The Way Back Home escrita por isnotme


Capítulo 4
The Ending


Notas iniciais do capítulo

Oie!

Primeiro queria agradecer a Maria Vicente Carvalho e a Rafaella Cintra por comentar no capitulo passado ♥♥

Vamos ao capitulo! Espero que gostem :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/761369/chapter/4

Chicago 

14 de agosto de 1983 

Noite 

 

Jackie se sentia leve e um pouco anestesiada, era o vinho. Ela e Andrew tiveram um romântico jantar em seu apartamento e a morena se sentia feliz. O homem a sua frente lhe contava uma história que parecia divertida, mas ela não tinha certeza, pois sua atenção estava voltada às feições dele. Andrew era realmente muito bonito. E divertido. E gentil. E romântico. E bem-sucedido. E eles estavam saindo a mais de dois meses agora e talvez, bem, talvez Jackie estivesse apaixonada.  

—Oh, droga. - Andrew reclamou olhando seu relógio de pulso. - Está ficando tarde, eu vou indo.  

—Você devia ficar. - As palavras pularam de sua boca. 

—Ficar? - Um sorriso maroto decorou o rosto masculino. 

—É. Se você quiser, quer dizer, pode passar a noite.  

—Ok. - Ele esfregou as mãos na calça. - Ok, tá bem. E amanhã podemos ir juntos até o trabalho.  

—Parece ótimo.  

Andrew assentiu com a cabeça e ambos ficaram ali, sorrindo um para o outro. Até que o momento ficou um tanto constrangedor.  

—Eu... eu vou tomar um banho. Fique à vontade.  

Jackie demorou um pouco no banho, caprichou no hidratante corporal e escolheu uma calcinha bonita, mas não tão oferecida. Ela escolheu uma camisola bonita, vestiu um roupão por cima e saiu do quarto. 

—Você sempre dorme bonita assim, linda? - Andrew perguntou do sofá e Jackie sorriu, estupidamente satisfeita.  

—Você quer tomar um banho também? - Ela sentou ao seu lado.  

—Seria bom. - O homem ajeitou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e Jackie sentiu um pequeno arrepio no pescoço. - Você tem algo que eu possa, hm, usar? 

Ele perguntou, apontando para suas roupas. Calça jeans e camisa de botão.  

—Oh! Vamos ver. Eu acho que tenho uma calça de moletom que Michael deixou aqui logo que me mudei. 

—Michael, seu ex? 

—Isso. Ele dormiu aqui algumas vezes até eu me acostumar a morar sozinha. - Andrew a encarava com um olhar confuso. - Oh, não! Não dessa forma. Ele é um bom amigo, além de ser casado.  

O homem levantou as mãos, como se dissesse “tudo bem” e sorriu para ela enquanto os dois entravam no quarto de Jackie. Ela abriu as portas do closet em seguida, entrando nele com Andrew logo atrás. O espaço era pequeno e foi impossível não ficar consciente da presença física dele.  

— Aqui. - Jackie deu a ele a calça. - Hm, mas não tenho nenhuma camiseta.  

—E quanto a essa? - Andrew puxou uma camiseta preta de uma prateleira mais abaixo. O coração da morena deu um salto. 

—Oh, não. Essa não, é... é muito velha.   

—Você gosta de Led Zeppelin? - Andrew fez uma careta engraçada de desgosto, mas Jackie não conseguiu sorrir.  

—É só uma camiseta velha. Me dê aqui. - Então ela arrancou a peça das mãos dele. Uma medida um tanto drástica, talvez, que fez com que o rapaz a encarasse de modo curioso.  

—Sem problemas, linda. - Ele disse devagar. - A calça já está bom.  

Quando Andrew a deixou sozinha, a mente da jovem viajou para um lugar distante no passado.  

 

Ela estava em casa e vestia a camiseta do Ledzeppelin que tinha ganhado em seu aniversário. Era tarde quando Steven apareceu em sua casa para dizer alguma coisa que ela não lembrava. No entanto, ela recordava perfeitamente do sorriso aberto no rosto dele quando a viu usando a camiseta que ele lhe dera. Acontece que Steven acabou descobrindo que ela estava sozinha e então houve uma pequena discussão e algum choro da parte dela e eles acabaram escorados em sua cama com o garoto brincando com seus cabelos.  

