Faded Hearts escrita por Yukime Harukaze


Capítulo 25
Quem Matou a Selene?


Notas iniciais do capítulo

Olá caros aventureiros do Nyah!
Essa semana temos um capitulo que resumi 3 deles na versão original. Vim agilizando a historia para não ficar enrolada, mas não estou conseguindo vir postar eles aqui no site e a ideia de trazer mais capítulos está na minha mente, só falta por em pratica né ^^



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Não consigo controlar meus impulsos protetores ao ver a Selene naquele estado. É aquela mesma menina com vestido bege floral cheio de detalhes rosa, a raposa de pelúcia e que sempre estava sorrindo.

Brooum!

−Hector!

−Hector! Acalme-se, por favor!

−Hector, a dimensão está causando tremores de novo, você tem que ficar calmo.

−A dimensão parece reagir a você também.

Ouço a voz do Kevin, enquanto mantenho a Selene abraçada no meu colo.

−Hector, o relógio do seu bolso... pegue ele... tem algo estranho acontecendo.

A Fior me alerta da melodia que o relógio lunar toca logo que eu vi a cena, mas porque ele está tocando justamente agora?

−Huh?... Relógio?

−A melodia lunar... está tocando.

Deito a Selene no chão e procuro o relógio no bolso da minha calça.

Click!

−Escute a melodia lunar e seu caminho vai iluminar...

−Era isso que estava escrito na carta da minha mãe, que ainda não terminei de ler.

Seguro o relógio na minha mão direita e coloco a esquerda próximo a minhas orelhas. Concentro minha mente na melodia melancólica da lua, esquecendo da minha visão e ignorando o que acontece a minha volta por um curto tempo.

A Selene que eu vi é diferente da que eu conheço, ela é sorridente, alegre, se veste diferente e....

−É isso!

−Os olhos dela... são azuis, a Selene que eu conheço tem olhos vermelhos.

A melodia começa a clarear minha mente e abre meus olhos para a verdade, então limpo meu rosto e fico de pé diante a Selene no chão sem vida, que aos poucos desaparece como areia soprada pelo vento.

−Hector, você está bem?

Novamente ouço a voz do Kevin com um tom preocupado.

−Sim, por hora.

−O relógio me ajudou a voltar a realidade.

A melodia parou de tocar, logo que respondo o Kevin calmamente.

−Então está tudo bem.

−A cena que você viu é a mesma que eu vi quando entrei correndo na mansão, logo que vi ela em chamas no lado de fora.

−A primeira coisa que pensei foi salvar a Selene, mas quando cheguei no quarto me deparei com ela caindo na minha frente e uma estranha presença por perto.

Uma estranha presença, algo como um assassino talvez. Mas por onde ele entrou?

−É difícil de entrar aqui sem ser visto, só pode ser alguém que conheça o cômodo.

−Espera! Quem é você?

−Não fuja.

Quando estava observando o quarto, um pouco iluminado pela luz do fogo alto no lado de fora, percebo uma sombra por outra área com cortinas nos lados e tento segui-lo.

−Isso é uma outra entrada?

−Parece um pequeno palco para brincar com as bonecas, mas... tem um corredor a esquerda quando entra nele.

Logo que adentro no local percebo um caminho secreto por traz do pequeno palco feito para a Selene brincar com suas bonecas.

−Kevin, tem um corredor através do palco do quarto.

−Alguém sabia desse caminho secreto?

É realmente estranho, tendo em conta que essa parte da casa é na verdade uma torre criada após a construção da mansão.

−Um caminho secreto? No palco da Selene?

−O tio dela deve ter feito isso, ele protegia ela como uma joia numa caixinha de música e provavelmente usava esse espaço para vigia-la.

Kevin parece conhecer muito bem o tio dela, a forma que afirmou tal situação comprova isso.

Começo a percorrer o local e à medida que percorro o corredor estreito e escuro, sigo ele tocando nas paredes para compensar a dificuldade de ver.

−Está ficando quente aqui, o fogo está se espalhando mais rápido do que pensei.

−É o fim do caminho?

−Não, ele continua.

Sinto um desnível no piso, parecendo ser uma escadaria para baixo. A temperatura do local aumenta cada vez mais e antes mesmo de perceber o quão quente está, começa a escorrer gostas da minha testa pelo meu rosto.

−Como alguém consegue se movimentar rápido por esse corredor apertado?

