À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 48
Com Saudades


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas!

Eu fiquei tão "acostumada" em não postar, que esqueci de postar no sábado. Peço mil desculpas por isso, a cabeça ainda não voltou ao lugar xD

Sem mais delongas, boa leitura!



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Mesmo um pouco desconfiada, comecei meu trabalho. Viviane me informou que eu teria folga na quarta, ou seja, amanhã, e que receberia meu pagamento no final do expediente. Segui o dia normalmente, sem suspeitos para adicionar em minha lista, e no final do dia, fui encontrar Viviane em uma das salas da administração.

— Aqui está, obrigada por seu serviço, Heloise. — Me entregou um envelope.

— Eu que agradeço pela chance, senhora. — Sorri, o deixando debaixo do braço.

Ela sorriu. — Fico feliz por ter te contratado. É uma ótima profissional. Agora, vá descansar. Se divirta no cinema amanhã.

— Cinema? — perguntei, confusa.

— Sim, minha filha comentou que vocês irão ao cinema.

Ah, e como eu não estou sabendo de nada? Hm... — Ah, sim, claro, o cinema. Esqueci completamente! — Dei um tapinha na testa com a ponta dos dedos, teatralmente. — Até me esqueci que horas iremos nos encontrar. Ela chegou a comentar com a senhora?

— Sim, ela disse que vocês iriam se encontrar no cinema as três horas da tarde.

— Ah, sim, verdade, me lembrei agora. Obrigada. Até quinta.

— Até.

Sai da loja com aquela informação matutando minha cabeça.

Essa Adeline... O que ela está aprontando? Bem que ela estava toda estranha, só pode ser por isso. Mas o que ela pretende? Será que não pensou que sua mãe poderia comentar comigo? Provavelmente não. Ainda bem que não pensou.

Pela primeira vez preciso agradecer por ela não ser tão ligeira.

Agora preciso descobrir o que ela vai fazer, e se é que realmente vai ao cinema... Só faltava ela ir se encontrar com o admirador... Aquela cara dela sobre ter apenas um poema na carta me fez ficar muito desconfiada. Terei que ficar de olho para quando ela sair... Apesar que ela disse que nos encontraríamos exatas três horas... Provavelmente foi sincera nessa parte.

Obviamente ela não pode me ver... Terei que dar uma de espiã e segui-la... Só que se ela me ver, vai saber que eu sei sobre seu plano... Seria muita coincidência eu ir no cinema justamente na mesma hora que ela... Se eu pudesse ir com alguém...

Cheguei na pensão e entrei, sendo recebida por um Oliver contente.

— Boa tarde, Heloise!

— Boa tarde, Oliver. — Sorri com sua animação. — Está feliz?

— Muito! Provavelmente você deve saber o motivo.

Dei risada. — Sim, eu sei.

— Você vai, não vai? Hoje à noite.

— Vou sim, não posso perder esse grande jantar! Não está nervoso?

— Confesso que sim, bastante. Estou sentindo uma certa pressão nos ombros — disse arregalando os olhos. — Ainda estou pensando no que dizer!

— Bom, é só você ser fofo como sempre que vai dar tudo certo.

Ele sorriu, divertido e envergonhado ao mesmo tempo. — Talvez eu peça para você sussurrar algumas coisas para eu falar.

Acabei rindo alto. — Tudo bem, ajudo com prazer.

Oliver olhou para a porta e para os lados, e depois abriu uma gaveta da mesa do balcão, e me estendeu um envelope. — Tome. Nathaniel esteve aqui de manhã e lhe deixou esta carta, e me pediu para ser discreto.

Minhas sobrancelhas se ergueram de surpresa e peguei a carta. — Obrigada pela discrição — brinquei e ele riu.

— Por nada. Esteja lá em casa as sete, viu? Não esqueça.

— Com certeza não esquecerei. Nos vemos lá. — Acenei e fui para meu quarto.

Andei rápido, curiosa para ler a carta. Assim que entrei, tranquei a porta, deixei o envelope do pagamento na cama e me sentei no banco, abrindo a carta.

“Querida Heloise,

Lysandre esteve em meu consultório hoje de manhã. Tivemos uma conversa... acalorada, digamos assim. Segui suas ordens, não deixei transparecer que eu sabia de algo, então me contive em certos momentos. O que foi bem difícil, mesmo sabendo que ele fez o que fez por medo de me acontecer algo.

Enfim, ele veio me informar que viajará novamente para Londres, e que voltaria em duas ou três semanas. Pelo menos por esse tempo, podemos ficar tranquilos. Espero que possamos nos encontrar alguma hora.

Com saudades,

Nathaniel.”

Mais notícias boas! E ele está com saudade de mim...

Espera, já sei! Podemos sair sem medo de sermos vistos por Lysandre. O que quer dizer que Nathaniel poderia me acompanhar no cinema. Assim caso Adeline nos visse, não seria tão suspeito.

É isso. Só preciso saber se ele pode ir comigo... Mas é melhor esperar ele chegar em casa. Pedirei ao Oliver para usar o telefone.

Reli a carta, parando por mais alguns segundos na penúltima linha.

O que você está fazendo, Heloise... Tá bem, cérebro, eu também estou com saudades dele! Feliz agora?

Ri sozinha e passei um tempo por ali, até estar satisfeita com o horário, e desci novamente, indo para a recepção.

— Oliver... — chamei e ele me viu ali. — Será que posso usar o telefone de novo? — Dei um sorriso pidão.

— Mas é claro. Quer que eu ligue? — Já puxou o telefone.

— Por favor.

— Nathaniel? — Me olhou com um sorrisinho.

