Solitude escrita por Lillac


Capítulo 10
Clube de debate - parte três (final).


Notas iniciais do capítulo

OI, OI, OI. EU SEI QUE TEM "FINAL" ALI NO TÍTULO, AS É SÓ O FINAL DESSE ARCO, NÃO DA HISTÓRIA.
Mais uma vez, perdão pela demora. Eu disse que ia atualizar semana passada, mas o mais rápido que eu consegui foi agora. Semana de provas, sabem como é. A notícia boa é que eu estou quase de férias, então podem esperar atualizações mais periódicas.
Acho que esse capítulo contém a cena mais longa (interrupta) que eu já escrevi, e vou dizer que foi super divertida de escrever, então eu espero que vocês gostem também!
Esse capítulo marca o final desse arco de "fuga da escola", então a história vai apresentar alguns personagens novos e outras coisas a partir de agora. Tudo isso influenciando o relacionamento do nosso casal, claro ♥
Enfim, eu espero que gostem!



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Se Percy fosse capaz, ele voltaria para o primeiro dia do fim do mundo.

As memórias pareciam difusas, misturadas em sua mente, mas ele conseguia recordar-se alguns detalhes. De estarem encolhidos no auditório ao cair da noite, com a consciência de que não havia comida ali. De decidirem, tentativamente, irem até a sala dos professores no terceiro andar e ver se conseguiam ao menos algumas bolachas.

Lembrava-se de estar com Annabeth do lado de fora da sala, fazendo vigília, enquanto Luke e Thalia entravam com passos cuidadosos. E da garota retornar três minutos depois com um pacote cheio de bolachas e um sorriso vitorioso (uma visão que, admitidamente, fez o estômago vazio de Percy dar um salto de felicidade). Annabeth havia perguntando onde estava Luke.

Lá dentro” Thalia respondera. “Ele só foi checar a dispensa...”

Um barulho alto, um grunhindo e o som estrondoso de uma porta sendo fechada com violência foi tudo o que eles ouviram antes de Luke retornar, sem fôlego e com o olhar meio assustado. Os três outros adolescentes correram para cima dele, perguntando o que havia acontecido.

Calma, calma” Luke respirou fundo “só... tinha um desses filhos da mãe no banheiro. A fechadura quebrou e ele escapou, mas eu consegui enfiar ele de volta lá. Coloquei uma poltrona na frente da porta, mas não vai segurar muito. Temos que ir”.

Percy lembrava de o ter observado com cautela. Luke tinha um ferimento na testa agora, onde a porta provavelmente o havia acertado. Fora isso, parecia bem (ou, o quão bem alguém pode parecer depois de ficar cara a cara com um daqueles monstros). Ainda assim, Percy encontrou a si mesmo ouvindo atentamente quando Annabeth perguntou se o mais velho realmente não tinha se machucado.

Luke sorrira, colocara uma mão no cabelo dela e bagunçara de leve. Thalia e ele tomaram a dianteira, e os quatro partiram de volta para auditório, onde Rachel os esperava.

 

 

Luke foi forçada ao chão com um chute

nas costelas. Ele grunhiu, e seu rosto atingiu o piso com um baque. Annabeth deu um salto na direção dele, mas Clarisse a segurou pela cintura.

O garoto loiro, Octavian, agachou-se até ficar de joelhos no chão e levou uma mão até a panturrilha de Luke. Percy estreitou os olhos. Luke, como todos os outros, havia trocado as roupas por outras, limpas, mas ele lembrava-se, vagamente, do jeans azul-claro dele possuir uma mancha de sangue naquela mesma parte.

Ao seu lado, Nico grunhiu um palavrão. Em uma parte remota de sua mente, Percy lembrou-se que Octavian e ele nunca haviam se dado bem. Nico parecia pronto para arrastar a cara do garoto no chão ao menor deslize. Imaginou que toda a situação com Reyna também não estivesse fazendo bem aos nervos dele.

Mas era um tanto difícil se concentrar nisso com tudo o que estava acontecendo. As pessoas murmuravam, Annabeth gritava para que Octavian se afastasse, e os dois grandalhões que haviam trazido Luke observam a cena com braços cruzados e sorrisos sinistros no rosto. Desde que Annabeth o salvara de Ethan, Percy soubera que nada mais seria o mesmo. Ninguém poderia ser o mesmo após ver uma demonstração tão explícita de violência. Naquele dia, ele temera quais consequências aquela cena poderia ter nas mentes dos demais adolescentes, mas aquelas preocupações haviam sido soterradas por outras, e outras, e outras.

