Por Obra do Acaso. escrita por Itiana Chan


Capítulo 3
Capítulo 3- E incrivelmente, as coisas pioram...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/759903/chapter/3

Ao chegar em seu apartamento, Celly sentia todo seu corpo dolorido, principalmente seu joelho que já iniciava um processo de infecção. Estava tão irritada que sentia como se pudesse matar alguém.

Praticamente chutou a porta ao entrar e jogou a bolsa em qualquer canto já começando a se despir, estava cheirando a cerveja e água sanitária. Sua mente estava um caos e o que mais repassava era o pensamento do que poderia ter acontecido de Sophia não estivesse consigo enquanto estava inconsciente e o quanto Nick era irresponsável.

— Bom d... - Dylan começou a dizer com um sanduíche na boca, mas parou ao ver o estado da namorada. – O que aconteceu? Largou tudo sobre o balcão da cozinha e correu até ela preocupado.

— Eu tive uma noite horrível! Celly murmurou se segurando para não gritar com ele, o entorpecente em seu sangue estava oscilando suas emoções. – Pode me deixar um pouco sozinha? Não quero descontar em você...

Ele assentiu com a cabeça e a loira entrou no banheiro, aos poucos começou a chorar enquanto ficava de molho de água morna da banheira. Quando finalmente se sentiu mais calma, se vestiu e arrumou o cabelo.

O celular tocou chamando sua atenção, o pegou e atendeu vendo que era se tratava de Sophia:

— Tudo bem? Chegou bem em casa? Questionou preocupada, sua voz parecia abafada e ao fundo dava para ouvir uma música alta.

— Estou sim...- vou dormir e tudo estará melhor amanhã! Você está no bar?

— Não. Voltei para casa, esse barulho é o desgraçado do meu vizinho! A morena comentou rindo baixo e despediu-se. – Vou dormir!

— Boa noite! E obrigada novamente!

Depois de desligar suspirou feliz em saber que sua amiga estava bem, levantou-se da penteadeira e pensou:

— Preciso tomar bastante água...- Pensou voltando á cozinha onde encontrou-se com Dylan que permaneceu quieto respeitando seu problema. Encheu três copos cheios de água filtrada e tomou até sentir-se cheia. Depois deitou no sofá colocando a cabeça nas pernas dele.

— Obrigada! Sussurrou abraçando-o, Dylan era realmente um ótimo namorado e mesmo que não se vissem com muita frequência por causa do seu trabalho como detetive, ele sempre estava ali quando precisava.

— Quer conversar? Dylan perguntou acariciando seus cabelos loiros e os olhos azuis fixos nos dela. – Como machucou o joelho?

— fui sequestrada por um homem para retirar balas de um traficante, depois ele me trouxe de volta pro hospital e ninguém percebeu... e por fim, fui drogada a força por um dos meus colegas e acordei no hospital cheirando água sanitária, mas a Sophia disse que estava comigo o tempo todo, então não fui estuprada ou nada parecido...

A loira resumiu após hesitar um pouco, sem saber como começar, Celly contou tudo até mesmo da droga aplicada por Nick.

— Aquele filho de uma p*..., mas você está bem? Não precisa ir ao hospital? Dylan quase gritou apertando as mãos sob seu colo. – Que vontade de matar esse... ahr que raiva...

— Eu já estou tomando as medidas necessárias... – Celly suspirou pensando se a quantidade de heroína em seu organismo era suficiente para lhe causar algo grave. – A quantidade que foi injetada era grande e... é de qualidade confiável.

— Droga confiável?! É piada?

— Foi roubada do hospital...nem fique surpreso! A loira fechou os olhos e frangiu a testa se perguntando como diabos ele conseguiu fazer isso. E principalmente, porque havia lhe drogado a força.

— Espera... – Dylan murmurou notando algo que lhe preocupou mais, puxou o rosto de Celly em sua direção e lhe olhou melhor. – Como assim você foi sequestrada por um traficante?

— Coisa normal... acontece com todo mundo! A loira tentou brincar para quebrar o clima pesado. – Não se preocupe senhor detetive...

— Não te machucaram? Ele estreitou os olhos ao indagar isso. – Te ameaçaram?

— Só apontou uma arma para mim e acredite se quiser..., mas o Tiranus até que não é tão assustador... – Contou lembrando-se da forma como ele lhe tratara.

— é sério? Dylan questionou ironicamente arqueando uma sobrancelha em descrença. – Isso só pode ser brincadeira... um dos traficantes mais perigosos de Moscou te tratou bem?!

— Ele pediu ao Sam para não me maltratar...- Celly confirmou olhando-o inocentemente. Ele havia sido muito educado e em momento nenhum a desrespeitou, exceto pelo fato de Sam ter lhe tratado como se ela fosse perigosa.

— Quem diabos é Sam? Dylan questionou arqueando uma sobrancelha. Aquela informação era nova. Tirando o líder do Sul, não sabia da existência de um braço esquerdo. Talvez um filho.

— Acho que é o braço direto dele... que faz tudo para ele...-  A loira continuou sorrindo carinhosa e o abraçou sonolenta.

— Isso é importante, como ele era?

— Alto, loiro, olhos azuis... ahn tinha aparência britânica! Celly foi descrevendo enquanto Dylan escrevia rapidamente em seu bloco de notas. – devia ter entre 30 e 36 anos, eu acho!

—Só pode ser brincadeira, mas vamos agradecer a Deus por você estar viva...

— Lembrei de uma coisa... eles me deram dinheiro... o que eu faço?

— Ele te pagou pelo tratamento... essa história só fica mais esquisita! Fechou os olhos e suspirou sentindo falta de um cigarro, mas não fumava em casa. – Quando fizer o boletim de ocorrência manhã eu levo para a evidências, se bem que o estado embolsaria... melhor dar a uma instituição de caridade...

— Tudo bem então... – Celly concordou e acabou pagando de repente o que assustou e muito seu namorado que ficou desesperando achando que ela havia entrado em coma.

— ‘tô’ fazendo drama... – pensou rindo com sua neurose enquanto a levava nos braços até o quarto. – Deve ser bom pra você dormir...

 Deitou-se também, mas não conseguiu dormir, estava preocupado tanto com o que havia acontecido com Celly, quanto com seu trabalho que aos poucos começava a se tornar mais cansativo. Estavam no rastro das grandes facções que iniciavam uma guerra civil e Tiranus era um deles. Sentia que aos poucos, estavam ficando cercados e se não fizessem nada naquele momento, poderia vir a ser tarde demais.

Não foi surpresa para Dylan quando o relógio sobre o criado-mudo marcou 04:15h da madrugada e ainda não dormira. Sua mente estava imersa em pensamentos preocupantes.

“Será que eles a escolheram por seu envolvimento com um dos detetives do caso?” Se perguntou com os olhos fixos no teto. Sentiu Celly aconchegar-se em seu peito e suspirou, sempre temera colocara em perigo. Tirou um dos braços de trás da nuca e começou a acariciar seus braços descobertos.

“Mas, se fosse assim eles teriam a matado...”. Concluiu finalmente conseguindo adormecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Por Obra do Acaso." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.