SuperGrimm – Uma Caçada Wesen escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 1
Um monstro


Notas iniciais do capítulo

Hellos :-)

Cheguei com mais uma história, meu povo e minha pova!

Essa é um crossover de duas séries que eu amooooooo ♥

Boa leitura!

Capítulo editado em 23/07/2018: nenhuma mudança no enredo, somente no tempo narrativo para presente histórico.



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Lebanon – Kansas

 

Exceto pelo dedilhar de Sam no teclado do notebook e pelo ronco baixo de Dean em seu quarto, o silêncio impera no restante do bunker nessa manhã. Lá fora, o vento frio espalha as folhas secas do outono por toda a parte, mas dentro da fortaleza a temperatura é agradável graças a um rudimentar — e, ainda assim, eficiente — sistema de aquecimento instalado pelos primeiros Homens das Letras a ocuparem o lugar. A ausência de abertura nas poucas janelas da construção também ajuda a manter o ar gélido distante do seu interior.

A luz suave de algumas luminárias da sala principal incide fracamente na tela do notebook sobre a mesa. Com os olhos fixos em uma aba recém-aberta, Sam lê com atenção cada detalhe de um estranho homicídio.

Está há tempo demais na estrada, caçando coisas que deixariam pessoas comuns de cabelo em pé, para ignorar uma frase tão familiar no meio daquele texto. A frase de um dos sobreviventes sobre quem matou o seu pai. Ou melhor, sobre o quê. Um monstro, foi o que o menino de sete anos disse para a polícia.

Embora entoada por uma criança em choque, esse não é o tipo de frase que caçadores podem descartar. Mesmo que não venha de uma fonte segura, e sim de um blog sensacionalista como aquele que Sam acessou.

Sentindo o alerta para o sobrenatural crescendo a cada linha lida, ele expande a pesquisa em seguida. Minutos depois, descobre que outros crimes peculiares ocorreram naquela mesma cidade e imediações. Vários e muito bizarros só no último ano. A maioria deles foi esclarecida e os responsáveis, presos e punidos.

Entretanto, os incidentes estavam cercados de circunstâncias estranhas e atos violentos que, pela experiência de Sam Winchester, exigiriam força e habilidades... sobre-humanas.

Intrigado, o caçador volta à matéria inicial. Relê o texto uma última vez antes de levantar da cadeira e seguir para o quarto do irmão. Deixa o notebook para trás e leva consigo a forte suspeita de que encontrou um novo trabalho para os dois. Uma possível caçada.

Após uma leve batida na porta, Sam gira a maçaneta e cruza a soleira. Percebe, sem um pingo de surpresa, que o barulho não foi suficiente para abalar o pesado sono no qual Dean se encontra mergulhado. Longas horas dirigindo de volta ao bunker, depois de um exaustivo caso envolvendo lobisomens em Wichita Falls, e eis o resultado.

Sam tenta não rir da imagem deplorável esparramada na cama. Deitado de mal jeito, com as mesmas roupas de ontem — manchadas pelo sangue das criaturas que despacharam juntos — e a boca escancarada, Dean ressona ruidosamente.

Sam pigarreia uma vez. Duas. A terceira é mais alta, insistente e o bastante para fazer o irmão se sentar alarmado, de olhos arregalados e empunhando a arma, que até então repousava ao lado do travesseiro.

— Bom dia para você também, Dean. — Ele ergue as mãos em rendição. — Alguém já te disse que você é meio hostil de manhã?

Ao perceber que o intruso é apenas seu irmão, o outro se deixa cair sobre a cama de novo e resmunga com a voz ainda sonolenta:

— Valeu, são seus olhos. — Pressiona as têmporas, incomodado com uma leve dor de cabeça. — Malditos lobisomens...

— É, nem me fala.

A contragosto, Dean se endireita com as costas apoiadas na cabeceira instantes depois. Coloca a arma sobre o criado-mudo, diante de duas fotos raras da família Winchester, e para. Uma é dele mesmo, com quase quatro anos, sendo abraçado pela mãe. A outra registrou a família toda reunida, com direito ao pequeno Sammy nos braços de Mary Campbell Winchester.