Parecia que mundo não iria mesmo lhe dar uma trégua.

Mas ali estava o efeito do fim dos tempos.

Octavian enrolou a barra do novo jeans de Luke até o joelho. A temperatura pareceu cair. Percy sentiu calafrios correndo por todo o corpo.

Luke havia sido mordido. Era incontestável.

E agora, todos sabiam.

— Vocês estão vendo, não estão?! — Octavian exclamou, olhando diretamente para a multidão que se aglomerava do lado de fora, e Percy reconheceu no olhar deles o mesmo horror de quando Ethan se reerguera. Octavian sorriu satisfeito e voltou a olhar para onde Clarisse ainda segurava Annabeth. — Eu acho bom que estejam. Desse modo a sargento não poderá fingir que isso é um mal-entendido apenas para proteger os favoritos dela. Como eu sei que está fazendo.

O estômago de Percy foi parar nos pés. De algum modo, ele soube de quem Octavian estava falando. Soube do que Octavian estava falando.

Grover.

— E então?! — Ele pôs-se de pé novamente, abrindo os braços de maneira espalhafatosa. — O que vai ser, sargento?

Octavian possuía um olhar sinistro, impassível. Ele poderia ser um garoto magricela e irritante, mas falava com a importância de um chefe. Atrás dele, os adolescentes se moviam, consternados.

Pânico. Percy lembrou-se. Era isso que Octavian estava fazendo. Estava incitando o pânico.

Ele quase conseguia ver a cena em seus olhos: se Clarisse se recusasse a fazer alguma coisa, a multidão lá fora se rebelaria como um verdadeiro terremoto. Estavam assustados demais para pensar com clareza. Passariam por cima dos soldados de Clarisse na entrada e matariam Luke com as próprias mãos.

E Octavian ficaria feliz em apenas assistir.

Desgraçado — Nico rosnou.

Mas não foi ele quem avançou. Foi Percy.

No momento seguinte, estava segurando o loiro esquelético pela gola da camiseta. Percy sentia a raiva fluindo por ele como uma onda. Ninguém se mexeu. Ele andou até a parede e arremessou Octavian contra ela. O rapaz tossiu, buscando desesperadamente pelo ar que havia escapado de seus pulmões.

— O que você pensa que está fazendo? — Percy exigiu.

— O que nenhum de vocês tem coragem! — Octavian retrucou. — Tratando esses monstros pelo o que eles são. Monstros.

— Luke não é um monstro! — Annabeth exclamou. — Deixe-o em paz!

Percy abriu a boca para responder, mas Clarisse foi mais rápida:

— Talvez não seja o que parece. Nós podemos, podemos colocar Castellan em uma cela. Pensem comigo, se ele não se transformou ainda, pode ser que ainda exista alguma possibilidade de cura. De... de...antídoto!

Percy notou de cara o que ela estava fazendo. Estava tentando apelar para a massa, contornar o estrago que Octavian havia feito, dá-los uma segunda opção. Mas, pelos semblantes do lado de fora, ele soube que não funcionara.

Octavian cuspiu um pouco de sangue, de onde havia mordido a língua no impacto com a parede:

— Nós todos sabemos que isso é exatamente o que parece! Ethan também não se transformou de cara. É só uma questão de tempo até este aqui se levantar e tentar morder a sua cabeça, Jackson. Exatamente como o outro.

Não foi isso!

Uma corrente elétrica passou pela coluna vertical de Percy quando a voz de Annabeth soou estridente pela enfermaria. Clarisse a olhou com os olhos quase saltando das órbitas.

— Luke não é o único infectado! Todos nós—

— Annabeth — Luke suspirou, e sua voz saiu entredentes — ... pare...

— Chase — Clarisse rosnou — pense bem no que você está... —

— Todos nós... todos nós...

De onde estava no chão, Luke havia levantado o rosto, e olhava fixamente para a garota. Ele murmurou “pare”, apenas movendo os lábios, sem forças para falar. As palavras de Annabeth morreram na garganta, e ela engoliu em seco. Lágrimas começaram a escapar de seus olhos como uma torrente de água. Ela abaixou-se até estar sentada sobre os próprios calcanhares.

