Eu invejava a Abigail, que progrediu como ninguém. Uma bruxa excepcional, que segundo Senhora Olga, poderia disputar pela posição como Senhora em alguns anos. Por isso, comecei a me esforçar também. Parei de só beber e comecei a fumar também, coisa que dizem que nenhuma bruxa deveria fazer. Eu as impressionaria, todas as três. A Maga-Bruxa, que de acordo com Delula, era a primeira de seu tipo. Ainda tinha calafrios quando me lembrava da Osteofagia de Abigail, aquela coisa feia e cruel que Delula fez com ela e que poderia jurar que não tinha feito nada de errado, enquanto olhava nos seus olhos.

Parecia que Senhora Miuzand a mataria a qualquer momento, mas ainda estava se recuperando do uso de chamas. Ela havia recebido um presente de Vincent também. Dizia que era para a futura Primeira Bruxa. Um artefato que começaria a nossa Rebelião, o Manto do Anfitrião. O nosso grande patrocinador, então. Era um milagre que Senhora Miuzand ainda estivesse ligada em corpo e alma, mas de acordo com Senhora Olga, era por conta da escuridão que Vincent Grinn depositou em seu corpo. Então deveríamos agradecê-lo, afinal de contas. Irônico. Eu ainda esfaquearia ele, só pra empatar o jogo. Mas ele era daquele tipo de homem que tem cara de quem me mataria. Bem, ele já literalmente me matou, então tem essa parte. Mas eu não poderia matá-lo, puramente por gratidão. Lidar com a Primeira Bruxa sem a ajuda de Senhora Miuzand seria complicadíssimo, mas não sei se foi por isso que Vincent Grinn a salvou.

Dou uma última tragada no cigarro e jogo o resto do chão, fazendo certa questão de dizimá-lo com a bota. Acho que peguei o jeito. Saco a minha espada no meio da rua mesmo. O que é que os paladinos fariam? Me matar? Eu gostaria de vê-los tentar. Mantenho a minha concentração na fumaça em meus pulmões, até que…

Um pouquinho de chama, fazendo a lâmina cheirar a tabaco. Perfeito. Mal posso esperar pra mostrar isso pra Senhora Miuzand.

Mas eu esqueci de expirar a fumaça, então a tosse me pegou de jeito.