Neighbors escrita por Miss Johnerfield


Capítulo 7
Seven


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo, queridos! ♥ Como vocês estão? Fico até envergonhada de voltar aqui depois de taaaanto tempo, mas eu não poderia deixar essa história abandonada - juro que tenho bons motivos! Primeiro eu queria me desculpar pelo sumiço, mas eu estava na correria com o meu casamento em outubro e não tive muito tempo para me dedicar à escrita - fora o emprego e etc. Mas cá estou eu, de férias e com tempo para postar novamente - yay!. Fiz esse capítulo com muito carinho, espero que gostem e me perdoem pelo sumiço :D



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“Eu achei que já havia me machucado antes
Mas nunca ninguém me deixou tão ferido”

(Shawn Mendes - Stitches)

 

O que ele queria comigo? Meu Deus, que frustrante! Era até engraçado, porque eu esperei tanto tempo para que nós tivéssemos momentos como este, sem brigas, e agora eu simplesmente só queria sumir dali.

“O que foi?”, indaguei.

Noah não respondeu nada – simplesmente repousou uma das mãos na minha nuca e me puxou para perto de si, beijando-me em seguida. Aquilo não podia ser real. Como ele me ignora por quatro anos e depois acha que tudo está resolvido com um beijo? Eu tentei me desvencilhar dele, mas não conseguia me mexer; então simplesmente parei de resistir e me entreguei. Nos separamos alguns segundos depois, ofegantes.

“Rachel”, disse ele num sussurro.

“Hã?”, perguntei um tanto confusa.

“Rachel”, chamou ele mais uma vez.

Acordei assustada e vi que ainda estava no quarto de Judy. Noah estava agachado ao meu lado, tentando me acordar. Levantei rapidamente do chão, morrendo de vergonha.

“Tá tudo bem?”, perguntou ele.

“Sim, eu... acabei caindo no sono”, respondi me espreguiçando. “Pode abrir a porta pra mim?”

Ele apenas balançou a cabeça em concordância.

Alguns segundos depois nós chegamos à porta. Noah a abriu e eu fui para o lado de fora. Não sei por que, mas no fundo me senti um pouco frustrada pelo beijo ter sido apenas em sonho.

“Obrigado por hoje Rachel, de verdade”, disse-me ele parecendo sincero.

“Imagina. Judy se divertiu bastante, é isso o que importa”, respondi.

“E eu também”, disse ele.

Ficamos alguns segundos em silêncio observando um ao outro. Quando aquilo começou a ficar constrangedor, desviei o olhar.

“Boa noite Noah”, respondi sem olhar para ele e fui em direção à minha casa.

“Rachel! Rachel, espera aí!”, exclamou ele vindo até mim.

“O que você quer?”, indaguei meio impaciente.

“Podemos conversar? Eu meio que queria te perguntar uma coisa”.

Senti um frio na espinha quando ele disse aquilo. O que o universo estava tentando dizer? Primeiro aquele sonho, depois isso.

“Pode falar”, tentei soar o mais tranquila possível – apesar de estar tremendo por dentro.

“Sobre você e o Finn... é verdade?”, perguntou ele.

“O que tem isso?”

“Eu ouvi ele e o Sam conversando hoje no vestiário depois do jogo. Finn disse que te chamou para sair...”

“Sim”, respondi. “Por quê?”

 “Nada, é só curiosidade”, respondeu.

“Noah... Por que você me odeia? O que eu fiz pra você?”, perguntei do nada.

~*~*~*~*~

(Noah’s POV)

Eu não estava preparado para aquela pergunta. Tentei disfarçar, mas acho que Rachel percebeu que sua pergunta me incomodou, porque não tirou os olhos de mim enquanto não respondi. Esse era o problema, ela me conhecia muito bem – bem até demais. Queria que minha pergunta sobre ela e Finn soasse com um tom de desinteresse ou desdém, mas acho que não consegui – talvez por isso ela se sentisse no direito de me questionar também.

“Eu não te odeio”, respondi sendo sincero. Ela pareceu não acreditar muito.

“Tem certeza?”, questionou. “Não é o que parece, com todos aqueles slushies na minha cara”.

