Uma Garota Nova escrita por Camily


Capítulo 3
Sonhos perturbantes


Notas iniciais do capítulo

Voltando para mais um capítulo!! *--*
Boa leitura!



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— Então você realmente perdeu a memória... que problema. — Ele se aproximou ainda mais. — Sou Christian. Eu era seu namorado.

Ele abriu um sorriso e eu quase caí pra trás.

Namorado? O que? O que?? — Pensei, aquela cena toda estava me deixando confusa demais.

— D-Desculpe? Mas o que quer dizer? Eu e você... —  Perguntei, apontando para ele. Parabéns pra mim, que estava inteiramente nervosa.

Eu continuava encostada naquela parede, meu coração batia a mil. O que eu deveria fazer?

— Sim, terminamos faz algumas semanas. Surpresa? — Ele perguntou, se aproximando ainda mais.

— Um pouco. Sinto muito, mas não consigo me lembrar. Me incomoda de você estar agindo tão íntimo comigo... — Respondi, me afastando. Eu queria muito, muito, muito ir embora.

— Huh, foi mal. Me esqueci desse detalhe. —  Ele disse, um pouco sem jeito. — Você... tá diferente.

Perdi as contas de quantas vezes ouvi isso. E agora que me dei conta, não é esse o Christian que o Noah estava insinuando na aula? Junto com uma tal de Anna? Me lembro de ele ter dito que nós não namorávamos! — Pensei.

Respirei fundo. Desconfiei que ele estivesse me enganando com isso, era uma situação tão estranha.

— Estou diferente, porque nem ao menos me lembro de como eu era. E isso me deixou muito confusa. Ouvi dizer que eu andava com um tal de Christian, mas que nós não tínhamos nada. Se o que está dizendo é verdade, por que terminamos? E... se terminamos, por que você está aqui? 

— Calma aí, calma aí. — Ele suspirou — Eu entendo, e sim, o que eu estou falando é verdade, nós tínhamos algo. Os rumores não se espalharam provavelmente porque o nosso lance durou pouco tempo. Nós terminamos por causa de um mal entendido com a minha prima e eu queria esclarecer tudo, mas... é. Você não lembra nem do meu rosto, certo?

Essa fala me deixou sem palavras. De qualquer modo, não é como se fosse minha culpa...

— Entendo. Desculpe por desconfiar que estivesse mentindo. Você parece estar falando a verdade e eu não quero mais causar problemas... o passado fica no passado, então você também pode tentar um recomeço comigo, mas como amigos. — Falei, estendendo a mão.

Ele não apertou a minha mão e apenas virou as costas.

— Tsc, você... nem posso te chamar mais de Sue. Nem se compara.

Fiquei paralisada, com a minha mão ainda estendida. Eu estava começando a me irritar.

Esse garoto... — Pensei depois de ouvir aquilo.

— Vou ter que te chamar apenas de Marshall novamente. É uma pena, mas vai ser engraçado. — Ele dizia.

— Pois então sai daqui, que saco viu. Eu tentei ser simpática, mas você também não facilita né. — Eu disse com raiva. Ok, ok, eu não estava 100% com raiva, mas não iria me calar também.

— Se acalme, Marshall. Eu nunca disse que não aceitava ser seu amigo, sabia? Nos vemos amanhã. — Ele disse enquanto morria de rir.

Ele foi embora e enquanto isso eu continuei ali. Confusa, irritada, mas um pouco curiosa. Christian parecia estar sendo sincero, então não tinha porque duvidar. Ele parecia chateado também.

— Ugh, mas que dia maluco. Eu quero mesmo ir embora. — Falei sozinha, relembrando todas as bostas que ocorreram.

Meus pais chegaram alguns minutos depois, eu voltei pra casa e preferi não comentar sobre meu dia. No quarto estudei por longas horas, disposta a acompanhar aquelas matérias.

Ainda estava confusa. Mas preferi não pensar muito sobre isso...

Depois de estudar por quase três horas, eu resolvi dormir. Quem sabe assim eu tinha um pouco de paz né.

Mas eu estava enganada.

Sonhei que estava em um beco, á noite. Havia vozes que não pareciam estar distantes e isso me perturbava.

— Acerta logo ela. Acredito que apenas ele sentiria falta, mas quem liga? — Disse uma das vozes.

— A barra está limpa? — Perguntou a outra voz.

— Sim. Anda logo.

— Não, não faça isso! Deixem ela em paz agora. — Disse uma outra voz se aproximando.

— E o que você vai fazer? Você só é um desajeitado e idiota. É melhor sair ou vai sobrar pra você também. — Gritou uma das vozes que conversava antes.

— Sue Marshall é um lixo. Todos os problemas que ela causou serão vingados.

"Sue Marshall é um lixo

                                                lixo

                                                                      lixo

                 lixo

 Lixo."

 

Eu abri os olhos assustada. Já havia amanhecido e eu estava... chorando. Por algum motivo eu me sentia horrível.

— Que sonho terrível... e familiar. — Sussurrei, limpando as lágrimas que escorriam.

                                                ●●●

                                    Terceira pessoa

 

Christian parecia intrigado com alguma coisa. Ele estava na casa de seu avô, com sua prima Anne. 

Anne estava pintando as unhas concentrada, ignorando totalmente a presença dele. Enquanto isso ele estava sentado no sofá, perdido em pensamentos.

Christian teve uma briga com sua prima há algumas semanas e por isso eles raramente conversavam. Mas era o momento de ir direto ao ponto.

— Diz aí... — Falou Christian, ainda pensativo.

— Não enche. — Disse Anne, cortando a fala.

— Anne. — Christian chamou, mas ela nem sequer respondeu.

Ele levantou impaciente e rapidamente tomou o esmalte da mão de Anne.

— Você vai me escutar. — Ele disse, em um tom severo.

Anne olhou para suas unhas mal terminadas e em seguida para Christian.

— Fala logo a merda que você quer. Se continuar atrapalhando, sabe que eu posso te colocar pra fora da minha casa. — Ela respondeu, irritada.

— Você tem algo a ver com a perda de memória da Sue, não tem?! — Christian perguntou, aumentando o tom de voz.

Um silêncio tomou conta do lugar, quando Anne finalmente disse algo:

— E se eu tiver? Que diferença vai fazer?

Christian se aproximou e pegou um dos braços de Anne, fazendo ela o encarar.

— ''Que diferença vai fazer?'' Mas que merda você está falando? Sua doida varrida. Fala logo o que você fez com ela.

— Christian, Christian. Por que está gritando comigo? Se me odeia tanto assim, não sei porque continua morando aqui. É por causa do nosso avô? Que peninha, mas eu...

Christian a interrompeu.

— Responde logo. Só estou preocupado com a Sue, logo irei embora daqui mesmo, então pode parar. Ela precisa se lembrar... eu preciso saber o que aconteceu, agora.

— Você acha mesmo que vai trazer as memórias de Sue Marshall de volta? Desiste, Christian. Já era. — Anne falou, soltando seu braço e se levantando. — Ah, e outra coisa... não fui eu quem machucou ela, tá? Não seja tão malvado.

Christian ficou alguns minutos encarando a prima e em seguida virou as costas para sair dali.

Não importava o que precisava ser feito...

Nada poderia permanecer daquele jeito.


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Notas finais do capítulo

Meu Deus, o que será que vai dar isso tudo? Anne é uma causadora de problemas? O que aconteceu com a Sue? o.o
Nos vemos no próximo!



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