Beck e Jade - Como nos conhecemos escrita por Falling Apart Evans


Capítulo 2
Uma bruxa sem vassoura, mas com uma tesoura




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Beck não havia ido para as próximas aulas daquele dia. Jade conseguia ficar por horas com um sorriso no rosto.

― Ela é doida.- André dizia encarando Jade. - Doida mesmo.

― O Beck não vai vir pra aula? - Cat sussurrava para André.

― Não. - ele suspira - Ele tá arrasado.

― Mas nem foi tão ruim assim. - Robbie entra na conversa.

― Você sabe como ele é com aquele cabelo. - André responde.

― Espero que ele fique bem até amanhã. - Cat suspira.

Jade prestava atenção na aula de história da arte quando um papel é atirando em sua mesa.

Desinteressada ela abre o papel.

"Acho bom você pedir desculpas para o Beck pelo que fez com ele, se não vai acontecer algo bem ruim."

Jade da uma risada. Ela pega uma caneta e começa a rabiscar alguma coisa e guarda seu material. O sinal bate, ela se levanta, pegando sua mochila e saindo da sala, deixando o papel aberto na mesa. A garota que jogou o papel o pega e lê.

"Espero que seja uma ameaça de alguém que saiba o que está fazendo e não de um cachorrinho que só sabe latir, mas não morde. Venha dizer isso na minha cara.e no final um desenho de uma caveira.

A garota amassa o papel enfurecida.

― Incrível como nessa escola só tem garota superficial que fica admirando um garoto ridículo que se acha por que tem um cabelo que parece um... Um... - ela fecha a porta do seu armário com força.

― Um? - alguém diz aparecendo logo atrás. Beck. Ele estava de braços cruzados e a encarava.

― Um desgrenhado. - ela chega mais perto, o olhando nos olhos. - Que acha que tem moral só por que umas sem cérebro se encantam com o seu ninho de pombos.

― O que mais você tem pra me dizer, noiva do Dracula?

― Ah olha só, eu adoro o Dracula. Se quiser ofender, me compare com essas ridículas. E mais uma coisa, eu sou do jeito que eu quero, não sou uma sem cérebro que parece usar massa corrida na cara e que fica correndo atrás de outro sem cérebro. - ela cruza os braços, ainda encarando Beck.

Eles se encaram com expressões de irritação e puro ódio.

― A única que quer chamar a atenção aqui é você. - Beck rebate, se referindo ao que Jade fez e faz.

― Escuta aqui, projeto de boneco de plástico, olha a sua volta, o que mais tem aqui são pessoas esquisitas e malucas, mas autênticas, pelo menos algumas. - ela o olha de cima a baixo - Aqui é uma escola de artes, uma escola onde pessoas diferentes habitam. Uma escola para que façamos a diferença e para mostramos o que viemos fazer. Eu vim aqui pra ganhar, vim aqui pra realizar meu sonho, não pra admirar cortes de cabelo. O problema é seu se quer chamar atenção pelo cabelo e não pelo talento, se é que tem. Agora sai da minha frente, e pede pro seu fã clube que se me ameaçar de novo eu quebro a sua cara também. - e ela sai empurrando Beck. - E mais uma coisa - ela vira e ele a encara também - Se quiser um corte de cabelo é só me chamar. - ela sorri e sai.

Beck suspira irritado. Ele não sabia o por quê, mas algo nela chamava atenção, talvez pelo fato de não se preocupar em agradar ninguém, a não ser ela mesma e deixar bem claro o que pensa.

De repente uma garota entra correndo, vindo do mesmo lugar que Jade havia saído. Era a garota do bilhete, suas amigas estavam juntas e a consolavam. Ela estava toda molhada e com papel higiênico enrolado e molhado em seu corpo, enquanto cuspia papel.

― O que aconteceu? - ele chega perto.

― Jade. Aquela garota é perigosa demais! - uma das amigas diz - Vamos meninas, vamos levá-la ao banheiro.

Beck passa a mão no cabelo, surpreso.

― É, ela não tá de brincadeira. - ele ri.

No outro dia, Jade estava decorando a porta do seu armário, colocando várias tesouras velhas, prendendo uma por uma.

― Ah, J-Jade... - alguém se aproxima. Ela vira o rosto encarando a pessoa, com uma expressão séria. A pessoa estremece de medo.

― O que é? - ela responde de mau humor.

― É que o Sikowitz disse que quer que você e o André cantem essa música hoje - ele entrega o papel rapidamente - Eu já entreguei o dele você só precisa... Sabe o que fazer! - o garoto sai correndo, com medo de Jade.

