Aqua, o filhote de humano escrita por Mar la


Capítulo 12
Um momento juntos




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Aqua e Aya passaram cerca de um mês na cidade de Anasky. Depois disso foram embora indo de cidade em cidade atravessando Eol’la  e S’na inteiras, como num grande turismo o que durou 5 meses. Durante este tempo Aya começou a educar Aqua que a cada semana crescia mais um pouco. Agora ele já está com a idade simbólica de 6 anos. Não é mais um bebê.

Aya contou a Aqua o que eram as hierarquias de espécies. Mostrou a ele e o deixou conviver com diversos outros. Ele conheceu presas e predadores. Aprendeu o básico da sobrevivência. Estando fora dos muros e até mesmo dentro deles. Aqua teve que entender que ele é diferente dos outros e que não deveria arranjar encrencas. Sempre que o perguntassem sobre sua raça, ele deveria dizer que é um gato.

Conforme cresce, Aqua molda sua personalidade. As vezes isto é algo positivo, como algo negativo, e Aya pouco a pouco vai melhorando neste papel de guardião.

[...]

Arrumando a mochila, Aya olhou com cuidado se tudo estava em ordem. Durante os meses tranquilos, ele conseguiu entrar em contato com Umi, que mostrou estar disposto a ajudar.

Agora eles estavam na espera para embarcar rumo a Atl’an, o lugar em que Umi mora e que possui a maior concentração de seres mágicos marinhos.

— Aya, assim está bom? — Aqua pegou a sua nova mochila. Agora que está maior, ele carrega parte de suas próprias coisas.

— Colocou tudo o que precisa?

— Sim. Tudinho. — O humano estava entusiasmado com a ida para Atl’an e a decisão de Aya em deixar que ele carregue suas próprias coisas o deixou realmente feliz. Se achando adulto.

— Remédios, roupas, comida, utensílios, brinquedos... ? — Aya terminou o que fazia na sua própria mochila. E agora colocou sua atenção para a mochila do outro.

— Eu arrumei direito! Eu te falei. Que coisa... — Com um pouco de birra, Aqua desaproximou-se dando as costas para Aya, que com a atitude que recebeu, arqueou uma das sobrancelhas.

— Aqua... — Ele chamou, com um tom de seriedade. Aqua se virou, e olhou para o maior que o olhava com uma expressão tão séria como o seu tom de voz anterior. Aqua sabe que fez algo errado. Então se aproximou novamente.

— Desculpa. — De cabeça baixa, ele tentou evitar o contato visual. Aya um pouco brusco, pegou no rosto de Aqua com uma das mãos, levantando-o através do aperto de suas bochechas.

— Se você tem coragem de falar assim com alguém então ao menos continue com essa atitude ridícula. Se for pedir desculpas você sempre deve pedir de verdade, e olhando nos olhos. Eu já te ensinei isto, não ensinei? — Aya falava realmente sério não só pelo tom mas também pela verdade em suas palavras enquanto olhava Aqua nos olhos.

— Sim, é só que... — Aqua revidou o olhar, mas assim que demonstrou querer opinar, ele voltou a olhar para baixo e desviar o contato visual.

— Só o que o que? — Aya soltou o rosto de Aqua. Entendendo que já havia dado o recado para ele. Então apenas ficou de pé, observando-o e esperando o que ele iria falar.

— Você me trata como um bebê. E parece não confiar em mim... — Aqua olhou para Aya, seus olhos grandes e castanhos pareciam de um cachorrinho submisso. Aya assim que ouviu o que Aqua disse, colocou a mão na boca. Não se contendo e rindo alto. — O que foi? Por que você está rindo Aya? — Aqua ficou emburrado. E se aproximou pegando na blusa que Aya vestia. Puxando-o afim de chamar sua atenção e pará-lo de rir.

— É que você falar que não é um bebê, pra mim é muito engraçado. Você não tem nem 1 ano de vida, e eu tenho 512. Entende a diferença?

