Faded Hearts escrita por Yukime Harukaze
Notas iniciais do capítulo
Olá caros aventureiros do Nyah!
Essa semana temos um capitulo que resumi 3 deles na versão original. Vim agilizando a historia para não ficar enrolada, mas não estou conseguindo vir postar eles aqui no site e a ideia de trazer mais capítulos está na minha mente, só falta por em pratica né ^^
Não consigo controlar meus impulsos protetores ao ver a Selene naquele estado. É aquela mesma menina com vestido bege floral cheio de detalhes rosa, a raposa de pelúcia e que sempre estava sorrindo.
Brooum!
−Hector!
−Hector! Acalme-se, por favor!
−Hector, a dimensão está causando tremores de novo, você tem que ficar calmo.
−A dimensão parece reagir a você também.
Ouço a voz do Kevin, enquanto mantenho a Selene abraçada no meu colo.
−Hector, o relógio do seu bolso... pegue ele... tem algo estranho acontecendo.
A Fior me alerta da melodia que o relógio lunar toca logo que eu vi a cena, mas porque ele está tocando justamente agora?
−Huh?... Relógio?
−A melodia lunar... está tocando.
Deito a Selene no chão e procuro o relógio no bolso da minha calça.
Click!
−Escute a melodia lunar e seu caminho vai iluminar...
−Era isso que estava escrito na carta da minha mãe, que ainda não terminei de ler.
Seguro o relógio na minha mão direita e coloco a esquerda próximo a minhas orelhas. Concentro minha mente na melodia melancólica da lua, esquecendo da minha visão e ignorando o que acontece a minha volta por um curto tempo.
A Selene que eu vi é diferente da que eu conheço, ela é sorridente, alegre, se veste diferente e....
−É isso!
−Os olhos dela... são azuis, a Selene que eu conheço tem olhos vermelhos.
A melodia começa a clarear minha mente e abre meus olhos para a verdade, então limpo meu rosto e fico de pé diante a Selene no chão sem vida, que aos poucos desaparece como areia soprada pelo vento.
−Hector, você está bem?
Novamente ouço a voz do Kevin com um tom preocupado.
−Sim, por hora.
−O relógio me ajudou a voltar a realidade.
A melodia parou de tocar, logo que respondo o Kevin calmamente.
−Então está tudo bem.
−A cena que você viu é a mesma que eu vi quando entrei correndo na mansão, logo que vi ela em chamas no lado de fora.
−A primeira coisa que pensei foi salvar a Selene, mas quando cheguei no quarto me deparei com ela caindo na minha frente e uma estranha presença por perto.
Uma estranha presença, algo como um assassino talvez. Mas por onde ele entrou?
−É difícil de entrar aqui sem ser visto, só pode ser alguém que conheça o cômodo.
−Espera! Quem é você?
−Não fuja.
Quando estava observando o quarto, um pouco iluminado pela luz do fogo alto no lado de fora, percebo uma sombra por outra área com cortinas nos lados e tento segui-lo.
−Isso é uma outra entrada?
−Parece um pequeno palco para brincar com as bonecas, mas... tem um corredor a esquerda quando entra nele.
Logo que adentro no local percebo um caminho secreto por traz do pequeno palco feito para a Selene brincar com suas bonecas.
−Kevin, tem um corredor através do palco do quarto.
−Alguém sabia desse caminho secreto?
É realmente estranho, tendo em conta que essa parte da casa é na verdade uma torre criada após a construção da mansão.
−Um caminho secreto? No palco da Selene?
−O tio dela deve ter feito isso, ele protegia ela como uma joia numa caixinha de música e provavelmente usava esse espaço para vigia-la.
Kevin parece conhecer muito bem o tio dela, a forma que afirmou tal situação comprova isso.
Começo a percorrer o local e à medida que percorro o corredor estreito e escuro, sigo ele tocando nas paredes para compensar a dificuldade de ver.
−Está ficando quente aqui, o fogo está se espalhando mais rápido do que pensei.
−É o fim do caminho?
−Não, ele continua.
Sinto um desnível no piso, parecendo ser uma escadaria para baixo. A temperatura do local aumenta cada vez mais e antes mesmo de perceber o quão quente está, começa a escorrer gostas da minha testa pelo meu rosto.
−Como alguém consegue se movimentar rápido por esse corredor apertado?
