Aqua, o filhote de humano escrita por Mar la


Capítulo 6
Um grande problema




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Já havia passado quase 1 semana desde que os dois deixaram a capital. A grande floresta sem regras estava pacífica. O que fez com que Aya desconfiasse um pouco, mas apesar de tudo era melhor assim. Sem stress. Apenas andando rumo a Alae’y, a terra neutra. O caminho seria maior, mas era a melhor opção. Alae’y além de terra neutra é conhecida como subúrbio das presas. Aqueles que não conseguiam fazer parte da capital, optavam por morar em Alae’y. Obviamente aqueles mais preocupados com segurança são aqueles considerados caça, portanto são eles que fazem a grande população do local.

Com os dias e o crescimento rápido do humano, Aqua vai se desenvolvendo e já começou a demonstrar o interesse em andar, mas por enquanto só é capaz de engatinhar.

Ainda não fala mas já compreende frases simples, sabendo concordar ou negar. Aos poucos ele se arrisca em balbuciar palavras que no começo nem Aya conseguia entender, como “ti” que significa o leite, “ua” que é Aqua, e “o ô” quando ele quer colo.

Não foi e nem é fácil, mas o jovem adulto foi se adaptando ao filhote. Talvez o maior desafio que ele teve até agora foi quando teve que trocar uma fralda cheia. Mesmo que tenha 512 anos Aya é bastante inexperiente quando se trata de cuidar de filhotes. O jeito que ele pouco sabia, com certeza já mudou após tanto tempo. Mas de pouco a pouco ele vai melhorando no assunto. 

[...]

Aqua está no colo de Aya que o segura com o braço direito deixando o filhote seguro e junto da lateral de seu corpo. Ambos caminham nas folhas secas e passam pelas árvores altas e finas. É possível ouvir o som dos pássaros e das cigarras. Uma vez ou outra alguns animais passam por eles, o que deixa Aqua em alegria, rindo ou dando alguns pequenos gritos que ecoam na grande mata que aparenta ter apenas eles. Só que isto não é verdade, e Aya sabe disto. O que faz com que ele fique sempre em atenção a cada movimento ao redor. Onde estão agora é um local mais fechado, tendo arbustos e troncos onde algum outro ser pode se esconder transformado ou não.

[...]

Cansado, Aya decidiu fazer uma pausa ao chegar num lago. Tão pequeno que parece mais com uma açude. 

— Aaah. Preciso esticar meu corpo, arranjar comida, e... — Ele olhou ao redor, nada fora do esperado. Está calmo. Suspirou e ficou pensando por um momento, decidindo o que faria. Um pouco a frente tinha um conjunto de arbustos grossos, e um tronco podre. Aya aproximou-se e colocou a mochila escondida dentro destes arbustos. Em seguida ele olhou se haviam espinhos ou bichos peçonhentos ali. E não havia. Então escondeu Aqua “dentro” da planta.

— Não sai daqui. — De tanto falar isto para o filhote, ele já compreendia que ele não deveria sair para explorar. Ele não tinha outra ideia do que fazer se não deixá-lo para poder ir fazer o que precisava. Então a unica coisa que pôde fazer foi confiar no filhote. Primeiro ele foi até a água. Encheu a garrafinha. Lavou o rosto, braços e pernas. Depois ele saiu de perto indo de volta para o mato fazer o que deveria fazer.

Aqua permaneceu escondido, no seu cantinho. Obviamente não estava totalmente quieto, mas ao menos não saiu do lugar enquanto Aya estava longe. O pequeno humano brincava com as folhas do arbusto. Pequeninas e escurinhas. O barulho seco que elas e os galhos faziam quando puxadas era engraçado para ele.

Esta diversão foi interrompida quando uma enorme mão suja e áspera o pegou por trás do tronco. Aqua foi puxado e retirado dali pelo seu braço esquerdo. Foi erguido e virado, ficando olho a olho com um enorme Orc.

— Oh, o que é isto? Um rato? Não é o que eu queria, mas também não é descartável. — A voz grossa e ríspida quebraram o choque que o filhote estava. O choro foi inevitável. Além do medo da presença do outro. Seu braço doía pela força que era segurado e o peso do seu próprio corpo.

Aya estava um pouco longe com os braços cheios de pêssegos, mas assim que ouviu o choro de Aqua os largou voltando com urgência para onde ele havia deixado o humano. Aqua chorava cada vez mais alto com toda a força que havia na garganta.

— Cale a boca rato. — O orc o balançava como um boneco de um lado para o outro afim que ele ficasse quieto. Apesar de concentrado em tentar manter a criatura que ele segurava quieta ele estava atento ao redor e percebeu quando Aya se aproximou.

Os olhos do orc mostraram surpresa ao ver que atrás de si uma figura mediana. Era pálido, como a lua. Os cabelos brancos, os olhos igualmente brancos, mas estes tinham um contraste forte, iluminados. Mas não eram eles o que mais lhe chamava a atenção, as laterais do seu rosto, seus braços e garras em lugar de mãos refletiam as cores do arco-íris quando a luz do sol iluminava as escamas grandes e típicas de um dragão. Aya emanava uma aura de superioridade e magia forte, não só psicologicamente mas é comum de seres fortes em magia de emanarem uma espécie de aura única. O grande corpo musculoso e esverdeado se virou ficando de frente para o dragão. Ele esticou o braço em que a mão ainda segurava Aqua, que ao ver Aya estendeu o braço direito. Ele abria e fechava a pequena mão direita, como se pedisse colo e quisesse ir até lá.

— É seu? — O orc observou os movimentos que Aqua teria feito. Talvez tenha assimilado os sinais.

— Sim, ponha-o no chão está machucando-o. — Aya o respondeu com firmeza. Sabia que encontrar com um orc era um grande stress. Se o bruto quisesse ele poderia em um piscar de olhos acabar com o ultimo humano como se fosse nada. Sem contar que orcs possuem uma personalidade muito forte. Por sua força e vitalidade estão como uns dos melhores predadores existentes. Eles não baixam sua cabeça para ninguém.

— Esta coisa será o presente para um de meus filhotes. Não lhe pertence mais. — Como imaginado, ele não iria ceder tão cedo e continuava a segurar Aqua apenas pelo braço. Aya arqueou uma das sobrancelhas, e deu alguns passos para frente se aproximando.

— Então você tem filhotes? — Ele riu sarcástico. — Se não me devolve-lo agora, não terá mais. — O orc ficou quieto por alguns segundos mas logo reagiu.

— E nem você.  — Com a outra mão que estava vazia, o grandão pegou Aqua pelo pescoço em ameaça de quebra-lo. Em uma resposta rápida a mão esquerda de Aya começou a esfumar. Uma fumaça branca e em questão de segundos os cristais de gelo já estavam formados. Ambos estavam prontos para atacar. Aqua seria morto pelo Orc. Seria apenas uma questão de quem fosse mais rápido.

— A-Aya?! — Uma voz infantil foi ouvida. Ambos os adultos viraram para a direção da voz. Era um filhote de orc. Quando o Orc adulto percebeu quem era seus olhos arregalaram-se. Aya assimilou a surpresa e medo no olhar do outro e direcionou a mão de ataque para aquele que estava surpreso olhando-os de longe.

— Krul o que está fazen- OH MINHA RAINHA! — Desta vez era a voz feminina de uma Orc adulta. Ao que tudo indica é uma família de orcs. Ela segurava em suas mãos um cesto com frutas e chás. E atrás dela haviam mais dois pequenos orcs. Um casal.


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