As três crianças entraram, acompanhados logo em seguida de seus responsáveis e de Vanessa, na pequena loja do terceiro andar. Estavam bastante animados ante a possibilidade de ter seu instrumento mágico que também não viam a hora de usar. Cada um bateu uma vez na sineta em cima do balcão. Um senhora idosa, curvada, de cabelos brancos presos num coque e grandes óculos de lentes grossas, surgiu dos fundo da loja.

— Ora, ora! Boa tarde meus queridos!

Cumprimentou a senhora em sua voz fina.

— Boa tarde Dona Lobélia, esses três vieram comprar sua primeira varinha.

Disse, Vanessa retribuindo o cumprimento.

— Ora essa, Vanessa, minha querida, a quanto tempo! A última vez que esteve em minha loja, você tinha a idade dessas crianças. Demorou bastante para você ser escolhida por sua varinha.

— Escolhida pela varinha?

Perguntou Letícia sem entender.

— Sim sim minha querida é de conhecimento de todos, pelo menos dos fabricantes de varinhas que a varinha escolhe o bruxo, os motivos variam e são misteriosos, mas sim, a varinha escolhe o bruxo.

Disse Dona Lobélia colocando a mão atrás do balcão e retirando três fitas métricas.

— Se aproxime minha filha.

Chamou, Letícia. A menina se aproximou incerta. Dona Lobélia começou a tirar medidas de Letícia em seguida chamou Felipe deixando a fita de Letícia medi-la sozinha, repetiu o processo chamando Bernardo e depois se afastou para os fundos da loja deixando cada fita medindo sozinha cada criança.

— Já chega.

Disse Dona Lobélia carregando uma braçada de várias caixas compridas e as deixando em três pilhas em cima do balcão. Chamou cada criança indicando sua respectiva pilha de caixas e a incentivou a abri-las e testá-las. Felipe, Letícia e Bernardo fizeram o solicitado. Mal seguravam uma varinha Dona Lobélia tirava de suas mão e as jogava atrás do balcão.

Bernardo foi o primeiro a provocar um efeito, fazendo chover faíscas multi-coloridas da ponta da varinha.

— Muito bem! Muito bem, temos um escolhido.

Disse, animada Dona Lobélia e informou qual tipo de varinha era. Passou um tempo e foi a vez de Letícia e em seguida a de Felipe, cada uma demonstrando uma chuva impressionante de faíscas mágicas.

— Parabéns meus queridos, vocês foram escolhidos por ótimas varinhas!

Informou Dona Lobélia em seguida disse o preço de cada uma. Depois de pagarem e se despedirem da fabricante, para desagrado das crianças, Vanessa lhes informou que deixassem as varinhas guardadas nas caixas e só as usassem na Escola, pois como tinha dito antes, era proibido praticar qualquer magia fora de escola.

Como a tarde já estava terminando,  por insistência das crianças, fizeram uma pausa rápida para tomar sorvete. Antes de se despedirem e rumarem para a saída através da passagem do Sebo de Livros, combinaram de se encontrar no dia Primeiro de Março no local onde pegariam o transporte para a Escola de Magia Castelo Bruxo. Não viam a hora desse dia chegar.