Destiny escrita por oicarool


Capítulo 13
Capítulo 13




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Esconder a relação de uma criança parecia uma tarefa fácil, mas bastaram alguns dias para Darcy e Elisabeta perceberem o quão trabalhoso era manter os olhos de Lizzie distraídos. E não bastasse Lizzie, também não era do interesse dele que suas famílias também descobrissem sobre os dois.

Em partes porque o que tinham não possuía nome. Eles gostavam de estar juntos e não duvidavam dos sentimentos um do outro, mas não era um namoro, um noivado, muito menos um casamento. Era apenas uma relação onde tentavam passar a maior parte do tempo juntos, da forma mais discreta possível, e falhavam miseravelmente em todas as vezes.

Então, para a completa frustração dos dois, desde a noite na casa da colina, não trocaram mais do que alguns selinhos rápidos e toques discretos. E não havendo uma oficialização de sua relação, nenhum dos dois tinha a coragem de abordar a falta que sentiam um do outro.

Darcy havia mais uma vez convidado Elisabeta para um jantar em sua casa naquela noite, com a esperança de que pudessem passar algum tempo sozinhos. Mas Lizzie não conseguia desgrudar-se de Elisabeta, e quando finalmente adormeceu, Charlotte, Camilo e Jane continuavam em uma animada conversa.

Embora a vontade de Darcy fosse propor que mais uma vez as meninas ficassem, sabia que não devia. Era Camilo quem possuía uma relação oficial com uma das irmãs Benedito, e não ele. Mas, se Elisabeta ficasse, talvez ele pudesse fazer como na outra noite e bater em sua porta.

Porém, Camilo parecia completamente alheio à agonia de seu amigo. Depositava beijos na mão de Jane enquanto discutiam futilidades, e o máximo que Darcy podia fazer era observar Elisabeta, que riu ao notar a expressão de Darcy.

Evitara sentar-se perto dele, com medo de suas próprias reações. A verdade é que já fazia uma semana desde que tivera uma primeira noite com Darcy, e não houvera uma conversa a respeito de sua relação com ele desde então. Lizzie parecia estar por perto a todo momento, e embora essa fosse uma causa de alegria, era também um impeditivo para uma conversa.

Ele a beijara, era verdade. Beijo rápidos e roubados, quando Lizzie distraía-se. Mas já era o terceiro jantar em uma semana que ele induzia Camilo a fazer e convidar ela e Jane, e Elisabeta não acreditava que poderiam manter o disfarce por mais tempo, caso não conversassem. Porque embora Lizzie não notasse, não conseguiam tirar os olhos um do outro e qualquer adulto notaria o motivo.

Mas eles não conseguiam evitar a troca de olhares e sua completa alienação ao que conversavam os outros. E por isso não notaram os sorrisos contidos dos outros ao observarem os dois. Jane estava desconfiada desde a noite que Elisa passara fora de casa, mas quando Charlotte e Camilo confirmaram que Darcy também não esteve em casa, tudo ficou claro para os três.

E agora os intrigava observar a agonia de Darcy e Elisabeta por não conseguirem ficar sozinhos. Esperavam que os dois contassem sobre a relação e terminassem com as desculpas que inventavam para estar juntos, mas não havia acontecido e nessa noite em especial pareciam mais aflitos do que nos últimos dias.

Charlotte discretamente cutucou Camilo, anunciando logo em seguida que iria dormir. Despediu-se de todos os amigos, e logo Camilo convidou Jane para um passeio noturno. Ao verem-se completamente sozinhos, Darcy fez um sinal com a cabeça apontando para o escritório, e Elisabeta o seguiu até lá.

Nem bem passaram a porta, Darcy a puxou para seus braços em um abraço forte. Beijou o topo da cabeça de Elisabeta, enquanto ela envolvia-o com os braços. Era um alívio que pudessem estar juntos, que pudessem dissipar parte da angústia de estar longe.

— Por favor, peça à sua irmã para convencer Camilo a convidá-las para ficar. – Darcy riu, apertando-a ainda mais. – Eu não aguento mais tanta saudade.

Elisabeta riu no abraço dele, afastando-se um pouco, ainda com seu corpo junto ao dele.

— Nos vimos todos os dias, Senhor Darcy. – ela piscou.

— Sim, eu a vi todos os dias. Mas foi só o que eu pude fazer... – ele lamentou-se, seus dedos entremeando os cabelos dela.

— Ah é? – Elisabeta provocou. – E quais seriam as suas reais intenções?

Darcy capturou a boca dela sem aviso. Mordeu de leve o lábio inferior de Elisabeta, segurando a cabeça dela e a impedindo de fugir de seu beijo. Não que ela quisesse, pois foi dela a iniciativa de que sua língua pedisse passagem e tocasse a dele. E o tempo paralisou a medida que os pudores se esvaiam, em uma troca intensa e apaixonada.

Ele aprofundou o beijo antes de afastar-se e virar Elisabeta de costas. Segurou seus cabelos e os afastou, expondo a nuca dela. Elisa prendeu a respiração ao sentir a respiração quente de Darcy em sua pele, e a soltou em um suspiro ao sentir os lábios dele tocando a região. Ela inclinou a cabeça, dando passagem a ele, quase perdendo a força quando ele mordeu seu pescoço e sua orelha de leve.

— Eu preciso que você fique. – Darcy sussurrou no ouvido dela, suas mãos descendo pela parte da frente do corpo dela. – Eu preciso de você.

Darcy a puxou contra seu corpo, colando-se nela, seus lábios em seu pescoço em beijos que roubavam a respiração de Elisabeta. Ela estava rendida a ele, completamente entregue a suas carícias e vontades.

