A ambulância chegou cantando pneu, Helena pulou para fora do carro antes mesmo dele parar totalmente. A instrução passada para ela era simples, salve quantas pessoas puder e deixe o resto com a polícia. Seu coração parecia estar pulando em um trampolim, quase saindo de seu peito, era o primeiro tiroteio como médica, algo que ela já havia treinado múltiplas vezes. Respirou fundo alguma vezes e saiu em busca de civis, deixando sua equipe para trás.

Depois da décima civil encontrada e zero feridos, Helena estava mais calma, não correu nenhum risco e também não viu ninguém correndo risco de morte. O tiroteio de polícia vs bandidos parecia ter cessado e agora ela sentia-se mais confiante para trabalhar. Olhou para a amiga Bárbara, enfermeira e companheira de equipe.

— Vamos dá uma vasculhada? - Bárbara logo assentiu pegando a bolsa de primeiros socorros.

Andando para dentro do perigo, Helena sentiu um aperto no peito, uma sensação de que algo estava por vir, respirou fundo alguma vezes alegando ser ansiedade, brigando consigo mesma, pois precisava da sua razão naquele momento. Bárbara acabou decidindo que as duas deveriam se separar para atender mais possíveis feridos, Helena mal teve tempo de contestar e já se viu sozinha no que parecia ser um campo de guerra.

Continuou andando e gritando “Emergência! Tem alguém aqui? Emergência!”, até que ouviu gemidos.

— Aqui…..pelo amor de deus….aqui.

O coração de Helena congelou ao invés dos constantes pulos e ela correu em direcao ao policial ferido.