— Então... — Dean volta-se na direção do irmão, depois de uma última olhada para as fotos. As únicas que não viraram cinzas quando um incêndio demoníaco destruiu a antiga casa da família em Lawrence e mudou para sempre a vida daqueles que sobreviveram. — Não me diga que estava me observando enquanto eu dormia, Sammy? É meio bizarro até para você. Eu sei que sou lindo, mas...

— Oh, não se preocupe, eu não estava te olhando — assegura o mais novo, dando de ombros. — Acho que você está me confundindo com o Cass. Isso é típico dele — cutuca, divertindo-se quando o irmão engole em seco e parece meio desnorteado com a menção ao anjo de sobretudo. — Tome um banho e troque de roupa, Dean. Nós temos um trabalho. É melhor pegarmos a estrada logo.

Sam está pronto para deixar o quarto, quando o mais velho faz questão de pontuar:

— Nós mal voltamos e você já achou outro caso? Quanta eficiência.

— Não é minha culpa se o mundo anda cada vez mais maluco.

— Certo, tanto faz. — Dean se põe de pé, vencido. Nunca diz não para uma caçada, afinal esse é o negócio da família. Ao sentir o estômago roncar de repente, deixa escapar: — Nossa... Eu tô cheio de fome.

— Estou chocado. — Sam passa pela porta e olha na direção dele apenas para encerrar por ora: — Eu explico tudo enquanto você toma o seu café da manhã super saudável. Só não demore.

Assim que o irmão lhe dá as costas e sai do recinto, Dean resmunga baixo:

— Mandão...

Um segundo depois, Sam ressurge na soleira, cenho franzido, e questiona visivelmente incerto:

— Ei, você disse alguma coisa?

— Eu? — Dean aponta para si mesmo e, sem encará-lo de forma direta, nega com a cabeça. — Acho que você anda ouvindo vozes, Sammy. Devo me preocupar? Chamar um exorcista, talvez?

Essas palavras e um sorriso cínico na sequência são o suficiente para abrir os olhos do Winchester mais novo. Então ele ri sem humor e xinga sem pensar duas vezes:

— Idiota.

— Babaca — Dean retribui, como de costume.

No momento seguinte, Sam desaparece do seu alcance de visão ao seguir pelo corredor.

[...]

Infelizmente, Dean não faz uma boa refeição nessa manhã. Ele não consegue devorar o sanduíche gorduroso que preparou com tanta dedicação, tampouco acabar com um último pedaço de torta que estava na geladeira já havia alguns dias. Ele estava bem, até Sam começar a falar sobre algumas mortes curiosas que encontrou em sua pesquisa.

O estômago de Dean não precisava saber que um sujeito teve a pele do rosto totalmente removida, com precisão cirúrgica, enquanto ainda estava vivo e misteriosamente paralisado. Também não fazia questão de saber que uma mulher foi destroçada e, ao que tudo indicava, devorada por um animal selvagem, há uns seis anos, enquanto se exercitava numa floresta. Poucas partes do seu corpo foram encontradas. Da mesma forma, não precisava saber que intoxicação por uma quantidade exorbitante de veneno de abelha matou uma advogada na mesma época e deixou o corpo irreconhecível de tão inchado.

— Que lugar encantador — comenta com ironia. — Aonde fica mesmo?

— Eu te falei, Dean. Portland. Aonde você estava com a cabeça?

— Concentrado em não vomitar, obrigado pelo interesse. Então, sobre o caso?

Sam se ajeita na cadeira e empurra o notebook para perto do irmão. Ao mesmo tempo que Dean lê a notícia, ele resume:

— Dois garotos viram o pai ser atacado quando se preparavam para acampar no quintal da residência. Um deles, o mais novo, disse que um monstro matou o pai. Eu sei que pode ser um alarme falso, talvez uma fantasia de criança, mas...

Antes que Sam termine de falar, Dean o interrompe com um tom mais sério:

— É o suficiente, vamos checar. Portland, certo? Maine?

— Oregon — corrige. Ao ver o irmão puxando de volta o prato com o sanduíche, franze o cenho. — Cara, você não disse que estava enjoado?

Sem cerimônia, Dean dá uma generosa mordida e responde de boca cheia:

— É, mas eu ainda estou faminto.