— Eu quero invadir o seu quarto, quero amar você até o amanhecer. – ele a segurou firme.

Elisabeta não resistiu à suas palavras, virando-se novamente para ele, seus lábios se encostando automaticamente. Era impossível controlar-se com ele, desde a primeira vez. Eram uma mistura de desejos, iam do céu ao inferno em segundo, da calmaria ao fogo. E Elisabeta precisava dele tanto quanto ele precisava dela.

Ela não protestou quando ele a grudou na parede e partiu as pernas dela com a dele. Era quase impossível que estivessem mais próximos, mesmo assim Darcy a surpreendeu ao levantá-la sem esforço, segurando-a com força pelas coxas. Elisa puxou o lábio dele com os dentes, e em seguida Darcy atacou seu pescoço novamente.

O corpo dele procurava o dela, e pareciam querer aliviar todos os momentos em que não puderam se tocar nos últimos dias. Darcy desceu os beijos pelo colo de Elisa, sua língua invadindo o discreto decote, arrancando dela um gemido baixo.

Mas a batida na porta e a voz de Camilo interromperam o momento, fazendo com que os dois se assustassem, Darcy a ajudou a ficar em pé, tentando arrumar os cabelos desarrumados dela, enquanto Elisa fazia o mesmo com as roupas e cabelos dele. E então seus olhos se encontraram e Elisabeta tentou conter uma risada que surgiu em seus lábios, sem sucesso.

Ela o abraçou tentando evitar o barulho, mas Darcy não pode não ficar contagiado com o absurdo da situação, rindo também. Ele roubou mais um beijo, e mais outro, antes que saíssem do cômodo sorrindo, como se nada houvesse acontecido ali dentro. Jane e Camilo esconderam seus próprios sorrisos, fingindo não notar coisa alguma.

Antes de Elisabeta ir embora, quando Jane e Camilo se despediam, Darcy sussurrou discretamente em seu ouvido o convite para que se encontrassem no dia seguinte em sua futura casa. A resposta dela foi um selinho roubado discretamente, e então ela e Jane seguiram seu caminho.

##

Darcy andava de um lado para o outro no alpendre da casa. Não havia combinado um horário específicio com Elisabeta, e agora temia que ela não aparecesse. O vento anunciava que seria mais um dia de chuva no Vale do Café, assim como o dia em que entraram naquela casa mais uma vez.

Ele respirou aliviado quando avistou Elisabeta ao longe, montada em Tornado e galopando até a casa, como uma visão saída de seus sonhos. Ela seguiu diretamente para os estábulos, deixando Tornado instalado, mas antes que pudesse sair dali, foi pega de surpresa por Darcy.

Darcy a beijou ali mesmo, apaixonadamente, roubando o ar de Elisabeta. Ele a guiou, sem soltá-la, até uma baia vazia. Era impossível não lembrar-se da vez em quase se beijaram em sua casa, e por isso Elisabeta o beijou com intensidade. Darcy pretendia ser romântico, mas preferiu ignorar as velas que queimavam junto às pétalas no quarto que pretendia que fossem deles.

Haveria tempo para o romantismo depois, para o pedido de namoro que ele pretendia fazer. Haveria espaço para o sim que ela diria, para beijos românticos, para um amor mais calmo. Mas agora era urgente, era necessário, era libertação de um desejo contido por tantos dias.

E eles não se importaram com o local inadequado, com as roupas que não puderam tirar, ou com a chuva que começou a cair. Foram beijos urgentes, toques inquietos, querendo chegar ao máximo de prazer possível no menor tempo que pudessem. E a pressa os incendiava, tornava suas respirações aceleradas.

Foi muito rápido que Darcy encontrou espaço entre o vestido dela, roubando dela um sussurro por mais. E ele ofereceu tudo o que podia, todo seu amor e desejo, deixando as marcas de mais um momento de loucura, de desapego, de urgência. Ele a puxou para si quando estavam satisfeitos, beijou sua testa e caminhou de mãos dadas até a residência.

E passaram um dia de beijos preguiçosos, carinhos sonolentos, ao menos até a brasa virar fogo novamente, e a urgência ressurgir. Mas foi num momento de calma que a mão dele acariciou o rosto dela, que seus olhos marejados encontraram os apreensivos dela, e ele tomou a coragem de fazer a pergunta que o atormentava.

— Eu sei que você não quer contar para Lizzie até que tenhamos certeza. – ele disse, sério. – Mas eu quero poder ver você sem me esconder, quero poder tocar você quando Lizzie não estiver por perto. Não quero me preocupar se Charlotte, Camilo ou sua família sabem.

Elisabeta acariciou o rosto dele, sem falar nada.

— O que eu quero dizer... – ele atrapalhou-se, divagando. – É que eu gosto de você, Elisabeta. E eu quero ficar com você de forma oficial.

— Deixa eu ver se entendi... – um sorriso brincou nos lábios dela. – O senhor está me pedindo em namoro?

Darcy balançou a cabeça afirmativamente.

— Não há nada que eu possa querer mais do que ser sua namorada, Darcy Williamson.

E então ele a beijou com calma, oficializando o que já era a certeza no coração dos dois. Poderiam evitar o quanto quisessem, mas sabiam que era uma questão de tempo até que estivessem oficialmente naquela casa, até que dessem início a sua própria família.

Já anoitecia quando eles se despediram, felizes e aliviados com suas decisões. Levaria muito tempo até que entendessem o quanto aquela tarde mudaria suas vidas.


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