Faded Hearts escrita por Yukime Harukaze


Capítulo 22
O Gato Cherry


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal!

A semana passada fiquei com mais um bloqueio criativo que demorei um pouco para sair, mas graças a ele a historia chegou ao ponto mais importante e nos aproximamos do ultimo gatilho para a historia começar a fluir mais próxima do objetivo do personagem.



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Durante a nossa passagem pelas barracas, nos separamos em dois grupos para ver o que tinha nas ruas paralelas a avenida principal e acabei me separando de todos, quando fiquei sobre a ponte do mesmo rio que vem da cidade onde enfrentamos o Grim.

−O que estou fazendo de errado?

−Parece que tudo está parado e devagar, como se algo quisesse que fosse assim.

Fico de braços cruzados no lado da ponte e olho para meu reflexo junto ao da lua cheia que está mais próxima nessa noite.

As aguas cristalinas que correm por uma correnteza leve, carregam um som calmo durante a noite. Até uma pétala branca de flor cair sobre a agua e passar lentamente por minha visão.

−Isto é... um sinal?

−Não... é outra coisa.

A pétala de flor mexe comigo de forma que fico preocupado com algo que está prestes a acontecer.

Nós de Aeternam consideramos a presença de pétalas em momentos de reflexão como sinais de perigo ou mudança, é como uma crença própria que existe a séculos na nossa cultura.

−Acredito que é melhor voltar para o meu quarto, terminar essa noite será bom e posso acordar com mente mais concentrada.

Desapoio da ponte e volto pelo caminho que vim para encontrar o outros.

Meu tempo de pensamento na ponte foi curto, mas é certo que ele me indica que mudanças estão por vir.

Só não sei qual tipo de mudança estamos falando.

Então continuo a caminhar passando pelas ruas cheias de pessoas e também nas barracas. Ao longe avisto a Fior e as outras sobre aquela barraca de arco e flecha que passamos anteriormente e a May acena de longe chamando a minha atenção.

Não tem como perde-las de vista, é só procurar por 4 mulheres altas com uma coloração diferente de cabelo.

−Você sumiu, onde estava?

−Fiquei preocupada pensando que estava perdido na cidade.

May fala com um tom mais baixo e demonstrando uma alegria em seu rosto.

−Estava passeando pela cidade e parei na ponte do rio para pensar um pouco.

Não falei sobre o que estava pensando para que não tenha de preocupar com o que atormenta meus pensamentos.

−Só isso? Então está tudo bem.

−Paramos aqui porque Fior quer se desafiar e acertar aquele urso grande.

May mostra o que a Fior busca como prêmio, mas da mesma forma que a Selene, ela não consegue acertar por algum motivo.

−A-ahn... porque eu não consigo acertar um urso grande desse jeito?

−Se fosse com armas, eu acertaria fácil.

Ela reclama frustrada com um tom choroso e infantil.

−Fior, segura a respiração quando for atirar, assim você terá a precisão que precisa.

−Quanto a mira use a ponta da flecha ou usa o dedo indicador apontando para o urso.

Não sei porque ela quer tanto aquele urso de pelúcia, será que é algum hobby?

Conhecendo ela, não duvido que tenha uma coleção de bichos de pelúcia ou algo do tipo.

−Isso vai dar certo?

Aceno com a cabeça confirmando sua dúvida.

Observo ela fazer as coisas com base na minha opinião, ela posiciona o arco com a flecha na direção do urso concentrando sua visão, ela toma folego e segura sua respiração para atirar.

Zzzin! Pow!

−Ah! Eu acertei?

−Incrível! Eu consegui apenas segurando a respiração, hehe!

Ela pega o urso do dono da barraca com um grande sorriso em seu rosto.          

Você realmente não mudou nada nesses 5 anos Fior, continua sendo aquela menina alegre e energética.

−Então, está na hora de voltarmos.

−Embora o festival continue o dia inteiro amanhã, não podemos ficar aqui por muito tempo.

Após a Fior pegar o bicho de pelúcia, May parece querer voltar para descansar.

Todos nós concordamos com ela, acenando com a cabeça e começamos a caminhar pelo caminho de volta.

