Aqua, o filhote de humano escrita por Mar la


Capítulo 19
A viagem - O inicio


Notas iniciais do capítulo

Para que não ficasse tão extenso, será dividido em partes, mesmo que não tenha muito o que ser divido. Acho que está é a melhor decisão para organização melhor dos acontecimentos. Enfim... boa leitura.



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— Pois foi só um chutinho. Pare de choramingar já, peste. — A anã colocou um prato de ensopado de carne com legumes sobre a mesa de madeira. — Come. Enche a boca. E não chore mais.

Aqua olhou a comida, parecia gostosa. Depois de ter chorado muito pela dor do machucado em sua perna. Mais precisamente um pouco mais abaixo do joelho. Aya o pegou no colo e montou no cavatrêlo, guiado por Grilfor que os levou até sua casa. E nela, sua esposa Jaine tratou de cuidar das dores colocando um pano com gelo e ervas medicinais. Depois ela preparou o alimento para que cuidasse da alma.

— Mas esse merdinha é meio fraco. Não aguenta nem um raspãozinho, se fosse na minha época eu levantava e dava um chute no cu daquele bicho. — Grilfor balbuciava orgulhoso de seu hipotético feito. Jaine o olhou e deu-lhe um puxão de orelha.

— Se eu visse eu tirava teu pauzinho e fazia você comer numa sopa. Ninguém machuca esses bichos em minha presença. Seu bostão. — Grilfor a olhou incrédulo. Mas não falou nada. Ela deu as costas e foi para a cozinha.

— Muiézinha danada... — Disse o anão, enquanto passava a mão em sua orelha avermelhada e ardente do puxão. Aya observava quieto, e Aqua comia o ensopado, a cada colherada ele assoprava para diminuir a quentura.

— E aí, vamo fazer o que? Vai querer ir pra Yama ainda? — Perguntou Grilfor, olhando para o dragão que retribuiu o olhar.

— Sim. Ele aguenta. Se não, tem que. Agora que ele está crescendo tem de se acostumar em como a vida não é tão fácil como de quando se é um filhote. Não é Aqua? — Aya deu uma indireta direta, e olhou para Aqua esperando pela reação do menor, que com a boca cheia e tímido apenas acenou positivamente com a cabeça. Mas na verdade ele se sentia era bastante acanhado no assunto. Inseguro.

— Pois bem, eu vi que esse bosta ai não vai ir muito bem com os bicho lá. Então eu vou ir falar com um cuzão que mora umas 3 casas daqui. — Grilfor foi até a porta, pegou seu chapéu e deu um berro antes de sair. — MUIÉ EU JÁ VOLTO. CUIDE DESSES LIXO AI DA SALA.

— SE CUIDA FILHO DA PUTA! — Jaine o respondeu aos berros igualmente. E então o anão se foi. Restando Aqua e Aya na sala. Aqua olhou para Aya com um sorriso no rosto, como se segurasse a risada por causa da situação. Era a primeira vez que ele ouvia tantos palavrões como se fossem a coisa mais normal. E era, para este casal. Aya observou que o pequeno segurava a risada, e achou engraçado vendo que ele tentava manter a educação que lhe foi ensinado. Então ele riu baixinho, quase silenciosamente. Aqua vendo que o outro riu, achou que fosse das gritarias, então acabou rindo baixinho também.

[...]

Demorou mais ou menos 1 hora até que Grilfor retornasse. Jaine fez companhia aos dois que esperavam até que o marido voltasse. E assim que o fez ele ajeitou sua mochila que já estava sempre preparada. Deu um beijo na mulher e chamou o dragão e o filhote para fora de sua casa para que partissem. Aqua teve um pouco de dificuldade para andar. Doía muito quando ele tinha que confiar em sua perna esquerda. Aya sabia, mas decidiu não intervir. Assim que saíram da casa. Logo em frente estavam dois seres mágicos e dois cavatrêlos.

“ Eles são tão parecidos... Por que eu não sou parecido com nenhum outro? Todo mundo tem algo parecido...” — Pensou Aqua, observando aquelas criaturas que estavam em sua frente. Dos 4, um deles lhe chamava ainda mais a atenção. Ele era menor que os outros, e também o fitava com muita curiosidade e entusiasmo. Ao lado dele, havia um adulto, que parecia um pouco tímido pela atitude de seu filhote.

— Papai, são eles né? São eles néééé? — O pequeno cavalo perguntou. Empolgado, em forma de sussurro para que seu pai ouvisse, mas sua animação fazia com que ele falasse mais alto do que desejaria. Deixando seu pai ainda mais sem jeito.

