Destiny escrita por oicarool


Capítulo 12
Capítulo 12




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Elisabeta acordou desnorteada, e levou alguns segundos para recordar-se das emoções daquele dia tão intenso. Estava fora de casa desde antes do sol nascer, e a escuridão à sua volta deixava claro que muito tempo havia passado desde então. O vento e a chuva batiam na janela, e aos poucos seus olhos se adaptaram a pouca luz.

No canto do quarto havia um aquecedor, e Darcy dormia em uma cadeira em frente a ele, seus braços cruzados e uma posição desconfortável. Elisabeta relembrou as palavras ditas por Darcy e seu coração bateu mais forte. Ela levantou-se, percebendo que sua camada de cima de roupas não estava em seu corpo.

Aproximou-se de Darcy, e o observou dormir. Tinha uma expressão serena, e Elisabeta pensou que poderia se adaptar a vê-lo dormir todos os dias. Sussurrou seu nome uma vez, e então outra, até que os olhos sonolentos dele se abriram.

— Oi... – ele disse, coçando os olhos.

— Não parece confortável... – ela apontou para a cadeira.

— Não está. – Darcy massageou o pescoço, esticando as pernas.

Ele levantou-se, alongando o corpo, e Elisabeta notou a familiaridade da cena. Parte de suas roupas secava junto a parte das roupas dele. Darcy sorriu em sua direção, se aproximando e acariciando seu rosto.

— Como você está? – perguntou, baixo.

— Melhor. – Elisa segurou as mãos dele. – Me desculpe por ter sumido assim. Eu não queria preocupar você, ou Lizzie.

— Lizzie está bem. – Darcy assegurou. – Eu fiquei preocupado.

Darcy puxou as mãos dela, depositando um beijo em cada uma delas.

— Eu precisava pensar... – ela desviou o olhar. – Sobre a minha vida, sobre nós.

— Sobre Ludmila. – ele implicou, fazendo Elisa revirar os olhos.

— Vê-la com vocês me fez perceber que qualquer pessoa poderia estar onde eu estou. – disse, soltando o ar.

Darcy arregalou os olhos, vendo de repente toda a insegurança de Elisabeta estampada em seu rosto. Acariciou o rosto dela novamente, pensando em suas palavras.

— As vezes eu fico assustado quando vejo você e Lizzie interagindo. – ele confessou. – Porque por vezes, em muitos momentos, parece que Elizabeth tem mais sintonia com você do que tinha com Mary.

— Darcy, eu não...

— Antes de falecer, Mary disse os eu nome.

Elisabeta espantou-se, a dúvida presente em sua expressão.

— Ela disse que as coisas ficariam bem, que você estaria aqui. E eu não entendi até conhecer você, até ver você com Lizzie.

— Mas... – Darcy pousou um dedo nos lábios dela, pedindo em silêncio que o deixasse falar.

— E eu nunca senti nada parecido com o que sinto por você, Elisabeta. E não é fácil expor os meus sentimentos, principalmente quando eu não os entendo. – ele sorriu sincero. – E com isso eu quero dizer que ninguém poderia ocupar o seu lugar, porque ninguém havia feito isso antes, e ninguém fará no futuro.

Elisabeta sentiu uma lágrima escorrer em seu rosto, e respirou fundo, tentando juntar a coragem para expor os seus próprios sentimentos.

— Quando eu conheci você e Lizzie, eu estava a procura do meu lugar no mundo. – ela começou. – E eu sempre acreditei que ele estaria longe do Vale do Café, e de certa forma, acho que estava.

Darcy segurou as mãos dela firmemente, apoiando suas palavras.

— Eu me sentia diferente quando estava perto de vocês e a intensidade deste sentimento me assusta. Eu amo Lizzie, Darcy. E eu acho que amo você também. – ela olhou para baixo.

— Acha, é? – Darcy levantou o rosto dela, mirando seus olhos. – Eu acho que amo você também, Elisabeta.

Os dois mantiveram seus olhares vidrados. Darcy se aproximou ainda mais, e colou sua testa na dela. Elisabeta fechou os olhos com a aproximação, passando seus braços pelo pescoço dele, enquanto ele segurava sua cintura. E quando seus lábios se tocaram, o mundo pareceu parar, de forma muito mais intensa e surpreendente do que todas as vezes antes.

Darcy a beijou com todos os sentimentos que ainda não compreendia, e foi retribuído de igual forma. O que começou calmo se intensificou, tirando o ar dos dois, jogando-os para fora de órbita. As mãos dele invadiram os cabelos dela em puxões, enquanto as mãos dela bagunçavam os dele, segurando firmemente seus braços logo em seguida.

Suas línguas batalhavam pelo controle daquela paixão, numa guerra sem vencedores. Darcy beijou o pescoço de Elisabeta em seguida, fazendo-a suspirar pesadamente, entregue ao momento, entregue à ele. Mal percebeu quando suas mãos buscaram os botões da camisa dele, e quando o que restava das roupas dos dois começou a formar uma pilha no chão.