−Para ajudar, o fogo lá fora está ficando pior a cada segundo.
Reclamo para mim mesmo da situação que me encontro, mas quero encontrar a pessoa misteriosa que estava nesse corredor e assassinou a Selene.
Quanto mais desço os degraus, mais quente e sufocante fica, as paredes estão quentes também e começo a ter dificuldades de respirar por causa da falta de ar no caminho todo.
−Até onde vai essa escadaria?
−Não parece que vem do térreo.
Em uma parte da parede não consigo sentir o calor quando toco em cada pedra dela.
−Um caminho subterrâneo. Será?
−Ainda está quente por aqui, mas os degraus estão acabando.
Olhando para baixo vejo um piso não muito longe de onde estou, segue até ficar abaixo da torre onde a Selene passava a praticamente o dia todo.
−Hmm... uma porta bruta de madeira.
−Hurmm... Uff... está trancada.
Continuo até chegar no fim da escadaria, onde encontro uma porta de madeira grossa com uma abertura por onde consigo ver a continuação do corredor, só que dessa vez iluminado por tochas.
−Parece ir para bem longe.
−Hmm... como vou abrir você sem fazer barulho?
Imagino alguma forma de forçar a porta sem que eu tenha de destruir com alguma magia e causar um tremendo barulho sem necessidade.
−Hector! Escute, estou vendo onde você está.
−Essa porta é diferente das normais que eu via na torre, ela é forte, mas assim como as outras tem uma falha nas dobradiças.
−Se você conseguir tirar os pinos no outro lado, você pode forçar a porta para passar por ela abaixado porque a trava tem formato de triangulo e talvez até solte a porta.
Kevin me dá uma ideia sobre como passar pela porta, mas não sei se isso realmente vá funcionar e duvido que seja tão fácil assim.
−Os pinos das dobradiças?
−Mesmo que eu consiga, tem a lingueta da trava que vai me atrapalhar, aí terei que forçar ela para entortar e abrir o caminho.
Seguindo pela lógica do caixilho e a trava das portas, por meios normais, eu não terei tanta força para isso.
−Tente retirar os pinos e usar alguma magia para empurrar a porta.
−Precisamos agir rápido, fora o tremor que você causou, vem acontecendo outros por aqui.
Kevin tenta por pressão sobre mim e propõe uma forma de agir, possivelmente ideia da Fior.
−O problema aqui é som e como a estrutura está, se não tudo pode cair em mim.
−Eu queria evitar que soubessem da minha presença, mas... já que é o único jeito.
Tomo uma distancia necessária para poder executar alguma magia sem riscos, concentro a magia em minhas mãos até atingir um brilho azul e então junto minhas mãos causando uma onda de energia.
−Quer saber? Vou tentar usar essa energia para aumentar a força sobre a porta.
−Hurmm...
Trick! Poof!
Usei a energia magia para fazer pressão sobre a trava da porta, mas no fim acabei arrebentando as travas e os pinos do caixilho.
−Opa-papa! Aee... consegui!
−Não era o resultado que eu esperava, mas pelo menos não fiz tanto barulho.
Coloco a porta que tirei do lugar no lado direito do corredor e continuo a frente, agora com mais cautela porque se tudo está iluminado significa que tem alguém usando esse caminho.
É uma longa caminhada em linha reta e o calor que eu sentia na entrada aos poucos desaparece como se nunca existisse, não tem circulação de ar e começa a ficar difícil de respirar.
−É difícil de imaginar que tal caminho existia por baixo daquela mansão.
−Não entendo porque fizeram isso?
Enquanto caminhava fiquei pensando comigo mesmo sobre as coisas que vi desde quando entrei pelo corredor daquela memoria da Selene.
−Eu também não entendo isso.
−Criar uma passagem secreta para o quarto da Selene é algo muito estranho, sendo que ela é só uma menina.
Kevin acaba por falar sua opinião sobre o que estou descobrindo no decorrer dessa pequena aventura pela mansão.
−Sim, completamente estranho.
−Isso quer dizer que ela estava sob a vigia de alguém esse tempo todo.
Também significa, que não confiavam nela e nem em quem visitava ela no seu quarto.
−Concordo, o fato dela ficar presa naquele quarto era difícil de aceitar.
−Huh! Veja parece que tem outra porta logo a frente.