— Estou vendo.

Sam esboça uma expressão de desgosto enquanto observa os modos questionáveis à mesa. Não é nenhuma surpresa para ele, na verdade. Ainda assim, sempre fica impressionado com a gula do mais velho.

Decide que é melhor se concentrar na internet e passa os olhos pelas informações na tela, buscando possíveis pistas, qualquer sinal que possa indicar um caminho para a resolução daquele mistério.

Alguns instantes depois, Dean chama sua atenção ao se recostar na cadeira e confidenciar de maneira pausada:

— Uma vez, eu acampei no quintal com o nosso pai. Eu ajudei a montar a barraca, ele acendeu a fogueira, comemos marshmallow e ouvimos rock no rádio da Baby. Mamãe ficou brava. Apareceu na janela do seu quarto e disse que o som não te deixava dormir. Papai abaixou o volume, mas sussurrou algo pra mim. Ele tinha certeza que você estava gostando da música.

Um sorriso triste não passa imperceptível pelo rosto de Dean. Sam observa seu olhar meio distante também. O silêncio se instaura por algum tempo.

— Você nunca me contou essa história.

Numa postura meio defensiva, Dean se endireita, volta a comer e, sem olhar para o irmão, desconversa:

— É só uma história. — Ele engole um pouco de café e puxa a torta para si logo depois. — Ok, Portland, aí vamos nós. Mal posso esperar.



Portland – Oregon – 24 horas depois

 

Nick Burkhardt não dormiu bem essa noite. Foi impossível desligar seus pensamentos do último homicídio ocorrido há menos de 48 horas na cidade. Na cidade que ele luta para proteger todos os dias, mas que, constantemente, se vê envolvida em novos casos de violência. Muitos — ele aprendeu nos últimos anos — com explicações Wesen nas entrelinhas.

Foi ingenuidade acreditar que depois de enfrentar o Zerstörer, o mundo estava a salvo. O mundo nunca estava a salvo nem nunca estaria. O perigo maior passou, mas atos violentos sempre vão existir. Como policial e como Grimm, sua missão é investigar e fazer justiça da melhor maneira que conseguir.

O olhar fixo de Nick agora não significa que está de fato olhando para o teto do quarto. Ele mal vê coisa alguma ou sente a mão de Adalind sobre seu peito. Está concentrado em recapitular as poucas informações que conseguiu levantar no dia anterior.

Um dos filhos do homem brutalmente assassinado disse a Wu — o primeiro policial a chegar ao local do crime — que um monstro tinha feito aquilo. Infelizmente, Nick ainda não pôde interrogar a criança oficialmente. O menino de sete anos, Ted Johnson, está muito abalado e é necessário aguardar o aval da assistente social e de uma psicóloga designadas para o caso. É óbvio que a criança será incentivada a esquecer o que disse, afinal, para todos os efeitos, monstros não existem.

É somente quando Kelly chora baixinho, que Nick desperta desses pensamentos e se levanta da cama. Por mais que tome cuidado, seu movimento acorda Adalind.

— Tudo bem, volte a dormir — ele diz, caminhando em direção ao berço. Pega o filho no colo, e Kelly o encara com seus olhos curiosos e inocentes. — Bom dia, amigão. Está com fome? Aposto que sim.

Em silêncio, Nick deixa o quarto e vai até a cozinha. Enquanto esquenta a mamadeira do menino, volta a pensar naquele caso. A palavra monstro dita por Ted, mesmo no calor do momento, não pode ser ignorada. Há uma grande chance de um Wesen ter feito aquilo. Nick tem esse pressentimento.

O que deixa o detetive mais absorto, no entanto, é imaginar como a criança se sente em virtude do acontecido. Nick possui uma boa noção do vazio doloroso que Ted enfrentará dali em diante. Mesmo que o assassino não seja Wesen, como ele acredita nesse momento, perder os pais ou um deles deixa marcas profundas. Ainda mais numa criança.

