Deus Salve A Todos escrita por GeminianaSensata


Capítulo 10
A Despedida


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito dessa vez né? Atualizei no wattpad e não tive tempo de passar pra cá.
Vamos ao capitulo. Tem momento afonsalia :( hahaha mas é necessário galera, já já passa....



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/760748/chapter/10

Amália e Thiago caminham enquanto conversam.

— Agora tudo faz sentido... isso explica os modos dele, a maneira como ele fala, como luta com a espada.... Como podemos ser tão burros meu irmão? Abrigamos dentro de nossa casa um príncipe, como ele pode mentir para nós, depois de tudo o que fizemos? – Amália está indignada com a descoberta.

— Calma Amália. Talvez, isso não passe de uma coincidência. Por que o príncipe se passaria por um ferreiro?

— É muita coincidência Thiago, não há dúvidas de que Valentim é na verdade o príncipe Afonso.

Os dois param, Virgílio está encostado em uma árvore logo a frente esperando por eles.

Thiago fala baixo para Amália.

— Virgílio!!! Você acha que ele já sabe?

— É isso que vamos descobrir agora... – Eles vão até Virgílio.

— Amália, Thiago!! – Virgílio sorri. – Vocês não sabem com quem acabei de conversar... – Ele joga uma moeda para o alto e a pega novamente.

— Com quem? – Pergunta Thiago seriamente.

— Com o mensageiro que acaba de retornar de Montemor... E Adivinhem que noticia ele me trouxe? – Virgílio permanece brincando com a moeda.

Thiago e Amália se entre olham, imaginam que Virgílio já sabe de toda a verdade.

— Diga logo Virgílio. – Diz Amália impaciente.

Virgílio para de jogar a moeda, e olha desapontado para Amália, pois ele queria aumentar o suspense.

— Ele me disse que não há nenhum ferreiro chamado Valentim em Montemor... – Ele sorri com satisfação, olha para Thiago e Amália e levanta as sobrancelhas. - O que acham disso?

Amália e Thiago sorriem.

— Do que vocês estão rindo? Qual a graça de ter um impostor em casa? Vocês não se preocupam com a real identidade desse homem? – Virgílio deixa o sorriso de deboche.

— Acontece que nós já sabemos quem é na verdade Valentim... – Diz Thiago.

Virgílio espantado diz:

— E quem ele é?

— O homem que encontramos quase morto na floresta, na verdade é o futuro rei de Montemor, o príncipe Afonso. – Diz Amália um tanto desapontada.

Virgílio fica incrédulo.

—__________

Em Montemor.

A rainha Crisélia está cada vez pior, dessa vez, ordenou que o exército de Montemor se preparasse para uma guerra contra o reino de Artena. Rodolfo vai até os aposentos da avó para conversar sobre isso.

Ele entra no quarto, a rainha anda de um lado para o outro só com a roupa de dormir.

— Minha vó, por deus!!! – Rodolfo tampa sua visão com as mãos. - A senhora precisa se vestir. E eu preciso dormir a noite – Ele pega um pano e cobre a avó.

Ele a senta na cama. Ela o olha com carinho.

— Minha vó, gostaria de saber que ideia foi essa de declarar guerra a Artena?

Crisélia responde com o olhar perdido.

— Augusto é um homem terrível.... Não gosto nem de imaginar o que ele fará agora que o acordo entre os reinos não existe mais...

— Mas minha vó, o acordo entre Artena e Montemor não foi rompido.... Tudo segue normalmente. – Diz Rodolfo segurando as mãos da avó.

Crisélia olha para ele.

— O casamento entre Afonso e a princesa Catarina não será mais possível.... Essa era a parte mais importante do acordo. Você não entende meu neto, Augusto não gosta de sair perdendo.

Fazia muito tempo que Rodolfo não via Augusto, na verdade ele nem se lembrava de seu rosto, mas a certeza nas palavras de Crisélia, fizeram Rodolfo ficar apreensivo.

—_________

Catarina está em pé em frente à janela de seu quarto olhando para a paisagem de fora do castelo, ela segura um livro nas mãos. Lucíola entra.

— Alteza!! Vosso pai ainda está trancado com Demétrio na sala de reunião.

— Essa conversa já dura horas...

— Sim, vosso pai pediu para que ninguém os interrompa.

— Lucíola, assim que Demétrio sair da sala quero ser avisada, preciso falar com meu pai.

— Sim Alteza. Eu sinto muito pelo príncipe Afonso e por vosso casamento. Imagino o quanto a senhorita esteja triste pelo ocorrido.

Catarina vai até a cama e se senta.