—Já chega, doll, você não vai ficar aqui sozinha. Arrume suas coisas, você vai dormir comigo no porão.  

E simples assim, o coração de Jackie deu um salto. Isso era exatamente o que ela estava tentando evitar, ela não estava pronta. Quer dizer, ela queria, e muito, Steven era mesmo sexy. Além do mais, eles já tinham feito de tudo, bem, quase tudo. Mas Steven não era Michael. Ela sabia bem que o namorado já tivera umas tantas experiências e Jackie, bem, apenas Michael. E o ex-namorado não era lá grande coisa. E por mais que os amassos eram pra lá de bons, ela frequentemente se perguntava se ela conseguiria satisfazê-lo. Seu medo era que talvez ele percebesse que ela não era, bem, grande coisa.  

—Steven, eu não tenho certeza.  

—Não seja boba, baby. Os Forman não vão saber e é só por enquanto. Até a gente descobrir como resolver isso 

—Ok. - Ela concordou, insegura. 

... 

Ela tirou da sua mochila o baby doll mais bonitinho que tinha e percebeu que sua mão tremia um pouco. O momento tinha chegado, não havia como escapar agoraPorque eu me sinto estupidamente nervosa como da primeira vez? Ela se perguntou. 

—Eu vou me trocar. - Ela apontou para o banheiro do porão.  

—Por que? - Steven perguntou distraído, enquanto ajeitava a própria cama.  

—Você sabe, vou colocar algo bonitinho. - Então ele virou para ela e sorriu.  

A camiseta do Ledzeppelin foi a coisa mais bonita que já vi você usar. - E Jackie sorriu de volta, com seu coração pulando de maneira enlouquecida.  

Quando ela saiu do banheiro vestindo a camiseta e uma calça de algodão, Steven já estava deitado. Ele abriu um espaço na coberta para ela entrar e Jackie se ajeitou ao lado dele, buscando espaço na cama pequena.  

— Está tudo bem? — o garoto perguntou a ela, notando o quanto ela estava tensa.  

Jackie olhou por um longo momento pra ele antes de responder.  

— Steven, eu não sei se eu afim de—  

— Hey... – ele a interrompeu, tocando sua bochecha de maneira suave. – nós não vamos fazer nada. Só dormir, doll 

— Só dormir? – Seu coração deu uma volta. Por mais que Jackie se esforçasse para não comparar o atual namorado com Michael, ela raramente conseguia. Só dormir era algo impossível em seu relacionamento anterior.   

— Claro! – a voz de Hyde era suave, tranquila. 

— Mas eu pensei que, já que eu estou aqui...  

— JackieNada vai acontecer a não ser que você realmente, realmente queria. — como a garota ainda o olhava apreensiva, ele a puxou para deitar sobre seu peito. — vem cá, baby.  

A morena se deixou encaixar no corpo dele, encolhida entre os braços que a circulavam e com o peso da perna de Steven sobre ela.  

—Steven?  

Hm? 

—Você sabe que eu e M, bem, você sabe que eu não sou virgem, não é? 

Foi bem difícil ignorar esta informação.  

Jackie sabia que ele sabia. Mas ela quis confirmar, afinal, ela não entendia como ele não estava agindo como um garoto normal e sendo um completo babaca sobre o assunto.  

—É só que... você não está pressionando... nada. - Ela soltou, ainda sobre o peito dele, enquanto ele corria os dedos pelo seu braço. 

—E eu não vou. Jackie, nós tivemos.... um verão bem quente e estamos juntos agora e... droga, eu realmente quero você. - Ela sentiu um arrepio lhe cruzar dos pés à cabeça. - Mas eu nunca vou pressionar você 

E ela acreditava. Jackie confiava em Hyde com toda sua força. Para demonstrar isso, ela inclinou o rosto e lhe deu um beijo suave.   

—Eu não sou Kelsodoll. - Ele sussurrou enquanto segurava seu queixo. 