— Luke... eu não posso, não posso deixar você... —

Luke grunhiu. Ele começou a se arrastar, mas estava sem forças para conseguir se mover. Percy sentiu uma nova onda de ódio o invadir. O quanto aqueles dois haviam surrado ele para deixa-lo naquele estado?

Nico abaixou-se, segurando um dos ombros dele, e Percy o ajudou. Juntos, eles ajudaram Luke a chegar até ela. Por um longo e silencioso momento, eles não fizeram nada além de olharem-se. Annabeth parecia suplicar para que ele ficasse.

Luke, Percy soube, estava dizendo adeus.

— Eu sinto muito por isso — ele sussurrou, tão baixo que Percy soube que não havia jeito de ninguém lá fora conseguir escutar — eu deveria ter dito antes. Deveria ter confiado em vocês. Tudo isso é culpa minha.

— Não — Annabeth gaguejou — não.

— Mas nós... — ele respirou fundo, e então arquejou, pousando uma mão sobre uma das costelas chutadas — nós não podemos colocar tudo a perder agora. Ares, Clarisse, Grover. Estamos tão perto de encontrar a solução.

Ela colocou uma mão sobre a dele, desesperadamente, e Luke fechou os olhos.

— Mas para isso nós precisamos que todos mantenham a calma. Eu preciso que você mantenha a calma — Luke continuou —, eles precisam de você Annabeth.

Eu preciso de você.

Luke sorriu, mas seus lábios estavam tremendo. Percy soube que ele estava segurando as lágrimas.

— Por favor, não vá embora — ela pediu. — Não há nada que garanta que você vá virar um deles. Ares não virou.

— E Ethan sim — ele a lembrou —, eu não posso arriscar. Não quando estamos tão perto. Não quando você está tão perto.

— Luke...

Ele desvencilhou a mão da dela. Respirou fundo. E então encostou a testa na de Annabeth. Eles ficaram daquele modo por um momento. Annabeth chorando profusamente, enquanto os ombros de Luke tremiam com o esforço para se controlar.

— Eu sinto muito — ele disse, por fim — cuida da Thalia por mim, tudo bem?

Percy soube exatamente o que tinha que fazer. Sem uma única palavra, deslizou para o lado dela e aguardou. Ele sentia o próprio peito expandir-se e diminuir como uma sanfona. Parecia que alguém o chutava repetidas vezes, bem na boca do estômago. Quando Luke levantou o rosto e pediu à Clarisse:

— Por favor?

A garganta de Percy fechou em um nó tão apertado que ele duvidou que um dia seria capaz de desfazê-lo.

Clarisse olhou ao redor. Seus olhos pararam em Octavian por uma fração de segundo, e Percy viu uma sombra avermelhada neles, ódio puro que a consumia. Clarisse não era a mais a valentona que espancava pessoas atrás da escola.

Mas quando a mão dela fechou-se no coldre da pistola, os nós dos dedos ficando brancos, Percy soube que ela ainda possuía raiva o suficiente para ser.

Ela ajoelhou-se até estar na altura de Luke, e disse:

— Nada vai acontecer com elas. Eu prometo.

Luke assentiu. E, sob os olhares aterrorizados dos adolescentes do lado de fora, que deram passos para trás e se encolheram atrás uns dos outros, Luke aceitou a pistola que ela o entregou.

O olhar de Percy encontrou o dele rapidamente, e ele sentiu como se estivessem de volta naquele maldito auditório, decidindo quem vivia e quem morria. Daquela vez, Luke e ele haviam concordado em salvar Annabeth.

Agora, Percy sentia como se não fosse capaz de fazer nada para salvar ninguém.

O rapaz engoliu em seco e, com as mãos trêmulas, colocou a arma abaixo do próprio queixo, um dedo deslizando para o gatilho. Annabeth soluçou.

Quando Luke puxou o gatilho, Percy cobriu os olhos dela com uma mão, fechou os próprios e ouviu.

O tiro reverberou por todo o prédio.

Mais do que isso, Percy sentiu como se ele houvesse feito um eco dentro dele. De novo, e de novo, e de novo...

O corpo de Luke caiu, a arma deslizou de suas mãos e pousou no chão ao lado dele.

Não demorou para que a poça de sangue a alcançasse.

 

 

Percy não conseguia ouvir nada.