Mais uma vez, Nick é trazido de volta à realidade. Desta vez, pelo celular que vibra sobre a banqueta. Atrapalha-se um pouco por segurar Kelly, a mamadeira e o aparelho ao mesmo tempo. Sem ver quem está ligando, atende o mais rápido que consegue:

— Burkhardt. — Há uma pausa enquanto ele ouve Wu falando do outro lado. Arqueia as sobrancelhas ao final da notícia surpreendente despejada pelo policial. — O quê?! O que os federais têm a ver com esse caso? Eu não acredito... Ótimo! Por favor, avise ao Hank. Eu estou a caminho.

Desnorteado com a inesperada intromissão do FBI e ciente de que isso pode atrapalhar muito a investigação já em andamento conduzida por ele e Hank, Nick não se opõe quando Adalind surge e pega Kelly no colo. Ele pensa em se desculpar por tê-la feito perder o sono, porém está aliviado por ela estar ali agora.

— Tudo bem? Algum problema? — a Hexenbiest pergunta de maneira quase retórica, porque está bem claro que algo aconteceu.

— Eu preciso tomar um banho e ir pra delegacia. — Nick lhe dá um beijo rápido e anda com urgência rumo ao toalete enquanto reclama: — Era só o que faltava... O FBI em Portland requisitando a investigação de um crime possivelmente Wesen.

[...]

O detetive Hank Griffin acaba de estacionar no subsolo da delegacia, quando vê seu parceiro bater a porta do próprio carro algumas vagas adiante. Os dois trocam um olhar carregado de significado e compreensão enquanto reduzem a distância a cada passo.

— Dá para acreditar nisso? — Burkhardt não faz questão de esconder a insatisfação.

— Não vai ser fácil se o FBI assumir a investigação, Nick. — É visível que Hank também não gostou da novidade e entende as complicações envolvidas.

— Nós vamos continuar com a nossa em paralelo, é tudo o que eu sei.

O Grimm começa a andar rumo aos elevadores com passos resolutos. O outro lhe segue.

Instantes depois, quando chegam ao andar onde funciona o Departamento de Homicídios, são recebidos por Wu. Na ausência do Capitão Sean Renard — que tirou alguns dias de férias e levou a filha Diana para Nova York —, o sargento assumiu a função de liderar a delegacia.

— Vocês não parecem felizes, rapazes — ele constata, falando num volume baixo para não chamar a atenção dos agentes federais que aguardam num sofá próximo dali. — Eu mantive aqueles dois longe dos arquivos até vocês chegarem, mas... Bom, é o FBI. Não posso fazer muita coisa.

— Nós sabemos, está tudo bem — Hank balbucia a contragosto, expirando com força.

Sentindo um misto de raiva por aquela situação, porém ciente de que não pode quebrar o protocolo, Nick sorri de um jeito forçado e decide dançar conforme a música. Então ele e Hank dão as costas para o amigo e caminham lado a lado até os inconvenientes visitantes.

Assim que percebem a aproximação, Sam e Dean se colocam de pé. Como fazem há anos, assumem uma postura mais firme e profissional, encenando da melhor forma o papel que estão interpretando ali.

— Acho que é hora de nos apresentarmos — Nick anuncia, analisando os dois e parando diante deles.

— Concordo — Dean assente, mostra rapidamente a identificação falsa que carrega no bolso do terno barato e diz: — Agentes John Hetfield — depois indica Sam ao seu lado, que também segura a falsificação barata — e Robert Hammett, FBI.

— Nick Burkhardt. — Ele estreita o olhar na direção das identificações, mas os caçadores mostram apenas por um instante e guardam em seguida. — Esse é o meu parceiro, o detetive Griffin.

Hank encara os dois sujeitos na sua frente e, embora não possa se comunicar com seu colega e amigo, também estranhou que os agentes mal os deixaram analisar os documentos. No entanto, é outro elemento que chama mais a atenção dele. Os sobrenomes mencionados. Hank tem quase certeza que já ouviu aquilo em algum lugar.

Há um silêncio sepulcral entre os quatro. Silêncio durante o qual Nick e Hank não conseguem disfarçar os olhares desconfiados. Não se trata apenas do aborrecimento natural pela intromissão do FBI no caso, eles também sentem algo estranho pairando naqueles rostos. Sam e Dean, que quase nunca enfrentam objeção ao mentirem em situações como essa, ficam um tanto surpresos com a recepção tensa.

