Por Obra do Acaso. escrita por Itiana Chan


Capítulo 4
Capítulo 4- Uma nova fase da investigação...


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, espero que gostem...



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Os olhos azuis de Dylan abriram-se lentamente, pareciam pesados, a luminosidade que entrava pela janela acabava por acordá-lo aos poucos. Sentou-se na cama, olhou para o relógio e assustou-se. Passava das 07:40h, iria se atrasar.

Levantou-se com cuidado para não acordar Celly e correu para o banheiro e, em cinco minutos já estava quase pronto.

— Bom dia! Ouviu Celly cumprimentá-lo ainda de olhos fechados. – Já vai trabalhar?

— Sim, preciso me ater mais a um caso importante... – Dylan explicou abotoando a camisa social branca que usava enquanto sentava-se ao seu lado. – Você vai ficar bem?

— Vou sim... só preciso descansar um pouco...-  A loira afirmou sorrindo e levou a mão pequena ao rosto alheio. – Quando vai fazer a barba?

— Provavelmente quando concluir essa investigação! Dylan sorriu de canto e beijou-lhe despedindo-se. – Preciso ir agora!

— Boa sorte! Celly desejou virando-se para a parede tentando voltar a dormir. – Espero que dê tudo certo! Ele agradeceu, beijou-lhe o ombro e saiu do quarto.

Enquanto dirigia em direção á delegacia, começou a repassar o que já sabia sobre o seu caso.

Há dois anos uma guerra entre as quatro facções rivais iniciara e dezenas de pessoas morreram apenas porque aqueles traficantes gananciosos e doentes queriam mais poder e território.

Sabia também que dois desses líderes haviam se unido para derrubar Tiranus, que no momento, detém a grande maioria do território. Ao seu lado ficara Nero, o líder do sul. Tão sanguinário quanto Tiranus.

Havia também Sam, o braço direito de Tiranus, que pelo que Celly contara era extremamente perigoso e possivelmente treinado para isso. Talvez um ex-soldado do exército britânico. 

Calígula havia sido encontrado morto em um galpão com mais uma dezena de homens com sua marca tatuada no mesmo dia em que Celly operara Tiranus, obviamente eles haviam tido um confronto do qual não soubera.

“A polícia local deve estar envolvida! Porque não estou surpreso?” Pensou irritado apertando as mãos no volante. – Odiava corrupção.

Se perguntava se Tiranus sabia mais sobre Nero e K, o ultimo traficante, do qual não sabia nada. Quando uma ideia lhe veio à mente. Era um plano arriscado, mas que poderia funcionar.

Entrou na sala do chefe, Richard Gavin sem bater já com um café quente na mão.

— Tenho algo em mente que pode nos ser favorável! Falou tudo de uma vez chamando a atenção do homem, gordo e de bigode grisalho que encontrava-se emerso em vários documentos. – E Tiranus ainda está vivo!

— Quando vai aprender a cumprimentar seu superior? Questionou olhando-o por cima dos óculos de grau. - E como sabe disso?

— Tenho minhas fontes...

— Certo senhor enigma! Mas qual é a sua ideia brilhante?

— Tiranus está recrutando uma grande quantidade de homens para o seu exercito particular... e como sou um detetive recente, sou praticamente um fantasma...

— Não mesmo! Gavin o cortou irritado. – é muito arriscado e estamos com poucos investigadores...

— O senhor não vê que podemos estar perdendo tempo, é uma grande chance! Dylan tentou contornar a situação com argumentos.

— Qual o problema dos jovens com a prudência, detetive Brooke? Não falaremos mais sobre isso!

— A ideia que o detetive Brooke deu pode dar certo! Amanda Shepherd, disse entrando na conversa de repente.

— Mas senhora? É muito arriscado! Gavin murmurou cautelosamente. Acontecia que Amanda era sua superintendente, e como tal, estava acima da sua patente.

— Ele próprio sabe disso, e não me parece suicida, não é senhor Brooke?  Amanda falou isso olhando diretamente para Dylan enquanto colocava as mãos na cintura fina.

