The Way Back Home escrita por isnotme


Capítulo 2
The Wedding – part II


Notas iniciais do capítulo

Oie!

Desculpa mesmo não ter postado mais.
Eu tinha desistido pq achei que ninguém ia ler ou comentar.
Maaas aí teve dois comentários, um da Space Khaleesi e outro da Nikysk e eu pensei 'meeeu deus tenho que continuar.'
Obrigada meninas!

Quem estiver por aí lendo, conto com vcs pra seguirem nesse história comigo, gosto muito de receber esse feedback.

Aqui vai o capítulo, espero que gostem!



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Point Place 

29 de maio de 1983 

Dawn 

 

A palavra bêbado talvez fosse um exagero, mas Hyde certamente se sentia estranho, tonto. Talvez ele tivesse bebido cervejas demais, mas era o casamento de Forman, droga! Ele estava feliz por ver seus amigos reunidos e se divertindo como a alguns anos atrás, quando a vida era boa e simples. Hyde também estava feliz por vê-la. Ele não via Jackie desde o casamento de Kelso. E isso fazia quase dois anos. Na época, ela não parecia tão segura e madura. Claro que ela fez de tudo pra transparecer estar super bem Chicago, mas Hyde a conhecia bem o suficiente para saber que ela não estava indo tão bem assim. E aquilo meio que o fez se sentir bem.

Mas agora... Droga, ela estava linda. Quer dizer, ela sempre fora linda, mas havia algo de diferente, algo que ele não soube classificar. Hyde riu, assistindo a ela dançar desengonçadamente (daquele jeito que apenas Jackie bêbada poderia dançar). Ele estava escorado no pilar enfeitado, com uma mão no bolso da calça e outra segurando sua cerveja. 

Por alguns meses ele realmente achou que podia te-la de volta. Quer dizer, depois que ele "se divorciou" de Samantha, talvez ele tivesse mais uma chance. E mesmo quando ela e Fez começaram aquilo, Hyde sabia... Ele apenas sabia que não era real. Mas então ela foi embora e bem, a vida foi acontecendo e tudo já tinha ficado pra trás. Mas por mais que ele tivesse passado os últimos três anos repetindo para si mesmo que a havia esquecido, vê-la novamente só fazia com que ele se sentisse patético. Jackie tinha sido a melhor coisa em sua vida inteira e ele tinha estragado tudo, pra variar. Agora tudo que ele podia fazer era assisti-la dançar de longe.  

— Dança comigo, dindo? - Betsy surgiu a sua frente, saltitante, com sua vozinha de bebê. Ela, na verdade, era a pessoa que mais se divertia naquela festa. As bochechas redondas estavam avermelhadas e seus cachos castanhos balançavam com seus pulinhos.  

— Claro, anjo. - Ele a ergueu do chão e levantou sobra sua cabeça, impulsionando-a para cima algumas vezes. A risada infantil se sobressaiu à música.  

Hyde rodou com ela em seu colo até o meio da pista, onde ficou se balançando pateticamente pelas próximas quatro músicas. Até que Betsy se cansou e quis descer para sair correndo em disparada. Já que estava ali, Hyde decidiu dançar um pouco e se juntar aos amigos.

Mas no minuto seguinte ele descobriu que ficar ali era impossível. Jackie não mais dançava de maneira engraçada, agora ela mexia o corpo pequeno em ondas lentas, rebolando o quadril enquanto seu cabelo balançava de uma maneira hipnótica. Ele não conseguia tirar seus olhos dela e por um momento ele se perguntou se ela não estava o seduzindo de propósito. Na verdade, ele tinha certeza. E aquilo meio que o enlouqueceu. É possível que ele tenha se aproximado mais, mesmo sem perceber. Ela estava muito sensual, merda, e seu perfume o estava deixando inebriado. Hyde se aproximou um pouco mais e teve que conter suas mãos para não a segurar na cintura fina. Cintura que uma vez ele tinha o poder de tocar. De segurar. Era um desastre, mais um pouco ele teria uma ereção, uma maldita ereção como um maldito adolescente. E depois deste pensamento horrível, ele decidiu sentar-se um pouco.  

Já era tarde quando o salão começava a esvaziar. Fez dormia sobre a mesa e Brooke tentava enfiar Kelso bêbado dentro do carro, onde Betsy já estava adormecida no banco de trás. Donna e Eric conversavam em um pequeno sofá do outro lado do salão, Donna tinha as pernas sobre o colo do marido. Ambos pareciam exaustos, mas felizes. Hyde correu seus olhos pelo salão em busca dela, fazia algum tempo que tinha a perdido de vista.

Então ele a localizou, sapatos numa mão, uma garrafa de champanhe em outra, passos cambaleantes em direção a saída. Onde ela iria ficar, no Hotel? Será que iria dirigir? Hyde levantou-se num impulso e apressou seu passo para alcançá-la. 

— Jackie? - Ele chamou quando se aproximava dela, já na rua. Ela virou seu corpo para ele, balançando os cabelos escuros e agora longos.  

— Steven! - Jackie se jogou para ele, que mal teve tempo de apanhá-la. - Oh, Steven! – Riu sozinha. - Acho que estou bêbada.  

— É? Bem, eu tenho certeza. - Ela riu ainda mais, cruzando os braços pequenos pelo corpo dele.  