 

~~~~~~~~~~~~

 

Na grande sala da pensão que estamos, ficamos conversando sobre o festival e a falta de duas pessoas começou a nos preocupar.

−A propósito, onde estão a Selene e o Leon?

−Eles foram para as ruas mais distantes, ver o desfile dos bonecos gigantes.

Fior fica curiosa diante da demora dos dois para retornar.

Normalmente, Selene não fica muito próxima do Leon por desconfiar muito dele. Ou talvez, eu esteja sendo muito duro com ela em relação a seu comportamento.

−Hmm... isso não é bom.

Fiore acaba de roubar a minha frase, quando sinto cheiro de problemas.

−Porque? Irmã, tem algo que você sabe?

Fior não pensa muito em perguntar, até porque a Fiore desconfiar das coisas não é comum.

−Leon disse que mesmo vindo junto conosco, ele também procura investigar uma Sombra em questão, mas ele iria precisar da ajuda de alguém especifico.

−Pode ser que ele usou a Selene.

Ela olha para suas mãos juntas e inquietas sobre suas pernas.

−Uma Sombra?...

−Que tipo de Sombra? Ele sabe de alguma coisa importante?

Fior começa a encher a sua irmã de perguntas, não dando tempo para mim faze-las.

−Hmm! Ele falou sobre uma Sombra que possa estar diretamente subordinada ao Chaos.

−Mais precisamente, a Vontade do Chaos.

Agora sim fiquei curioso sobre o quem é essa vontade que ela disse.

−Vontade do Chaos?

−Nunca soube de algo chamado dessa forma.

A dúvida da Fior é mesma que a minha, até porque ela é membra da Arcadia e suponho que ela deveria saber.

−Essa é uma teoria antiga na Arcadia, mas ele estava decidido a comprovar isso.

−Segundo Isaac Grave, o núcleo do Chaos tem consciência própria e controla todas as Sombras, que são suas criações.

−Apesar de parecer absurda, 3 dos 5 membros do conselho da Arcadia, acreditam nessa hipótese e querem saber a verdade.

Fiore explica as teorias da Arcadia para nós e demonstrando um certo desgosto de contar sobre isso, talvez porque tinha que manter isso em segredo.

−Entendi, mas e quanto a tal Sombra ligada a Vontade do Chaos.

−Qual é?

Você está que está hoje hein, Fior. Não consigo nem se quer entrar na conversa para tirar minhas dúvidas.

−O gato Cherry.

Ela olha diretamente nos olhos de sua irmã com um tom de voz sério.

−Cherry, a Sombra em forma de um gato gigante.

−Impossível! Se for verdade, vamos ter muito problemas.

Fior se levanta fechando seus punhos.

−Tsk! O que ele tem na cabeça para fazer isso?

O olhar dela para o lado me preocupa.

Não faço ideia do que essa Sombra pode fazer, mas sinto que tenho de partir atrás deles o mais rápido possível. Eu tinha minhas dúvidas sobre o Leon e agora parece que uma delas provou que eu tinha motivos para desconfiar dele, mesmo tendo que trabalhar juntos.

−Agora não é hora de pensarmos nisso, preciso que você e o Hector procurem rastros dos dois pela cidade.

−Se encontrarem o Cherry, não lutem contra ele.

−O mais importante agora é a segurança da Selene.

May de braços cruzados, levanta um pouco o tom de sua voz.

−Entendido!

−Entendido!!

Fior e Eu respondemos ao mesmo tempo, enquanto eu levanto do sofá.

Então saímos o mais rápido possível da pensão prontos para correr em busca dos dois, antes que algo pior possa acontecer.

 

~~~~~~~~~~~~

 

Quando saímos da pensão, Fior se separou de mim indo para a esquerda de onde estávamos e eu tomei a direção contraria.

−Onde eles podem ter ido?

Falo baixo para mim mesmo, enquanto passo pelas ruas que não fui durante o festival.

As ruas estão quietas como qualquer cidade a noite, a brisa gelada bate no meu rosto e começa a me dar sensação de mais frio quando corro entre as quadras olhando para os lados.

