À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 47
Boas Notícias


Notas iniciais do capítulo

Oi, xuxus! Estão com saudades? Eu estou muito!

Finalmente o enem passou e eu pude escrever de novo. Estava ficando com crise de abstinência xD

Relembrando, o pai da Denise chamou a Lolo para um papo sério. Agora podemos saber o que ele quer.

Boa leitura!



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Antes que eu protestasse, ele ergueu a mão.

— Espere um momento, deixe-me terminar, por favor... — Apoiou os cotovelos na mesa e cruzou os dedos. — Minha esposa e eu percebemos que o comportamento da nossa filha mudou desde que começou a falar com a senhorita, e de acordo com Franceline, não de uma forma boa. Mas em contrapartida, Denise, Kentin e Oliver só te elogiavam, diziam que os ajudava nas tarefas, ou em qualquer coisa que pudesse. Denise estava com umas compras novas, e eu a perguntei de onde tinha tirado mais dinheiro, e ela disse que a senhorita deixou uma “gorjeta” pelos serviços bem feitos dela antes de viajar, e ainda deixou o dinheiro da hospedagem. E, sabe, eu fiquei me perguntando se, de fato, a senhorita seria uma má influência.

Está vendo? Eu sou uma ótima pessoa!

— Bom, respondendo uma de suas dúvidas... Sim, nós vemos o sofrimento de Denise com o casamento, mas provavelmente a senhorita deve saber o motivo de estarmos seguindo em frente com ele.

— Porque essa seria a única chance dela se casar? — Cruzei os braços.

— Sim. Denise nunca foi... Como posso dizer? Uma moça exemplo de modos. Apesar das broncas que levava da mãe, ela nunca se importou muito em falar de boca cheia, ou andar sem meias e com o cabelo despenteado. Mas, sinceramente, isso é o que eu mais gosto em minha filha. Sua autenticidade. Só que, infelizmente não são todos que possuem disposição a admirar as mesmas coisas que um pai, principalmente possíveis maridos.

— Está me dizendo que ela nunca teve pretendentes por causa de seu jeito?

— Sim. Na realidade, os poucos que mostraram interesses desistiram depois de alguns jantares. Minha esposa ficava aflita a cada vez que isso acontecia... Então, quando nossos primos apareceram, ela resolveu agarrar a chance com unhas e dentes.

— Isso não significa que outra chance não apareceria...

— Eu sei, mas minha esposa não quis arriscar. E, como toquei no tema sobre Denise ter mudado seu jeito quando a conheceu, devo terminar. Para Franceline, Denise começou a agir inconsequentemente, mas para mim, apenas tomou coragem de ser mais como ela realmente é.

— Então, o senhor não aprova esse casamento?

Ele hesitou uns segundos. — Em partes, sim. Eu imagino como Denise seria infeliz, sendo mais reprimida pelo marido do que pela família. Só que... Graças a senhorita, felizmente isso não acontecerá.

— Como assim?

— Castiel me contou o que fez. Que foi tentar convencê-lo sobre o casamento. Mostrar os fatos, intimidá-lo, ou será que eu poderia dizer que fez uma pequena chantagem? — Riu.

Senti o rosto corando e dei de ombros. — Eu precisava tentar de todas as formas.

— Eu entendo e fez muito bem. Funcionou.

— Funcionou...? — Arregalei os olhos. — Como assim? Castiel me ignorou completamente.

— Eu conheço esse menino desde que nasceu, e sinceramente, no fundo sempre torci para que ele e Denise ficassem juntos, pois sempre foram muito parecidos. Entretanto, perdi as esperanças quando eles começaram a se afastar na adolescência.

— Castiel foi falar com o senhor na sexta-feira? Depois daquela confusão?

— Foi. Ele veio trazer uma encomenda que pedimos e me chamou para conversarmos a sós. Ele... — Deu risada, se lembrando. — Disse algo como “o senhor acharia muito, mas muito estranho se eu... pedisse a mão de Denise em casamento com essa confusão toda acontecendo?”. Assim que essas palavras saíram da boca dele, achei que estivesse brincando e acabei rindo, mas ele permaneceu sério. Eu só vi Castiel sério em poucas ocasiões... Quando debochavam dele ou quando falavam algo de sua família. Então, percebi que não era uma brincadeira.

