Miraculous - Um Novo Início escrita por Ben10


Capítulo 19
Acredito em Mim e Você


Notas iniciais do capítulo

Postando esse capítulo novamente, pois da última vez ele sofreu um bug



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/760618/chapter/19

    - Então... Essa é a sensação de saber que vai existir? – Indagou André, olhando para as próprias mãos – Interessante...

     - Ah, sim... é meio estranho no começo – Resmungou a loira – Mas depois fica normal...

    - Emma... – Luíz Felipe chamou-a, cutucando seu braço.

    - Sim? – Ela sorriu para o garoto.

    - É certeza que todos nós iremos realmente existir? – Indagou, baixando a cabeça – Eu não estou muito confiante em Butch e L.J... Sabe, os pais deles...

    - Enrolam demais? – Emma o interrompeu, arqueando uma das sobrancelhas – É, eu também tenho dúvidas sobre eles... Mas nós temos que confiar!

    - Sim! – Ele também sorriu, observando os monitores.

 

 

 

 

 

 

    Em plena noite de sexta-feira, eu não consigo acreditar que vou sextar em casa! ‘Pra piorar, sextar assistindo um filme chato, porque é o jeito, já que não tenho mais nada para fazer. Odeio quando meus pais saem para ir em alguma daquelas festas formais da advocacia. Tá que eu adoro ficar sozinha em casa, mas festa é festa, e eles não me deixam ir porque dizem que não é lugar de crianças... “Crianças”, às vezes acho que eles esquecem que eu já tenho dezessete anos. Esse esquecimento de ambos, resultou nisso. Uma belíssima noite de sexta, e eu aqui assistindo filme de cachorros falantes. Que belo programa para um quase final de semana!

Estava na metade do filme quando meu celular começa a vibrar, pego-o e encaro a tela, piscando algumas vezes pela claridade da mesma, vejo o nome do Akira na tela, imediatamente um sorriso bobo se faz em meu rosto. Finalmente atendo o telefone.

— Onde você está? — ele pergunta logo de cara.

— Uau, boa noite para você também. — ouço ele rir. — Estou em casa, assistindo um filme em que o cachorro fala e joga videogame.

— Ele joga melhor do que eu? — ele pergunta, rindo em seguida.

— Claro que não, seu bobo. Ninguém joga melhor que você.

— Mentirosa...

— Não estou mentindo! Digo, na minha concepção, nenhum ser vivo nesse mundo consegue jogar videogame melhor do que você.

— Você é um amor. Mas... Por que diabos está em casa, em uma sexta à noite, assistindo um filme de cachorros que falam e jogam videogame?

— Porque não tenho mais nada para fazer, já que meus pais saíram. E pra piorar, estou sem internet, já enjoei de todos os DVDs que tenho aqui e na televisão à cabo está passando coisa pior que nos outros canais. Acredite, o cachorro falante jogador de videogame é a melhor opção no momento. —

— E se eu disser que daqui à uns vinte minutos você vai ter coisa melhor para fazer?

— Talvez tenha. Alguns filmes acabam antes disso e começam outros. Tipo, de pais negligentes que viram cachorros.

— Não, sua retardada. Eu estou na rua, à caminho do seu apartamento. Comprei algumas coisas. Não coloque o fone para você escutar quando eu tocar o interfone, okay? Se estiver com fones e me deixar esguelando do lado de fora, eu arrombo a porta.

— Você está na rua à essa hora? MEU DEUS, AKIRA, VOCÊ PODE SER ROUBADO, SEQUESTRADO OU PIOR. — digo, em pânico.

— Calma! Não surta. Vou ter que guardar o celular, NÃO USE FONES!

Como prometido, Akira chegou à minha casa, um pouco antes do prazo, escondendo algumas sacolas atrás das costas.

— Vire-se, não quero que veja o que eu comprei. — ele diz, e logo vou para um canto da sala cobrindo os olhos.

— Procure um lugar para esconder então. — digo, ainda tapando os olhos.

— Coloquei na dispensa. Se você tiver a audácia de ir até lá, eu cato minhas sacolas e saio pela mesma porta que entrei. — ele diz, trazendo consigo duas sacolas. Corro até ele e o abraço, sentia falta dele, do cheiro dele.

Tudo bem que nos vimos hoje cedo na escola, mas parece tanto tempo... Isso é um tanto — talvez muito — estranho.

— Okay, prometo que não irei até lá. — digo sorrindo.

