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Capítulo Único

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Naquela noite, Rukia não estava conseguindo dormir. No escuro do armário, ela olhava para o teto fixamente, contando ursinhos de pelúcia falantes numa tentativa inútil de fazer seu sono chegar. Era irritante, tinha que admitir!

Ela suspirou. Fechou seus olhos e remexeu-se para um lado, depois para o outro, mas parecia não existir uma posição confortável. Mas que droga, só podia ser aquele maldito Gigai que ela pegou com Urahara. Aquele desgraçado!

Quando ouviu passos pesados contra o chão, Rukia praticamente parou de respirar. Ela fechou os olhos com força, cobrindo-se com os cobertores o mais rápido que pode.

Então, uma mão grande abriu a porta do armário lentamente, permitindo que a luz prateada da lua iluminasse o pequeno corpo escondido entre vários lençóis. Um sorriso delicado formou-se nos lábios do garoto de cabelos laranjas, e com cuidado, ele retirou a peça que cobria o belo rosto da Shinigami.

Rukia precisou de todo o seu autocontrole para manter as aparências de que estava realmente dormindo.

— Rukia... — ele sussurrou. E quando ouviu aquela voz, seu coração começou a bater descontrolado no peito. Tão incrivelmente forte, que a morena temeu que Ichigo pudesse ouvi-lo.

A respiração do Kurosaki foi chegando mais perto, até que Rukia podia sentir seu hálito quente bater contra sua bochecha direita. Quando aqueles lábios tocaram sua pele, os dedos dela apertaram levemente o lençol.

Então, ainda perigosamente perto, ele levou seus olhos castanhos para os lábios rosados da Kuchiki. Ela não conseguiu raciocinar a tempo, e quando percebeu, os lábios de Ichigo já estavam roçando nos seus, deixando um gosto adorável de morango.

Rukia só pôde pensar em uma explicação para tudo aquilo: Kon só podia ter entrado no corpo do Shinigami Substituto.

— Boa noite... — ele murmurou, muito próximo e com algo doce se derramando na voz. Então fechou a porta do armário com todo o cuidado para não fazer qualquer barulho.

Os olhos de Rukia abriram-se arregalados, e presa na escuridão ela levou seus dedos finos aos próprios lábios, ainda sentindo seu cheiro, ainda sentindo sua textura, e mais que tudo, seu viciante gosto de morango.

Mas então, ela riu nervosamente, percebendo o quão boba foi.

— Sim, isso é coisa do Kon. Quando eu pegar aquele tarado desgraçado vou arrancar todo o recheio de algodão que ele possui no corpo. — Rukia murmurou para si mesma, remexendo-se entre os lençóis.

Quando seu braço tocou algo macio, um som irritante ecoou pelo armário. E seus olhos levemente arroxeados se arregalaram.

— Nee-san! Não se mexa tanto.

Kon esteve o tempo todo ao seu lado.