— Acertou! — Dei risada.

Ele riu e fez aquele mesmo esquema de antes, e assim que terminou, me passou o telefone. Posicionei as peças no ouvido e próximo a boca e esperei.

— Enquanto você liga, vou dar um pulo no banheiro, tudo bem? — Oliver perguntou, eu concordei, e ele saiu.

Heloise? — A voz de Nathaniel soou preocupada do outro lado da linha. — Aconteceu algo?

— Mais ou menos, mas não é nada ruim, pode ficar tranquilo. — Sorri.

Ah... ok. Como está?

— Estou muito bem! As coisas estão voltando a dar certo, e agora preciso de sua ajuda.

Com o quê?

— Será que teria como você me acompanhar ao cinema amanhã à tarde? Eu... descobri algumas coisas hoje e preciso ir até lá.

Que coisas?

— Hm, acho melhor falar pessoalmente. Bom, se não puder, não tem problema, vou sozinha mesmo.

Não, eu vou com você. Coincidentemente não tenho pacientes depois das duas.

— Ah, então tudo bem. Você sabe onde fica esse cinema?

Sei sim.

— Eu não sei onde fica. Onde poderíamos nos encontrar?

Eu passo aí na pensão... Aliás, não irá trabalhar?

— Não, amanhã é meu dia de folga.

 Tudo bem, passo aí as... duas e quarenta?

— Pode ser. Te espero, então.

Certo... É... Recebeu minha carta? — perguntou, um tanto receoso.

Acabei rindo. — Sim, recebi. Por isso mesmo resolvi te pedir ajuda, já que estamos livres do carcereiro.

Nathaniel riu. — Ah... Então... Te vejo amanhã.

— Sim, até amanhã... — Desliguei o telefone e ri sozinha. Esperei Oliver voltar.

— Desculpe a demora. — Ele falou tomando seu lugar na cadeira.

— Não demorou. Você não vai se aprontar para o jantar, mocinho? — brinquei.

— Vou, mas preciso esperar alguém vir ficar no meu lugar. Acho que daqui a pouco poderei ir. E você também precisa ir se aprontar, não?

— Sim, preciso. Já estou indo!

Sai ouvindo sua risada e voltei ao quarto.

Escolhi o melhor vestido e o deixei na cama. Tomei um banho, arrumei os cabelos, os deixando presos, me vesti e calcei os sapatos. Como não estava me aguentando de curiosidade, desci alguns minutos antes do horário e fui em direção à casa dos Pierre. Assim que parei na porta da cozinha, ouvi vozes vindo do fundo e constatei que os Riviere já haviam chego.

— Com licença! — falei alto, entrando.

Houve um breve silêncio, seguido de passos rápidos e o retorno da conversa. Alguém apareceu na porta, e vi que era Denise, que veio correndo em minha direção e se jogou em mim, me abraçando.

— Você veio mesmo! — Ela disse, feliz.

— Claro que eu vim! Não poderia deixar de aparecer.

— Ai, Heloise, me perdoe por ter sumido, eu sinto muito por tudo o que aconteceu... — Se afastou para me encarar.

— Denise, não se preocupe, eu já estou sabendo de tudo. Não tem motivos para pedir desculpas. — Acariciei rapidamente sua bochecha. — Você está linda.

Ela sorriu. — Você também está linda! — Segurou minhas mãos. — Se eu pudesse te daria o mundo inteiro! Você tem ideia do que fez? Fez meus pais desistirem do casamento com René! Eu continuo não acreditando desde que eles vierem falar comigo.

— Eu também ainda não acredito completamente, é quase um sonho, mas acredite, eu estou tão feliz quanto você.

— Estou vendo! Eu te devo minha vida. — Sorriu, com uma carinha de choro.

— Não deve não. Você apenas me deve sua felicidade, e é isso o que eu quero ver a partir de agora. Combinado?

— Combinado!

— Todos já chegaram?

— Sim, já. Eu estou nervosa por Oliver. — Colocou as mãos na barriga. — Meu estômago está cheio de borboletas e nem sou eu que vou casar.

Dei risada. — Eu também estou nervosa, mas não só por isso. Clarisse ainda não sabe, não é?

— Não, não sabe... Mas como assim não só por isso? — Me olhou sem entender.

— Depois você vai descobrir. Vamos nos juntar aos outros! — A puxei para a porta.

Fomos até a sala de jantar, e eu vi que todos estavam ali, uns já sentados, outros de pé, conversando animadamente. Oliver e Clarisse estavam conversando com Remy e Franceline, enquanto Kentin estava com os irmãos Riviere em uma conversa enérgica. Justine e Maurice estavam à mesa, conversando com os pais de Oliver e Kentin.

Admirei aquela reunião com um sorriso nos lábios. Era muito bonito ver todos se dando tão bem. Se antes já eram unidos, agora com os casamentos seriam ainda mais.

— Heloise. — Percebi Castiel se aproximando de nós.

— Castiel — falei, segurando o riso, bancando a cordial.

— Está sabendo dos eventos de hoje? — Colocou as mãos no bolso da calça.

— Estou sim. E você?

— Claro que estou. Mas há quem não esteja...

Denise cruzou os braços, fazendo um bico, o encarando brava. — Não começa com essas frases misteriosas, Castiel!

Ele gargalhou e negou com a cabeça, e antes que pudesse dizer algo, ouvimos sons de talher batendo levemente contra uma taça.


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Notas finais do capítulo

Castiel não consegue não encher o saco de Denise, né? hsaush

Ai, ansiosos para os pedidos de casamento? Eu estou muito!

Nos vemos no sábado o/



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