Neighbors escrita por Miss Johnerfield


Capítulo 4
Four


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Gostaria de me desculpar por ficar esse tempo sem postar, mas esse último mês foi muito corrido e a última coisa em que pensei foi escrever. Quero agradecer às visualizações, comentários, etc. Vocês são o máximo, muito obrigada! ♥ Aqui está o quarto capítulo da fic, então espero que gostem!



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"E quem você pensa que é?

Andando por aí deixando cicatrizes".

(Christina Perri - Jar Of Hearts)

 

“Vocês voltaram a se falar?”, indagou Finn parecendo confuso e um tanto surpreso ao mesmo tempo.

“Não”, respondeu Noah rapidamente. Rápido até demais. “Quer dizer... minha mãe pediu para dar um recado à Rachel”.

“O que?”, perguntei totalmente confusa.

“Ela pediu pra te perguntar se você pode ser babá da Judy na sexta à noite. Eu não vou estar em casa por conta do jogo e acabaram trocando o turno dela pra noite esse final de semana”.

Eu não sei se ele inventou aquilo na hora ou era o que ele realmente tinha ido fazer ali, mas não dei muita importância. Na verdade eu só estava curiosa em saber o que ele me diria se Finn não tivesse entrado no auditório àquela hora.

Finn pareceu desconfiado por um breve instante, mas sorriu logo em seguida.

 “Eu vou indo então”, disse Noah enquanto descia do palco.

“Espera!”, exclamei. Noah girou nos calcanhares e balançou a cabeça como se estivesse perguntando o que eu queria. Pensei em perguntar o que ele ia me dizer antes de Finn chegar ou até mesmo questionar se aquilo tudo era verdade, mas apenas engoli em seco e perguntei a que horas deveria estar lá.

“Às 20h está bom”, respondeu ele.

“Tudo bem. Diga a ela que estarei lá”, respondi. Noah assentiu e deixou Finn e eu a sós. Estava mais confusa do que nunca, mas não tive tempo para pensar nas loucuras dele porque Finn começou a falar e me tirou de meus devaneios.

“Então Rach, você queria me falar alguma coisa?”, perguntou ele subindo no palco.

“Ah, sim! Eu queria te fazer uma pergunta”.

“Diga”.

“Finn... por que você me convidou para ir ao baile com você?”

“Eu te disse, Rach. Você é bonita, é legal, é minha amiga... isso não é motivo suficiente?”

“Não! Quer dizer... eu não sei. É que foi tão de repente, eu fiquei um pouco confusa”.

“Com o que?”

“Eu não sei... de repente você só me convidou porque está tentando fugir das meninas que Noah arrumou pra você ou algo assim”.

Finn riu e passou um braço ao redor dos meus ombros. Se fosse qualquer outra pessoa fazendo aquilo, eu teria me assustado. Mas o abraço de Finn era amigável e me transmitia certa confiança, então relaxei.

“O que é tão engraçado?”, perguntei soltando uma breve risada também.

“Rach, por que você se coloca pra baixo desse jeito?”

“Como assim?”

Fomos conversando enquanto Finn me conduzia para fora do auditório ainda com o braço ao redor dos meus ombros.

“Você é uma das primeiras pessoas com quem fiz amizade aqui na escola. Eu gosto de você Rach, de verdade. Você é uma das pessoas mais legais que eu conheço”.

“Você acha? Mesmo?”, perguntei surpresa.

“Claro que sim! Me desculpa te falar isso, eu sei que você não gosta muito de tocar nesse assunto mas... eu realmente não entendo porque você e o Puck não se falam mais”.

“Bom, diferente de você, talvez pra ele seja uma ofensa ser visto com uma pessoa como eu”.

“Uma... pessoa como você?”

“É, uma perdedora. Noah tem uma reputação a zelar agora. Pelo menos é isso o que eu acho”.

Continuamos andando pelos corredores de forma distraída até que eu notei alguns olhares estranhos em nossa direção. A princípio não entendi muito bem, mas logo percebi que o braço de Finn continuava ao redor dos meus ombros.

“Rachel, para! Você não é nada disso! Puck é um otário por não perceber o quanto você é maravilhosa”.

Corei com o elogio de Finn. Se o intuito dele era me deixar sem graça, conseguiu. Finn não se importou se estava me abraçando na frente da escola toda, se isso geraria boatos a nosso respeito, se isso afetaria a reputação dele... Ele simplesmente não se importou com nada disso. E por mais que isso me deixasse mais à vontade por estar perto dele, outra parte de mim – a mais estúpida – tinha que me lembrar de Noah. Naquele momento ele era a última pessoa em quem eu gostaria de pensar.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Finn me deixou na porta da sala de aula e disse que me esperaria quando a aula acabasse. Nos despedimos e entrei na sala com os olhares curiosos de Kurt e Mercedes sobre mim. Sentei-me perto deles e conversamos um pouco.

“Ai. Meu. Deus! O que foi isso, Rachel Berry?”, indagou Mercedes surpresa.

“Conta tudo. Agora!”, exclamou Kurt.

“Tudo bem”, sorri e contei o que tinha acontecido. Pensei em ocultar a parte em que Noah me aplaudiu e veio conversar comigo, mas não fazia sentido. Até porque foi por causa disso que me aproximei um pouco de Finn naquele dia.