— Agora não filho... — O maior buscava manter a pose de serventia. Já o menor... inquieto não conseguia se concentrar no porque estava ali.

— Esse aí é o cuzão que falei. Era pra ser só ele mais o cuzinho decidiu vir junto assim que eu falei que ia ter esse merdinha na viagem. — Grilfor se aproximou e colocou a sua mochila no cavatrêlo cor de terra.

— O que a gente faz quando conhece uma pessoa nova? — Sussurrou Aya, ao se inclinar para poder falar na altura e baixinho o suficiente pra que Aqua ouvisse. Que em resposta saiu do seu transe de observação e curiosidade. Ficando com as bochechas um pouco rosadas deixou a timidez de lado e tomou a iniciativa para fazer o que Aya o ensinou.

— E-Eu me chamo Aqua. — Assim que dito. Ele olhou para o outro filhote, esperando para saber o nome dele. Que mostrou felicidade ao saber o nome do humano.

— Eu sou Jun! Prazer em te conhecer Aua! — O potro se aproximou de Aqua, e estendeu-lhe a mão. Aqua observou o gesto e retribuiu.

— O meu também... mas é Aqua!

— Hã? Como assim?

— Aqua! Cua! Cu-a! Aqua! É como fala o meu nome. Não é tão difícil, ó, A-qua. Tem som de c... — Aqua parou por segundos percebendo no que falaria ficando com o rosto super vermelho. Jun o olhou confuso, mas logo caiu na gargalhada. Seu pai de longe observava com um olhar bobo do motivo da risada dos pequenos. Aya suspirou e fingiu que não havia visto isto, preferindo sair de perto dos dois que faziam amizade.

— *Cof cof*, Me chamo Jovka. Senhor Grilfor pediu minha assistência na viagem. Meu filhote Jun, está aos poucos sendo introduzido no trabalho de carga e viagem. Assim que ouviu que teria outro filhote ele se empolgou, decidi dar-lhe uma chance. Se for incômodo, o retorno para casa. — O cavalo adulto, tinha uma voz grossa, muito calma e baixa. Aya o ouviu com respeito, e após a fala ele apenas deu um pequeno sorriso e encostou a mão no ombro do maior, ato de aceitação e de amizade.

— Ora ora, chega com esses mimi todo. Vira esse cuzão pra cá pra eu arrumar essas merda. — O anão deu um tapa na parte traseira de Jovka, que teve um pequeno susto pela ação repentina mas mesmo assim manteve a compostura e direcionou o tronco para o lado em que o anão estava, além de deitar seu corpo animalesco, ficando deitado no chão, para que os amarramentos fossem de melhor altura e facilidade para o outro. 

Não demorou muito até que tudo estivesse ajeitado. Grilfor subiu em seu cavatrêlo marrom e deu voz de partida. Aya foi até o cavatrêlo manchado de preto e branco, se preparando para subir quando se tocou de que havia algo, ou melhor dizendo, alguém faltando.

— Grilfor? — Perguntou ele.

— Fala zé.

— O Aqua montará em qual? — Assim que ouviu o seu nome, Aqua focou em que o dragão dizia, Jun fez o mesmo e empolgado tomou a frente, respondendo mais rápido do que Grilfor.

— Em mim é claro!  — Ele tinha um sorriso enorme no rosto, e um brilho no olhar, orgulhoso em dizer que ele seria o encarregado de levar o outro filhote na viagem. Grilfor por outro lado, não gostou nada de ser interrompido.

— Esse merda respondeu por mim. Desta vez eu relevo, na próxima lhe dou uma bordoada na orelha. — Insatisfeito o anão deu as costas e começou a andar, dando a frente e liderança. Aya subiu no bicho, ficando a perto de Jovkar e os dois filhotes. Jovkar tinha a responsabilidade de levar a bagagem. Aqua tímido montou no tronco de seu novo amigo, que estava entre os dois adultos. (Aya e Jovkar).

E assim, o quarteto iniciava a viagem até as margens para então atravessar o oceano e chegar em Yama.


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Notas finais do capítulo

O que são os cavatrêlos? São os cavalos! A evolução dos atuais cavalos.
E os seres mágicos cavalos? É a característica mais comum deles! Como centauros. Porém, nem todos são assim. É mais por família e linhagem.

Alguma dúvida sobre os personagens/enredo? É só perguntar. As vezes acabo me esquecendo de deixar mais explícito por aqui. Então... qualquer coisa, é só perguntar.



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