Atena escrita por Darlan


Capítulo 1
Atena




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A menina se mantém sentada. Está vendada, portanto busca perceber os arredores com os outros sentidos. Por alguns segundos, ela não ouve nada além do vento frio e sente apenas seus longos cabelos de cor púrpura balançando.

Suavemente, atrás dela uma enorme rocha começa a levitar a alguns metros de distância e se lançou sobre a moça. Porém, um campo de energia dourada se projetou ao redor dela e a rocha se partiu em mil pedaços ao bater ali. Logo, mais rochas foram lançadas simultaneamente e tiveram o mesmo destino.

— Excelente. Pode tirar a venda. — elogiou-a, uma voz masculina que demonstrava serenidade — Agora, testemos como você canaliza o cosmo para um golpe.

A garota se levantou e tirou a venda. O homem estava em uma colina mais distante. Ele moveu os braços, usando sua telecinese para jogar uma rocha sobre ela. Ela cerrou o punho direito, que começou a brilhar com a mesma energia. Um soco foi o bastante para esmigalhar a pedra.

— Bom. Agora, seja rápida.

Mais pedras foram lançadas. Desta vez, mais rápidas e a garota teve de usar socos, chutes e desviar de algumas.

— Como sempre, se saiu muito bem. Por último... Mostre-me quanta energia você consegue concentrar e liberar.

O homem que lhe falava levantou-se, moveu os braços e logo várias rochas pequenas e grandes se uniram em uma massa de pedras maior do que todas as outras e ele a mandou sobre a jovem. Ela ficou em guarda, toda a aura dourada envolvia seu corpo e brilhava mais e mais no punho direito. Até seus olhos se iluminaram e nesse instante ela moveu o punho mesmo que a rocha ainda estivesse longe. A energia disparou da sua mão e destruiu um bom pedaço da massa de pedras, mas não o suficiente para acabar com tudo. Estava prestes a ser atingida quando o homem moveu a mão e as pedras caíram no penhasco.

A menina arfou um pouco cansada. O homem na colina ao longe se teletransportou para perto dela. Ainda ofegante, ela demonstrou certa chateação.

— Ainda precisa melhorar, mas não desanime. Após dois anos você já tem mais domínio do que qualquer cavaleiro teria com o mesmo período de treinamento. Veja só. — Apontou para todos os destroços — Há cavaleiros que em três anos ainda não conseguem quebrar uma pedra qualquer.

— Eu sei. Mas...

— Sim, eu sei. A responsabilidade é pesada, ainda mais para uma criança.

— Sim... Agora que disseram que eu sou uma deusa e que vou enfrentar o mal... — respirou fundo.

— De fato, mas você está se esforçando ao máximo. — consolou-a, tocando em seu ombro — Se continuar evoluindo seu cosmo assim, você compreenderá sua verdadeira natureza, acredite. Logo as coisas ficarão mais claras.  

A menina sorriu.

— Bom, acredito que seja hora de você ir, não?

Ela olhou o relógio.

— É sim... Hora de estudar... Dizem que a fundação do vovô vai ser minha. Mas, isso é chato... Parece que estou me escondendo de todos depois de saber o que eu sou, tenho que andar com escolta...

— Paciência Sasha, paciência...

— Eu sei. — riu — Até amanhã Mu.

Ele a teletransportou de volta.

...

Alguns anos depois...
Sasha agora está com pouco mais de vinte anos.

Era noite. Sasha estava em um cômodo reservado da mansão, onde treinava. Dava golpes em um saco de pancadas, corria ao redor da sala, se erguia em uma barra e etc... Após terminar, tomou banho e pôs um vestido confortável.

Sasha caminhava pelos jardins, até decidir sentar-se em um banco. Apreciava o silêncio noturno para descansar a mente e colocá-la no lugar. Ponderava constantemente sobre ser uma deusa. Não compreendia bem sua natureza. Entendia que não era mero ser humano, mas o entendimento do cosmo parecia ampliar mais qualquer pensamento conclusivo. Sua energia era muito poderosa, parecia não ter limites e o fato de saber controlar bastante do seu poder e, mesmo assim estar longe do seu potencial total provava que ela tinha muito a descobrir ainda.

Uma pequena vibração de energia descendo em alta velocidade do telhado da mansão. Sasha estava de costas, mas levantou-se logo, evitando o golpe. Ela viu uma pequena flecha de energia no chão. No telhado, divisou o atacante.

— Quem é você?

— Ptolemy de Sagita. Morra!

Ele saltou disparando inúmeras flechas de energia de pequenos compartimentos nas suas manoplas. Sasha se deslocou para os lados novamente.