Por um longo momento, tudo o que se ouve é apenas o barulho característico da delegacia. Telefones tocando sem parar, papéis sendo remexidos por toda a parte, o arrastar ruidoso das cadeiras, teclados trabalhando freneticamente, conversa paralela.

Quando o silêncio começa a ficar realmente desconfortável, Sam limpa a garganta e diz conciliador:

— Olha, detetives, eu sei que vocês acham que viemos para atrapalhar, mas eu asseguro que só estamos aqui para ajudar a esclarecer esse crime. Não é nossa intenção afastá-los da investigação. Só queremos que vocês compartilhem as informações que têm até agora.

Num instante, Nick sente alívio porque, pelo menos, ainda pode conduzir o inquérito à parte. Ainda assim, não se contém e indaga:

— Mas por que o FBI se interessou por esse caso? Não diminuindo o homicídio ou o sofrimento das testemunhas, mas não tem nada de atípico nele.

— Não mesmo? — A voz de Dean está carregada de desafio e certa descrença, o que chama a atenção do Grimm na sua frente. — Eu pensei que o filho da vítima tinha mencionado um monstro, algo assim.

Surpreso, Nick hesita. Tem consciência, por motivos óbvios, que existem criaturas além da compreensão de pessoas comuns. Justamente por isso, é surpreendente que um agente do FBI considere possível ser verdade.

A desconfiança ganha força dentro de Nick, levando-o a ignorar o que sabe do mundo e a interpretar um papel também:

— E vocês acreditam nisso? — Ele ri sem humor e olha para Hank em busca de apoio. — Que um monstro matou Jacob Johnson na frente dos filhos?

Dean também ri de leve e, com o olhar cravado no investigador que já julga muito metido, se explica melhor:

— Claro que não, esse tipo de coisa não existe, detetive Burkhardt. Mas se uma testemunha disse isso, nós temos o dever de descobrir o motivo por trás da declaração. Pode ser um criminoso tão maluco e brutal, que passou essa impressão para a criança. Nesse caso, não é um homicídio qualquer. Há alguém muito perigoso e sádico à solta.

— Além disso — Sam toma a palavra e articula com certo cuidado: —, Portland teve uma grande incidência de crimes violentos e estranhos nos últimos tempos. Infelizmente, não é algo que o FBI possa continuar ignorando. Por isso fomos enviados.

— É, sem ofensa, mas nós só queremos descobrir se a polícia daqui tem trabalhado direito — Dean cutuca, numa clara provocação.

A postura de Nick muda de imediato, bem como a de Hank. Eles se empertigam e as expressões se fecham como o anúncio de uma grande tempestade. A tensão elétrica de um trovão paira no ar novamente e com mais intensidade.

Dean, por sua vez, ignora tudo isso e também o olhar incisivo do irmão em sua direção. Sam não concorda com sua postura e a última coisa que quer é discutir com os detetives, levantar suspeitas e arriscar o disfarce. Para o bem dessa possível caçada, é importante que os quatro se deem bem. Pelo menos enquanto precisam deles.

Pensando assim, Sam pigarreia e tenta apaziguar os ânimos:

— Desculpem pelo meu parceiro. Ele fica mal-humorado quando está com fome; não tivemos tempo de tomar o café da manhã ainda. — Sam paga na mesma moeda ao fingir que não vê o olhar insatisfeito de Dean sobre ele. Continua concentrado em Burkhardt e Griffin. — Nós só queremos ajudar e precisamos da ajuda de vocês para isso. Uma via de mão dupla. Seria ótimo se nos mostrassem o laudo do legista para começar.

Hank volta-se para Nick, mas este ainda mantém um olhar penetrante no agente mal-humorado. Então Hank indica o caminho e pede:

— Muito bem. Me sigam, por favor.

De pronto, Sam vai em seu encalço. Dean e Nick ainda demoram alguns segundos para tomar o mesmo caminho. Parecem disputar silenciosamente sobre quem vai parar de encarar o outro primeiro.

Os olhares cheios de animosidade persistem mesmo quando se põem em movimento e seguem pelo corredor.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam, chuchus! Qualquer comentário é bem-vindo, não se acanhem ♥

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Beijos de luz!