— A primeira coisa que iremos fazer é assistir Diário de uma paixão.

— O que? Diário de uma paixão? Por que? — pergunto confusa.

— Porque eu nunca assisti, porque é um dos seus filmes favoritos, o qual você sempre fala...

— E o qual você odiou ouvir e disse que nunca assistiria porque tinha cara de ser meloso demais. — retruco.

— É... Mas as coisas mudam... Só vamos assistir, tudo bem, sua chata?

Eu pego o Diário de uma paixão das mãos do Akira e o coloco-o no aparelho de DVD. Quando ia soltar o filme, Akira joga o outro saco em mim, o olho confusa.

— Faz a pipoca e traz dois copos, trouxe refrigerante.

— E você vai ficar aqui, DEITADO, me esperando? — o encaro, colocando uma mão na cintura.

— Era o que eu pretendia fazer... Mas você não vai deixar, não é?

— Não. Não vou. VOCÊ faz a pipoca, e eu faço o brigadeiro.

— Brigadeiro? Sério? A Iasmin já me disse que você queimou brigadeiro uma vez.

— É... Mas vamos logo para a cozinha antes que me bata a preguiça. — digo empurrando-o para a cozinha.

Eu faço o brigadeiro, e Akira faz a pipoca, queimando a metade. Akira não é o tipo de pessoa, que ao vê-lo na frente de um fogão, as lagrimas de desgosto começam a se formar. Ele até que cozinha bem, mas ele está nervoso... E eu não faço a mínima ideia do porquê.

Ao colocarmos a pipoca em uma vasilha, voltamos rapidamente para a sala para assistirmos o filme. Me sento no sofá, mas Akira se senta no chão e me puxa para o colo dele. O filme finalmente começa, e eu posso afirmar a inquietação de Akira quando ele me abraça por trás e coloca o queixo em meu ombro. Logo ele relaxou. Tanto, que na metade do filme, pensei que ele havia dormido. Mas, logo no final tive certeza de que vi lágrimas nos cantos de seus olhos.

— ‘Tá chorando, Akira? — eu pergunto e ele esconde o rosto nas minhas costas.

— Não creio que esse é o final... Eu vou processar os diretores do filme, o autor do livro, todo mundo.

— Mas, Akira... o que você esperava? Eles ficaram juntos por muito tempo, e isso é bom. Mas então chega a velhice... E.... você sabe... ‘Tá mais calmo?

— Sim... Eu estou. — diz, pondo o queixo em meu ombro novamente, me abraçando mais forte. — Você... acha que vamos ficar juntos até a velhice?

— Não sei, Akira. No momento, eu te amo muito, e você me ama muito. Mas não sabemos o que vai acontecer daqui dias, semanas, meses, anos... Casais se separam. Seguem suas vidas. Encontram novos amores. E pessoas morrem...

— Cala essa boca que você já ‘tá querendo me deprimir mais ainda. — diz, escondendo o rosto em minhas costas novamente. — Eu não sei o que faria se isso acontecesse... Se você morresse. Não gosto nem de pensar.

— Quando isso acontecer, quero que siga sua vida. Encontre outra pessoa, seja feliz. Akira, pessoas morrem o tempo todo. Entre elas, pessoas jovens que tinham planos, assim como nós. Isso pode acontecer. Então, é uma coisa para se pensar, é uma coisa para se ter consciência. Mas não estou falando para você se preparar, ninguém nunca está preparado para a morte de alguém que ama, muito menos para a própria morte.

— Você... falando essas coisas... Você não ‘tá doente... ‘tá? Tipo, câncer, ou... sei lá.

— Que eu saiba não. Não se preocupe, ‘tá? No momento eu estou bem, e no momento, você está bem... Vamos mudar de assunto, porque agora quem ‘tá ficando deprimida sou eu.

— Tudo bem então. Vou pegar outra sacola. — ele diz, dá um beijo em meu ombro e se levanta.

Começo a pensar sobre as coisas que disse. Isso é tão deprimente... Mas, de certa forma, é como uma advertência. Eu devo viver minha vida. Abraçar as pessoas, sair mais... Dar valor a quem me ama... Fazer o que eu gosto. Nunca se sabe quando vai ser seu último dia de vida, ou de outra pessoa. Qual vai ser o último sorriso que você vai ver no rosto dela... a última palavra que você vai ouvir sair de sua boca...

Saio de meus pensamentos quando ouço Akira me chamar na cozinha. Ao chegar lá, ele está com uma pizza congelada nas mãos.

