Total Drama Sky High escrita por Pamisa Chan


Capítulo 3
Me trocaram na maternidade?


Notas iniciais do capítulo

Oieee gente! Demorou um pouquinho mas finalmente saiu!!
No último capítulo, Trent ia revelar a verdade para o seu pai... Como será que ele reagiu?



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— Claro, filho... quer contar como foi seu primeiro dia de aula? Aposto que você deve ter colocado os veteranos valentões pra correr! O treinador Hatchet deve ter ficado impressionado com seus golpes... Ele fez o negócio do carro? Aposto que você segurou e jogou bem longe, né?!

— Hum... é sobre isso mesmo que eu queria falar... Na verdade... eu não tenho poderes.

O senhor Thomas ficou em silêncio encarando o filho, incrédulo. Após alguns segundos, ele começou a gargalhar.

— Muito boa, filho! Você filmou minha reação?! Aposto que eu fiz uma cara assim — o pai fez uma careta caricata de espanto misturado com raiva —Não acredito que quase caí nessa!

— Pai! — Trent gritou, numa tentativa de interromper as risadas do pai. — Eu... eu tô falando sério. Eu não tenho poderes. Nem super força, nem poder de voar... Nada!

Novamente, Thomas Stronghold ficou quieto, mas desta vez ele começou a tremer. Com as mãos chacoalhando, ele tirou os óculos do rosto e com uma só mão os esmagou.

— COMO ASSIM VOCÊ NÃO TEM PODERES?! — começou a arremessar objetos aleatórios pela sala — COMO NÓS VAMOS SER A MAIOR FAMÍLIA DE SUPER-HERÓIS DO MUNDO SE VOCÊ NÃO TEM PODERES? — sentou no chão e colocou as mãos na cabeça — A gente ia combater o crime juntos... — Suspirou — Que decepção...

— Acontece que eu não me importo de não ter poderes. E eu achei que meu pai iria me aceitar, porque é assim que eu sou! — Trent bateu a porta e subiu para o quarto, com os olhos marejados.

— Querido, o que aconteceu?! — A senhora Tanya chegou em casa bem nessa hora e se desesperou ao ver o marido sentado no chão, imóvel.

Quando Trent chegou em seu quarto, ele fechou a porta e se jogou em sua cama, deitando com a barriga para baixo, e segurando o travesseiro sobre sua cabeça. De repente, alguém bateu na janela.  O rapaz jogou o travesseiro no chão e encarou o vidro, percebendo que era sua melhor amiga que estava do outro lado, entre os galhos de uma grande árvore. Ele foi até lá e abriu. Gwen se deu a liberdade de atravessar a parede, em vez de pular a janela. A gótica então se sentou em um grande pufe verde que estava encostado no canto do quarto e disse:

— Sinto muito pelo seu pai...

— Você ouviu os gritos?

— Senti o terremoto.

— Foi mal... Aposto que ele deve ter incomodado o bairro inteiro. — Trent suspirou — Herói...

— Eu imaginei que a reação dele seria assim... Mas, acontece. Esse sistema injusto coloca essas expectativas nos heróis.

— Por isso eu não faço questão de ter poderes! Qual o problema de querer viver uma vida sossegada?! Parece que eu sou menos filho dele por isso...

— Vai ficar tudo bem... — Gwen falou e em seguida se levantou, afagou os cabelos do amigo e foi em direção da janela para sair.

— Como você sabe? — Trent questionou, fazendo a garota parar e o olhar.

— Eu também tenho precognição. — Riu — Na verdade eu só falei pra você se sentir melhor. — Depois dessas palavras atravessou a parede e foi embora pelo mesmo local por onde entrara.

Trent começou a ouvir gritos e tremores vindos do andar de baixo e resolveu ver o que estava acontecendo. Vagarosamente, ele abriu a porta de seu quarto e ficou na escada, espiando seus pais pelos vãos do corrimão de madeira.

— COMO EU POSSO TER CERTEZA QUE ELE É NOSSO FILHO, TANYA?! SERÁ QUE NÃO TROCARAM ELE NA MATERNIDADE?