— No momento estou mais preocupada com a aliança entre Artena e Montemor, o que fará meu pai agora que não haverá mais casamento?

— Tenho certeza que vosso pai fará o melhor para Artena, alteza. – Lucíola abaixa a cabeça. - Posso me retirar?

— O que você tem Lucíola? Me parece estranha.

A criada ainda de cabeça baixa responde sem encarar a princesa.

— Não tenho nada Alteza, posso me retirar?

— Pode.

Catarina sabe que algo está errado e já imagina o que seja, depois que Lucíola sai do quarto, a princesa começa a ler o livro.

—____________

Virgílio não consegue acreditar que Valentim na verdade seja um príncipe, isso é muito pior do que ele podia ter imaginado.

— Vocês têm certeza disso?

— Certeza não temos, mas tudo leva a crer que seja isso mesmo. – Diz Thiago.

— Isso é muito perigoso para todos nós.... Um príncipe hospedado na casa de rebeldes, esse homem não pode ficar mais nem um minuto lá.

— Acredito que dentro de alguns dias ele já posso ir embora. – Diz Amália tentando acalmar Virgílio.

— Você não entende Amália? – Virgílio segura nos braços dela com força. - Esse homem precisa ir embora imediatamente, antes que descubra algo sobre nós... – Amália e Thiago se entre olham. - O que foi? Há algo que vocês não me contaram? – Ele aperta ainda mais os braços de Amália.

Amália se solta irritada.

— Não há nada..., mas e se já for tarde demais?

— Vocês acham que ele pode estar desconfiado de algo? – Virgílio fica ainda mais preocupado.

— Se o príncipe se lembrar do local onde desmaiou e disser para alguém, todos iriam saber que Amália e eu estávamos naquela região no mesmo dia do assalto ao ouro do rei Augusto.

— Isso pode ser um problema. Existe mais alguma coisa? Amália? – Virgílio sabe que Amália está escondendo algo.

Amália reluta em dizer, mas ela também está muito preocupada, se Valentim for mesmo o príncipe, não só ela como toda sua família e Virgílio estão correndo perigo, então, ela resolve dizer toda a verdade.

— Ele parece ter escutado algo no dia que voltamos da invasão ao castelo, ele me perguntou o que havia acontecido, não sei dizer se ele conseguiu escutar alguma coisa. Mas eu acabei criticando o rei Augusto na frente dele, e.... – Virgílio está atento a cada palavra dela. - Ele me viu lutar com a espada e também viu meu machucado no braço.

Virgílio fica furioso.

— Maldito seja.

— Calma Virgílio, não acredito que apenas com isso ele possa deduzir quem somos. – Thiago tenta tranquilizar a todos.

— Você tem razão Thiago, só com isso ele não irá descobrir a verdade, mas basta ele contar tudo isso a qualquer pessoa que saiba o que aconteceu aqui em Artena para que a desconfiança de todos se volte contra nós.

— Então, o que faremos? – Amália se sente culpada por toda essa situação, ela nunca se perdoaria se todos fossem descobertos.

— Me deixem pensar.... Por enquanto voltem para casa e tentem agir normalmente, deixem ele acreditar que não sabemos da verdade. Mais tarde eu irei até lá e direi o que faremos.

Amália e Thiago concordam.

—_________

Ao chegarem em casa são surpreendidos por Martinho que segura Amália pelo braço.

— Eu sabia que um dia cedo ou mais tarde você nos causaria problemas.

— Pare com isso meu pai, solte Amália. – Thiago intervém para ajudar a irmã.

— Aonde estão minha mãe e Valentim? – Pergunta Amália assustada.

— Sua mãe e o príncipe Afonso estão lá fora.

— Então, o senhor já sabe de tudo..., mas não se preocupe, Thiago, Virgílio e eu cuidaremos disso. – Amália tenta se aproximar do pai que a ignora.

— Espero que vocês consigam arrumar a bagunça que fizeram... – Martinho sai emburrado.

Amália vai até a janela e vê Afonso e Constância conversando lá fora. Afonso olha para Amália que desvia o olhar e sai.

—__________

Catarina e Augusto conversam enquanto jogam xadrez. Ele movimenta uma de suas peças enquanto diz:

— Um acordo entre reinos, é uma certeza. Um plano certo de aliança e ajuda mútua entre ambos.

Catarina derruba uma das peças de seu pai.

— O que um rei faz, quando um acordo fechado há anos não pode ser cumprido?