— E o que o senhor respondeu?

— Eu disse que sim, acharia muito estranho, mas adoraria pensar no assunto. — Acabei sorrindo. — E também disse que conversaria com Franceline e o avisaria quando decidisse. Naquela noite, depois que nossos primos foram embora sem nem provar a sobremesa, conversei com minha esposa, que achou um absurdo, pois já estávamos com praticamente tudo acertado sobre o casamento com René... E pela primeira vez, eu não cedi às palavras dela. Insisti, ela ficou enraivecida, me ignorou durante o fim de semana, proibiu Denise de sair de casa e... Hoje de manhã entendeu as coisas que eu havia dito a ela...

— Ela aceitou...?

— Sim. Ela entendeu que seria o melhor que poderíamos fazer por nossa filha.

Tapei minha boca aberta com as mãos, chocada, surpresa, espantada, maravilhada...

Ai meu Deus do céu, eu não estou acreditando nisso...!

Passei as mãos em minha cabeça e comecei a rir. — Eu não acredito... — Senti meus olhos enchendo de água e mordi o lábio, segurando o choro. — Denise já sabe? — perguntei com a voz meio trêmula.

Remy sorria, também com um brilho no olhar. — Ainda não. Saberá amanhã no jantar que estamos planejando. Era uma das coisas que estava conversando com Castiel há pouco.

Algumas lágrimas escaparam e eu as enxuguei rapidamente. — Isso é tão maravilhoso... Eu estava tão... preocupada com o futuro de Denise, o senhor não tem ideia...

— Estou tendo agora, apenas de ver sua reação... E só tenho a te agradecer pelo que fez. Por favor, perdoe-nos por proibir Denise de lhe ver, sobre termos dito que a senhorita era má influência...

Dei uma fungada e neguei, sorrindo. — Tudo bem. Não posso tirar a razão dos senhores, afinal, são pais e só querem o melhor para sua filha. Eu fico muito feliz em saber de tudo e fico agradecida por ter me contado.

— Será que a senhorita aceitaria comparecer ao jantar?

— De verdade? — Fiquei surpresa.

— Claro. Virão todos os Riviere amanhã, e até aconselhei Oliver a, finalmente, pedir Clarisse em casamento.

— Puxa, é mesmo! Ele ainda não tinha pensado em nada e eu fiquei de dar alguma ideia. Esqueci completamente de ajudá-lo...

— Senhorita, creio já ter ajudado muito esta família, não precisa se preocupar tanto. — Deu risada. — Em todo caso, o jantar será as sete. Espero que venha.

— Com certeza! — Sorri, toda feliz. — Mal vejo a hora! Obrigada mais uma vez por tudo. — Me levantei.

— Eu que agradeço.

Saí da sala e fechei a porta, tentando conter aquela vontade de gritar ali mesmo no corredor.

Eu consegui. Eu ajudei Denise... Convenci Castiel a fazer algo... Ainda não consigo acreditar nisso tudo! Queria tanto arrombar aquela porta da casa de Denise para dizer a ela! Obviamente não posso estragar a surpresa.

Mal posso esperar por esse jantar! Teremos dois pedidos de casamento!

Subi as escadas praticamente dando pulinhos de felicidade, e assim que cheguei no meu andar, paralisei, olhando para o aparador de madeira que ficava ao lado da porta do meu quarto. Me aproximei, surpresa e observei o vaso enfeitado com diversas flores coloridas e percebi um cartão ao seu lado.

Com certeza o vaso não fazia parte da decoração do hotel, ou eu teria percebido.

Peguei o cartão e o abri, o aproximando de meu rosto para ler o que estava escrito. Em letras elegantes, meu nome estava registrado, nada mais.

É para mim... Uau...

Ainda surpresa, peguei o vaso e levei para dentro do quarto, o deixando na escrivaninha para as flores tomarem sol, e abri as janelas para ventilar o quarto. Sentei no banco, encarando aquele papel.

Será que foi Nathaniel...? Apesar que essa letra me parece diferente da dele. Eu não consigo lembrar como era sua caligrafia.