—Oh, eu sei disso. - E por mais que ela os comparasse o tempo todo, Jackie sempre soube que Steven era muito melhor, em tipo, tudo.   

** 

Chicago  

28 de agosto de 1983 

Manhã  

 

Hyde estava de péssimo humor, mas só o que as pessoas podiam ver era sua máscara Zen por debaixo dos óculos de sempre. Era a terceira vez que ele visitava a casa de Kelso em Chicago e naquele domingo, a turma estava comemorando o 25° aniversário do amigo. Betsy o recebeu apresentando sua família de bebês bonecas e Brooke já dava sinais que havia um bebê dentro dela. E tudo ia perfeitamente bem, até Jackie chegar.  

Acompanhada. Do namorado. 

E toda aquela ansiedade de encontrá-la se transformou em um gosto muito amargo em sua boca que subia diretamente do seu estomago embrulhado. O cara, alto e polido, veio até ele com um sorriso no rosto idiota e a mão estendida. Hyde quis vomitar, mas ao invés disso, ele sorriu também. 

—Sou Andrew Haywood. 

—Bom te conhecer, sou Steven Hyde, ex-namorado de Jackie. - O homem fez uma careta confusa e Hyde viu de relance Jackie perder a cor do rosto.  

—Ookaay. - Ele falou devagar e depois olhou para ela. - Eu pensei que Michael fosse... 

—Oh, eu também. - Kelso apareceu providencialmente com um sorriso deslavado no rosto. - Sou Michael Kelso, aliás, o mais bonito dos ex-namorados. 

—Oh. - O cara estava terrivelmente desconfortável. - Oh, desculpe. Feliz aniversário, cara.  

Eles se cumprimentaram e quando todos acharam que a situação não poderia ficar mais estranha, Fez, que já tinha se apresentado, se aproximou. 

—Hey, não esqueçam de mim. Eu sou um ex-namorado também. - Ele sorriu triunfante. - Talvez não o mais bonito, mas você pode me imaginar como um suave chocolate.  

—Ok, pessoal. - Jackie interviu, sorrindo torto. - Muito engraçado.  

—Yeah, muito engraçado. - Hyde concordou e fitou Jackie, que desviou do seu olhar e puxou o atual namorado pela mão, sussurrando um "desculpe" para ele.   

 

O cara chamava de Jackie de linda. Hyde queria vomitar. Ele pensou que não poderia ser pior, até descobrir que o babaca comentava em um maldito programa de política. Ótimo. Era um puxa-saco do governo. Um tipo da pior espécie. Sério, agora não tinha como piorar.  

Era aí que Hyde se enganava, mais uma vez.  

Foi neste pequeno momento, depois do almoço, quando eles estavam todos na sala, que Steven viu. Era apenas esta pequena coisa. O Príncipe do Política tinha as duas mãos sobre os ombros de Jackie e o babaca se abaixou até ela, sussurrou algo em seu ouvido e Jackie riu, virou-se de frente para ele e fez esse pequeno movimento com a cabeça, e então ele afastou os cabelos escuros e desceu a mão nojenta pelas costas dela e parou na cintura, dando um pequeno aperto ali. E Jackie deu a ele aquele olhar. Foi rápido e discreto. Mas Hyde viu.  

Eles já tinham transado.  

Era tão claro quanto o dia. Ele conhecia aquele olhar. Ele tinha visto, tipo, um milhão de vezes, era possível que ele reconhecesse a quilômetros. É claro que eles estavam transando, quer dizer, eles estavam namorando e eram adultos. Mas deduzir e ver aquilo eram duas coisas bem diferentes. E mesmo contra todos seus esforços, sua mente o levou para alguns anos atrás. 

 

Jackie estava na sua cama, no porão, e estava nua. Estava frio, então os dois estavam cobertos até o pescoço. Eles tinham acabado de transar pela segunda vez e ele sentia que seu corpo estava amolecido.  

Puddin'?. - Ela o chamou e ele respondeu com um gemido. - Está dormindo? 

—Não. 

—Está cansado? - Hyde abriu os olhos para vê-la, ela tinha aquele exato olharzinho, então ele levantou uma sobrancelha.  

