Castle escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 44
XLIV - Desistir


Notas iniciais do capítulo

Heyyyyyyyy guerreiros
Desculpem a demorinha, estava muito sem ideias e me adaptando a esse começo de ano conturbado. Eu estu amando os comentários, muito obrigada por todos, só está difícil responder todos :( amo vcssssssssssss



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Há mais perigo em teus olhos do que em vinte espadas. - Shakespeare

Steve olhava ao redor freneticamente. Ajoelhado no banco da igreja procurando aqueles cabelos ruivos briluantes.

— Steve, modos. - Sarah o puxou para baixo, fazendo-o sentar. - Você já é bem grandinho pra levar uma bronca boba dessas, filho.

— Desculpe. - ele murmurou, ainda olhando ao redor mais discretamente.

— Eu sei o que você está procurando. - Sarah sussurrou, sorrindo e Steve corou. - Ou melhor, quem. Seria uma princesinha de cabelos ruivos?

— Mãe, por favor. - o Steve de dezessete anos suspirou.

— O que? É mentira?

— Não. É que eu não vejo-a a muito tempo. - Steve tentou, mas Sarah tinha um sorrisinho no rosto.

— Isso é um funeral, podem não sorrir? - Joseph pediu, dando uma cotovelada em Steve.

— Tem razão. - Steve ergueu a postura e arrumou a coroa em sua cabeça, determinado a esperar por ela pacientemente.

O vestido preto que sua mãe usava era estonteante. A farda militar do seu pai então, cheia de medalhas. A de Steve estava vazia, então tinha muito espaço para sonhos e esperanças.

Sarah derrubou algumas lágrimas discretas nesse tempo, e Steve apoiou a cabeça em seu ombro, imaginando onde estaria Tony agora. A dor que ele sentia provavelmente era colossal. É só um garoto, seu amigo. Não imaginava sobreviver ao perder seus pais.

Muitos minutos se passaram quando finalmente todos se levantaram novamente, descendo numa reverência. Os três tomaram o mesmo caminho, fazendo uma reverência curta e respeitosa a Volo e Natália, que pararam a nossa frente.

— É bom te ver, Volo. - Joseph apertou sua mão, antes de beijar a mão de Natália que sorriu.
— 
— Digo o mesmo, Joseph. Sarah, estonteante como sempre. - ele fez o mesmo que meu pai. Natália e Sarah se abraçaram respeitosamente, elogiando o cabelo uma da outra.

— Que lástima. Ainda não acredito que isso aconteceu. - Joseph disse e Steve viu a mãe limpar o canto do olho. Ela e Maria eram amigas.

— Um infeliz acidente. - a ruiva comentou.

— Tony é tão jovem. Não podemos deixa-lo desamparado. - Joseph disse, e Volo assentiu.

Mais palavras foram trocadas e eles seguiram seu caminho.

— Ela está ali atrás, Steve. - Natália respondeu aos meus olhares nervosos e corei.

Logo Mattheos e Tthomas fizeram uma reverência a nós, ambos inseparáveis. Logo vieram Wanda e Pietro de mãos dadas, acompanhados por Bevvan com uma cara amarrada e desrespeitosa que Sarah e Joseph ignoraram. Wanda pequena era a coisa mais preciosa do mundo, e Steve mal se lembrava do rosto de Pietro.

Natasha finalmente apareceu, deixando de ser cercada por perguntas de nobres sobre seu futuro casamento, e fez uma reverência respondida por nós. O sorriso no rosto de Steve era impossível de conter, ele queria abraça-la, chorar em seu ombro e dizer o quanto ela estava linda, tudo na mesma medida.

— Oi, Steve.

— Oi, Nat.

Ela deu um pequeno sorriso antes de seguir seus irmãos, ficando na ponta do banco na direção do corredor, bem de lado para Steve.

Ele observou novamente a igreja pintada de um branco majestoso, a arquitetura do lugar era linda e difícil de entender, complexa e linda, com arcos e colunas, mas ao contrário das brilhantes igrejas católicas de Roger, Stark era protestante, o que excluía qualquer imagem ou luxo, mas isso não a deixava menos bonita.