Apesar de não aparentar, ela possuía 42 anos e era extremamente inteligente. Especializara-se em estratégias militares, e já havia participado de diversas missões quase impossíveis.

— Precisamos acabar com isso esse ano, mais tempo dado a eles e vão achar que são donos da Rússia e não queremos isso! Finalizou analisando os arquivos que trouxera. – Diga-me do que precisa! E é claro, você trabalhará em equipe, nada de nácar o herói!

— Muito obrigada senhora, não irei desapontá-la! Brooke fez uma pequena reverencia e saiu da sala em silencio.

Sentado em sua sala, abriu um novo relatório e começou a escrever a mão mesmo, sempre sentira que raciocinava melhor ao olhar as letras. Precisaria de roupas que nunca usara, mudar a cor dos cabelos, e talvez tatuagens ou piercings. Sentiu-se um idiota e riu por se imaginar mudando seu corpo drasticamente por causa de um caso, mas era a única ideia que tinha no momento.

Após montar o relatório digitado, dirigiu-se à sala de Amanda e o entregou.

— Para onde vai agora? Questionou sem tirar os olhos do relatório com pouco mais de sete páginas.

— Alugar um apartamento em Petersburgo... providenciar pequenos detalhes e talvez mudar a cor dos cabelos!

— Aqui! Amanda disse colocando um celular sobre a mesa. – Só use esse telefone quando estiver disfarçado, há apenas um número, sua equipe também os usará, não são rastreáveis e praticamente inexistentes, se é que me entende.

— Obrigada!

— Boa sorte!

Antes de providenciar tudo, passou em sua casa e explicou a situação a Celly, omitiu alguns detalhes sigilosos, resumiu que precisaria se mudar e não daria notícias por um tempo, mas ela precisava acreditar em si.

Com documentos novos, alugara um apartamento afastado do centro de Petersburgo, precisava de um lugar discreto e seguro, usava roupas completamente diferentes do habitual e agora seus cabelos estavam mais curtos e pretos, não era uma grande diferença já que eram castanhos, mas achou melhor não arriscar.

Alguns dias antes, um informante descobrira que Tiranus iria escolher novos membros naquela noite. O lugar selecionado era um galpão escuro e frio, cheio de homens armados.

Obviamente Tiranus não estava lá, apenas Sam, que era tão frio quanto Celly dissera, a discrição era realmente perfeita. Ao todo estavam em 8 candidatos, nus dentro de uma piscina cheia de água congelada.

Depois de uma hora ali, Dylan se perguntava se teria resistência suficiente para suportar mais algumas horas daquilo. Olhou para o lado tentando-se distrair e notou que um homem ao seu lado estava hipotérmico e logo morreria se não saíssem dali, respirou fundo e aproximou-se um pouco dele, talvez pudesse transmitir um pouco de calor.

— Meu Deus! Sussurrou e logo foram liberados para sair.

De repente, um som de disparo ecoou aos seu lado e o homem que tentara aquecer a pouco caiu morto no chão em um som oco.

— Se mais alguém for de uma outra facção fale logo e morram com decência! Sam falou friamente apontando a arma de um lado para o outro da fila feita de homens que pareciam não se importar com o homem que acabara de levar um tiro na cabeça bem ali, e seu sangue, sujava suas botas.

— Ajoelhem-se! Mandou ainda seco e cinco homens começaram a correr, e em poucos segundos caíram em um som oco novamente após uma rajada leve de tiros restando apenas Dylan e um rapaz desconhecido que aparentava ser jovem, mas cheio de cicatrizes dando a entender que vivia em brigas de rua.

Após mais alguns testes horríveis que quase fizeram Dylan vomitar, mesmo sendo treinado para aguentar tudo. E então finalmente foram aceitos e suas carnes marcadas com tatuagens próprias daquela facção.

— Andem logo... temos uma viagem longa! Sam resmungou arrastando-os para um carro preto sem identificação. - Limpem essa bagunça! Completou olhando para trás, onde dois policias civis colocavam os corpos em sacos pretos. Policiais corrutos assim como Dylan pensara.


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