Deu-se conta que não sabia exatamente onde estava, mas não importava quando o tinha tão perto, quando tudo parecia tão certo. Não tinha mais qualquer dúvida a respeito dos sentimentos dele, ou dos seus. Era tudo uma explosão de desejo, mãos, lábios e amor.

Ele a guiou para a cama, e a amou com a experiência de quem conhecia o ato carnal, e com a novidade de quem o fazia por amor pela primeira vez. Elisabeta deixou-se levar por suas emoções, desligando sua mente de qualquer coisa que não fosse o ali, e o agora.

Adormeceu nos braços dele, incapaz de acreditar que era possível sentir tantas coisas, que um dia tão confuso terminaria de uma forma tão esplendorosa. Sentia-se amada, de uma forma que nunca antes. E sentia-se completa, em casa.

Horas mais tarde foi acordada com os beijos de Darcy em sua nuca, os raios do dia entrando pela janela. Abriu os olhos tomando conhecimento de todos os detalhes do ambiente à sua volta. As mãos dele acariciavam seu corpo enquanto Elisa observava.

— Bom dia. – ele sussurrou com voz rouca no ouvido dela.

— Bom dia. – Elisabeta sorriu, virando-se para ele e roubando um beijo. – Você vai me dizer onde estamos? Estou um pouco assustada de nossa primeira noite ter sido na cama de um desconhecido.

Darcy a observou com um sorriso no rosto, beijando-a tranquilamente no começo, aos poucos esquentando o ambiente a volta deles. Afastou-se um pouco antes que pudessem se distrair e esquecer a pergunta.

— Essa é a casa ao pé da colina. – ele informou, observando-a.

— Verdade? – Elisabeta sorriu. – Há anos eu observo essa casa, todas as vezes em que preciso pensar.

Darcy sentiu todos os pelos de seu corpo se arrepiarem, entrelaçando seus dedos nos dela.

— Eu comprei essa casa. – ele a encarou sério. – Pensando em você, e na gente.

Elisabeta sentiu as lágrimas invadirem seus olhos, em uma emoção inesperada. Há muito tempo buscava aquele lugar como refúgio, e incontáveis vezes passeara pela propriedade, tentando espiar o interior.

— O que? – perguntou, fraca.

— Eu estava procurando uma casa para criar Lizzie. E conheci quase todas as propriedades disponíveis. Quando entrei nesta, eu não sei o que aconteceu. Eu vi você em todos os lugares, eu senti seu cheiro em todos os cômodos. – Darcy a beijou levemente, sendo puxado para um beijo intenso por Elisabeta.

— Isso é incrível, mas eu... – ela iniciou, ao interromper o beijo.

— Você não precisa dizer nada. – ele a silenciou com outro beijo. – Nós vamos fazer tudo com calma, no seu tempo, no tempo de Lizzie.

— Nós precisamos garantir que vai funcionar antes de contar pra ela. – Elisa suspirou.

— Vai funcionar. – ele afirmou, com seriedade. – Mas contaremos quando estivermos prontos. Até lá, tudo fica igual.

Elisabeta o encarou com certa malícia, rindo em seguida.

— Nem tudo, Elisabeta. – ele suspirou, a prendendo embaixo dele.

E então a beijou profundamente, recebendo dela a mesma entrega e o mesmo amor da noite anterior. As coisas foram mais intensas pela manhã, mais vorazes, mais apaixonadas. Os dois mal podiam acreditar que estavam juntos e não conseguiam separar-se.

A tarde já avançava quando saíram da casa, com a promessa de que Elisabeta jantaria com os Williamson naquela noite. Cavalgaram juntos até próximo da casa de Elisabeta, quando os dois desceram dos animais e Darcy roubou mais um beijo.

Elisabeta retornou para casa de maneira leve, com um sorriso que não habitava seu rosto há alguns dias. Trocou um olhar cúmplice com Jane, enquanto sua mãe questionava onde passara a noite e iniciava um monólogo de cobranças. Mas nada daquilo importava. Não mais.

No caminho para a casa de Julieta, contou à Jane tudo o que havia acontecido, recebendo palavras de incentivo e espanto da irmã mais nova. Quando chegaram a seu destino, Elisabeta abraçou Lizzie com todo o amor que tinha, finalmente sentindo-se completa e vislumbrando o futuro ao lado da criança que mudara sua vida.

Não recusou o pedido de Camilo, e o discreto de Darcy, para que passassem a noite. Mais tarde, ela e Darcy leram uma história juntos para Lizzie, que dormiu tranquilamente entre eles. Elisabeta foi para seu quarto e não teve nenhum espanto quando Darcy bateu discretamente em sua porta.

Só dormiram juntos naquela noite, os dois atentos à qualquer movimento de Lizzie no quarto ao lado. Mas Elisabeta não recordava-se de alguma vez em sua vida ter dormido tão pacificamente, com Darcy a seu lado e Lizzie no cômodo ao lado. E naquela noite, os dois sonharam com Mary.


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