Sem perceber caminhei rápido e cheguei ao outro lado da longa passagem, novamente de frente com mais uma porta.
−Deixe-me ver.
Tentei abrir a porta normalmente.
Geehk!
−Está aberta!
Cautelosamente, olho para o cômodo a minha frente.
−Não pode ser!
Quando finalmente entro na sala, vejo o mesmo quarto que encontrei a Selene morta. Todos os detalhes são exatamente iguais, o palco para as bonecas, as estantes com os brinquedos, a cama arrumada com detalhes em xadrez, os azulejos seguindo os detalhes da malha em xadrez também.
−Hector, você voltou o caminho para o quarto da Selene?
Eu esperava que ele perguntasse tal coisa, até porque não dá para acreditar que estou no quarto dela de novo.
−Não, segui o caminho a frente e abri a porta no final do corredor.
−No fim, parece que estou no quarto dela novamente.
Olho para o corredor para confirmar minha situação e vou até o centro do quarto.
−Um quarto subterrâneo não faz sentido para mim.
−Ser exatamente igual ao outro é o que me assusta.
Tenho que concordar com ele, o quarto aqui é estranho, pelo fato de tudo estar na mesma posição do outro, fazendo ele ser igual ou exatamente igual ao original.
−Sim, vou procurar por uma saída.
Fico distraído com os bichos de pelúcia e as bonecas da estante ao lado do palco.
−Você chegou até aqui para me visitar?
Uma garota igual a Selene aparecer nas sombras do palco, a voz dela é a mesma da garota que vi nas memorias, mas seu cabelo e as sobrancelhas são brancos.
−Se-Selene?
−É você mesma?
Ela é igual a Selene, a altura, a trança no cabelo, os detalhes no rosto também.
−Porque você pergunta isso?
−Você sempre vem me visitar todo os dias, mas de repente, disseram que você estava morto.
Ela olha para mim cuidadosamente, enquanto segura a raposa de pelúcia com a mão esquerda.
Me pergunto de onde ela me conhece.
−Raposa veja, é ele.
−Meu benevolente e querido.
A menina pega a raposa com ambas as mãos, virando o bicho de pelúcia para me ver e sorri contente com a minha presença.
Meu objetivo era encontrar quem matou a Selene, mas no fim acabei em uma situação onde uma garota igual a ela me conhece e não faço a mínima ideia de quem ela é.
−Ei! Porque você está tão quieto assim?
−Venha, vamos tomar um pouco de chá.
Ela corre para o lado contrário do palco do quarto para uma bela mesa de chá branca com cadeiras cheias de detalhes delicados.
−Vamos rápido, antes que você tenha de ir.
O olhar dela lembra de um gato sem dono, pedindo comida e fazendo aquele olhar fofo e difícil de negar seus pedidos.
Brooum!
−Isso de novo.
Não está parecendo a Selene reagindo as memorias dessa vez, é algo diferente e mais forte.
Brooum!
−GyaAHH!
Ela cai de joelhos com ambas as mãos na cabeça e o tremor começa a aumentar a intensidade a cada segundo que passa.
−Espera-ei, você está bem?
Me aproximo dela para ajudar, mas me desequilibro na metade do caminho com a força que o chão treme.
−Isso doí, faça isso parar, por favor.
−Minha cabeça dói muito.
Essa garota tem ligação com a dimensão, mas não parece ser uma memória como as outras coisas. A aparência dela é bem parecida com a da Selene, a idade, traços físicos e a voz. Porém a cor do cabelo, os olhos azuis e o vestido branco com detalhes mais femininos com luvas e cordas sob as costas e os braços.
−Hector! A memória está se desfazendo.
−Vou ter que tirar você e a Fior daqui.
Kevin conversa comigo e parece que ela não consegue ouvir a voz dele, estando inquieta de joelhos com dor de cabeça.
−Não, espera Kevin.
−Agor-
Antes que eu pudesse terminar de falar com ele, uma forte luz vem até mim como um flash.
Algo naquela garota chama a minha atenção, assim como a Selene, sinto que eu já conhecia ela e essa menina de cabelos brancos também.
Não posso compreender tal sensação familiar. O que carrego comigo para atrair tal situação?
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A cada capitulo que passa temos um envolvimento maior do Hector no passado da Selene. Qual será a causa disso?
Até eu mesmo fico curioso.