Vontade do Chaos... quem é esse ser misterioso? Como será que se parece?

São perguntas que atiçam minha curiosidade e também causam um medo desse desconhecido. O Chaos já me deu muitos sustos apenas por estar um breve momento por lá, imagino como é viver dentro daquele lugar escuro e com vários escombros de cidades, cômodos e moveis das casas.

Passo por várias ruas e entro em outras em busca de algum traço do poder da Selene ou de alguma magia presente no ar.

−Selene onde você foi parar?

−Só me resta as últimas ruas próximo ao rio que corta cidade.

Olho para os telhados também com muito peso na consciência e temendo que algo ruim tenha acontecido.

Corro através da ponte em que eu estava anteriormente, olho para toda a extensão das ruas que ficam próximo a margem do rio até onde minha visão não consegue alcançar.

−Huh! O que é isso?

−O que...

−O que está me dando esse medo?

−De onde... está vindo isso?

Um calafrio corre por minhas costas subindo até minha nuca, não sei dizer exatamente se é medo ou é outra sensação. É uma mistura de medo com uma sensação de estar sendo observado.

−Está vindo da rua daquela casa destruída... passando duas ruas a partir daqui da ponte.

−É melhor eu ir lá.

Mesmo não querendo ir por causa da sensação causada, corro novamente até a rua com a casa em ruinas na esquina e na minha esquerda tem um grande muro que talvez seja o limite da cidade.

Realmente parece que tem alguém me vigiando a cada passo que dou para dentro da rua.

−Huh? Isso é...

−A fita da Selene, aquela que ela usa na sua trança.

Encontro a fita vermelha que ela usa no cabelo para fazer um laço no final das suas tranças.

Além dessa presença estranha, parece que tentaram conjurar uma magia de proteção como um escudo, percebo vestígios de magia nas proximidades por causa do ar quente por aqui.

O poder magico emite calor quando usado e pode ficar no local por alguns minutos, o que indica algo recente aqui.

−Hector! Teve sorte aqui?

Fior chega de repente por trás com as sobrancelhas inclinadas de preocupação e com sua respiração pesada e agitada.

−Sim e não.

−Os dois sumiram do nada.

Me assusto com a voz dela e mostro a fita que a Fior comprou para a Selene.

−Ah! Droga.

−Então ele conseguiu, vamos voltar rápido.

−Só a Fiore pode nos ajudar agora.

Fior olha para a fita e sua voz mostra outra coisa que não é preocupação.

Aceno com a cabeça concordando com ela e a ideia de voltamos rápido para a pensão a fim de conseguir encontrar esses dois o mais rápido possível, mas aquela estranha presença parece estar logo atrás de mim.

−Grumiaw!

Um estranho som surge atrás de mim.

Sinceramente, não é uma boa hora para essa coisa chamada Sombra aparecer.

−Tsk! Ele está aqui..., mas onde?

−Não está atrás de mim, nem nos lados... então só me resta...

Procuro pela presença da Sombra chamada Cherry e não encontro até eu olhar para cima.

−Fior, lá está ele, encima daquele telhado.

Avistei um gato gigante, preto e com heterocromia com um olho azul e outro amarelo. Ela também consegue ver a Sombra e pega a minha mão esquerda começando a me puxar para a rua.

−Rápido, não temos muito tempo.

−Se ele está aqui, os dois estão juntos com ele.

Ela aperta a minha mão com força e fazendo com que eu acompanhe ela o mais rápido possível.

Nunca vi ela agir dessa forma.

Parece que mesmo não aceitando a Selene, ela virou uma amiga para a Fior.

−Espera um pouco, você está machucando a minha mão.

−Vocês têm uma força sobre-humana, eu não.

Não sei dá onde vem tanta força assim, minha mão ficou bem dolorida depois que ela soltou.

−O que você está esperando?

−Vamos rápido então.

Depois dela soltar a minha mão, olho para os olhos dela e capto o que ela quer transmitir para mim.

Ela teme por um perigo como provocar o Chaos, só pode ser algo assim. Então temos de agir agora e salvar a Selene e o Leon.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos, semana que vem o/



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