— Pare, por favor. Pelo menos escute o que tenho a dizer. Não quero lutar com...

Ele atacou novamente. Sasha desviou enquanto sua mão começou a brilhar. Ptolemy atacou novamente, mas desta vez Sasha correu para o flanco direito e concentrando o cosmo, socou-lhe o flanco, destruindo parte da armadura com forte impacto. O cavaleiro se curvou com dor, certamente havia fraturado uma costela.

— Escute, eu sou Atena, vocês estão sendo enganados. — ela tentou ajudá-lo — Eu...

— Calada! — afastou a mão dela — Atena está no Santuário, sua casa. Ela jamais abandonou seus cavaleiros. Você não passa de uma farsa!

Pressentindo o ataque, Sasha se afastou.

— Flechas Fantasmas!

Sasha se espantou ante os milhares de flechas, porém logo percebeu que eram ilusões. Isto é, até ser atingida no ombro por uma flecha de energia real. Ela segurou firme seu ombro, que doeu bastante, e já teve que se esquivar de novo, já que o cavaleiro não dava trégua.

— Você não me deixou escolha.

Uma rajada potente de cosmo arremessou Ptolemy para longe, com a armadura se esfarelando.

— Como chegou aqui? — ela questionou ao se aproximar.

— O Grande Mestre... Ele já está conseguindo rastreá-la, usurpadora. Infelizmente... — tossiu — Não posso mais levar sua localização exata, mas cedo ou tarde ele vai encontrá-la.

Ele tossiu e faleceu.

— Perdoe-me. — lamentou ao fechar os olhos do guerreiro morto.

 

Grande Mestre

 

Santuário, Grécia...

As pesadas portas do salão principal se abrem. Os cavaleiros de bronze de Pégaso, Dragão, Leão Menor e o cavaleiro de prata de Baleia chegam trazendo o corpo de Ptolemy e se ajoelham enquanto deixam o corpo dele cuidadosamente no chão.

— Lamentamos Grande Mestre. Ptolemy está morto.

O Mestre jogou longe a taça que segurava.

— Maldição! — a raiva foi tanta que houve uma pequena explosão de cosmo — Primeiro foram Leão Menor, Lobo, Hidra, Ursa Maior e Pégaso derrotados, e agora Sagita morto. Como é possível que uma jovem qualquer tenha derrotado vários cavaleiros de bronze e prata? E ainda por cima matado Sagita? E o cavaleiro de Centauro antes dele?

— Sentimos muito...

— Só podem sentir mesmo! Os cavaleiros que morreram ao menos morreram com honra, em combate. Vocês cavaleiros de bronze, ela simplesmente fugiu de vocês após derrotá-los, para não ter que matá-los!

O Mestre sentou-se pesadamente no trono.

— Dispensados...

Os cavaleiros saíram, deixando o corpo do cavaleiro de Sagita para que recebesse o funeral apropriado.

— Nunca vi o Mestre tão furioso... — o Dragão comentou.

— Não é pra menos... Dois cavaleiros mortos... — Baleia lamentou.

— Por que o Mestre está tão empenhado em eliminar esta falsa Atena? — Pégaso questionou — Ela não tem nenhum cavaleiro com ela. Se cometesse a audácia de vir ao Santuário, teria que enfrentar os cavaleiros de ouro após toda a força de bronze e prata.

— Seiya tem razão.

— Moses? — os restantes estranharam.

— O mestre a considera uma ameaça, mas vejam... Todos vocês foram para eliminá-la e mesmo assim ela deixou que vivessem, mesmo podendo acabar com vocês. Os únicos que acabaram mortos foram cavaleiros mais agressivos em combate, que nunca deixam o inimigo fazer nada...

— Está dizendo que ela não tem a intenção de nos destruir?

— Ela tinha vocês em mãos, e ainda assim nada de grave fez. Shiryu, você chegou todo machucado, mas estava longe de ter problemas sérios. Até sua armadura só estava com o escudo rachado.

— É verdade...

— O fato é que aquela moça tem muito poder. Ela não usou tudo que tinha contra nós... Nenhum cavaleiro, amazona ou saintia tem um cosmo tão grande. — disse Leão Menor.

— Será que isso implica que...

— Vamos evitar comentar nossas desconfianças aqui dentro sim rapazes? — Moses deu um tapinha nas costas de Shiryu.

— Está certo Moses. Só nos resta esperar... O Mestre certamente vai mandar mais gente atrás dela. Se for ela mesma... Só o tempo dirá...


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