— Thomas, olha o que você está dizendo! Olha pra cara dele! Ele é literalmente você de cabelo escuro! — Ela apontou para um porta-retrato da família na parede. — Eu não acredito que você chegou a cogitar essa possibilidade!

O senhor Stronghold parou para raciocinar e começou a chorar.

— Você tem razão, Tanya... Eu falei sem pensar... — ele repetiu os pedidos de desculpa várias vezes — Eu só... eu só... — sua voz estava embargada — Eu não consigo aceitar que a gente não vai poder ser uma super-família! — Colocou a mão no rosto e secou as lágrimas.

Tanya colocou a mão sobre a cabeça do marido para acalmá-lo, como Gwen fazia com Trent.

— Tom... talvez ele só seja um dos que florescem mais tarde. E mesmo que não for... Ele não vai deixar de ser nosso Trent!

Thomas foi aos poucos se acalmando e depois de limpar as lágrimas, falou, otimista:

— Você está certa, querida! Afinal de contas, ele ainda pode ser picado por um inseto radioativo ou cair no lixo tóxico! Se bem que não seria a mesma coisa... — após essas palavras, Tanya o encarou com um olhar mortífero. — O quê?

Depois dessa conversa, o pai de Trent decidiu sair para espairecer. Após ele fechar a porta, Trent desceu as escadas e falou:

— Obrigado, mãe.

Tanya deu um pulo de susto com a presença inesperada do filho.

— Você ouviu isso, filho?

— Infelizmente... mas fiquei feliz de saber que você me ama apesar de eu ser uma grande vergonha pra família — disse as últimas palavras revirando os olhos, com um tom de desprezo.

— Não fale assim, filho... Seu pai só está frustrado... Você sabe como ele é.

— É, eu sei... — Trent pegou uma maçã que estava em uma das sacolas de compras que sua mãe trouxera e a levou para o quarto.

No dia seguinte, os jovens se reuniram no ônibus para ir para seu segundo dia de aula. Quando Trent entrou, todos pararam de conversar e começaram a encará-lo. Enquanto ele procurava um lugar para se sentar, percebeu que muitos estavam cochichando a respeito dele. Geoff, que estava sentado perto dele não conteve a curiosidade:

— E aí, como foi?! É verdade que deu pra sentir lá na Ásia o seu pai quebrando a casa?

— Geoff! — Bridgette chamou a atenção do namorado pela falta de discrição.

— Eu não quero falar sobre esse cara, ok?! — Trent respondeu, estressado.

— Foi mal! Perguntar não ofende! — Geoff se defendeu.

Quando chegaram na escola, Trent foi o primeiro a sair do ônibus, sendo acompanhado pelos olhares dos colegas. Ele deixou todos para trás e foi em passos rápidos e cara amarrada para sua sala de aula, sem prestar atenção em nada a seu redor. No meio do caminho, porém, ele trombou com alguém. Sem olhar na cara da pessoa, seguiu seu caminho, apenas dizendo:

— Foi mal.

"Eu sei porque você tá assim."

Trent olhou para trás para ver quem tinha falado com ele.

— Quê?

A garota de longos cabelos escuros não mexeu a boca em momento algum, apenas sua voz ecoou na cabeça de Trent.

"Me encontre no intervalo."

Trent abriu a boca para responder, mas antes que pudesse sonorizar qualquer palavra, a voz da garota novamente soou em sua mente.
"Eu sei o que você está pensando, não precisa falar em voz alta."

"O que você quer comigo?" Trent respondeu em pensamento.

"Eu quero te ajudar."

"Eu não preciso de ajuda" O rapaz franziu o cenho. Logo Gwen e os outros amigos o alcançaram.

— Vamos, Trent! A aula vai começar! — a gótica falou, antes de se aperceber da situação — Por que você tá encarando a veterana?

— Jeito estranho de paquerar, Stronghold! — Geoff brincou, dando um soquinho no ombro do amigo e entrou na sala.

Sem entender o que estava acontecendo, Gwen seguiu o amigo loiro para dentro da sala de aula, deixando Trent e Heather para trás.