— Coloco no forno ou no micro-ondas?

— Forno é melhor. No micro-ondas fica borrachuda. — digo pegando a pizza das mãos do mesmo, colocando-a em uma bandeja, depois a ponho no forno e me sento no balcão da cozinha. Akira fica encostado na pia, olhando para mim. O clima está tenso, por causa do assunto anterior de morte... Então, eu o puxo para perto, entrelaço minhas pernas na cintura dele, e dou vários beijinhos em seus lábios. No início os beijinhos foram gentis, mas logo, estávamos nos apertando um contra o outro, apalpando aqui e ali, e os beijos — que no início eram apenas beijinhos — ficaram tão intensos, que às vezes eu esqueci que tinha que respirar.

— Akira?

— Oi?

— A gente esqueceu a pizza... ‘tá queimando.

— Meu Deus! — ele diz sorrindo, afastando nossos rostos e pondo a mão na cabeça.

Rio do desespero dele ao abrir o forno e ver a pizza meio queimada. Nós comemos mesmo assim, e não estava tão ruim. Apenas as bordas queimaram, e nem queimaram exageradamente. Nós comemos conversando sobre coisas idiotas que já havíamos feito quando cozinhamos sozinhos.

Estava terminando de contar a história de quando minha mãe pensou que a casa ‘tava pegando fogo, uma vez que eu tentei fazer bolinho de chuva, quando terminamos de comer e Akira começou a insistir que ele lavaria os pratos. Continuamos conversando até que ele acabou e andou até mim, me abraçando.

— Você tá todo molhado... Tem umas roupas do meu primo aqui, pode tomar banho e trocar de roupa se quiser.

— Quero sim. — ele diz sorrindo. Eu cheguei à conclusão de que o sorriso de Akira, com toda a certeza do mundo, é o mais lindo que eu já tinha visto.

— Pode ir tomando banho que eu vou procurar uma toalha ‘pra você e pegar as roupas.

— Tudo bem. — ele diz saindo da cozinha e indo par ao banheiro no final do corredor.

Acho as roupas do meu primo e uma toalha. Bato na porta e ele a abre. Por algum motivo, eu viro o rosto para não vê-lo nu. Não tem sentido. Akira ri da minha proeza, pega as roupas e a toalha e me dá um beijo na bochecha. Sinto uma vergonha tomar conta de mim e volto para meu quarto. Pouco tempo depois, Akira volta ao quarto apenas com a toalha enrolada no quadril. Eu me pergunto por que diabos ele não se vestiu no banheiro.

— Eu... vou tomar banho também. — digo com um sorriso forçado e passo por ele mais rápido que um tiro.

— Tudo bem. — ouço ele dizer enquanto passo pela porta.

Enquanto estava debaixo do chuveiro, me perguntava por que diabos estava tão nervosa. Eu não deveria agir assim, não depois de tudo que aconteceu mais cedo, depois das conclusões que tomei. De que eu deveria viver tudo que quisesse viver.

Ao sair do chuveiro, percebo que não trouxe roupas. Teria que me vestir no QUARTO, onde AKIRA ainda pode estar. Vou até o quarto praguejando, enrolada em uma toalha. Assim que abro a porta do quarto, sinto um alívio por ver somente meus pôsteres do BTS e do Heechul. Coloco meu pijama o mais rápido que posso, e vou até a sala, onde vejo Akira sentado no sofá com uma sacola do seu lado. Assim que percebe minha presença ele sorri.

— Essa é a última sacola... — indaga com a voz mansa, está com as pernas cruzadas em forma de índio e usa uma calça de moletom cinza muito confortável, seus cabelos levemente húmidos ainda soltam um ou dois respingos pelo banho recente. — Mas se não quiser, não precisa abrir... Quero dizer... Desculpe. — ele diz abaixando a cabeça.

Eu me sento ao lado dele do sofá, dou um beijo eu sua bochecha e o abraço. Estou nervosa, não sei exatamente o motivo... Puxo a sacola para meu colo, e tiro de dentro da mesma uma caixinha preta. Fico um pouco surpresa, então olho de relance para Akira, podendo ver o mesmo com os olhos atentos.

— Está nervoso? — pergunto.

— Muito... Estive a noite toda. Tentei combater o nervosismo, e consegui algumas vezes, mas... eu ainda fico nervoso, e não sei o porquê.

— Também estou...

