7 fatos sobre Lily Evans escrita por Serena Blue


Capítulo 1
I - Lily Evans é diferente.


Notas iniciais do capítulo

EU SEI QUE DEVERIA ESTAR ATUALIZANDO MINHAS FANCTIONS EU SOU MUITO TERRÍVEL MAS NÃO RESISTI! Odin sabe o quanto eu sou uma viciada em Jily e bem, cá estou eu postando uma nova história again kkkkkkkkkk rindo de nervousier.
Bem, é isso gente, acho que já avisei tudo no disclaimer.
Não importa quantas vezes eu poste fic nova, acho que sempre ficarei nervosa hahaha
Beijinhus amores, aproveitem :D



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Lily Evans é diferente.

Jeito tosco de começar isso aqui, eu sei, mas “diferente” foi o primeiro adjetivo que eu encontrei para caracterizar Lily Evans.  Devo avisar que essa “lista” foi construída ao longo de minha convivência com Lily e eu cheguei a essa característica peculiar com apenas 12 anos quando ela veio com sua família para a minha cidade: Liverpool. A casa bege de n° 77, a frente da minha, logo não ficaria mais vazia. O ano era 1984 quando Evans tornou-se minha vizinha. Eu não sabia nada sobre ela naquela época, obviamente, mas pude notar, assim que ela saiu do carro branco de seu pai, que não era como as outras meninas da minha rua. A começar pela meia-calça  que vestia, de um verde intenso, coberta do que pareciam ser moranguinhos a adorná-la. A cor da roupa entrava em contraste com seus cabelos de um ruivo brilhante e pele branca. Não, ela não era a primeira garota ruiva que eu já tinha visto, mas era a primeira com meia-calça verde de moranguinhos.

Eu estava brincando com a bola de futebol quando ela chegou, até parei para observá-la um pouco, créditos à minha curiosidade. Mais três pessoas saíram do carro, os que eu julguei serem os pais e mais uma garota um pouco mais alta que Lily, cabelos louros e pescoço maior. Nenhum deles olhou para mim, ocupados em descarregar malas e outras coisas. Logo voltei minha atenção para a bola em meus pés, perdendo o interesse na chegada da família. Não a vi mais naquele dia, mas logo descobriria que nos encontraríamos de novo mais cedo do que eu pensava.

Foi em uma segunda feira, início das aulas no colégio interno Weastone que acabei esbarrando com ela. Literalmente.

Eu estava junto de Sirius Black, meu melhor amigo. Quando estávamos juntos não costumávamos ser muitos discretos e disso toda a escola sabia. A questão era que eu não ligava muito para o que os outros (principalmente meninas) pensavam de mim. Até ela chegar. Bom, mas isso é papo para outros capítulos.

 

— Você não pode estar falando sério! — Sirius exclamou com as mãos na cabeça. Caminhávamos pelo extenso corredor da escola, já acostumados a irmos em direção à primeira aula do dia vestindo aqueles uniformes cinza e vermelho. Nossa escola é no estilo anos 60 onde as vestimentas para meninos eram calças, suéteres e gravatas e para as meninas o mesmo, mas no lugar das calças elas tinham direito a saias na altura do joelho e meias. — Ingressos novinhos para o jogo das Harpias?!

— É claro que eu estou falando sério! — protestei fingindo insulto. — Meu pai comprou para nós no fim de semana passado. Vai ser muito irado! E ainda-

Senti algo colidir contra mim. Ou melhor, alguém.

— Opa, desculpa. — falei de imediato.

Vi que era uma garota e logo eu a reconheci. Os cabelos ruivos agora estavam presos no topo da cabeça em um rabo de cavalo firme. Vestia o uniforme da escola e, para a minha não tão surpresa assim, lá estavam elas: as meias-calças verdes com morangos. Sim, agora eu pude confirmar que eram mesmo morangos.

— Não foi nada. — respondeu com gentileza. Ajeitou a bolsa em seu ombro e me deu as costas para caminhar na direção oposta.

— Hey, espera! — pedi antes que ela começasse a se afastar. — Você é a garota que mora na frente da minha casa, não é? — perguntei já sabendo a resposta.

Ela franziu o cenho parecendo pesar minha pergunta. Acho que ela nunca havia me visto antes, mas foi então que eu me enganei.

— Ah, sou sim. E você é o garoto que fica jogando bola no quintal? — apontou para mim.

É, eu já deveria estar acostumado. As pessoas costumam me conhecer por ser, de fato, muito bom com futebol. Jogar era o que eu mais fazia no meu tempo livre, por isso quando ela me reconheceu não estranhei por muito tempo.

— Ah, sim. — passei as mãos pelos meus cabelos. — Sou James Potter e esse aqui é meu amigo Sirius Black.

Sirius se ajeitou quando foi mencionado e dirigiu-se à ela com um sorriso.

— E aí, ruiva?