Steve sentia os olhares estranhos das centenas de protestantes espalhados por todo lugar gigantesco. Haviam muitos convidados de Roger, mas os protestantes eram maioria e sentiam na alma a perda de seus reis.

Steve olhou para Natasha, que encarava-o. E começaram a famosa linguagem com olhar que só eles entendiam. Natasha ergueu as sobtancelhas, dando de ombros.

Sinal claro de "Você está bem?"

Steve suspirou mas assentiu, erguendo a sobrancelha. "E você?"

Natasha deu de ombros, abrindo um sorriso triste. Steve entendeu. Fez sinal com os dedos de depois se encontrarem e ela assentiu. Eles ficaram se olhando por mais tempo, como se aproveitassem a companhia um do outro mesmo com um corredor os separando.

E a música triste colossal começou a ecoar na igreja. Steve sentiu os olhos se enchendo de lágrimas e todos na igreja se levantaram. As portas foram abertas. Lá da frente ele não via nada, mas sabia quem era. Todos faziam reverências ao rei.

Depois da longa caminhada, ele finalmente viu Tony. De preto, sem desviar os olhos sem vida do caminho a sua frente. Ele parecia acabado. E ao mesmo tempo esplendoroso. Parecia um rei. Podia-se dividir Tony Stark em dois, antes do acidente, e depois.

Quando Tony subiu ao palanque ao lado do pastor, fez uma reverência fajuta a Deus. Steve sabia que para Tony isso era uma piada. E logo os dois caixões foram trazidos, empurrados até lá em cima pela rampa. Todos nós fizemos uma reverência a Howard e Maria Stark.

E então o Tony jovem ficou de frente para os dois pais mortos pela última vez. Steve olhou para Natasha, vendo a expressão de dor em seu rosto. Ele suspirou, enquanto a cerimônia seguia.

Tony estava impossível de ler. Mas Steve sabia que ele nunca mais seria o mesmo. E depois de muito tempo de tortura, foi a vez de reverênciar pela última vez os pais de seu amigo.

Tony saiu sem falar com ninguém, entrando na carruagem e sumiu. Todos começaram a sair, e Steve apontou para onde o piano gigante da igreja ficava, lá em cima. Natasha sorriu e assentiu. Disse aos pais que já voltava e andou por toda igreja procurando a escada de acesso de lá em cima.

E finalmente a achou, e chegando lá Natasha estava sentada no banco de madeira ocupado por alguém antes, com uma cara entediada.

— Me perguntei quanto tempo você demoraria para achar.

— Você sempre foi melhor com isso que eu. - sorriu, se sentando ao lado dela.

Steve passou um braço ao redor de seus ombros, trazendo-a para perto e Natasha finalmente parou de fingir. Seu rosto se desmanchou numa cara triste que ela tentou esconder em seu ombro e abraçou Steve.

Ele suspirou, sentindo cada célula de seu corpo ser entregue a ela. Natasha não era muito aberta, mas ele sempre entendia tudo com um só abraço.

— Tony não merecia isso. - ela murmurou, e Steve assentiu. Em alguns anos Natasha perderia Pietro.

— Eu sei. Mas... - ele respirou fundo, se afastando um pouco dela para fitar seus olhos. - eu acredito que tudo aconteça por um motivo. Talvez... finalmente fosse hora de eles descansarem. E Tony assumir seu trono por direito.

Natasha assentiu. Eles entraram num silêncio profundo e Steve sabia que tinha mais coisas por trás disso. Mas ela nunca falava. Ele também não contou o motivo de chorar todas as noites desde a morte de Peggy. Ela não sabia. Ninguém sabia além de Bucky.

Assunto era algo que eles não tinham muito. Mas mesmo assim toda vez que viam um ao outro parecia a primeira vez. Ele curava suas feridas com um único abraço e ela completava-o do mesmo jeito. Era isso.

Eles observaram as pessoas saíndo da igreja até não restar ninguém. Era um funal de tarde belo, e o lustre cheio de velas de frente para eles estava iluminado.