“Então, Rachel. Quem vai ser?”, perguntou Kurt.

“Credo, Kurt! Rachel é uma dama. É claro que ela vai ficar com quem a trata melhor”, respondeu Mercedes.

“Finn é meu irmão e eu naturalmente deveria torcer por ele. Mas aquele ar de bad boy do Puckerman é meu ponto fraco”, disse Kurt.

“Ei! Eu estou bem aqui”, lembrei a eles. “E isso não é uma disputa. Meu Deus, Finn só me convidou para o baile. E eu nunca disse que Noah estava interessado em mim ou algo assim”.

“Você que pensa”, disse Kurt. “Espere e verá queridinha. É só questão de tempo. Nossa, eu amo um drama!”.

 Rimos juntos enquanto o professor entrava na sala. Santana entrou junto com ele e me lançou um olhar de cima a baixo enquanto passava por mim.

“Não ligue pra ela”, disse Mercedes.

“Eu acharia estranho se ela não me provocasse”, rebati.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Na hora que o sinal tocou, Finn estava me esperando na porta, como havia prometido mais cedo. Kurt e Mercedes passaram por nós e combinamos de nos encontrar mais tarde. Eu sabia o que eles estavam tentando fazer, mas aquilo era bem bobo – para não dizer infantil. Finn e eu não éramos nada além de amigos - um tanto distantes, na verdade, mas nada além daquilo. Não discuti e fingi que não percebi as risadinhas e olhares que eles me lançaram.

Finn e eu fomos caminhando e tagarelando sobre o baile. Confesso que não percebi o caminho até chegarmos ao estacionamento – onde as pessoas nos lançaram olhares mais esquisitos dos que aqueles que recebemos no corredor mais cedo.

“Finn, aqui!”, chamou uma cheerleader que estava encostada em um jeep vermelho. Não reparei quem era até que chegamos até ela – e o grupo de pessoas que estavam ali.

“Oi pessoal!”, cumprimentou Finn. “Rachel vai pegar uma carona com a gente hoje, tudo bem?”

“Sem problemas!”, exclamou uma das meninas.

“Oi!”, cumprimentei me sentindo um pouco envergonhada.

“Oi Rachel”, cumprimentou a menina que havia nos chamado. “Eu sou Quinn. Esse é meu namorado, Mike e aqueles são meus irmãos, Brittany e Sam.”

Eu sabia quem eles eram – mas nós nunca havíamos sido formalmente apresentados. Se Kurt soubesse que eu estava pegando carona com a “elite do McKinley High” – como ele gostava de chamar os amigos de Finn – surtaria, com toda certeza. Ele jamais admitiu isso, mas Mercedes e eu sabíamos que Sam Evans era seu crush desde que pisou na escola.

Os irmãos Evans eram conhecidos como o “trio de ouro” do colégio. Quinn e Sam eram gêmeos – apesar da única semelhança entre eles estar na cor dos olhos e dos cabelos. Brittany era a mais nova – e a mais ingênua, por assim dizer. Os três eram lindos, ricos, atléticos e populares – mais clichê que isso impossível. Quinn e Brittany eram líderes de torcida e Sam era um dos jogadores do McKinley Titans. Os três se mudaram para Lima há pouco mais de dois anos, após a avó deles adoecer.

Mike Chang era jogador do time também e um dos melhores amigos de Finn. Ele era o único a quem eu já havia sido apresentada uma vez. Mercedes e eu estávamos na casa de Kurt quando ele e Finn chegaram para jogar videogame. Lembro bem desse dia porque estávamos cantando no karaokê e Finn queria usar a televisão para jogar. Os dois discutiram bastante e quase brigaram feio, até que Carole interviu. Mike, Mercedes e eu ficamos sem graça e quase saímos de fininho, mas no final do dia estávamos todos cantando juntos e jogando Call Of Duty.

Após um tempo de conversa, percebi o quanto eles eram legais. Não do tipo que forçam a barra para tentar te agradar, mas do tipo que realmente prestam atenção ao que você tem a dizer. Até sobre o clube glee nós conversamos e eles pareceram bem interessados – até me prometeram que pediriam uma autorização do Sr. Schue para assistir um ensaio – e quem sabe se juntar a nós. Custei a acreditar, mas no fundo pensei que seria o máximo.

“Rachel, por que você não vem conosco ao Breadstix na sexta, depois do jogo?”, perguntou Quinn.

 Abri a boca para responder que infelizmente já tinha compromisso marcado, mas alguém respondeu por mim.

“Porque ela já tem compromisso”, respondeu Noah. Levei um susto quando o vi parado ali com Santana a tiracolo.

“Puck pode ler mentes?”, indagou Brittany parecendo mais confusa do que eu.

 Por que ele fazia questão daquela humilhação pública, falando por mim e tudo o mais? Eu era sua escrava, por acaso? Eu havia virado a Cinderela e ele a Lady Tremaine para mandar em mim daquele jeito? Eu não sei como, mas aquela seria a última vez que ele me intimidaria daquele jeito. Eu ia acabar com aquela palhaçada de uma vez por todas. Quem ele pensava que era?


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Notas finais do capítulo

Não deixem de opinar sobre o capítulo e o andamento da história, é muito importante! Beijos e até a próxima ♥