Neighbors escrita por Miss Johnerfield


Capítulo 5
Five


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Programei a postagem desse capítulo porque vou me ausentar no fim de semana e ficarei sem internet - e não queria ficar sem postar, porque as ideias estão simplesmente pipocando na minha cabeça e eu não quero parar de escrever e deixar vocês sem conteúdo rs. Aproveitem a leitura! ♥



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“Talvez eu lamente tudo o que eu disse
Não há um jeito de voltar atrás
Agora eu estou por minha conta
Como eu te deixei ir? Eu nunca vou entender”.

(David Archuleta – A Little Too Not Over You)

 

“Eu posso saber desde quando você manda em mim, Noah?”, indaguei.

“Minha mãe combinou com você, lembra? Eu te disse mais cedo”, rebateu ele.

O que mais me irritava era o modo como ele se dirigia a mim, como se eu fosse estúpida ou algo assim.

“E quem te deu o direito de falar por mim?”

“Era o que você diria a ela, de qualquer jeito”, Noah deu de ombros.

“Qual é o seu problema comigo?”, senti minha voz falhar outra vez e percebi que iria começar a chorar; mas eu não podia dar aquele gostinho a ele, então sequei os olhos rapidamente e o encarei. “Sério, tudo o que você tem feito nos últimos quatro anos é tentado fazer da minha vida um inferno. Por quê? Acha que eu não segui em frente? Que ainda fico chorando pelos cantos, mentalmente implorando pela sua amizade? Eu cansei dos seus joguinhos, Noah. Estou cansada desse seu jeito estúpido e das suas babaquices”.

Todos ficaram em completo silêncio, olhando de mim para ele de modo perplexo. Engoli em seco e respirei fundo, mal acreditando que havia falado aquilo a ele.

“Vem, gente. Vamos embora daqui. Eu quero ir pra casa”, segurei Finn pela mão e o guiei rumo ao jipe – que presumi ser de Quinn. Mike, Brittany, Quinn e Sam nos seguiram, murmurando um “tchau” praticamente em uníssono na direção de Noah. Finn abaixou o vidro do banco de trás onde estávamos sentados e disse um “a gente se vê depois” para ele.

Pedi desculpas à Quinn pela ousadia e agradeci pela carona, me sentindo muito envergonhada, mas aliviada ao mesmo tempo.

“Não tem problema, Rachel. Puck é amigo do Mike, mas eu o acho um tanto...”

“Babaca”, completou Sam. “Desculpa, mano, mas é verdade”, disse ele dando um tapinha no ombro de Mike.

“Tudo bem”, disse Mike. “Eu sinto muito Rachel”, completou ele e Brittany concordou.

“Obrigada”, murmurei em resposta. Tentei resumir a história para eles, presumindo que eles sabiam em partes o que estava acontecendo. Eles ouviram e disseram que sentiam muito e que não sabiam que Noah e eu éramos amigos antes. Eu disse que estava tudo bem, que aquilo me incomodava menos a cada dia. Finn passou um braço ao redor dos meus ombros e eu encostei minha cabeça em seu peito. Ficamos assim até chegarmos à minha casa.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

(Noah’s POV)

Nunca pensei que Rachel teria coragem de me enfrentar, ainda mais na frente dos meus amigos. Na hora, fiquei tão surpreso que não tive ação nenhuma; mas eu não a culpava: confesso que se os papéis fossem trocados, eu faria a mesma coisa.

“Eu não acredito que você vai deixar que ela te humilhe desse jeito”, alguém disse. Olhei para o lado e percebi Santana parada ali. Tinha me esquecido totalmente dela.

“Deixa pra lá”, respondi sem ânimo algum, olhando o carro de Quinn ir embora.

“Como assim ‘deixa pra lá’? Você não pode deixar que...”

“Deixa pra lá”, enfatizei. “E vai caçando o seu rumo porque eu quero ficar sozinho”.

“Você é um imbecil, Puckerman! E vai a pé para casa hoje, porque no meu carro você não entra!”, exclamou ela e caiu fora.

Droga! Eu tinha me esquecido que tinha ido pra escola com Finn e o frutinha do Hummel. Tive que ir a pé para casa – achei que não ia chegar nunca. Pelo menos eu não daria de cara com Rachel quando chegasse lá. Eu me sentia um otário por tratá-la daquela maneira por tanto tempo, mas era orgulhoso demais para voltar atrás. Até agradeci por Finn ter aparecido àquela hora no auditório, senão eu teria sido capaz de fazer uma besteira.

Quando cheguei em casa, vi Finn parado em frente à casa de Rachel. Achei que os Evans e Mike estariam com eles, mas os dois estavam sozinhos ali. Não sei por que, mas me senti mal. De repente, um filme passou pela minha cabeça e as nossas memórias de infância vieram à mente. Eu era um babaca por ter feito com que Rachel saísse da minha vida. Mas se de repente ela resolvesse ficar com Finn, o que eu poderia fazer? Aliás, o que eu tinha direito de fazer? Meu Deus, no que eu estou pensando? E daí? Eu não gosto da Rachel e não me interessa quem ela pega ou não. Isso só pode ser remorso.  