Ela pega a letra e busca a música na internet. 

― Ah, ei. - André se aproxima. Ao longe ela vê que ele estava com Beck, Cat e Robbie. - Quer ir ensaiar antes da aula começar?

― Por que não... - ela fecha o armário e acompanha André.

― Vocês não querem ver? - ele convida os três que estavam ali.

Jade revira os olhos.

― Eba! EBA! - Cat começa a pular - Vamos, vamos logo! - ela puxa Beck e Robbie.

Todos entram na sala Jade deixa a mochila em sua cadeira assim como André, os outros se sentam. Eles sobem no pequeno palco. Todos pareciam bem interessados na situação, principalmente Beck. Se Jade não fosse nada demais ele ia rir muito. André começa, da o play no karaoke da música, até que sua vez chega. [1]

― I walked across an empty land... I knew the pathway like the back of my hand. I felt the earth beneath my feet, sat by the river and it made me complete... - então Jade o acompanha - Oh, simple thing where have you gone, I'm getting old and I need something to rely on. So tell me when you're gonna let me in, I'm getting tired and I need somewhere to begin...

Dessa vez, Jade canta sozinha. Mais que todos, Beck encara atentamente, parecia engolir com dificuldade tudo que havia pensado antes.

 I came across a fallen tree, I felt the branches of it looking at me. Is this the place, we used to love, is this the place that I've been dreaming of...

De repente a porta abre, Sikowitz entra.

― Ora, ora. Ensaiando? Muito bom. - André para o karaoke - Bela voz Jade.

― É, é eu sei. - ela caminha para seu lugar e se senta, colocando a mochila debaixo da cadeira.

Beck encara Jade.

― Sua voz é linda! - Cat diz animada. - Você vai cantar né, no festival semana que vem.

― Sim, claro. - ela diz cruzando os braços.

― Muito bem. Vamos esperar os outros alunos chegarem para Jade e André cantarem para nós e depois um exercício de atuação.

— 

Já era hora do intervalo e Jade estava, novamente, sozinha. Ela comia calmamente.

― Posso sentar? - alguém diz parando do outro lado da mesa. Jade levanta o olhar.

― Não. - ela volta olhar para o prato.

A pessoa não escuta e se senta mesmo assim.

― O que ganha com isso? Com essa... Marra? - Beck diz encarando Jade.

― Primeiro, minha vida não é da sua conta. Segundo, eu adoro a sua voz quando você está em silêncio. Terceiro, adoro muito mais quando está bem, mas bem longe de mim. Será que preciso raspar sua cabeça pra você entender? - ele a encara fixamente, o que a faz ficar mais irritada. - O que foi? Por que tá me encarando? - novamente silêncio - Ótimo. Tem outra mesa bem ali. - ela pega suas coisas e sua comida e se levanta, sentando em outra mesa.

Beck ri e se vira, olhando para Jade. Ele admitia que sentia algo por ela. Ódio talvez, só queria entender o que havia por trás disso. Por trás desse jeito dela.

Um professor havia faltado por alguns problemas imediatos, então havia uma aula vaga. Jade andava pela escola, não havia descoberto tudo ainda. Ela andava vendo as salas complementares até achar a sala onde havia um velo piano. Ela toca as teclas. Ah, que som perfeito. Ela deixa a mochila ao lado e começa a tocar.

― I... Have enough of your love... Please, let me be who am I, tough girl in world, in life... Just the way... The... — a música era da própria autoria de Jade. Ela para ao ouvir um barulho logo atrás - O que você está fazendo aqui? - ela se levanta rapidamente, pegando a mochila.

― Eu só escutei alguém tocar e entrei. Bonita música, você que escreveu? - Beck da um passo na direção de Jade e ela recua.

― O que você quer? - ela o encara de expressão irritada.

― Oras, o que há com você? Eu deveria estar irritado, afinal, você cortou meu cabelo, mas ao invés disso estou aqui numa boa.

― Eu não dou a mínima. - ela sorri sinicamente - Com licença. - ela passa por Beck, caminhando para a porta.

Ele segura seu braço.

― Espera. - ele a encara, mas tem como resposta um empurrão.

― Ninguém, NIN-GUÉM encosta em mim desse jeito. - ela estava furiosa. - Esquece o que você acabou de ouvir aqui, me entendeu? Se não eu quebro a sua cara!

Jade sai batendo porta, deixando Beck ali sozinho com um sorriso besta no rosto.


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Notas finais do capítulo

[1] https://www.youtube.com/watch?v=N3trFAwjgEM - "Somewhere Only We Know" - Keane (ft. Max Schneider & Elizabeth Gillies)



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