— Quer um pouco? - Estendendo a garrafa para ele.  

— Claro, baby, me dê aqui. - O homem pegou a garrafa da mão dela e discretamente deixou sobre a mureta da entrada, ainda a mantendo sob seu braço esquerdo. 

— Onde estava indo? - Perguntou. 

— Como assim? - Ela pareceu confusa. - Estava indo para casa. 

— Chicago?  

— Oh! - Jackie afastou-se dele e encarou a rua escura por um tempo, na direção da antiga casa dos Burkharts, soltando um longo suspiro.  

— Está tudo bem, baby. Vem, vamos até a casa dos Formans. 

Hyde a puxou levemente pela mão e ambos caminharam pela calçada. Jackie deixou seu peso cair sobre o corpo dele e o homem a acomodou novamente sob si, acariciando levemente a pele do braço desnudo dela com a mão.  

— Steven? - Ela o chamou baixo, depois de alguns minutos em silêncio. 

— Sim.  

— Eu sinto sua falta. - Jackie suspirou, fazendo as entranhas do homem se revirarem. - Tanto.  

— Também sinto sua falta, Jackie. 

Silêncio.  

— Eu gostaria que pudéssemos voltar, sabe? No tempo, quero dizer. - Ela começou.  

— Yeah. - A voz dele estava rouca e grave, como se alguma coisa incomodasse sua garganta. - Eu sei. 

Silêncio. 

— Mas você está bem, cara. - Ele a trouxe mais perto, movimentando a mão mais energicamente.  

— Não, eu não estou.  

— Qual é, Jackie? 

— Estou sozinha. Steven, eu estou totalmente sozinha.   

— Hey! - Ele parou de caminhar e a fez olhar para ele, tocando levemente seu queixo. - Você tem Kelso e Brooke, não tem? 

— É, eu acho. Mas eles são uma família. - Hyde ficou em silêncio um instante, então ela perguntou, com a língua enrolada. - Entende? 

— E os seus amigos, você sabe, da tv? - Ele arriscou. 

— Eles são um bando de idiotas... E eu gostaria que... eu... - Ela desviou seus olhos dos dele, calando-se.  

— O quê? - Hyde levantou seu rosto novamente. Os dois ficaram se olhando por um longo momento. Já começava a ficar difícil para Hyde manter a respiração controlada, manter as mãos longe dela.  

Jackie se aproximou lentamente dele. Steven percebeu com clareza o que ela pretendia quando a mulher elevou seu corpo, ficando na ponta nos pés e se inclinando para ele. Hyde se aproximou mais e baixou um pouco a cabeça, e esperou. Ela não parecia ter certeza, mas ainda o mirava no fundo dos olhos, fundo na sua alma. E Hyde apenas esperou. Até que a pequena tocou a boca em seu lábio inferior com um beijo delicado e em seguida se afastou um pouco, sem descravar seus grandes olhos dele. Jackie estava esperando por ele, agora.  

Então Steven a beijou. Com as duas mãos, ele segurou a face dela com firmeza e carinho e a beijou devagar. Saboreou lentamente cada gosto dela. E foi como voltar para casa depois de uma longa e terrível viagem. Parecia tão certo. Ele nunca pensou que fosse sentir aqueles lábios novamente. Eram doces e bem desenhados. Eram deliciosos. Exatamente como ele recordava. O beijo se tornou mais profundo e ele desceu suas mãos para o pescoço dela. Jackie largou os sapatos que segurava com uma mão e o tocou, subindo as mãos delicadas pelos seus braços e as deixando em seus ombros. Seu toque era como fogo e acendeu partes dele que estiveram adormecidas por muito tempo.  

— Eu quero você, Steven. - Ela sussurrou contra os lábios dele. E aquilo o ascendeu como gasolina em fogo baixo. 

Com o braço direito ele a circulou pela cintura e a levantou do chão, caminhando depois. Jackie riu, deixando a cabeça pender sobre seu ombro.  

—Oh! Meus sapatos! - Steven olhou para trás e viu os pequenos calçados deixados na calçada.  

Ele deu meia volta e caminhou até eles, colocando-a no chão para apanhá-los e a erguendo novamente depois. A casa dos Formans não estava longe e ele andou com ela erguida em seu braço até lá. Mesmo que Jackie protestasse e pedisse para por ela no chão, seu riso leve lhe dizia ao contrário. E quando o corpo dela ficou amolecido e a cabeça pesou em seu ombro, Hyde soube que ela havia adormecido.  

Ele a ajeitou melhor em seu colo e subiu as escadas com ela. O antigo quarto de Laurie já estava ocupado então ele foi direto para o de Eric. Hyde a deixou na cama e pegou um edredom para cobri-la.  

— Stev? - Ela o chamou com um tom manhoso, enrolando a língua e afundando-se mais no edredom.  

— Hm? - Ele sussurrou de volta, sentando-se na beira da cama e afastando os cabelos do rosto delicado. 

Ela tinha os olhos fechados e o semblante sereno. Jackie ficou tão quieta que ele teve dúvidas se ela estava realmente acordada.   

— Eu ainda... - Balbuciou, mas as palavras ficaram no ar e foram desaparecendo a medida em que ela adormecia de vez. 

— Ainda o quê? - Ele perguntou, mas ela já tinha adormecido.


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