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

(Rachel’s POV)

Durante o trajeto, os amigos de Finn tentaram me distrair da confusão que eu quase causei no estacionamento – Sam até fez algumas imitações de Sean Connery e tentou me ensinar Na’vi (a língua que eles falam em Avatar ou algo do tipo). Por mais que eu me esforçasse, Noah não saía da minha cabeça.

“Tchau, Rachel”, exclamou Brittany acenando junto com os outros quando Quinn deixou Finn e eu em frente à minha casa. Eu disse a ele que não precisava, que depois ficaria tarde para ele ir embora e que eu não tinha como levá-lo, mas ele insistiu e disse que depois ligaria para Kurt ir buscá-lo.

“Tchau gente. Obrigada por hoje”, respondi sorrindo.

Depois que eles partiram, perguntei se Finn queria entrar, mas ele disse que não precisava – até porque meus pais não estavam em casa. Achei fofa a preocupação dele, mas não disse nada. Sentamos no jardim que havia em frente à minha casa e ficamos em silêncio por uns instantes.

“Eu sinto muito pelo o que aconteceu, Rachel”, disse ele enfim. “Mas posso confessar uma coisa?”

“Claro”, respondi.

“Eu fiquei muito orgulhoso de você hoje”

“Por quê?”

“Bom, às vezes eu vejo como o Puck te provoca na escola. Isso me incomoda demais, porque por mais que sejamos amigos, eu não acho certo o que ele faz com você. Eu já cheguei a pensar que isso pode ser amor reprimido e esse tipo de coisa, mas uma vez, quando sugeri isso a ele, quase levei um soco na cara”. Finn soltou uma risada curta e eu continuei a encará-lo sem entender o que ele queria dizer. “Enfim, eu gostei muito como você reagiu. Isso me deixou orgulhoso”.

Trocamos sorrisos e nos abraçamos. Geralmente eu teria recorrido à Mercedes ou Kurt, mas fiquei feliz por saber que Finn estava ali por mim. Ele era um cara legal e alguém fácil de conversar. Algumas vezes ele me fazia lembrar como Noah era comigo antigamente – o que me deixava triste porque sempre que esse tipo de lembrança vinha à minha mente, meu lado racional automaticamente me lembrava do babaca que ele se tornou.

“O que você acha de ir ao Breadstix?”, indagou Finn de repente.

“Mas sexta eu vou cuidar da Judy para senhora Puckerman”, lembrei a ele.

“Sim, eu sei. Eu estava pensando de irmos no sábado à noite, só eu e você dessa vez”.

“O que?”, perguntei um pouco confusa. Finn Hudson estava me chamando para sair?

“O que?”, rebateu ele – talvez percebendo como a pergunta havia soado.

“Isso é um encontro?”

“Não! Rachel...”

“Tudo bem Finn, eu entendo. Só estou perguntando”, ergui as mãos na defensiva.

“Não é isso. Quer dizer, nós somos amigos, não é?”

“Sim... eu acho que sim”, respondi.

“É que... bem, eu não quero que as coisas fiquem estranhas, sabe?”, indagou ele parecendo sem jeito.

“E por que ficariam?”

“Bem... por causa do Puck”, confessou ele.

Eu não podia acreditar naquilo. Eu era propriedade dele ou algo assim? O que tinha uma coisa a ver com a outra?

“O que tem esse idiota?”, minha pergunta soou um tanto áspera.

“Nós somos amigos, Rach. Puck é meu melhor amigo, na verdade. Eu não quero que fique um climão entre nós se você não se sente à vontade com a presença dele. Eu me importo com ele, mas sinceramente o modo como você se sente é mais importante pra mim, porque Kurt me diz como essa situação entre vocês te deixa mal – e eu vi isso de perto hoje”.

Engoli em seco e assenti. Não entendi muito bem o que Finn queria dizer com aquilo tudo, mas não perguntei. Era melhor deixar as coisas acontecerem do jeito que deveriam acontecer.

“Tudo bem”, concordei por fim.

“Sério?”, indagou ele parecendo bem feliz. “A que horas eu venho te buscar?”

“Às 19h está ótimo”, respondi com certo entusiasmo.

“Perfeito!”, exclamou ele.

Finn mandou mensagem para Kurt perguntando se ele poderia buscá-lo, mas ele estava no shopping com Mercedes, então Finn chamou um Uber para ir pra casa. Quando o motorista chegou, nos despedimos com um abraço e Finn sorriu para mim. Sorri de volta e acenei um “tchau”.

 “A gente se vê amanhã, então”, disse ele antes de entrar no carro.

“Claro! Até amanhã, Finn. E obrigada por hoje!”, exclamei.

“Pra isso que servem os amigos”, disse ele de volta.

 

 


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo será postado em breve. Me digam o que acharam do ponto de vista do Puck (pretendo postar mais capítulos assim, com ele narrando uma parte da história, etc). Muito obrigada e até a próxima! :D