— Toca pra mim? - Natasha pediu, apontando para o órgão atrás deles.

— Nat, eu nunca toquei num órgão, eu toco piano.

— Mesma coisa. - ela sorriu, e ele nunca conseguiria resistir ao sorriso dela.

Steve se virou, analisando as teclas de marfim e depois os longos tubos subindo as paredes. Ele pensou numa melodia qualquer e tocou a primeira tecla.

A primeira nota ecoou toda a igreja. E assim que Steve tomou confiança, ele tocou uma música triste e profunda enquanto Natasha o observava. Era isso. Quem precisava de palavras? Palavras são para quem não conhece a alma do outro.

(...)

Natasha olhou para a noite lá embaixo, o corpo tremendo e punhos fechados com força. As unhas cravadas na pele cheia de sangue das suas mãos, os olhos vazios e cheios de raiva. Sua respiração pesada impossível de controlar e aquela sensação vazia preenchendo seu coração. Seria muito fácil desistir de tudo. Muito fácil. Tentador demais. Apenas sumir, era o que ela queria.

— Ninguém sobe aqui sem minha permissão. – ela murmurou, sem tirar os olhos do breu lá embaixo.

— Eu subo. – Clint disse, cruzando os braços e encostou na parede.

— Eu sou a herdeira Romanoff. – ela disse, a voz cheia de dor falhando. – Filha de Romana. Descendente Ro e Ark. Princesa do Ferro. Eu nasci na escuridão, criada pra matar, destruir e aniquilar.

— E você acha que eu ligo? – ele disse, zombando. Natasha olhou para trás por alguns segundos, e voltou a fitar a queda de centenas de metros lá embaixo.

Clint observou-a em pé na beirada da murada, olhando para baixo com o vestido cheio de sangue, assim como a pedra abaixo de si. Os cabelos ruivos escorrendo feito uma cascata em suas costas, vestido preto e cheio de enfeites magníficos em ferro. Até assim ela era linda. Clint foi até lá, subindo na murada e mordeu a maçã em suas mãos sem preocupação.

— O que está fazendo? – ela perguntou, irritada, olhando para o homem ao seu lado.

— Ninguém vem a torre do suicídio comer maçã. – ele respondeu, jogando a mesma lá para baixo. A maça caiu por muitos metros, até provavelmente espatifar lá embaixo. – Estou logo atrás de você.

Natasha suspirou, sem esconder a irritação. Nem pra se matar ela tinha paz.

A ruiva bufou, se sentando na murada e o coração dele acelerou um pouco, achando que ela fosse pular. Mas só um pouco. Ela sempre fazia isso. Clint se sentou ao seu lado, sem dizer nada por alguns segundos e segurou sua mão cheia de sangue, analisando-a mesmo na pouca luminosidade.

— Um dia tu vai quebrar essa mão, nunca mais vai poder segurar uma espada e aí quero ver o que vai fazer.

Natasha não respondeu, olhando para frente.

— Por favor, mate o Bevvan antes, ele não pode governar esse reino nem em sonho.

— Eu sei que silêncio te incomoda, mas eu não quero falar com você. Já disse para não vir aqui em cima. – ela disse, sem olhar para ele, e suspirou. – Eu não ia pular.

— Não sei se acredito nisso.

— Nem eu. – ela murmurou.

Depois de muitos minutos em silêncio, Natasha tirou um cantil de dentro do vestido, virando seu conteúdo garganta abaixo sem expressar nenhuma reação e o passou para Clint, que fez o mesmo.

— Ele não iria querer isso pra você.

— Ele morreu.

— Você vingou ele.

— E isso trouxe ele de volta?! – Natasha gritou, irritada, se levantando bruscamente na murada. Clint tremeu. – Isso vai fazer Wanda parar de chorar todas as noites? Chharles parar de perguntar quando ele vai voltar? Tthomas parar de encarar a parede como se estivesse morto também? Minha mãe parar de gritar o nome dele?!

A ruiva se virou, desequilibrando e foi parada pelos braços de Clint, que abraçaram-na. Natasha arfou, assustada e sem conseguir formar nenhuma frase coerente. Apenas o abraçou de volta.