— Isso vai depender... – Augusto sorri ao ver a última jogada de sua filha, foi se o tempo em que ganhar de Catarina era fácil, agora ele tinha que pensar muito bem em cada passo. – Se o acordo não pode ser cumprido porque uma das partes não tem mais aquilo que era oferecido antes, temos que pensar em outras opções. – Augusto faz uma jogada de mestre, deixando Catarina sem muitas alternativas.

Ela olha para as peças tentando encontrar uma saída.

— Quais seriam essas opções? – Catarina pega uma peça, mas antes que ela faça a sua jogada Augusto a interrompe.

— Pense Catarina, tem que ser algo a altura do acordo anterior. Nenhum rei ficaria satisfeito em receber uma contraproposta inferior a primeira.

Catarina desiste da peça e pega outra.

— O senhor quer que eu me case com Rodolfo? – Catarina vai direto ao ponto.

Augusto sorri satisfeito.

— E por que não? Não te agrada? – Ele faz mais uma jogada.

— Não é isso meu pai..., mas Rodolfo não foi criado para ser rei, talvez, não o agrade ter que assumir o compromisso do irmão. – Ela se dá conta que continua sendo muito difícil vencer seu pai.

— A rainha Crisélia deve ter preparado os dois netos para o trono, no caso de alguma fatalidade como essa... E Rodolfo não tem muitas opções. Artena tem fornecido água em troca de minério há anos a Montemor, em um acordo justo, mas que tem permanecido o mesmo durante todo esse tempo. Eu nunca revi o acordo porque contava com a junção dos reinos, e se isso for rompido de fato, Artena não poderá sair prejudicada.

— Corre boatos de que a rainha não anda nada bem da cabeça... – Fala Catarina apreensiva com a próxima jogada de seu pai.

— Já algum tempo que a rainha não está bem..., mas isso não é problema de Artena. – Augusto faz a sua última jogada vencendo a filha.

Catarina parece bem chateada, o rei, então, se levanta e antes de sair do ambiente diz:

— Você está cada dia melhor minha filha. Mas não o suficiente para vencer seu velho pai.

Catarina sorri enquanto segura a peça de xadrez que representa o rei entre as mãos.

—________________

Afonso percebendo que Amália está estranha, segura uma de suas mãos quando ela entra no quarto.

— O que você tem? Aconteceu alguma coisa?

Amália evita o olhar nos olhos.

— Não aconteceu nada, só estou cansada, trabalhei muito na feira hoje.

Afonso segura delicadamente em seu rosto fazendo com que ela o encare pela primeira vez naquele dia. Mas Constância interrompe os dois ao entrar no quarto.

— Amália, Virgílio acaba de chegar, quer falar com você e Thiago.

Amália responde a mãe, mas permanece olhando para Afonso.

— Diga a ele que já vou.

—_____________

Virgílio e Thiago já se encontram do lado de fora conversando, Amália chega e se senta na beira do poço.

— Eu andei pensando... E, talvez, vocês terem socorrido o príncipe de Montemor não tenha sido de todo mal. – Virgílio parece bem mais tranquilo.

— Como assim? Agora sou eu que não entendo nada, você está de acordo com o que fizemos? - Pergunta Thiago confuso.

— Pensem comigo. Com a morte do príncipe Afonso o acordo entre Artena e Montemor será desfeito. Sem casamento, sem junção dos reinos, e por consequência o plano do rei Augusto de tornar Artena o segundo reino mais poderoso de toda Cália vai por água abaixo.

— Sim, mas você esqueceu que o príncipe não está morto, é apenas questão de tempo para que todos saibam que ele sobreviveu... – Diz Amália sem entender aonde Virgílio quer chegar.

— É aí que está, minha querida Amália. Somente nós sabemos disso, para todos o príncipe está morto e se algo acontecer com ele de verdade? Ninguém jamais suspeitará de algo e o melhor não haverá tropas atrás de quem fez isso.

Amália e Thiago ficam aterrorizados com o plano de Virgílio.

— VOCÊ ENLOUQUECEU VIRGÍLIO!!! – Diz Thiago alterado. - Uma coisa são nossos planos contra o rei Augusto, mas aí matar o príncipe Afonso que não tem nada a ver com isso, é demais para mim.

— Parar o rei Augusto é a prioridade, ele está cada vez mais poderoso, seu exército é um dos maiores da Cália. Não haverá outras chances de invasão, como naquela noite, o cerco está se fechando cada vez mais, cedo ou mais tarde ele chegará até nós. – Virgílio e Thiago ficam frente a frente. - Não seja infantil Thiago, um rei é sempre um rei, ou conviver alguns dias com o príncipe o fez mudar de ideia sobre os nobres? – Ele sorri debochando de Thiago.

