para o topo, quando viu mais um acampamento. Dessa vez, cinco bokoblins eram vistos.

 

Atirou na cabeça de um deles, fazendo os outros o notarem. Equipou o escudo e a clava, para poder atacar e se defender. 

 

Com três ataques rápidos e precisos, um caiu. Os outros o cercaram, e tentaram o atacar de diversas formas possíveis, mas a velocidade do Hylian em desviar dos ataques era tão grande, que nenhum o acertou de fato. Com precisão, atacou todos eles com um ataque giratório, e finalizou cada um. 

 

Continuou subindo, e no meio do caminho teve que desviar de uma bola de neve, grande. Por fim, chegou ao shrine. Um lago congelante ficava ao seu lado. 

 

Entrou nele, como nos outros. Mais um pedestal, mais uma runa. "Cryonis" era o seu nome. Sua habilidade era poder fazer blocos de gelo.

 

Mirou a pequena poça de água na sua frente, fazendo um bloco de gelo maciço. Escalou-o, continuando o caminho.

 

Grades bloqueavam a passagem, porém, as levantou facilmente com outro bloco.

 

Um pequeno robô o esperava para combate. Levou o escudo ao braço e a clava ao outro. Com facilidade, o destruiu, e continuou o caminho.

 

Encontrou uma plataforma no chão, e o caminho no alto. Ao fazer um bloco de gelo a um lado da plataforma, conseguiu fazer uma rampa, e subir. 

 

Pegou o Spirit orb, e sabia que aquele era o último. Finalmente conseguiria o paraglider, e sairia daquele lugar.

 

Quando saiu do shrine, foi surpreendido pelo senhor, chegando ali.

 

—Com isso, você finalmente pegou todos os Spirit orbs que estava disponíveis nos shrines do great plateau. Finalmente chegou a hora de lhe contar tudo. Mas, antes... Olhe no seu mapa. Imagine um X ligando os shrines. Eu estarei te esperando lá. Ouviu bem? No lugar onde as duas linhas se encontram... Eu estarei lá... — e ao finalizar essa fala, seu corpo começou a ser consumido por um fogo azul-esverdeado, até sumir, completamente. 

 

Se assustou, tentando entender o que tinha acontecido. Como assim chegou a hora de lhe contar tudo? 

 

Abriu o mapa, e fez a conexão entre os shrines, que acabava dando no templo do tempo. Fez uma viagem rápida para o shrine da ressurreição.

 

De lá, desceu a ladeira, e entrou dentro do templo. A estátua da mulher com asas brilhava agora.

 

Ao chegar perto dela, ouviu uma voz, e sabia que estava  vindo da estátua.

 

—Para o escolhido que conseguiu quatro spirit orbs... Eu posso lhe conceder a benção de conseguir mais vida, ou mais energia. Diga-me, o que vai ser? — então, Link pensou que ter mais vida seria útil no caminho que seguiria pela frente. — Então, lhe concedo teu desejo. — um contêiner em forma de coração vermelho, surgiu, e, ao pegar ele, Link se sentiu restaurado, mais forte e sem dores.

 

—Hey! Aqui em cima! — escutou, e quando olhou, era o velho. — Venha! Estou lhe esperando!

 

Saiu do templo, confuso, e subiu pela escada que tinha visto antes. Ele o esperava em uma "janela".

 

—Muito bem, jovem! — disse ele, entre o fogo verde claro que saia de si mesmo. O que estava acontecendo ali? — Agora, chegou a hora de lhe revelar quem eu realmente sou. Eu fui o Rei Rhoam Bosphoramus Hyrule. Eu fui... O último líder de Hyrule. Um reino que não existe mais.

 

Então, ele começou a brilhar, de forma que Link teve que afastar os olhos. Quando voltou a olhar, ele não era mais um velho em trapos, e sim um rei, com um manto real, e uma coroa.

 

—A grande calamidade não tinha misericórdia. Ela devastou tudo em seu caminho, cem anos atrás. Foi naquela época que minha vida foi tirada de mim. E desde então, eu tenho estada aqui, nessa forma espiritual. Não achei prudente lhe sobrecarregar enquanto sua memória ainda estava frágil. — o rei se virou para a janela aberta. — Então, no lugar disso, eu achei melhor assumir uma forma temporária. — virou-se, olhando diretamente para Link, agora. — Me perdoe. Eu creio que você esteja pronto agora. Pronto para ouvir o que aconteceu há cem anos atrás.