"Você que sabe. Estarei te esperando no pátio assim que a sirene tocar. Ah, e por favor, não fale sobre meus poderes para ninguém."

Trent deu as costas para a garota.

"Menina estranha." Pensou.

"Eu ainda consigo te ouvir, Stronghold."

Assim que todos entraram na sala e se acomodaram, alguém surgiu de repente na frente da classe, fazendo todos levarem um susto.

— Adoro fazer isso na primeira aula... — riu — Meu nome é Chris Mclean e eu serei o professor de vocês durante essa jornada para se tornarem magníficos suportes de herói!

— Também conhecido como "ajudantes"... — Um rapaz no fundo da sala com as pernas cruzadas sobre a mesa falou sarcasticamente,  fazendo todos colocarem os olhos nele e as garotas ficarem encantadas.

—Uau, quem é esse gatinho? — Beth perguntou para Sadie — Eu não vi ele no ônibus!

— O nome é Alejandro — o rapaz se apresentou com um sorriso sedutor — Eu sou veterano, mas como sou dos que "florescem mais tarde" — fez aspas com as mãos — estou aqui junto com os calouros. Mas eu não sou o único — Olhou para uma garota sentada também no fundo, mas no outro canto da sala.

— Ela é ajudante?! — Gwen, espantada, perguntou discretamente para Bridgette.

— Meu nome é Heather.  Presa ao sistema que nos separa em heróis e ajudantes... — suspirou e voltou os olhos para Chris, esperando ele prosseguir a aula.

— Antes de eu me tornar professor — Chris começou — eu era ajudante do Hatchet.

— O quê?! Do treinador?! — A turma se surpreendeu.

— Sim, sim... E se tem uma coisa que eu digo pra vocês é que ser ajudante pode até não ser uma posição de muito destaque... Mas é nos bastidores que a gente faz tudo acontecer!

— Que animador — Justin, o garoto cintilante, falou, ironicamente e bateu palmas.

— É, você só tá falando isso pra gente achar que ser ajudante é bom e blá blá blá! — Beth rebateu o comentário do professor.

— Na verdade... — Mclean olhou para os lados para ver se não tinha nenhum professor passando. — Ser ajudante realmente é humilhante e ridículo, mas eu vou ensinar vocês as vantagens de ser ajudantes... Vantagens de verdade!

— Por exemplo? — Leshawna questionou.

Para explicar, o professor os levou para o ginásio, onde eles começariam o treinamento. Primeiro, ele tinha uma lousa branca com cavalete de metal. Com os alunos curiosos para saber o que ele faria com aquela lousa, ele instigou ainda mais a curiosidade, perguntando:

— Vocês sabem os podres do treinador Hatchet?

Os alunos fizeram que não com a cabeça, e de repente Geoff falou:

— Bom, sabemos que ele usa tanguinha. — Os colegas riram ao lembrar da cena com Ezekiel.

— Primeiro lado bom de ser ajudante... Você sabe todos os podres do seu herói! — Chris disse e virou a lousa para o outro lado, mostrando uma série de fotos constrangedoras do Chef, fazendo os alunos arregalarem os olhos e rirem — Além disso, heróis geralmente são burros. —Trent e alguns outros alunos cujos pais eram heróis olharam torto para o professor, que percebeu a reação. — Sem ofensas, hehe... A maioria dos heróis que vocês veem fazendo coisas mirabolantes e inteligentes tem um ajudante que pensa em tudo por eles... E não ganha o crédito! Inclusive é por isso que agora existem cotas pra alunos super-inteligentes. Muitos ajudantes ao redor do mundo começaram a dedurar seus heróis, fazendo a humanidade saber o quanto eles são superestimados!

— Eu vi isso! — Sadie comentou — Eles criaram a hashtag "a real sobre meu herói" e fizeram vídeos detonando os heróis! Foi muito engraçado!

— E mesmo assim não acabaram com essa divisão entre heróis e ajudantes?! — Bridgette se indignou.

— Querida... — Chris começou a falar mas parou pois ainda não havia aprendido os nomes dos alunos.