— Prazer. — meneou a cabeça para nós dois. Eu e Sirius ficamos esperando ela se apresentar, mas a ruiva jamais o fez. Um silêncio quase constrangedor se instalou ali até eu me prontificar para constatar aquilo.

— Eu não sei o seu nome.

No mesmo instante o sinal do primeiro período de aula ressoou pelas paredes da escola, despertando os alunos de qualquer devaneio inclusive os meus.

— Porque eu não disse. — finalizou com um sorriso simples e caminhou em direção a sala de aula. Não foi grossa, não foi prepotente, apenas um tanto conservada, mas que rendeu a mim e a Sirius uns bons risos depois daquela quase conversa.

— Meio doidinha ela não? — opinou Sirius enquanto tentava abafar o riso.

— Pode crer. — confirmei observando-a se afastar. — Vamos antes que a diretora de um chilique por não estarmos em aula.

Digam-me, que tipo de garota não se apresenta em um momento propício para tal? Mais um motivo para dizer que Lily Evans era diferente. Mas, é claro que eu não sosseguei depois daquela conversa. Demorei muito tempo para descobrir o nome de Lily. E foi uma das tarefas mais árduas que eu já tinha cumprido com apenas 12 anos.

A segunda vez em que falei com ela, digamos que não foi uma conversa muito amigável. Naquele dia, eu descobri que o “diferente” de Lily equivalia à chatice.

Lembro como se fosse hoje o lançamento no novo single do Michael Jackson Thriller. Foi a sensação do momento com toda certeza. Eu tinha plugado o meu Walkman em uma caixa de som para apreciar a música do Michael em alto volume e aproveitei para fazer isso já que meus pais haviam ido ao supermercado. Esperava que nada nem ninguém me incomodasse por causa da música enquanto eu dançava em cima da minha cama com a vassoura que eu fingia ser um microfone. 

O som da campainha tocando ressoou pela casa.

Esqueceram as benditas chaves ou- — assim que abri a porta dou de cara com ela. Mantinha os braços cruzados em frente ao peito e um semblante sério. Parecia vestir uma espécie de pijama ou sei lá, mas não me detive muito a observar isso.

— Oi, então, o som está muito alto. — falou olhando fixamente para mim. É claro que o som estava alto, era Michael Jackson! Qualquer pessoa da minha idade acharia um insulto não escutar essas músicas no volume máximo.

— Eu sei, achei que não iria conseguir plugar o Walkman na caixa. Mas funcionou. — não sei por que compartilhei isso com ela, mas pensei ser um bom assunto para puxar conversa. Afinal foi para isso que veio, não?

— Claro, parabéns, mas o que eu quis dizer foi que já são quase nove horas e eu estou tentando estudar então se não se importa gostaria que abaixasse o volume.

— Ah… — foi um momento delicado. Eu ainda podia sentir meu coração batendo rápido por eu estar há poucos minutos pulando em cima da minha cama, aproveitando o tempo livre em que meus pais não estavam em casa. Mas aí vem essa garota que-não-fala-o-seu-nome bancando uma adulta chata me pedir para abaixar Thriller. Thriller!

— Sério? Mas nem é tão tarde e o que você tem de tão importante para estudar se estamos a recém no início do ano? — estranhei. Só o que me faltava ela ser uma daquelas CDF’s paranóicas.

— Certo, não estou estudando. Estou lendo e sua música realmente está incomodando não só a mim como também a vizinhança.

— Como tem tanta certeza disso?

— Nem todos estão a fim de terem os tímpanos obstruídos por causa da sua falta de bom senso.

— Esse todos, no caso, se resume à você. E tímpanos obstruídos? Fala sério no máximo uma vibraçãozinha no chão.

— Cruzes Potter, será que não dá para abaixar o volume só um pouquinho?! — nesse momento ela estava começando a ficar vermelha. Acho que tinha ficado irritada e eu não pude achar mais engraçado.

— Não. — respondi confiante.

— Ótimo! — ela bateu o pé. — Quando seus pais chegarem eu vou reclamar para eles.

— Como sabe que meus pais não estão em casa? Anda bisbilhotando? — crispei o olhar em sua direção.

Ao me ouvir ela bufou com raiva.

— Eu não sou bisbilhoteira! Sei disso porque nenhum pai e mãe, em sã consciência, deixaria o filho colocar o som nessa altura se estivessem em casa.

— Deixa de ser chata, não precisa reclamar para eles. — dessa vez foi eu que bufei. — Eu abaixo o som.

— Obrigada! É muita gentileza sua. — disse com ironia. Deu-me as costas quase acertando o cabelo ruivo na minha cara quando o fez.

— Mais alguma coisa que eu possa fazer para o seu total conforto? — elevei minha voz para que ela escutasse enquanto se afastava.