−Para ajudar, o fogo lá fora está ficando pior a cada segundo.

Reclamo para mim mesmo da situação que me encontro, mas quero encontrar a pessoa misteriosa que estava nesse corredor e assassinou a Selene.

Quanto mais desço os degraus, mais quente e sufocante fica, as paredes estão quentes também e começo a ter dificuldades de respirar por causa da falta de ar no caminho todo.

−Até onde vai essa escadaria?

−Não parece que vem do térreo.

Em uma parte da parede não consigo sentir o calor quando toco em cada pedra dela.

−Um caminho subterrâneo. Será?

−Ainda está quente por aqui, mas os degraus estão acabando.

Olhando para baixo vejo um piso não muito longe de onde estou, segue até ficar abaixo da torre onde a Selene passava a praticamente o dia todo.

−Hmm... uma porta bruta de madeira.

−Hurmm... Uff... está trancada.

Continuo até chegar no fim da escadaria, onde encontro uma porta de madeira grossa com uma abertura por onde consigo ver a continuação do corredor, só que dessa vez iluminado por tochas.

−Parece ir para bem longe.

−Hmm... como vou abrir você sem fazer barulho?

Imagino alguma forma de forçar a porta sem que eu tenha de destruir com alguma magia e causar um tremendo barulho sem necessidade.

−Hector! Escute, estou vendo onde você está.

−Essa porta é diferente das normais que eu via na torre, ela é forte, mas assim como as outras tem uma falha nas dobradiças.

−Se você conseguir tirar os pinos no outro lado, você pode forçar a porta para passar por ela abaixado porque a trava tem formato de triangulo e talvez até solte a porta.

Kevin me dá uma ideia sobre como passar pela porta, mas não sei se isso realmente vá funcionar e duvido que seja tão fácil assim.

−Os pinos das dobradiças?

−Mesmo que eu consiga, tem a lingueta da trava que vai me atrapalhar, aí terei que forçar ela para entortar e abrir o caminho.

Seguindo pela lógica do caixilho e a trava das portas, por meios normais, eu não terei tanta força para isso.

−Tente retirar os pinos e usar alguma magia para empurrar a porta.

−Precisamos agir rápido, fora o tremor que você causou, vem acontecendo outros por aqui.

Kevin tenta por pressão sobre mim e propõe uma forma de agir, possivelmente ideia da Fior.

−O problema aqui é som e como a estrutura está, se não tudo pode cair em mim.

−Eu queria evitar que soubessem da minha presença, mas... já que é o único jeito.

Tomo uma distancia necessária para poder executar alguma magia sem riscos, concentro a magia em minhas mãos até atingir um brilho azul e então junto minhas mãos causando uma onda de energia.

−Quer saber? Vou tentar usar essa energia para aumentar a força sobre a porta.

−Hurmm...

Trick! Poof!

Usei a energia magia para fazer pressão sobre a trava da porta, mas no fim acabei arrebentando as travas e os pinos do caixilho.

−Opa-papa! Aee... consegui!

−Não era o resultado que eu esperava, mas pelo menos não fiz tanto barulho.

Coloco a porta que tirei do lugar no lado direito do corredor e continuo a frente, agora com mais cautela porque se tudo está iluminado significa que tem alguém usando esse caminho.

É uma longa caminhada em linha reta e o calor que eu sentia na entrada aos poucos desaparece como se nunca existisse, não tem circulação de ar e começa a ficar difícil de respirar.

−É difícil de imaginar que tal caminho existia por baixo daquela mansão.

−Não entendo porque fizeram isso?

Enquanto caminhava fiquei pensando comigo mesmo sobre as coisas que vi desde quando entrei pelo corredor daquela memoria da Selene.

−Eu também não entendo isso.

−Criar uma passagem secreta para o quarto da Selene é algo muito estranho, sendo que ela é só uma menina.

Kevin acaba por falar sua opinião sobre o que estou descobrindo no decorrer dessa pequena aventura pela mansão.

−Sim, completamente estranho.

−Isso quer dizer que ela estava sob a vigia de alguém esse tempo todo.

Também significa, que não confiavam nela e nem em quem visitava ela no seu quarto.

−Concordo, o fato dela ficar presa naquele quarto era difícil de aceitar.

−Huh! Veja parece que tem outra porta logo a frente.

