Capítulo 2

Carly e Freddie dirigiam juntos em direção ao salão onde ocorria a festa de casamento. Os convidados já haviam chegado, aguardavam ansiosamente a chegada dos noivos. Mas os dois acabaram se atrasando um pouco, pois decidiram aproveitar o começo da lua de mel.

Nenhum dos dois havia casado virgem, na verdade moraram juntos nós últimos dois anos, mas a emoção de fazer sexo como marido e mulher foi muito grande e não conseguiram esperar até a viagem. Viajaram na manhã seguinte para França, Carly havia escolhido passar sua lua de mel em Paris e Freddie concordou. Todo o roteiro da viagem já havia sido planejando, as malas estavam prontas e nenhum dos dois conseguia segurar a felicidade.

Os dois sorriam, Freddie ainda com seu smoking caro na cor cinza, porém agora sem o paletó, se parecia com um príncipe, o colete caia muito bem em sua pele. Carly com o vestido de noiva curto e uma sapatilha, pois não aguentava mais seus pés dentro daquele salto, por sorte havia pensado e comprado uma sapatilha para usar na festa. O casal estava mais unido do que nunca, jamais sentiram tamanha felicidade, Carly sempre sonhou com um casamento, havia feito tudo como desejava.Nada poderia atrapalhar.

—Eu te amo - Carly falou olhando pela janela com um sorriso no rosto.

—Eu te amo mais - Freddie respondeu orgulhoso com as mãos no volante.

Freddie e Carly sorriam felizes, quando perceberam uma movimentação estranha na rua, as sirenes brilhavam, o barulho ecoava.

—Um acidente? - Perguntou Carly preocupada.

As pessoas corriam assustadas. Quanto mais se aproximavam do acidente mais alto era o barulho e o desespero das pessoas em volta. De repente Carly olhou assustada em determinada direção.

—Para o carro. Para o carro! - Ela gritou batendo no painel. Freddie freou assustado sem entender e Carly desceu do carro já aos prantos. Ela correu em direção ao poste, um carro vermelho havia deixado estilhaços de vidros por toda a rua, a cena era horrível. Ao avistar o carro, Freddie entendeu.

Samantha abriu os olhos e tudo estava claro, uma luz em seus olhos a impedindo de enxergar, ela levou a mão para frente do rosto para tapar a luz, tentou se levantar, mas suas pernas não respondiam.

Percebeu estar deitada na grama, virou para o lado e não viu nada além de árvores. Pensou  estar louca. Com muito esforço, Sam se levantou, mas não reconheceu nada a sua volta. A paisagem estava diferente, o ar estava diferente. Ela não sabia o que estava errado, mas seu coração batia depressa, ela sabia que algo havia mudado. Não era capaz de raciocinar, sua cabeça doía, foi quando percebeu, não estava mais dentro de seu carro. Engoliu em seco e tentou se lembrar de algo. Imaginou ter sido socorrida, mas onde estava?

Sem muitas opções, ela correu em desespero, passando por árvores e insetos em uma quantidade que nunca havia visto em sua vida. Sua cabeça doía, ela não conseguia se lembrar de como havia ido parar ali. O medo tomava conta de seu corpo. Pensou em se beliscar para acordar, sentiu um calafrio passar por sua espinha e percebeu estar entrando em choque. Seu corpo não a obedecia, suas pernas pararam e as lágrimas escorreram. Samantha que estava com aquele lindo vestido dourado de madrinha escolhido pela noiva, caiu no chão, sentindo a terra em seus cabelos loiros ela orou em silêncio pedindo para que tudo voltasse ao normal. Ela ouviu passos, sabia que precisava correr, mas seu corpo não se movia. Ela olhou para o céu, aquele lindo Céu azul, sua visão foi interrompida por  um homem cujo semblante lhe era familiar, mas suas roupas eram diferentes, ele vestia uma roupa prateada e parecia mais velho. Por mais que estivesse diferente, ainda era ele, então Sam foi aos poucos voltando ao normal, se sentia mais confortável ao ver um rosto conhecido, não estava mais sozinha.

— Moça - Ela ouviu de longe.

— Você está bem? - Ele perguntou se aproximando ainda mais.

Sua mão tocou a pele nua do braço dela, ele parecia preocupado, ela levantou em um susto ao ver que ele carregava uma espada.

— Onde eu estou? - Ela se ouviu falando francês, mas nunca havia aprendido.

Ele sorriu, aquele sorriso que ela conhecia

— Acho que eu deveria perguntar, o que você faz no meu jardim? - Ele perguntou passando a mão pelo cabo da espada em sua cintura.

Sam se desesperou, nunca havia visto uma espada tão real, sentiu que precisava fugir, aquele não era o Brad que ela conhecia. Antes que pudesse correr, ele a segurou pelo braço. Sam sempre foi forte e nunca precisou de ajuda para se livrar de um homem, mas aquele aperto era diferente, ela se debateu, mas ele a segurou ainda mais forte, as lágrimas brotaram de seus olhos e ela sentiu saudades daquele casamento torturante.

Brad era um antigo namorado, ficaram juntos durante menos de um mês, mas nenhum dos dois sentia amor um pelo outro, na verdade sequer eram amigos, Brad era um amigo de Carly e isso acabou unindo os dois.

Ele a arrastou para uma cabana e ela percebeu que não havia energia no ambiente, não haviam lâmpadas ou carros do lado de fora, ao invés disso ela viu cavalos e velas. Estava assustada, seu vestido sujo e seu cabelo embaraçado a bolsinha em sua mão, os pés doloridos do sapato.

A cabana estava vazia, apenas ela e seu antigo namorado. Ele finalmente a soltou, com um empurrão ele a derrubou no chão. Sam caiu sobre uma cama velha e com cheiro ruim, sentiu o estômago embrulhar.

—O que você faz aqui? - Ele perguntou mais uma vez, porém calmo.

—Eu não sei onde estou - Ela finalmente respondeu sem tirar os olhos da espada.

—Você é uma espiã? - Perguntou. Em outra situação ela cairia na gargalhada, mas ele perguntou tão sério que ela quase concordou para que aquele interrogatório acabasse.

Estava assustada, mas conhecia Brad, ele não poderia fazer mal algum a ela, pensou que talvez fosse uma brincadeira dos meninos, uma forma de se vingar pelas várias pegadinhas que ela havia pregado. Decidiu entrar na brincadeira para ver até onde iria.

— Porque me trouxe aqui? Quem é você? - Ela perguntou fingindo não conhecê-lo.

Ela ouviu cascos batendo e seu interrogador pareceu assustado, ele se levantou em um pulo e olhou pela pequena e suja janela. Ele voltou se para ela com sua espada na mão, ele a puxou da cintura em segundos. Olhou para ela com um sorriso maldoso no rosto. Ela não sabia porquê, mas sentia que aquilo não era bom e que não poderia continuar ali.