Antes que os dois comecem uma briga, Amália se intromete e coloca a mão no ombro do irmão dizendo:

— Virgílio está certo!! Por mais que eu não concorde com os métodos dele, nós não podemos correr o risco de sermos descobertos...

— Eu não acredito no que eu estou ouvindo... – Thiago se afasta incrédulo.

— Confesso que eu também não esperava seu apoio. – Diz Virgílio se aproximando ainda mais de Amália.

— E como você pretende fazer isso?

— Quando você acha que ele estará pronto para partir?

— Não sei, talvez, amanhã ou depois.

— Então é só me avisar o dia que eu cuidarei dele quando estiver longe o suficiente daqui.

Amália concorda com a cabeça.

Virgílio sai sem se despedir de Thiago. Amália vai até a direção do irmão, tenta tocá-lo, mas ele se afasta.

— Eu não acredito que você concordou com isso. Nós lutamos por justiça, matar um inocente não nos faz melhor que o rei Augusto.

Amália segura no rosto do irmão.

— Virgílio acha que o príncipe irá embora amanhã, mas ele irá hoje!!!

Thiago sorri, Amália sempre esperta tinha acabado de enganar Virgílio e a ele.

—________

Afonso está descansando deitado na cama, quando Amália entra apressada no quarto. Ela procura por algo dentro do armário.

— Valentim você acha que consegue andar a cavalo?

— Acho que sim, mas sua mãe disse para esperar até amanhã para ir embora. – Ele se senta na cama.

— Você irá passear comigo. – Ela entrega para ele uma capa preta.

Ele olha para a capa sem entender o que significa aquilo.

— Aonde vamos? E por que preciso usar isso?

— Vamos dar uma volta por Artena e isso é para que ninguém o veja, se o rei souber que mantivemos você aqui, podemos ter sérios problemas.

Afonso concorda com a cabeça.

—__________________

Amália cavalga com Afonso em seu cavalo. Ela o leva para ver toda a desgraça que assola o povo de Artena. Afonso fica chocado em ver tais cenas. Diana acompanhada de Levi vê Amália de longe com Afonso, tenta chamar por ela, porém, Amália não escuta.

—____________

Diana já está voltando para casa quando encontra Virgílio por acaso.

— Olá Diana!! Como está? – Ele pega Levi no colo. - E você meninão? Como está enorme.

— Eu estou bem e você? Achei que era você com Amália no cavalo. - Diz Diana um tanto sorridente. 

— Com Amália? Como assim?

— Não faz muito tempo vi Amália andar de cavalo com um homem achei que fosse você.

— Talvez, fosse Thiago.

— Não, não era Thiago, não consegui reconhecer porque estava de capuz, mas parecia mais alto, por isso achei que fosse você.

Virgílio lembrando de Afonso, devolve Levi para a mãe e sai enfurecido.

— Amália não podia ter feito isso.

—_________

Perto da floresta de Artena, Amália para seu cavalo próximo a uma grande árvore.

— Não entendo, o que fazemos aqui? – Pergunta Afonso ao tirar o capuz.

— Por favor desça. – Pede Amália seriamente.

Afonso e ela descem do cavalo.

— O que está acontecendo Amália? Por que você me mostrou todas essas coisas?

— Para que conheça a realidade do nosso povo e entenda o que está em jogo com o casamento entre a princesa Catarina e vossa Alteza. – Amália se ajoelha no chão ao reverenciar Afonso.

Afonso surpreso com as palavras da plebeia, se aproxima dela a levantando do chão.

— Não faça isso.... Não sei como você descobriu, mas posso explicar...

Amália o interrompe.

— Não temos tempo para isso... O príncipe precisa partir imediatamente, todos em Montemor acreditam que está morto e sua avó, a rainha Crisélia parece estar muito mal por isso.

— Minha avó!!! – Afonso se dá conta de que permanecer tanto tempo em Artena sem mandar notícias pode ter sido um erro gravíssimo.

Amália segura nas mãos dele.

— Eu só lhe peço, suplico que não conte a ninguém que minha família e eu o mantivemos aqui em Artena, o rei Augusto poderia nos matar por isso. – Lágrimas escorrem do rosto dela.

Afonso se aproxima e enxuga as lágrimas dela com a mãos.

— Eu serei eternamente grato por tudo o que você fez por mim.

Ele olha dentro dos olhos de Amália e sente um desejo enorme de beijá-la. Então, ele a puxa para mais perto e a beija, se entregando assim á aquele desejo. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai oq acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Deus Salve A Todos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.