Dali, encarei as flores, abrindo um sorriso involuntário. O perfume delas já invadia o quarto junto da brisa refrescante. Me joguei para trás, deitando parte das costas na cama.

O que será que aconteceu? As coisas estavam dando certo, daí começaram a dar errado, e agora parece que estão voltando aos eixos... Eu nem sei mais o que esperar. Acho que é melhor apenas torcer para que continuem assim.

E... Nathaniel... Me dar flores não é ser exatamente discreto, não sei se você sabe. Não que eu esteja reclamando, é claro. Elas são adoráveis.

Resolvi tirar um cochilo até o jantar, e no horário, desci para ir comer. Assim que entrei no salão, vi Armand sentado em uma das mesas, e ele acenou para mim, apontando para a cadeira à sua frente. Concordei, peguei a comida e fui até lá.

— Boa noite, senhorita... Opa, Heloise. — Ele sorriu, divertido.

— Boa noite, Armand. Como está? — Me sentei em sua frente.

— Estou ótimo, e você? Parece feliz.

— E estou. As coisas voltaram a dar certo para mim.

— Estou vendo, está mais radiante do que antes.

Minhas bochechas esquentaram um pouco e acabei sorrindo, um tanto sem jeito. — Acho que sim... Não é engraçado como vemos as coisas por lados diferentes quando estamos felizes?

Ele considerou. — Sim, realmente. Nossa perspectiva muda de acordo com nossa áurea.

Concordei e comecei a comer. Vi Kentin saindo da cozinha, e quando ele me viu, sorriu e veio em nossa direção.

— Pegou as flores? — Ele perguntou, afável.

— Sim, peguei. — Sorri para ele. — Mas o cartão só havia meu nome... Você não sabe quem me deu?

— Não, eu tinha ido ficar um tempinho no lugar de Oliver na recepção, e quando cheguei, o vaso estava no balcão. Não vi ninguém entrando ou saindo.

— Ah... que pena.

— Não tem alguma ideia de quem possa ter sido? — Deu um sorrisinho sapeca.

Acabei rindo. — Hm, bom, tenho minhas suspeitas.

— Imagino que sim. — Deu risada. — Vou deixar vocês jantarem, com licença. — E saiu andando.

— Então tens um admirador secreto? — Armand questionou, com um pequeno sorriso cordial.

— Não sei se realmente é um admirador secreto... Mas eu gostei das flores.

Armand concordou, parecendo achar minha resposta quase... fofa.

Seguimos o jantar falando de uma coisa ou outra, e subi primeiro dando a desculpa de estar cansada. Assim que subi, tranquei o quarto e fui tomar um banho. Depois me deitei na cama e suspirei, me aconchegando nas cobertas. Adormeci rápido, e logo começou mais um dia. A motivação da vez era o jantar de noite. Mal esperava por ele.

Assim que cheguei na loja, vi Adeline arrumando alguns cabides de roupas, e nem precisei chegar perto para perceber que ela havia recebido outra carta.

— Então, o que mais seu admirador disse? — perguntei assim que parei ao seu lado.

Ela deu um pulinho, colocando a mão no peito e me olhando. — Por que é sempre tão sorrateira?

— Não sei, talvez você que esteja com a cabeça nas nuvens e não escute minha aproximação. — Dei um sorrisinho brincalhão.

Adeline deixou escapar um sorriso que logo conteve. — Não teve nada... — Voltou a arrumar as roupas. — Só um poema.

Cruzei os braços, desconfiada. — Só um poema?

— Sim. — Me encarou. — Não acredita em mim?

— Acredito... Só achei que depois das pequenas apresentações dele, ele falaria ainda mais coisas.

— É, pois então. Quem sabe na próxima.

Não sei se ela me parece decepcionada ou apenas estranha...


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Notas finais do capítulo

Confesso que meus ~óleos~ ficaram úmidos com a notícia sobre a Denise :')

Vocês ficaram tão felizes quanto eu? o/

Agora, qual evento mais esperado? Jantar de pedidos de casamento ou perseguição à Adeline? xD

Nos vemos no sábado o/



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