 

"Para conhecer a verdadeira forma de Calamity Ganon, você precisa saber a história de muito tempo atrás. O rei demônio nasceu nesse reino, mas sua transformação em malícia o tornou o horror que você vê agora. Histórias sobre Ganon foram contadas de geração por geração, em forma de lendas e contos de fadas. Mas também exista... Uma profecia... 'Os sinais da ressurreição de Calamity Ganon são óbvios. E o poder para impedir-lo dorme debaixo da terra'.

Nós decidimos por ouvir a profecia, e escavar longas atrás de terra. Não demorou muito para acharmos diversas relíquias ancestrais, feitas por nossos distantes ancestrais.

Essas relíquias, as Divine Beasts, eram grandes máquinas pilotadas por guerreiros.

Nós também achamos os guardiões, um exército de soldados mecânicos. Isso coincidia com as lendas antigas, contadas pelo reino.

Nós também aprendemos sobre uma princesa com um poder sagrado, e seu cavaleiro, escolhido pela espada que sela a escuridão. São eles que selaram Ganon usando o poder dessas relíquias antigas.

Um século atrás, havia uma princesa com o poder sagrado, e um habilidoso cavaleiro ao seu lado. Era claro que deveríamos seguir os passos de nossos ancestrais.

Escolhemos quatro indivíduos habilidosos vindos de toda Hyrule, e os encarregamos o dever de pilotar as Divine Beasts. Com a princesa como sua comandante, nomeamos estes guerreiros de campeões, um nome que solidificava sua ligação única.

A princesa, seu cavaleiro, e o resto dos campeões estavam fazendo os preparativos para o selamento de Ganon...

Mas então... Ganon chegou, e ele tinha um plano que iria além da nossa imaginação. Ele apareceu do canto mais profundo do castelo de Hyrule,e tomou o controle dos guardiões e das Divine Beasts, e os virou contra nós.

Os campeões perderam suas vidas, assim como aqueles que residiam no Castelo. O cavaleiro, gravemente ferido, enquanto defendia a princesa...

Então, o reino de Hyrule caiu por terra totalmente, devastado absolutamente por Ganon.

Porém... A princesa sobreviveu... Para encarar Ganon sozinha..."

 

—A princesa era minha própria filha... Minha querida Zelda. E o corajoso cavaleiro que a protegeu até o fim... Não era outro, sem ser você, Link. Você caiu em batalha, e foi levado para o Shrine da ressurreição. Aqui está você, cem anos depois, revitalizado. As palavras que lhe guiaram desde que você acordou vieram da princesa Zelda. Até agora, enquanto ela luta contra Ganon no Castelo, ela chama por você. Porém, o poder de minha filha será logo esgotado. Uma vez que isso acontecer, Ganon irá se regenerar ele mesmo, e nada nesta terra poderá impedir-lo de consumir o reino.

 

—Considerando que eu não consegui salvar meu próprio reino, eu não tenho o menor direito de lhe perguntar isso, Link... Porém, eu não tenho forças aqui. Você deve salvar-lá. Minha filha. E fazer o que custar para aniquilar Ganon. De alguma forma, Ganon tem mantido controle de todas as quatro divine beasts, assim como os guardiões rodeando o castelo de Hyrule. Eu acredito que seria bem difícil ir direito para o castelo neste ponto. Eu sugiro que você faça seu caminho para o leste, em um dos vilarejos sobreviventes. Siga a rota para a Vila de Kakariko. Lá, você irá encontrar a anciã, Impa. Ela irá lhe contar mais sobre aquilo que você está indo enfrentar. Consulte o mapa em seu Sheikah slate para ter certeza exata da localização de Kakariko. Faça seu caminho passando pelas montanhas gêmeas do Dueling Peak. De lá, siga para o norte.

 

—Vá. Aqui está o paraglider, assim como eu tinha prometido. — entregou enfim, o tão esperado paraglider. — Com ele, você poderá planar seguramente para forar daqui. Por fim, acho que isso é tudo. Lhe contei tudo que eu sei. Link... Você precisa salvar... Hyrule... — e com esta última frase, ele sumiu, misteriosamente.

 

Encarou aquilo rapidamente, enquanto tentava engolir o que o rei lhe dizera. Desde que acordara, não tinha um objetivo certo... Mas agora tudo parecia claro. As memórias não voltavam, mas, mesmo assim, algo dentro dele dizia que aquilo era o correto a se fazer.

 

Coragem não precisa ser lembrada, falou uma voz no interior de sua mente, muito mais profundo do que tinha imaginado, porque nunca é esquecida.

 

Com esse último pensamento, Link saltou do topo do templo do tempo, e usou seu paraglider para poder planar pelo great plateau.

 

Ao pousar fora, ele finalmente percebeu: agora, estava em Hyrule, e sua jornada realmente começava.

 

 

 


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