Nada além dos próprios pensamentos.

No primeiro dia do fim do mundo, eram apenas ele, Annabeth, Thalia, Luke e Grover. Grover havia sido o primeiro a partir. A suposta morte dele havia aberto um rombo em Percy que o impedia de olhar para Rachel por mais de dez segundos, embora ele soubesse que não havia sido culpa dela. O remorso o afastara da amiga.

E ele só percebera isso quando ela caíra de uma escada de incêndio e tivera a coluna vertebral partida.

Thalia cortara metade do rosto no segundo dia do fim do mundo, e agora usava uma bandagem que a impedia de ver do lado esquerdo.

Ele recuperara Grover, que à essa hora ainda dormia sonoramente.

E perdera Luke. O único que no meio daquele inferno ainda parecia manter um resquício de sanidade.

Céus.

O que acontecera com eles?

 

 

Estava chovendo lá fora. O corpo de Luke havia sido movido da enfermaria para uma sala mais reclusa, em uma parte remota da base, e Percy imaginava que eles estivessem retirando a bala do crânio dele para que alguém pudesse vela-lo depois.

Mas Annabeth havia se trancado na própria cabine. Quando ela abrira os olhos, não havia sido hostil com Percy. Não o culpara, nem fora violenta. Apenas havia dito que precisava de um tempo para pensar. E Percy respeitara isso. Ele a acompanhara até a cabine dela, onde ela e Thalia ainda estavam.

Ele estivera sentado no corredor, com Nico. O garoto era quieto e complacente, o que dava a Percy a tranquilidade que ele precisava para pensar. Reyna havia acordado (nada como o som de um tiro a nem meio metro de distância para despertar), e estava recebendo as suturas nos cortes em seu abdome, então Nico estava mais calmo. Ele se oferecera para ficar com Percy como um gesto de solidariedade, pelo qual Percy estava muito grato.

Fora quando uma soldada se aproximara e lhe dissera que Rachel havia despertado.

Percy ainda estava meio perdido, desnorteado, mas Nico o ajudou a levantar-se e andar até a cabine onde Rachel estava sendo mantida. Ele dissera que esperaria por ele lá fora. Percy, de novo, agradecera.

Rachel estava deitada em uma cama pequena, e as máquinas da sala de cirurgia haviam sido movidas para a pequena cabine. O bip-bip familiar preenchia o cômodo, o que serviu para acalmar um pouco o coração dele.

Ele sentou-se na beirada da cama. O rosto de Rachel estava pálido, o que acentuava as sardas, e o cabelo desgrenhado que não via um pente há quase uma semana. Quando ela falou, sua voz saiu quebradiça e fraca:

— É bom te ver de novo.

Percy assentiu, lentamente. A mão dela encontrou a dele. E, antes que ele pudesse parar a si mesmo, lágrimas quentes corriam pelo seu rosto, caindo no jeans azul-escuro que vestia. Rachel acariciou a mão dele levemente.

Ela não disse nada. Percy não queria que ela dissesse. Eles ficaram juntos, em silêncio, enquanto a cabeça dele girava com tudo o que estava tentando processar. Rachel e Grover estavam vivos. Luke não.

Por que o mundo estava tratando a vida deles como uma moeda de troca? Era quase como se o universo estivesse dizendo: você pode ter um, ou outro. Nunca os dois.

Ele se perguntava, morbidamente, qual seria a próxima escolha que ele seria forçado a tomar.

Não era assim que ele queria se reencontrar com Rachel após tudo o que acontecera. Ele queria envolve-la em um abraço e dizer o quanto ficara assustado. Mas parecia que seus órgãos eram feitos de chumbo, pesados demais para que ele conseguisse se mover até ela.

Alguém bateu à porta.

— Oi? — Rachel chamou.

A porta rangeu, sendo aberta lentamente. Nico entrou, e, para a surpresa de Percy, trazia consigo uma Reyna meio abatida, mas de pé (embora com um braço em torno do ombro do rapaz, que a segurava contra o próprio tronco com firmeza).

— Ei — Percy cumprimentou. Ele nem sequer tentou limpar as lágrimas do rosto —, o que foi?

Nico hesitou um pouco. Ele conduziu Reyna até que ela estivesse sentada na cadeira para visitantes.

— Rachel — ele dirigiu-se à ela —, você disse que não se lembra de quem te empurrou da escada?