Olhou para mim e revirou os olhos, abstendo-se de responder. Fechei a porta, um pouco indignado. O que eu tinha feito para receber de brinde uma vizinha chata?

Caminhei até meu quarto e abaixei a música do Michael aproveitando para dar uma espiada pela janela à casa da frente. Ela estava voltando para casa. Atravessou o quintal à passos rápidos e em seguida entrou. O quarto dela ficava no segundo andar, o que me fornecia uma visão completa do recinto já que o meu também ficava nessa altura. Mais alguns segundos e eu pude ver o farol do carro dos meus pais iluminado a rua. Agora mesmo é que eu não conseguiria escutar thriller no máximo volume. Obrigado Miss chatinha.

Miss chatinha foi o apelido que dei a Lily antes de saber seu nome e devo dizer que mesmo depois que eu o descobri não deixei de chamá-la assim. Logo não demorou muito para o apelido chegar ao conhecimento de Sirius também e foi assim que começamos a nos referir a ela.

Esse apelido intensificou-se ainda mais na segunda semana de aula. Eu achei que Lily fosse chata só comigo, sei lá talvez por ser minha vizinha, mas ela mostrou-se pior ainda com Sirius. Os dois divergiam bastante nas opiniões e é claro que Sirius a provocava mais do que eu.

Nós dois estávamos nos jardins da escola, provando as dezenas de chicletes ardentes que compramos em uma loja de guloseimas. Bastava colocar aquilo na boca que sua língua, em menos de dois minutos, inchava e ardia. Disputávamos quem conseguia ficar mais tempo com o chiclete na boca. Estava tudo tranquilo até Sirius resolver chamar um menininho do primário para experimentar aquilo também.

— Ei, Lucas! — chamou-o quando passava por nós. O garotinho chegou mais perto um tanto acanhado. — Vem cá, não vamos te machucar. — assegurou.

— E aí, rapaz, beleza? — perguntei com um sorriso. Lucas acenou confirmando, mas ainda tímido.

— Quer um chiclete? Esses aqui são muito bons. — Sirius pegou de seu bolso uma embalagem maior do que as outras e ofereceu à Lucas. O garotinho encarou a guloseima e titubeou.

— São aqueles chicletes que ardem, não é? — perguntou incerto. Sirius e eu nos entreolhamos e reviramos os olhos.

— Ardem nada. — Sirius respondeu. — Vamos, não está com medo de um chicletezinho, está?

Ao ouvi-lo, Lucas franziu o cenho e negou rapidamente com a cabeça. Ergueu a mão e pegou o chiclete sem hesitar, abrindo-o e colocando-o na boca.

Sirius e eu aguardamos ansiosos, pela reação do menino e não nos mantivemos sérios quando os olhos de Lucas começaram a ficar vermelhos assim como suas bochechas.

— Viu? Não está ardendo, né? — Sirius incentivou-o e Lucas negou embora estivesse evidente que sim. — Bom garoto! — deu dois tapinhas nas costas dele que logo saiu dali o mais rápido que conseguiu. Tão rápido que não viu ela passando por ali e acabou esbarrando em seu corpo.

— Hey, está tudo bem? — perguntou a Lucas. Não demorou nem um minuto e ele cuspiu o chiclete enquanto eu e Sirius gargalhávamos. Trocaram mais algumas palavras e então a ruiva veio em nossa direção com cara de poucos amigos.

— Francamente, não acredito que você fez isso. — dirigiu-se a Sirius. Era baixinha se comparada a ele, por isso teve de erguer o rosto enquanto mantinha o olhar fixo em meu amigo.

— Fiz o que? — Sirius inquiriu fingindo não saber do que se tratava.

— Você deu um chiclete que arde para um garotinho de 7 anos! — protestou, indignada.

— Ah, fala sério Miss — hesitou um pouco. — Ruiva. Nem arde tanto assim.

— O paladar das crianças é mais sensível caso não saiba. — cruzou os braços e manteve-se firme diante de nós.

— E daí? Ele não vai morrer por causa disso. Se duvidar até gostou. — Sirius olhou para mim buscando apoio e eu confirmei com a cabeça.

— É garota, não teve nada demais nisso. — acrescentei.

— Vê se relaxa viu? — Sirius ergueu os dois braços para ela como se tivesse exorcizando-a. Ajeitamos nossas mochilas no ombro e saímos dali.

Ainda podia sentir o olhar dela em minhas costas quando Sirius comentou:

— Essa Miss Chatinha vou te contar, cruz credo.

— Nem me fale. — suspirei. — E ainda é minha vizinha.

Nossos primeiros contatos não foram dos melhores admito, mas não me importei muito na época. Eu esperava logo não ter de aturar muito Lily Evans, mas nossas interações só aumentaram depois disso. Mas pelo menos eu sabia uma coisa sobre ela (e não era seu nome, por enquanto). Ela era diferente.


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Notas finais do capítulo

E aí amores? O que acharam?



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