— Não... — Aqua pareceu um pouco confuso e tímido por ter sido motivo de risada. 

— Olha Aqua... desculpe. Mais pra frente, quando você for maior provavelmente vai entender, okay? — Aya sabia que era errado rir de Aqua desta maneira. Ainda mais quando ele expressava o que estava sentindo. Então, deu um jeito de se conter e voltar ao foco da despedida da casa que estavam. Já vestindo sua mochila e ajeitando a que Aqua estava, verificando se estava tudo certo e nem se estava pesado demais.

Eles saíram de casa. Pegaram um destino de quase 1 hora. Chegaram no porto. Desta vez não foram barrados. Aya teve apenas de dar seu nome, Umi permitiu-lhes a passada para Atl’an e deixou informado a situação.

— Olha o tamanho disso! — Aqua estava de boca aberta e olhos brilhantes, vendo o tamanho do barco.

— Não é a primeira vez que você vê um, mas este realmente é maior. — Aqua e Aya logo embarcaram. Desta vez não ficaram em seu quarto em toda a viagem. Aqua vez e outra saia para explorar e brincar. Na maior parte do tempo Aya tirava um cochilo ou ficava deitado, mas sempre tentava acompanhar o filhote para onde ele ia. Mesmo que ele não fosse tão longe.

— Aya, você está dormindo? — Aqua se aproximou e ficou olhando-o com cuidado.

— Mais ou menos. O que foi?

— É que eu estou com um pouquinho de dor nas pernas...

— Ah sim, tome o seu remédio e deite um pouco. — Com o crescimento rápido de Aqua, seu corpo naturalmente teria algumas consequências. Os ossos crescendo tão rápido, a vitamina, o desenvolvimento muscular... mesmo que agora seja comum para os humanos esta rapidez, ainda assim não é 100% perfeito. E Aqua desde seus 4 anos começou a sentir algumas dores leves em partes do corpo.

S’na possui diversos shamans curandeiros. E nas viagens para lá, Aya conseguiu encontrar bons remédios que os ajudassem.

— Ah, Aqua. Pega pra mim o meu remédio também.

— O do frasco azul? — Indagou Aqua enquanto abria a mochila e procurava.

— Sim. — E então Aqua pegou o frasco e o levou até Aya, que tomou uma das pequenas pílulas. Aqua também tomou o seu remédio, e deitou-se ao lado de Aya.

— Aya, você está doente? — Perguntou Aqua, com um tom de voz preocupado. 

— Não, por que?

— É que você toma este remédio... Eu tomo porque sinto dor, você também sente?

— Às vezes. Está tudo bem. Isso é só um controle.

— Controle? De quê? 

— De hormônios. — Ao ouvir esta palavra, Aqua sentou-se na cama e olhou para Aya com curiosidade.

— Hornônios? O que são hornônios?

— HorMÔnios. Com mô, não nô.

— Hormmmôônios... o que é?

— É algo do corpo. 

— E falta muito pra mim ter?

— Talvez, mas não ache que é algo positivo. Agora, eu vou dormir. Se for sair, não saia pra longe. Qualquer coisa me chame. — Aya ajeitou-se na cama e fechou os olhos pronto para dormir mais um pouco até que precisassem desembarcar.

— Eu prefiro ficar aqui com você. — Aqua também se ajeitou. Mas, grude como sempre ele deu um jeito de se aconchegar quase no colo de Aya. Ele colocou a cabeça sobre o braço do maior, como num travesseiro. E deixou o corpo colado com o dele.

— Aqua... tá calor. Desencosta. — Aya reclamou. Mas não tomou nenhuma atitude sobre.

— Mas eu quero ficar com você... — E Aqua se ajeitou ainda mais, além de falar com uma voz manhosa. Viu que Aya não fez nada a respeito, então apenas sorriu e deu uma pequena risadinha vitoriosa. Logo o silêncio tomou conta do quarto, e ambos dormiram até que depois o sino tocou, informando a chegada em Atl’an.


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