Jesus, mulher! O que você quer? 

—Bem, eu pensei que talvez, antes de eu voltar para casa de Donna, você pudesse... você sabe... 

—Não, eu não sei. - Mentiu, apenas para vê-la pedir.  

—Oh, Steven, você sabe.  

—Eu não tenho ideia do que você está falando. - Rolou com o corpo, ficando sobre ela. 

A morena revirou os olhos e deixou um pequeno sorriso desenhar seu rosto. 

—Você só quer que eu diga em voz alta. - Ela disse, subindo com as pontas dos dedos pelos seus ombros.  

—Jackie, eu não tenho bola de cristal. Você quer fazer de novo? - Ela riu, negando com a cabeça. 

—Steven, eu não vou pedir.  

—Tudo bem, então. - Hyde saiu de cima dela, deitando-se novamente ao seu lado.  

Steveen? - Ela o cutucou com o cotovelo e ele prendeu o riso, dando de ombros.  

Então Jackie puxou seu rosto para ela e o beijou suavemente, depois seu olhar se tornou mais intenso. 

—Vai me fazer implorar? - E Hyde sorriu, maroto. 

—Eu gosto quando você implora. - Jackie rolou os olhos e sorriu. Então ele beijou sua boca e deixou pequenos beijos em seu pescoço. - Tudo bem. Mas você tem que passar a noite. - Falou contra a pele dela. 

Aw. - Ela gemeu. - Eu tenho que voltar. 

—Então, não há nada que eu possa fazer.  

—Ok! Ok! Eu fico. Mas faça demorado. - Ele riu, ainda enfiado na curva nua do pescoço dela.  

—Oh, baby, eu posso levar a noite toda. - Hyde sussurrou, apenas pra ver o olhar dela reacender. 

Sua boca fez um caminho de descida, espalhando beijos por todo o corpo pequeno. Ele foi descendo ainda mais, até que teve que entrar completamente de baixo da coberta.  

 

—Você sequer está me ouvindo? - Brooke sacudiu a mão bem em frente dos olhos dele. 

—Quê? 

—Eu te fiz uma pergunta, Hyde. - Ela tinha um semblante engraçado, mas o homem sentia-se enjoado. 

Yeah. Sim.  

—Sim? - Ela estranhou sua resposta, como se não fizesse o menor sentido. 

—Eu vou tomar um ar lá fora. - Hyde murmurou. 

O quintal não era muito grande, mas tinha algumas plantas. Então ele se sentou no degrau da varanda. 

—Ei. - Ele ouviu a voz da Jackie logo atrás dele. 

—Ei.  

—Tá tudo bem? 

Yeah, e você? - Hyde olhou para trás, procurando pelo tal de namorado, mas não o viu.  

—Eu estou bem. - Ela suspirou. - Eu estava pensando em você esses dias. 

—Estava, é? - O homem ficou um pouco surpreso. 

—Sim... Escuta, eu acho que nós deveríamos ser amigos. 

Hyde riu. Aquilo era conversa de maluco. 

—Nós somos amigos, Jackie. 

—Não... Sim, mas... - Ela gaguejou. - Amigos de verdade, como costumávamos ser.  

Doeu um pouco, mesmo que ele não soubesse exatamente porque.  

—Você está certa. Éramos bons amigos.  

—Sinto falta disso. 

—Eu também. 

—Então... estamos bem? - Os olhos grandes esperavam por uma resposta e pareciam um tanto preocupados. E então ele entendeu exatamente o que estava acontecendo. 

—Pode apostar, Burkhart. - Hyde sorriu. 

Ela sorriu de volta e se levantou. Soava como um recomeço para eles, mas ele sabia que era o fim de tudo. Ela estava fechando uma porta que até pouco tempo atrás ele nem sabia que estava aberta. E havia alguma coisa que ele pudesse fazer? Provavelmente não. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?

Hyde ficou bem desiludido, mas isso faz parte do processo.
Jackie vai mergulhar nessa nova relação, como se fosse sua ultima chance de ser feliz.
Maas próximo capitulo algo acontece e tira as coisas do trilho.

Espero vcs nos comentários!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Way Back Home" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.