— Bridgette.

— Querida Bridgette, o sistema é injusto! Mas nós temos que aproveitar essas brechas pra fazermos o nosso melhor. Dançar conforme a música... Por exemplo, nós podemos roubar a cena em pequenos momentos, como na nossa pose de herói!

Havia um biombo de madeira na quadra, Mclean mandou os alunos fazerem fila ao lado dele, para que um por um pudessem trocar de roupa e fazer suas poses.

— Ô do chapéu de cowboy! — Chris chamou o primeiro da fila, Geoff, que entrou e logo em seguida saiu fazendo uma pose desengonçada e uma careta. — Viram? Esse é o que costumo chamar de super-bobo-da-corte. O ajudante que chama atenção por ser cômico! Quem mais se identifica?

Sadie, Leshawna e Trent resolveram tentar essa abordagem. A pose de Sadie envolveu mostrar a língua e ficar vesga. A de Leshawna, fazer uma dancinha tosca e a de Trent tocar uma guitarra imaginária e se jogar de joelhos no chão.

— Excelente! Agora vocês estão prontos pra se destacar! Sua vez, Heather!

— Todo ano a mesma coisa... — Heather suspirou — Essa escola poderia ter mais salas, não? — depois de dizer isso, a garota passou pelo biombo e depois de trocar de roupa, fez uma pose de modelo.

— Viram? Isso é o que costumo chamar de super-modelo! O ajudante que chama atenção por ser muito mais bonito e charmoso que seu herói. Quem mais?

Justin e Alejandro também se identificaram com essa descrição e saíram do biombo com poses sedutoras, fazendo as garotas delirarem.

— Sua vez, ô garota-clone! — Chris chamou Beth para fazer sua pose heroica.

Beth entrou no biombo e saiu com suas clones, cada uma fazendo uma pose maneira. No final elas todas pularam e voltaram para Beth..

— Demais! Viram? Isso é o que eu chamo de super-olha-meus-poderes. O ajudante que chama atenção por exibir seus poderes maneiros! Agora só sobraram vocês duas...

— Vocês poderiam arrumar um balde d'água? — Bridgette perguntou.

— Já é, gata! — Geoff respondeu e depois de alguns minutos voltou com um balde de metal.

Bridgette passou pelo biombo e quando saiu, ergueu os braços pra cima e fez a água do balde flutuar e formar um coração em cima de sua cabeça.

— Poder maneiro, Bridge! — o namorado respondeu, jogando o balde no chão.

— Agora você, cabelo azul! — Chris disse para Gwen.

— Ahm... eu não sou muito boa em me exibir.

— Você que sabe. Quer ser reprovada?

— O quê?! Tá bom...

Gwen entrou no biombo e todos ficaram esperando com expectativa a sua aparição. De repente ela começou a brotar de debaixo do chão, atravessando-o  até levantar completamente e dar um aceno tímido e um sorriso forçado.

Ao ver isso, os colegas começaram a gritar e comemorar a pose de Gwen, com palmas e assovios.

— Mandou bem, garota! — Leshawna deu um soquinho no ombro da amiga.

— Demais! — Geoff disse — Só não tão demais quanto a Bridge!

— Para sermos ajudantes, temos que saber sair da zona de conforto, senhorita Stephan. — o professor Mclean ensinou.

— Então o senhor sabe meu nome?

— Sim, a Lynda fala muito de você.

Gwen corou e sorriu ao ver o apoio de seus colegas. Depois disso, a sirene anunciou o intervalo. Ao chegarem lá, o grupinho de Trent pegou sua comida e foi procurar um lugar para sentar. Antes que pudessem encontrar, porém, Harold passou rapidamente por eles, fazendo Trent se desequilibrar. Para piorar, Cody usou sua perna elástica para fazer o jovem Stronghold tropeçar. No momento em que ele caiu, sua bandeja de comida foi ao ar. E ela caiu bem em cima da pessoa em que ela não deveria cair: Duncan Pull.


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Notas finais do capítulo

Se tiver algum erro, por favor avisem! Não revisei o cap xD
O que acharam?