“Olha, eu não sei bem como esse climão todo entre a gente começou, mas eu não te odeio, Rachel. Nunca te odiei e acho muito difícil que isso aconteça. Você é uma pessoa legal, e... Bem, eu queria que você pudesse me perdoar algum dia”. Não acredito que havia falado tudo aquilo. Acho que nunca me senti tão leve em toda a minha vida; parecia que eu havia arrancado trezentos quilos das minhas costas.

Rachel me olhou com curiosidade e um tanto perplexa. Pareceu pensar por um minuto, mas depois respondeu:

“Pra dizer a verdade, eu ando bem cansada dessa babaquice. Mas vamos aos poucos, ok? Eu... preciso digerir tudo isso”

Respirei aliviado ao ouvir sua resposta. É claro que não esperava que Rachel e eu nos tornássemos melhores amigos imediatamente, mas já era alguma coisa.

“Obrigado”, respondi sorrindo.

Rachel sorriu de volta e acenou com a cabeça em concordância.

“Boa noite Noah”, disse ela enquanto ia em direção à sua casa.

“Boa noite Rachel”, respondi enquanto a via se afastar.

~*~*~*~*~

(Rachel’s POV)

Quase não acreditei que aquilo tudo tinha acontecido. O mundo ficou louco e eu não percebi? Soltei a respiração que não percebi que estava segurando quando meu celular vibrou no bolso, me assustando um pouco. Havia três mensagens: duas de Kurt e Mercedes e outra de Finn.

Sharkfinn5: E aí Rach! Tudo certo pra amanhã? Passo aí às 19h ;)

Fiquei tão extasiada com o que aconteceu a pouco que quase me esqueci que havia combinado de sair com Finn. Respondi que estava tudo certo e fui checar as mensagens de Kurt e Mercedes no grupo.

K. Elizabeth: COMO ASSIM VOCÊ MARCA UM ENCONTRO E NÓS SOMOS OS ÚLTIMOS A SABER???

Miss Jones: Por que você sempre faz um alvoroço, K?

Sorri com a histeria de Kurt e respondi que não havia tido tempo de contar porque estava cuidando de Judy.

Golden Star: tenho novidades, mas preciso contar pessoalmente :D

K. Elizabeth: RACHEL BARBRA BERRY, NÃO ME DEIXE CURIOSO!!!

Miss Jones: é sério Kurt, qual a necessidade de escrever em CAIXA ALTA???????

K. Elizabeth: é que eu estou muito curioso!

Miss Jones: tem a ver com Puck?

Golden Star: talvez...

K. Elizabeth: ah, pra mim já deu. Estou passando na casa da Mercedes e nós vamos te buscar para uma noite do pijama aqui em casa :D

Miss Jones: você não me perguntou se eu quero/posso ir.

K. Elizabeth: e o que mais de tão interessante você faria numa sexta-feira à noite que não fosse uma noite maravilhosa com seus melhores amigos?

Miss Jones:  obrigada por me lembrar, Kurt! Estou arrumando minhas coisas.

~*~*~*~*~*~

Conversei com meus pais – que milagrosamente ainda estavam assistindo TV na sala quando cheguei – e eles concordaram meio relutantes com a ideia de Kurt. Subi para arrumar minhas coisas e meia hora depois os dois já estavam me esperando na porta.

“Boa noite Sr. e Sr. Berry”, ouvi Kurt cumprimentar.

“Boa noite Kurt!”, cumprimentaram meus pais em uníssono.

Terminei de juntar minhas coisas e desci alguns minutos depois. Kurt já estava sentado na poltrona comentando sobre os melhores momentos de Project Runaway com eles quando cheguei à sala.

“Tchau, gente!”, exclamei para que percebessem minha presença ali.

“Oi Rachel!”, cumprimentou Kurt.

Acenei um oi com a mão livre e fui me despedir de meus pais junto com Kurt.

“Comportem-se!”, ouvi um deles exclamar atrás de mim.

“Pode deixar!”, disse Kurt e me puxou para fora.

~*~*~*~*~*~

Fomos o caminho todo conversando animadamente sobre o fim de semana. Kurt disse que testou algumas receitas novas e que se nós tivéssemos sorte, Finn ainda não teria devorado tudo. Mercedes contou que fez o dever de casa de Espanhol e treinou um pouco seu vocal; eu contei que fui babá de Judy e que Finn havia me chamado para sair, mas ainda não havia contado que Noah e eu estávamos, aos poucos, aproximando-nos novamente.