— Ele morreu, Clint. – ela murmurou.

— Ele nunca vai morrer, Natasha. – o loiro disse, segurando seu rosto. – Nunca. Perder alguém dói. Mais que perder a cabeça. Mas esse alguém nunca vai te perder.

Pela primeira vez em muito tempo os olhos dela se encheram de lágrimas. A ruiva aproximou seus rostos, celando seus lábios num beijo intenso.

(...)

Volo abriu os olhos assim que ouviu um barulho alto de algo estabacando no chão de pedra. Ele se levantou devagar, confuso e tentando entender de onde aquele som vinha.

— Mãe, por favor... abaixa isso. O dragão...

— Eles estão vindo atrás de você. - ele ouviu as falas como um murmúrio, mas então se levantou para ir checar. Bêbado de sono, tropeçou num banquinho e quase caiu. Mas mesmo assim ele andou para fora do quarto, vendo o corredor vazio. Deviam ter guardas ali, mas não tinham. Isso deixou o Volo de dezoito anos alerta.

O frio do inverno de Romanoff dava a total certeza a todos que o inferno é gelado. Tanto que as paredes congelavam, as janelas cobriam de gelo e as portas emperravam. A neve lá fora rasgava os ares, congelava até os fantasmas, e matava até os mortos.

Assim que parou na frente da porta do quarto de seu irmão um frio descomunal o atingiu. Nada que ele já tivesse sentido antes. Volo tocou a maçaneta várias vezes, pensando se realmente deveria abrir.

— Mãe. – seu irmão gêmeo clamou, como num pedido desesperado.

— Os dragões não podem renascer. Os dragões não podem renascer.

— Rarnaroff é o último dragão.

— Não. Existem mais. Estão congelados.

Volo começou a tremer. Sua respiração descompassava, seu único pensamento era entrar no quarto, mas suas pernas não obedeciam.

— Onde está o papai, mãe? Por favor, abaixa isso, o Volo...

— Você não pode ser rei, Igor.

— Não, mãe, você não está pensando direito...

— Lyubov' ubivayet. O som inconfundível de uma lâmina cortando carne ecoou pelo quarto, antes de tudo se silenciar.

Devagar Volo abriu a porta, com os olhos frios contemplando a cena mais horrenda que já vira. Seu irmão, deitado, engasgando no próprio sangue de sua garganta decolada, sua mãe encarando-o com os olhos sombrios. Igor encarou o irmão gêmeo idêntico, e Volo se viu morrendo. Assim que encarou a própria mãe, um arrepio aterrorizado percorreu seu corpo.

— Natasha não pode viver. Agora ela é o dragão.

Ellina Romanoff cortou a própria garganta, desabando no chão em seguida. O barulho atraiu dois guardas, que correram e pararam estáticos ao lado e Volo.

— O rei está morto! O rei está morto! A rainha mãe matou o rei! – eles gritaram, gerando um enorme alvoroço de dezenas de pessoas horrorizadas entrando e saíndo do quarto enquanto Volo permanecia estático.

Devagar, ele deu meia volta, andando com os olhos frios aterrorizados pelo corredor, com mais nada além disso no rosto. Entrou no quarto de onde saiu, andando até o berço dos seus dois filhos recém nascidos. Ele pegou a vela, segurando o pulso da pequena Natasha, tocando o fogo da vela ali. A pequenina nem acordou, mas então seu pulso reluziu. O dragão de Romanoff brilhou na herdeira de ferro.

 

 


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Notas finais do capítulo

Muuuitos mistérios! Kkkkkkkkkk que rolê é esse da mãe do Volo, gente?! Gostaram do momentinho soft romanogers adolescentes? Nem vou comentar do Clint e da Nat pq foi muito sombrio...

Enfim, foi só uma coletânea de flashbacks pra indtroduzir vocês aos próximos acontecimentos, e logo teremos mais do Tony! Tem razão para o sumiço dele, o bonito tá aprontando. Comentem, FAVORITEM E RECOMENDEM PLEASEEEEEE



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