Sem perceber caminhei rápido e cheguei ao outro lado da longa passagem, novamente de frente com mais uma porta.

−Deixe-me ver.

Tentei abrir a porta normalmente.

Geehk!

−Está aberta!

Cautelosamente, olho para o cômodo a minha frente.

−Não pode ser!

Quando finalmente entro na sala, vejo o mesmo quarto que encontrei a Selene morta. Todos os detalhes são exatamente iguais, o palco para as bonecas, as estantes com os brinquedos, a cama arrumada com detalhes em xadrez, os azulejos seguindo os detalhes da malha em xadrez também.

−Hector, você voltou o caminho para o quarto da Selene?

Eu esperava que ele perguntasse tal coisa, até porque não dá para acreditar que estou no quarto dela de novo.

−Não, segui o caminho a frente e abri a porta no final do corredor.

−No fim, parece que estou no quarto dela novamente.

Olho para o corredor para confirmar minha situação e vou até o centro do quarto.

−Um quarto subterrâneo não faz sentido para mim.

−Ser exatamente igual ao outro é o que me assusta.

Tenho que concordar com ele, o quarto aqui é estranho, pelo fato de tudo estar na mesma posição do outro, fazendo ele ser igual ou exatamente igual ao original.

−Sim, vou procurar por uma saída.

Fico distraído com os bichos de pelúcia e as bonecas da estante ao lado do palco.

−Você chegou até aqui para me visitar?

Uma garota igual a Selene aparecer nas sombras do palco, a voz dela é a mesma da garota que vi nas memorias, mas seu cabelo e as sobrancelhas são brancos.

−Se-Selene?

−É você mesma?

Ela é igual a Selene, a altura, a trança no cabelo, os detalhes no rosto também.

−Porque você pergunta isso?

−Você sempre vem me visitar todo os dias, mas de repente, disseram que você estava morto.

Ela olha para mim cuidadosamente, enquanto segura a raposa de pelúcia com a mão esquerda.

Me pergunto de onde ela me conhece.

−Raposa veja, é ele.

−Meu benevolente e querido.

A menina pega a raposa com ambas as mãos, virando o bicho de pelúcia para me ver e sorri contente com a minha presença.

Meu objetivo era encontrar quem matou a Selene, mas no fim acabei em uma situação onde uma garota igual a ela me conhece e não faço a mínima ideia de quem ela é.

−Ei! Porque você está tão quieto assim?

−Venha, vamos tomar um pouco de chá.

Ela corre para o lado contrário do palco do quarto para uma bela mesa de chá branca com cadeiras cheias de detalhes delicados.

−Vamos rápido, antes que você tenha de ir.

O olhar dela lembra de um gato sem dono, pedindo comida e fazendo aquele olhar fofo e difícil de negar seus pedidos.

Brooum!

−Isso de novo.

Não está parecendo a Selene reagindo as memorias dessa vez, é algo diferente e mais forte.

Brooum!

−GyaAHH!

Ela cai de joelhos com ambas as mãos na cabeça e o tremor começa a aumentar a intensidade a cada segundo que passa.

−Espera-ei, você está bem?

Me aproximo dela para ajudar, mas me desequilibro na metade do caminho com a força que o chão treme.

−Isso doí, faça isso parar, por favor.

−Minha cabeça dói muito.

Essa garota tem ligação com a dimensão, mas não parece ser uma memória como as outras coisas. A aparência dela é bem parecida com a da Selene, a idade, traços físicos e a voz. Porém a cor do cabelo, os olhos azuis e o vestido branco com detalhes mais femininos com luvas e cordas sob as costas e os braços.

−Hector! A memória está se desfazendo.

−Vou ter que tirar você e a Fior daqui.

Kevin conversa comigo e parece que ela não consegue ouvir a voz dele, estando inquieta de joelhos com dor de cabeça.

−Não, espera Kevin.

−Agor-

Antes que eu pudesse terminar de falar com ele, uma forte luz vem até mim como um flash.

Algo naquela garota chama a minha atenção, assim como a Selene, sinto que eu já conhecia ela e essa menina de cabelos brancos também.

Não posso compreender tal sensação familiar. O que carrego comigo para atrair tal situação?


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Notas finais do capítulo

A cada capitulo que passa temos um envolvimento maior do Hector no passado da Selene. Qual será a causa disso?
Até eu mesmo fico curioso.



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