“E as novidades, senhorita Berry?”, indagou Kurt.

“Mais tarde”, comentei.

Quando chegamos, Kurt contou que Burt e Carole estavam fora da cidade. Apenas ele e Finn estavam por lá, então podíamos fazer o que quiséssemos.

“Até dar uma festa!”, os olhos de Kurt brilharam ao dizer isso, até eu lembrar ele que nós não conhecíamos muita gente.

“É verdade”, balbuciou ele. “Eu odeio festas, de qualquer jeito”, comentou.

“Finn?!”, chamou ele quando fomos em direção à cozinha.

“Tem um post-it na geladeira”, notou Mercedes.

“FUI NO BREADSTIX COM O PESSOAL, VOLTO MAIS TARDE”                                                                                       - FINN

Kurt suspirou enquanto tirava o bilhete da geladeira. “Quantas vezes eu já expliquei pra ele que nós vamos à algum lugar, e não “no” lugar”.

“Gramática nunca foi o forte do Finn”, lembrei a ele.

“Mas falando nele... como foi que ele te chamou pra sair?”, perguntou Mercedes enquanto sentava-se à mesa da cozinha.

“Esperem aí!”, exclamou Kurt. “Vamos nos preparar primeiro, depois vem as fofocas”.

~*~*~*~*~*~

Depois de colocarmos nossos pijamas, prepararmos alguns petiscos e fazermos nossas tradicionais limpezas de pele e máscaras faciais, Kurt deu o veredicto para iniciarmos nossa conversa. Eu sei que parece um tanto de exagero, mas no fundo eu me divirto muito.

“Então Finn te convidou para sair e Puck te pediu perdão no mesmo dia?”, indagou Kurt.

“É, mais ou menos isso. E como foi que você soube, afinal?”, perguntei curiosa.

“Finn chegou aqui parecendo um labrador depois de deitar numa poça d’água, todo alegrinho – só faltou abanar o rabo. Daí eu perguntei a ele o que tinha acontecido e ele me contou. Mas eu queria saber como foi, principalmente a parte do Puck. Isso o Finn ainda não sabe”.

Fiquei pensando naquilo que Kurt disse. Pode ser que Noah e eu pudéssemos nos aproximar mais algum dia, mas o que isso tinha a ver com a minha relação com Finn – seja o que fosse que tivéssemos no momento. Para mim, ainda não havia ultrapassado a zona da amizade.

“Eu não sei, Rach, mas eu tenho pra mim que Puck sempre gostou de você. E você sabe, ele e Finn são bem próximos, e parece que ele também gosta de você”, comentou Mercedes.

“Eu não sou propriedade do Noah, muito menos tenho alguma coisa com o Finn. Não quero me precipitar em relação a nenhum dos dois. Mas eu vou pensar nisso, não quero um clima ruim entre nós por causa disso”, confessei.

Continuamos conversando até pegarmos no sono. Dormimos todos no quarto de Kurt – Mercedes e eu em sua cama e Kurt se acomodou em um colchão perto de nós. Pela manhã, ouvi algumas vozes vinda do andar de baixo e levantei assustada achando que já era tarde. Mercedes e Kurt ainda dormiam, então fui silenciosamente até o banheiro para fazer minhas higienes matinais. Fui até a cozinha e me assustei quando encontrei Noah de costas para a porta vestindo nada mais que um shorts de pijamas.

“O que você tá fazendo aqui vestido assim?”, perguntei um pouco assustada.

Noah girou nos calcanhares e abriu um sorriso de canto quando me viu – provavelmente me zoando mentalmente pelo meu pijama cor-de-rosa. Devo ter ruborizado feito um pimentão, pois seu sorriso se abriu ainda mais.

“Oi Rachel. Bom te ver também”, respondeu ele num tom cínico.


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Notas finais do capítulo

Comentem suas opiniões sobre o capítulo, isso faz toda a diferença! peço desculpas mais uma vez, e prometo tentar postar regularmente. Beijos e até mais ♥



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