Ela balançou a cabeça.

— Eu fui... eu fui tomar água no bebedouro mais próximo da sala de cirurgia — Reyna contou, respirando com cautela, como se cada inspiração a machucasse — havia alguém, na frente. Tentando entrar na sala.

A cabeça de Percy deu uma volta de trezentos graus.

— A pessoa que te atacou — ele concluiu. — Você salvou a Rachel.

Reyna olhou para o próprio abdome envolvo em bandagens.

— Eu não diria “salvei”. É mais como se eu houvesse levado as facadas por ela, não é?

— De toda forma — Nico pigarreou — eu e Reyna conversamos, e achamos que só pode ser a mesma pessoa que te empurrou. Deve ter ficado com medo de você lembrar do rosto dela quando acordasse e... bem...

— Você está dizendo que alguém tentou me esfaquear só para que eu não pudesse dizer que foi ela quem me empurrou?

Sem perceber, Percy segurou a mão dela com um pouco de força demais. A mesma onda de ódio que o fizera arremessar Octavian na parede o consumiu de novo, dessa vez muito mais forte.

Ele estava cansado.

Cansado do mundo tentando matar todas as pessoas com quem ele se importava.

— E você lembra quem foi? — Ele rosnou.

Reyna respirou fundo.

— Para dizer a verdade — falou. — Eu acho que lembro.

[...]

— Luke — Rachel chamou, enquanto os organizadores do debate enrolavam com as congratulações para o time vencedor.

— Oi?

— Você e a Thalia nunca mais vão aparecer por aqui quando entrarem para a faculdade?

— Essa era o plano — a garota admitiu — sendo completamente sincera, ruiva, nenhum de nós gosta muito desse lugar. Mas... — o olhar dela voou para o palco, e Percy não precisou pensar muito para concluir que ela estava olhando para Annabeth.

— Nós não queremos deixar a Annabeth sozinha por aqui. Ela não tem muitos amigos — Luke completou. — Então aceitamos uma proposta do sr. Brunner. Eu vou aparecer por aqui umas três vezes na semana, como instrutor-ajudando do time de atletismo.

— É — Thalia bocejou — e eu vou tentar fazer os pirralhos da banda não tocaram que nem um bando de bêbados que nuca viram uma guitarra na vida.

Percy quis responder alguma coisa, mas naquele mesmo momento, o time vencedor foi liberado, e Annabeth literalmente pulou do palco e correu até eles. Luke conseguiu ficar de pé a tempo de pegá-la nos braços e levantá-la do chão, dando um giro.

Annabeth riu, meio constrangida, e Thalia a acertou com um empurrãozinho com ombro. Luke ainda estava carregando-a, mas levantou uma mão para bagunçar o cabelo dela.

— Você foi tipo, muito bem — disse.

Ela agradeceu. Percy os observou por um momento. Luke, Thalia e ela eram como uma pequena família. Sempre juntos. Naquele momento, ele teve certeza que nada no mundo seria capaz de separá-los. Era como ele, Rachel e Grover. Ele nunca deixaria nada acontecer com eles.

— Ei, nerd — ele sentiu-sa obrigação.

Annabeth o olhou, meio irritada.

— O que foi?

Percy abriu um sorriso.

— Parabéns. Você humilhou todo mundo.

Os olhos cinzentos de Annabeth brilharam como uma faísca, e ela sorriu também:

— Bem, eu aprendi com o melhor.

Percy sentiu as orelhas ficando vermelhas, e acertou Rachel de leve com o cotovelo quando ela deu uma risadinha debochada atrás dele.

Ele e Annabeth ficaram se olhando, até que Luke a pôs no chão, e os três se despediram deles para irem tomarem sorvete na lanchonete (tudo por conta do loiro).

Depois daquele dia, Percy começou a frequentar todos os debates da escola.


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Notas finais do capítulo

AAAH, ACHEI QUE NUNCA FOSSE CONSEGUIR CHEGAR NESSA PARTE.
Também, se alguém aqui já leu alguma outra fic minha de HDO/PJO, devem saber que o Nico é um dos meus personagens favoritos, então eu espero que vocês gostem dele também porque o meu garoto vai começar a aparecer beeeem mais.
O que acharam? Espero que tenham gostado! Como sempre, comentários são sempre apreciados.
P.S: VAI BRASIL!!!



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