Akira e eu continuamos nos encarando por um tempo, até que respiro fundo e encaro a caixinha em minhas mãos. Me arrumo no sofá e vejo Akira se inclinar levemente para meu lado, mostrando estar prestando atenção.

Assim que abro a pequena caixa em minhas mãos, duas alianças são reveladas. Sinto meu coração falhar duas batidas e depois se derreter, e olho com uma cara de choque para Akira, que está com uma cara indecifrável.

— Não é grande coisa, sabe? É.... só pra oficializarmos, já que estamos completando três meses... — diz com um sorriso tímido no rosto.

— Eu adorei. — digo com um sorriso largo no rosto e o abraço, cheirando seu pescoço.

— Por que você está me cheirando? — ele me pergunta e ri nasalmente.

— Seu perfume é bom. — sorrio e o aperto mais no abraço.

Um tempo depois de tantas emoções, continuamos no sofá, assistindo um filme.

— Não acredito que no fim do filme a garota realmente estava grávida. — digo, indignada pela protagonista ter engravidado no filme, e fazendo Akira ri. A risada dele é tão perfeita. Dá vontade de fazê-lo rir por um dia inteiro só ‘pra ouvi-lo rir.

— Ainda bem que não teremos filhos tão cedo assim, não é? — ele pergunta, me olhando.

— Quer ter filhos comigo?

— Um dia, talvez. Quando estivermos na casa dos trinta. Quando estivermos casados.

— Não sabia que tinha esses tipos de planos, muito menos que me incluía neles. Acha que vamos ficar juntos por tanto tempo?

— Acho que seremos como o casal de Diário de uma paixão, tirando a parte em que você teria Alzheimer. Vamos ficar juntos ‘pra sempre.

— ‘Pra sempre? — pergunto.

— Sim. ‘Pra sempre.

Eu continuo ali, abraçada à ele, sentindo o cheiro dele, e ele o meu.

— Eu acho que... de alguma forma, a gente se pertence. — ele diz olhando em meus olhos. — Eu te amo de uma forma que não sei explicar. Não sei se existe essa coisa de vidas passadas, e de amores de outra vida... Mas se existe, com certeza, em outra vida, nós fomos um casal que se amou muito, tipo, ‘pra caramba. E tivemos a sorte de nos encontrar novamente. E, eu espero que se houver outra vida além dessa, nossos caminhos se cruzem novamente. Que nós possamos nos encontra e nos encontrar, e nos amar mais ainda à cada vida.

— Acredita em espiritismo agora? — pergunto sorrindo.

— Acredito em mim e você. — ele responde, fazendo lágrimas se formarem em meus olhos.

    — Eu também acredito em mim e você. — o respondi, encostando a cabeça em seu peito.

By: Pâmela Campos

 

 

 

 

 

    — Que lindo – Emma estava com uma cara super-fofa, observando pelos monitores – Shipp maravilhosooooo!

    — L.J? É você que está nesse corpo? – Luíz chacoalhava Emma.

    — Ei! – A loira reclamou – Só estou admirando essa obra de arte, com licença!

    — Eu devo ser o único normal por aqui... – Resmungou André, revirando os olhos.

    — Ata! – Reclamou, uma garota, chagando na sala – Nosso turno agora, galera! Podem vazar!

    — Xô! Xô! Chispa daqui! Vai! – Outro garoto empurrou-os para fora da sala – Daqui a pouco o Hugo chega e o bonde fica completo!

    — NÃO RELA EM MIM! – Berrou o de capuz, irritado.

    — Foda-se! – Ele deu de ombros, fechando a porta na cara de todos.

    — Agora, esse lugar é nosso, Sam! – Exclamou ela, se jogando na cadeira de rodinhas e rodando com ela. – Uhu!

    — Você sabe que é só até o Hugo e a Alex chegarem, né? – Indagou, arqueando uma das sobrancelhas, ouvindo batidas na porta – Eu disse. Eles não nos deixam sozinhos desde quando quase botamos fogo aqui e acabamos com a missão...

    — Ata! Eu, Mack Parker, nunca fiz isso!

    — Aham... – Revirou os olhos e abriu a porta – Entra, cambada! – Puxou, duas pessoas para dentro, fechando a porta em seguida.

    — E então, quem vão vigiar agora? – Indagou Alex, sentando-se em outra cadeira.

    — Amizade colorida. – Respondeu Mack – Meus tios são tãããão idiotas... – Revirou os olhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Miraculous - Um Novo Início" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.